Julia:

Julia estava deitada em seu sofá quando escuta a campanha tocar, ela se levanta com um pouco de dificuldade, querendo ou não sua cabeça ainda doía devido a batida. Quando abre da de cara com uma morena, de olhos azuis. Ela era muito linda, claro que Julia não achou tanto que nem sua garota, mas com certeza que visse aquela mulher na rua pararia para admirá-la. Julia passou seus olhos pelo corpo da moça, que vestia um short meio curto e uma blusa preta apertada, não podia de deixar de concordar que ela tinha um belo corpo.

-Boa noite eu sou Débora, moro aqui do lado, vim perguntar se não tem abridor de lata pra me emprestar? - Falou quebrando o silêncio, dando um sorriso largo quando percebeu os olhares em cima dela.

- Hum… Desculpa o que disse? - Falou saindo do transe.

- Abridor de lata? - Perguntou sorrindo. - Você tem? Pra me emprestar?

- Ah sim, entre vou buscar.

A mulher assente adentrando dentro do apartamento de Julia, estava admirada, era um belo lugar, mas seu objetivo era outro. Ela olhou todos os cantos para ver se não tinha nada estranho.

-Aqui está! - Falou Julia trazendo o abridor, fazendo a mulher dar um salto. - Algum problema?

- Não nenhum… Obrigada viu! - Falou dando um sorriso. - Prazer em conhecer você…

- Julia… meu nome é Júlia. - Falou

- Ah sim Julia, lindo nome… - Falou olhando com malícia para ela. - Igual a dona!- sussurrou.

- O que disse? - Perguntou Julia fingindo não ter escutado.

- Nada, já vou indo, depois eu trago de volta. Precisar de alguma coisa… - Falou mordendo a boca, deixando Julia desconfortável. - estou ao lado.

- Ok. Obrigada. - Falou sem jeito

Julia acompanha a mulher até a porta, acaba recebendo um beijo no canto da boca, que a faz arregalar os olhos e se afastar da mulher, que sai com um sorriso vitorioso.

Débora:

“Fala patroinha!”

“Oi Débora, alguma novidade?”

“Tudo limpo chefa, olhei todo o local e parecia tudo nos conformes.”

“Ótimo, fique de olhos bem abertos!” - Falou seria.

“Ficarei… Mas queridinha me fala, que mulher é aquela?” - Falou sorriso se abanando.

“Pode tirar seus olhos de cima da Julia, ela já tem dona, e se eu fosse você não chegaria nem perto.”

“Poxa Daiane você é uma estraga prazer”

“Só é a realidade… eu tenho que ir tenho umas coisas a fazer… mantenha-me informada de qualquer coisa.”

“Pode deixar!” - Desliga.

-Julia… Que mulher viu, quero essa mulher para mim!- Suspira com o telefone no peito. - Enfim, foco Débora! - Falou para si mesmo indo desempacotar suas coisas.

Débora era uma jovem de 25 anos, morena de olhos azuis, era uma mulher muito bonita, tinha saído de um relacionamento recentemente, para fugir desse problema resolveu ocupar sua cabeça com o trabalho. Trabalhava a três anos na segurança com Daiane, quando recebeu a proposta de trabalhar disfarçada, aceitou na hora, alias estava precisando muito ganhar um dinheiro extra. Ela não sabia muito bem qual era o serviço, mas se era para ajudar uma amiga ela faria.

 Ela tinha encarado o trabalho como qualquer outro, mas depois que viu Julia, se encantou na hora. E se era para proteger um mulherão daquele, ela o faria.

Vanessa:

Vanessa chegava em casa depois de um dia cansativo de trabalho, deu graças por ter chegado antes da chuva, la fora tinha acabado de começar a cair um temporal, quando ia para o quarto tomar banho sua campanhia toca. Ao abrir ver Henry parado na porta.

- Oi amor! – Falou dando um sorriso de orelha a orelha, que se desfez quando viu Vanessa quase fechar a porta. – Isso é jeito de receber seu noivo? – Falou com a mão na porta.

- O que você quer Henry? – Falou cansada. Tudo que ela não queria era ver aquele homem ali.

- Vim te ver horas. – Falou a puxando dando um beijo forçado nela, que acabou levando uma mordida. – Au!

- Não me toca! – Gritou raivosa. Henry deu um sorriso, passando a mão na boca que agora sangrava.

- Sabe que adoro quando você está assim nervosinha... – Falou tentando se aproximar, mas Vanessa deu um passo para trás. – Ok, eu vou embora, mas antes me da uma toalha para eu me secar, estou encharcado.

