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Um divino amor. por SrtaM

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Palavras: 4643
Acessos: 1021   |  Postado em: 28/02/2018

Notas iniciais:

Urgente!!! Urgente mesmooo!!!! Primeiramente, só tenho a pedir perdão pela minha ausência. Sei que isso não se faz. Foram mais de duas semanas poxa... :/  Isso aconteceu por que eu, lesada como sou, esqueci completamente a minha senha deste site( achei até que estava demorando para eu fazer uma besteira dessas). Entrei em desespero. Quase morri. Perdi até o sentido da vida. Mas, depois de muita insistência e de consolo do meu irmão, conseguimos nos lembrar da minha senha!  :)

Outro aviso: Por favooooooooorrr, perdoem-me novamente. Nos capítulos anteriores, mencionei que Diana ficava amável em Lua minguante, porém, enquanto eu foleava meus acervos mitológicos, me lembrei que deusas lunares ficam o completo oposto com a Lua minguante. Elas ficam amáveis na Lua quarto crescente. Portanto, se algumas de vocês leitoras forem de religião pagã, neo pagã, como a Wicca( principalmente de corrente diânica), mitólogas ou se gostam muiro de mitologias, perdoem-me por este erro. Porém, tão grande quanto minha vergonha por esta falta, é a minha preguiça,e, por isso, não voltarei para editar. Talvez num futuro próximo.

 

Último aviso: Bem, isto é apenas para retomar de onde paramos: Hipomene está prestes a encontrar Atalanta. Diana já venceu a corredora e volta para casa...

...Agora sim...

...Boa leitura! :)

As maçãs malditas! (parte 2)

--Minha bela Atalanta, chegou aos meus ouvidos que tu conseguistes vencer a corrida.-Disse Hipomene aproximando-se da corredora por trás. A mesma não esboçou nenhuma reação, nem de susto, nem de repulsa, o que comumente sentia sempre que o caçador aproximava-se de si.

--Sim...-Disse Atalanta brevemente.

--Quero que corras comigo então.-Exigiu o caçador com um ar de orgulho esperando que a corredora ficasse surpresa e relutasse.-Nesta parte aqui do edital diz...

--Tudo bem.-Disse a velocista interrompendo Hipomene. Depois da corrida com a misteriosa caçadora, Atalanta não conseguia mais pensar em nada.-''Não quero mais perturbação para minha vida. Hipomene é um idiota que não sabe correr. Sempre corri dele, e ele nunca alcançava-me. Acabemos logo com isto.''-Pensou a corredora. Ela não queria admitir que seria escrava de outra pessoa, por isso fez de tudo para ignorar aquele episódio. Correr com Hipomene provaria que aquele momento com a caçadora nunca existiu.

--Tudo bem?!-Perguntou o caçador sem acreditar no que acabara de ouvir.

--Sim.-Respondeu Atalanta calmamente enquanto levantava-se.

 

Ambos posicionaram-se na linha de largada. Atalanta preferiu não se alongar. Do contrário, Hipomene gastou um bom tempo aquecendo-se. Embora achasse que seu plano era infalível, ele não podia deixar de ficar nervoso. Ao sinal de Atalanta, ambos puseram-se a correr.

 

