Capítulo 16 Um alto preço
Julia:
Julia andava pela rua distraída, um flashback rodava em sua cabeça. De todos os momentos que passou com Vanessa, da noite maravilhosa que haviam tido. Algumas lagrimas teimavam em cair, suas costelas davam sinais de dor, mas nada se comparava a dor que estava em seu peito. Ela tinha raiva de Henry, de Vanessa, dela mesma por acreditar que ela seria só dela, que não iria mais casar, que iriam ficar juntas, quando lembrou da cena de Henry saindo do quarto secando os cabelos, não deu tempo de Vanessa se explicar, ela tinha entendido tudo, e o que mais queria era sair daquele lugar, ir embora, foi o que fez. Agora estava andando pelas ruas sozinha, sem rumo, ela trava seu maxilar.
Quando ia dando um passo para atravessar a rua, um carro apareceu do nada indo em sua direção, mas alguém havia se atirado em cima dela a empurrando para cima da calçada. Sua costela começou a dor mais do que devia, ficou com medo de ter deslocado. Ela se levantou com uma certa dificuldade com a mão no local onde doía, ficou olhando em direção onde o carro tinha desaparecido, não conseguiu ter uma visão de quem estava dirigindo por ter passado muito rápido. Uma certeza ela tinha alguém havia tentado a atropelar mais uma vez, estava bastante intrigada querendo saber quem estava fazendo aquelas coisas, primeiro foi à perseguição, agora o carro tentando a atropelar.
- Você está bem? – Virou seu rosto aonde vinha à voz.
- Você? Você esta me seguindo né! – Falou para Débora, que a olhava com preocupação.
- Não, na verdade estava vindo da casa de uma tia, que mora ali. – Apontou para o prédio verde. – Eu vi aquele carro vindo em sua direção corri para ajudá-la, alias aquilo foi proposital não foi? – Falou preocupada.
- Eu também acho, não é a primeira vez que isso acontece. – Falou travando o maxilar.
- Como assim? – Perguntou intrigada.
- Bom teve esses dias que eu estava andando de moto, um carro começou a me seguir, acabei caindo e agora esse carro tentando me atropelar. – Falou, fazendo a moça abrir a boca chocada.
- Você tem que ir na policia dar queixa disso, tem alguém querendo a matar isso sem duvida.
- Isso eu sei, mas quem? – Perguntou suspirando, ela estava realmente com medo, mas ela iria fazer isso mais tarde, naquele momento não estava com cabeça para resolver nada e alias suas costelas estavam doendo, que não passou despercebido pela loira.
- Você está bem mesmo? – Tocou em seu braço.
- Estou só minhas costelas que doem muito, acho que esta inchada por causa da queda. – Falou levantando um pouco a blusa.
Estava realmente roxo, Débora engoliu em seco, olhando fixamente o abdômen de Julia, que acabou abaixando rapidamente a blusa, quando percebeu o olhar da outra. Antigamente Julia teria flertado com a moça, mas agora não sentia mais vontade de fazer isso, Vanessa tinha a estragado para outras mulheres.
- Desculpa, eu preciso ir! – Falou apressada quando viu que havia ficado um clima estranho.
- Espera, eu posso te dar uma carona, provavelmente você esta sem condições de andar por ai sozinha assim?! – Falou apressada.
- Não precisa eu estou bem. – Dito isso acabou sentindo mais uma pontada na costela, realmente ela não estava em condições, não deveria ter forçado tanto.
- Esta vendo, deixa de ser cabeça dura e vem comigo, afinal, moramos no mesmo prédio. – Falou sorrindo quando viu a cara de dor de Julia.
- Ok... – Disse somente.