Vanessa o analisou, realmente ele estava todo molhado, ela deu um longo suspiro e saiu para o quarto a procura de uma toalha. Levou um susto quando sentiu uma mão tocar sua cintura. Henry começava a traçar beijos por toda extensão do seu pescoço, antigamente Vanessa podia sentir seu corpo reagir, mas agora tudo que podia querer era distancia daquele homem, sentia uma repulsa por aquele toque. Ela tentou se esquivar, mas ele acabou a segurando pelo braço com uma certa força.

- Você não vai sair daqui! – Falou em um tom raivoso. Vanessa já não conhecia aquele homem, na verdade nunca conheceu, ela via um lado que não existia em Henry uma farsa que ele mostrava, apenas para conseguir seu dinheiro, uma fama.

- Me solta Henry! – Falou dando um pisão em seu pé, o fazendo gem*r de dor. – Se seca e vai embora agora! – Gritou jogando a toalha para ele e saindo do local o mais rápido possível.

Chegou na cozinha ofegante, não acreditava que ele tinha a coragem de tratá-la daquela forma, ela mandou uma mensagem para Daiane, caso ele tentasse atacá-la novamente. Sentiu um alivio quando ouviu sua campanhia tocar novamente, achou que Daiane teria já chegado, mas quando abre seu coração gela.

- Julia? – Falou espantada.

- Sim quem mais seria Van? – Falou dando de ombros. – Está esperando alguém?

- Não é que... – Não conseguiu terminar de falar, quando escuta Henry falar.

- Amor eu deixei... – Entrava distraído secando os cabelos molhados, havia tirado a blusa para secar. – O que essa garota faz aqui Vanessa?

- Merda! – Xingou

Viu Julia sair as pressas, acabou a seguindo, tentou chamar varias vezes o nome dela, mas ela não parava de andar.

- Julia, por favor espera! – Falou desesperada.

- Esperar para que Vanessa, para mim fazer mais um papel de trouxa? – Falou raivosa, algumas lagrimas desciam pelo seu rosto.

- Deixa eu explicar, não é nada disso que você esta pensando. – Falou tentando tocar no braço da outra, que acabou virando com tudo em sua direção.

- Explicar o que? Não tem nada que me explicar Vanessa eu percebi tudo, eu sou muito trouxa mesmo... Em pensar que... – Falou passando as mãos no rosto limpando as lagrimas.

- Pensar o que Julia? Por favor vamos conversar. – Tentou tocá-la mas acabou se esquivando.

- Acabou Vanessa, não dá mais, volta para o seu noivo e me deixa em paz! – Gritou saindo para o elevador. Vanessa até tentou segui-la mas as portas já haviam se fechado.

Vanessa voltou para seu apartamento derrotada, quando olhou e viu Henry ainda ali, fingindo que nada estava acontecendo, lhe subiu mais ódio dele do que já tinha. Era tudo por causa dele, do seu pai, de todos, agora estava perdendo a mulher da sua vida, por causa de tudo aquilo.

- O que faz aqui ainda? – Perguntou nervosa, nem esperou ele responder, já foi falando. – Saia daqui!

- Mas... - Tentou falar, estava perplexo pela explosão repentina.

- Saia daqui agora Henry ou eu mando tudo à merd* e faço uma besteira pior! – Gritou nervosa. Ela sai o empurrando em seguida batendo a porta em sua cara sem deixá-lo falar, chegando ao quarto ver a blusa dele em cima da cadeira pega-a com raiva sai pisando duro até a porta e a taca na cara do rapaz, batendo a porta novamente.

Minutos mais tarde ela estava deitada no colo de Daiane chorando horrores, sentia seu coração dilacerado, só de lembrar a forma que Julia havia a olhado, as lagrimas que escorriam de seus olhos.

- Eu a perdi Ane... – Falava em prantos.

- Calma Van, vai dar tudo certo, nos vamos resolver isso é questão de tempo. – Falou tentando acalmar a amiga.

- Eu vou fazer de tudo para por Henry e seu pai atrás das grades se eles acham que podem dominar minha vida assim, estão muito enganados, nenhum deles vão conseguir! – Falou decidida.

Agora mais do que nunca ela iria atrás de provas para conseguir por aqueles dois atrás das grades, e só assim ser feliz com sua amada, custe o que custar ela não iria perder o amor da sua vida assim.

Fim do capítulo