A corredora largou magestosamente na frente do caçador. Ela comprimiu toda a raiva que ela estava sentindo da caçadora, ou melhor, de si por ter perdido a outra corrida, em uma espécie de força motriz, o que a fez correr muito mais rápido. Claramente, Hipomene não tinha chance alguma contra Atalanta. O caçador já suspirava afobadamente com uma respiração totalmente descompassada. Já era hora dele por seu plano em prática. Não tinha certeza se isso daria certo, porém algo dizia que deveria fazê-lo. Prontamente, Hipomene sacou uma de suas maçãs dourada, e lançou  de forma que o fruto de ouro caísse ao lado da corredora. Atalanta, que, por sua vez, estava concentrada em seus passos, parou bruscamente ao ver algo brilhando perto de si. A corredora não sabia explicar, mas estava sendo atraída pelo fruto. Atalanta parou para pegar a maçã dourada de forma fascinada. Parecia um tipo de encantamento. O vento, que tinha por nome Zéfiro, quem Hipomene trazia com seus passos, avisou a corredora com uma rajada de ar que o caçador havia a ultrapassado. Atalanta chaqualhou sua cabeça para espantar aquela fissuração e voltar à realidade. A velocista, em menos de alguns segundos, retomou a liderança. Hipomene, ao ver o poder de suas maçãs, lançou outra delas. Esta, por sua vez, atraiu novamente a corredora, quem perdeu mais de seu tempo. Novamente, sentiu um rápido vento, que era uma das mãos de Zéfiro, tocar sua face. Atalanta logo saiu do transe, e acelerou até ficar ao lado do caçador. Ele, ao ver que a linha de chegada estava próxima, e que, quando a corredora acelerasse mais, ela venceria,  lançou sua última maçã. Atalanta, novamente, guardou seus passos, deu meia volta, e foi de encontro com o fruto. Zéfiro não pode despertar a corredora tão prontamente, pois Hipomene estava na frente, e ele estava envolta de seus pés. O ser elementar, portanto, teve que dar meia volta para despertar a corredora, e, por isso, perdeu tempo. Tempo suficiente para o caçador cruzar a linha de chegada.

 

Atalanta, ao sair do transe, ficou paralisada vendo que Hipomene havia cruzado a linha de chegada. A corredora sentia-se idiota por não ter conseguido vencer aquela corrida. Sentia-se tola por ter parado para colher aqueles curiosos frutos, os quais a não sabia de onde vieram. De fato, Atalanta não sabia se era pior casar-se com Hipomene ou ser escrava de uma desconhecida.

--Mas que desgraça!-Bradou a corredora enquanto lançava todas as maçãs de ouro para longe de si.

--Agora serás minha!-Exclamava Hipomene em pura felicidade sem acreditar que era verdade.

--Desgraçado, como vencestes?!-Interrogava a corredora enquanto batia furiosamente no caçador.

--Meu amor, subestimastes minha capacidade de corrida.-Disse Hipomene.

--E agora?-A corredora perguntou mais para si mesma do que ao caçador.

--Contemos às nossas famílias e iremos nos casar em breve!-Propôs o caçador enquanto abraçava apertadamente sua, então, futura esposa. A corredora estava paralisada de mais para esquivar-se do abraço.

 

 

           ----------------------------------------

 

 

Diana adentrava em seu bosque enquanto expelia alguns sons melodiosos através de seus macios lábios. A música de sua boca achou abrigo nos ouvidos de muitas de suas ninfas, e fez com que elas corressem ao encontro da deusa.

--Chegastes, deusa Diana!-Disseram todas.

--Sim, meus amores.-Respondeu Diana com um sorriso bobo, dirigindo-se para sua casa sem dar mais detalhes.

 

Suas ninfas estranharam esse jeito da deusa. Normalmente ela sentava-se para alguns minutos de conversa fiada.

 

Diana, com um golpe só, abriu sua vasta e grossa porta feita de madeira rústica. Olhou bem para sua casa, e chegou a uma conclusão mental. Prontamente, começou a tirar as cortinas, tapetes e poltronas do recinto. Fez tudo isso ainda sendo vigiada por seu sorriso espontâneo. Tirou o forro de sua cama, pensou, e resolveu tirar a cama também. Depois de alguns minutos, a casa da deusa estava praticamente vazia. Quando saiu de seu lar, Diana levou um susto com a agressividade dos olhares curiosos de suas ninfas. Todas estavam sentadas assistindo tudo quietamente enquanto aguardavam sua deusa explicar o motivo das drásticas mudanças. A caçadora sentiu-se na obrigação de dar uma explicação a elas.

--Bem...Resolví mudar um pouco o visual da minha casa...-Disse a deusa coçando sua cabeças. Queria ser breve no falar.

--Ooooohhhh...-Disseram todas unissonamente.

--Vistes, Dafne? Disse-te que a deusa não estava preparando-se para receber uma pessoa. É apenas coisa de tua cabeça.-Disse Eco para Dafne, porém o som de sua voz saiu mais alto do que o planejado. Diana engoliu seco ao ouvir.

--Calada, Eco!-Cochichou Dafne.

--Diana...-Começou a falar uma ninfa receosa.