O caminho foi feito todo em silencio, ninguém dizia nada, Julia olhava distraída pela janela, estava pensando em tudo que havia acontecido naquele dia, estava tão feliz, achava que poderia finalmente se entregar a um novo amor, depois de Fernanda nunca se permitirá amar novamente, também achou que poderia com Vanessa, mas realmente não era assim, ela havia a decepcionado, mentido para ela, acabou acreditando em uma ilusão. Mas já imaginava que seria assim, já que ela não era lésbica. Minutos depois Débora estava estacionando o carro dentro do estacionamento do prédio.
- Bom está entregue. – Falou analisando Julia, que acabou ficando desconfortável. – Está bem mesmo? Não quer que eu suba com você?
- Não esta tudo bem... Muito obrigada, por... Salvar minha vida. – Falou sem jeito.
- Não foi nada, qualquer coisa sabe onde me encontrar. – Deu uma piscadinha.
- Uhum... Então ta, até mais... – Falou saindo as pressas do carro.
Ao chegar em seu apartamento, foi direto para o quarto, uma melancolia lhe bateu no mesmo instante, ali seria marcado para sempre, lembrou da noite de amor que teve com Vanessa. Pegou uma muda de roupa e saiu batendo a porta com tudo, algumas lagrimas rolavam pelo seus olhos, limpou rapidamente.
- Eu vou te esquecer Vanessa... Eu vou! – Falou as palavras tentando se convencer disso. O que seria realmente impossível.
Henry:
- Fizeram o que eu pedi? – Falou olhando para seus homens parado em sua frente.
- Sim senhor. - Falou um homem alto, com um corte no queixo, ele tinha os cabelos cortado baixo.
- Bom, espero que aquela vadia tenha entendido o recado, Vanessa é minha, somente minha. – Falou andando pelo quarto de hotel, com um copo de whisky em sua mão.
- Senhor havia uma outra moça no local, não sabemos de quem se trata, iríamos passar o carro por cima, mas essa moça apareceu e a empurrou, não conseguimos identificar quem era. – Falou o outro rapaz, agora um moreno, com a cabeça raspada, tinha uma tatuagem estranha em seu braço esquerdo.
- Como assim uma moça... Vocês são pagos para saberem de tudo, vão agora atrás de informações sobre essa moça, não quero ninguém interferindo em meus assuntos. – Falou com raiva, “Não vou deixar ninguém ficar em meu caminho, se possível eu mato.”, pensou. – Estão esperando o que? Vão! – Falou para os homens parado que acabaram saindo as pressas.
Henry se sentou em uma poltrona, segurando o copo na mão, pensativo. “Você vai ser minha Vanessa, de mais ninguém!”. Henry estava completamente transtornado, ele jurou pra si mesmo que iria ter sua noiva de qualquer maneira, e iria dar um orgulho a seu pai. Seu telefone começa a tocar freneticamente, quando olhou no retrovisor deu um longo suspiro.
“Oi papa!”
“Como anda os negócios?” – Já foi direto ao ponto.
“Bom tive um pequeno imprevisto, mas já está tudo sobre controle.”
“Espero mesmo que tenha resolvido, não quero que você bote tudo a perder, você sabe o que está em jogo.”
“Ok...”
“Amanhã vai ter um evento na casa de um investidor, quero que você leve sua noiva... E Henry se ela se negar a ir lembre-a das conseqüências dos atos dela... Faça certo dessa vez garoto.”
“Ok papa, estaremos lá.”
Assim que se encerra a chamada ele suspira, seu pai nunca sentia orgulho de nada que fazia, era ganancioso, grosso, só pensava em si e no seu patrimônio. Mas nunca admitiu que sua família estava indo a falência por causa dele mesmo, e de seus investimentos mal feitos, fora alguns golpes que deu antes, Henry sempre serviu de objeto para ele, como forma de enriquecer. Ele estava começando a acreditar que se parecia mesmo com seu pai e alem disso estava verdadeiramente apaixonado por Vanessa.
- Um dia o senhor ai de me agradecer papa! – Falou tacando um copo na parede.
Fim do capítulo
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