--Diga, meu bem.-Respondeu a deusa feliz, pois, assim, conseguiria mudar de assunto.

--Bem...Eu...P-Posso ficar com este tapete teu?-Perguntou a ninfa estendendo o tapete.  parecia mais que o usava como escudo.

--C-Claro.-Respondeu Diana olhando para a ninfa com uma expressão de estranhamento.

--Eu posso ficar com essa cortina, Diana?-Perguntou uma outra ninfa após perceber que o pedido da amiga fora atendido.

--Sim.-Respondeu a deusa da caça.

--E eu posso ficar com esta mesa?-Perguntou uma outra.

--Fique.-Respondeu Diana.

 

E, assim, os pertences da casa da deusa foram sendo tomados pelas ninfas, porém um pouco mais da metade deles foram tomados por Dafne. As ninfas estavam extaseadas por poderem possuir algo que fora usado por muito tempo pela sua desejada deusa caçadora.

 

Diana saiu para caçar e extrair algumas matérias-primas para sua casa, que, futuramente, seria de Atalanta também. A deusa extraiu algumas flores para produzir uma solução aromática para perfumar seu lar. De fato, colher flores não era seu forte, porém era para um bem maior. Diana caçou os mais belos dos animais para fazer tapetes, forros para cama entre outras coisas. A caçadora cortou, também, alguns troncos de árvores para fazer as novas mobílias. Poliu cada parte da madeira como se fosse única e de forma terna. Pensava em sua corredora. Queria que tudo estivesse perfeito para a sua chegada. Em alguns minutos, a deusa aprontara tudo.

--Diana, o que é isto?-Perguntou Salmácis, quem apareceu após ser acordada pelo pelo barulho de troncos tombando.

--Ah, isto? São minhas novas mobílias. Venha ajudar-me.

--E a curiosidade matou Salmácis...-Bufou a ninfa, quem não tinha a mínima pretensão de fazer algum trabalho, porém, assim, o teve que fazer.

--Soube que doastes seus objetos de casa.-Disse Salmácis enquanto levantava uma pequena mesa.

--Mais ou menos isso...

--Eu não consegui arrematar muitas de suas coisas por causa da Dafne, porém peguei o utensílio mais valioso!-Constatou a ninfa com um ar orgulhoso enquanto exibia, em sua mão, a toalha da deusa da caça.

--Sabias que tu nutria um sentimento forte por mim.-Disse a deusa de forma brincalhona.

--Raiva talvez.-Brincou a ninfa.-Porém, apenas peguei esta tua toalha para vendê-la por um ótimo preço. Imagine quanto pagariam para ter a toalha com que a deusa Diana costumava a secar seu corpo!

--Oras, és uma ninfa. Por que queres moedas?-Questionou a deusa.

--Diana, Diana, tu não sabes nem da metade dos esquemas.-Respondeu Salmácis com um ar irônico.-Aliás, Diana, acho que Darlene está criando falsos sentimentos por mim.

--Ah, que fofo...-Brincou a deusa.

--Não é fofo, Diana. É alarmante!-Bradou a ninfa de forma inconformada.-Por que não se deitas com ela para fazê-la ficar iludida por ti, como todas as ninfas, e não por mim?

--O que?! Não!-A deusa cuspiu as palavras como por impulso. Estava com seus pensamentos enterrados em Atalanta. Ser despertada com uma pergunta dessas era um banho da água fria.

--Logo tu recusando deitar-se com uma de tuas ninfas favoritas. Há algo de bem errado nisso.-Constatou Salmácis.-Para falar a verdade, essa não foi a única coisa estranha que tenho notado, senhorita Diana. Começastes a sair publicamente, ''quase morrestes'' com aquele teu surto, ficas andando com um sorriso bobo, e, agora, estás recusando deitar-se com suas ninfas.

--Pare de besteiras, Salmácis.-Desconversou Diana-''Não sabia que Salmácis ainda dominava o ato de pensar. Irei apenas ficar interrompendo-a em suas palavras até ela cansar de raciocinar e ir dormir.''-Pensou a deusa.

--Não é besteira, Diana, filha de Latona! Se tu apenas não quisesses ter relações íntimas com tuas ninfas, eu ia achar normal, pois seu último momento de prazer foi com Dafne. Então, eu entenderia que, depois que tu tivesses deitado-se com ela, tu pegaras um desgosto acerca de momentos como esses. De fato, eu também ficaria muito abalada espiritualmente se um dia eu tivesse tido algo com Dafne.

--Não é nada disso.

--Ora, Diana, não me subestimes. A partir deste fato é mais do que evidente que há algo ocorrendo, e que tu não queres falar.-Disse a ninfa, fazendo a deusa suar frio.-Porém, estou com preguiça de mais para pensar para descobrir do que se trata. Eu ainda viverei algumas centenas de anos, e, em um desses dias, a verdade chegará aos meus ouvidos. Sem pressa. Apenas saiba que tu sabes que eu sei que eu posso saber o que escondes.-Disse Salmácis com um olhar burguês.

--Está bem.-Retrucou Diana, quem, agora, estava mais calma.

 

 

          -----------------------------------------

 

 

Atalanta resolvera não voltar para casa com Hipomene. A corredora alegara que precisava de um tempo só, para assimilar a situação, e que logo voltaria para avisar seu pai. A velocista adentrava pela floresta com rápidos passos, e os mesmos gritavam de fúria. Em sua face, nenhuma expressão eminente. Estava em puro estado de confusão. Culpava-se. Sentia seu estômago revirar-se por causa disso. Permitiu que seu corpo tombasse até uma árvore. Estava derrotada. De imediato, algumas lágrimas começaram a surgir em seus olhos, para, logo depois, tingirem sua delicada face. Talvez elas quisessem pintar um sorriso em seu rosto. porém a tristeza não as permitam. Atalanta sempre quis ser livre. Sempre quis desfrutar de sua liberdade através de sua corrida, mas, agora... Tudo estaria acabado. Ficaria presa a alguém quem não amava, e pior, de quem sentia repulsa. Estava acabado. A corredora teria que avisar seu pai.

 

 

          ------------------------------------------

 

 

Hipomene não poderia estar mais feliz. Em breve casaria-se com a mulher que mais desejava. Estava ansioso. Não quis esperar que Atalanta contasse ao seu pai, por isso quis, assim, fazer ele mesmo. O caçador usou de seu maior sorriso, encheu seu peito e bateu na porta de onde vivia Esqueneu. O vivido homem atendeu a porta com seu típico sorriso hospitaleiro, porém, ao ver de quem tratava-se, prontamente fechou sua expressão.

--Hipomene, o que fazes aqui?-Não se podia negar que sentia uma antipatia pelo caçador.

--Casar-me-ei com tua filha!-Exclamou Hipomene sem embromações.

--O que?! O que dizes, rapaz? Para tentar casar-se com minha filha, tu terás que concorrer na corrida do ano que vem.-Disse Esqueneu, fazendo pouco caso das palavras do outro.

--Bem, foi esta a corrida que eu ganhei!-Hipomene gostava de saborear cada expressão do homem a sua frente. Possivelmente possuía um prazer sádico fazendo isso.

--O que dizes?!-Esqueneu começava a mostrar sinais de palidez.

--Acabei de competir com tua amada filha, e ganhei. Por isso, eu ganhei sua mão. Na verdade, se permite-me elogiar, eu diria que foi bem estratégico o edital...Jogado no canto, muitas palavras inúteis... Confesso-te que eu não leria aquela última parte do edital caso os deuses não estivessem comigo.-Constatou o caçador de forma cínica. Era sorrateiro como uma serpente.

 

Esqueneu estava em ponto de desmaiar. Sua cabeça estava leve, como se seus pensamentos fugissem de si. Perdera a noção de profundidade. Tombaria no chão se não fossem os braços do forte caçador. Hipomene não o segurara para que não se machucasse, mas, sim, para ver a face pasma do outro. Esqueneu não sabia reagir. Estava imóvel sendo refém das palavras do oráculo que portavam horríveis notícias sobra sua filha que voavam agitadas em sua mente.

--Blefas.-Foi a única palavra que o incrédulo senhor conseguiu emitir juntando seus últimos restos de sanidade.

--Blefo? Eu?-Perguntou o caçador de forma irônica, para, logo após, emitir uma risada.-Posso provar-lhe.

 

 

          ----------------------------------------

 

 

Hipomene levou Esqueneu ao oráculo de Apolo. Prontamente, o senhor de idade se pôs a indagar:

--Quem venceu a corrida?!

 

Um silêncio rondou pelo local, e nenhuma resposta foi emitida pelo oráculo.

--Acho que eu sou o mais indicado a perguntar para o oráculo de Apolo.-Disse Hipomene enquanto seguia para mais perto do oráculo.-Eu venci Atalanta em sua corrida matrimonial?

--Sim.-Emitiu o oráculo.

 

Esqueneu não aguentou e se pôs a romper em lágrimas.

 

 

          -----------------------------------------

 

Atalanta ergueu seu corpo, secou suas lágrimas e seguiu o caminho para sua casa. A corredora era orgulhosa até com ela mesma, porém sabia que não poderia manter-se nessa forma por muito tempo. Abriu a porta do local onde morava e avistou seu pai. Os olhos de ambos estavam imersos em água. Não era preciso palavras. A velocista apenas correu para os braços de seu pai, onde queria arranjar refúgio, mesmo que por pouco tempo.

--Perdoe-me, meu pai.-Disse Atalanta com os lábios trêmulos. O maior motivo de sua tristeza era o fato de ter supostamente decepcionado seu pai.

--Não há motivos para desculpas, minha filha.-Retrucou Esqueneu acalentando a corredora, cujos cabelos eram acariciados por sua mão tranquilizante.-Se quiseres fujas.

--Não!-Exclamou Atalanta apartando-se de seu pai.-Tu já tens idade, meu pai. Não posso deixar-te sozinho.

--Não se preocupe comigo, meu bem.-O senhor de idade tentava controlar suas emoções, pois queria, a todo custo, que sua filha fugisse desse trágico final.

--Não repetirei, papai.-Sentenciou a corredora rigidamente, tal como uma rocha.-Não fui capaz de vencer a corria. Subestimei-o. Eis-me o castigo.

 

 

          -----------------------------------------

 

 

Hipomene limpava a roupa que estava em seu corpo com as mãos. Via se havia algo de errado consigo. Após checar-se, encheu o peito e bateu na porta da casa de seu pai. Nárcis sempre o subjulgava e deixava-o em último plano, porém este era o momento em que o caçador mostraria a seu pai que o mesmo estava errado. Era uma honra para qualquer homem casar-se com uma bela mulher, principalmente, se para isso tivesse que vencer o ser mais veloz daquela época.

--Hipomene, o que faz aqui?-Perguntou Tífani com desdém ao abrir a porta.

--Oras, vim falar com meu pai.

--Ele não está...-Respondeu a mulher ao receber um sinal de Nárcis, quem estava escondido, para que assim relatasse.

--Tudo bem...-Disse o caçador em meio a um suspiro de frustração.-...Apenas diga-lhe que eu venci a corrida, e que Atalanta será minha esposa.

--O que?!-Exclamou Nárcis pulando para cima de seu filho, quem levara um susto com o ato espontâneo.

--P-Papai? Pense o que estivesses fora.-Disse Hipomene de uma forma um tanto inocente.

--Não importa.-Desconversou o senhor.-Que história é esta que me contas?!-Questionou de uma forma incrédula, e, ao mesmo tempo, ansiosa.

--Notei uma parte no edital que dizia que a corredora teria que disponibilizar o dia inteiro a corrida. Exigi-a que corresse comigo e venci!-Explicava Hipomene como o mais prestigiados dos arquitetos explica sua construção.

--Magnífico!-Exclamou o senhor.sempre soube de tuas capacidades, meu filho.

--Sempre achei o contrário...-Resmungou o caçador.

--Eu sempre dizia-lhe aquelas coisas para atiçá-lhe a avidez, meu filho.-Explicava Nárcis usando de sua deliberada falácia.

--Casaremo-nos amanhã!-Exclamou Hipomene de forma ansiosa após absorver a explicação de seu pai.

--Não, Hipomene. Também quero cases o mais rápido possível, mas não sejas ansioso, pois isso leva à desgraça. Amanhã prepararemos o casamento da forma mais luxuosa possível, para que em nenhum canto da Terra haja dúvidas que a filha de Esqueneu é tua mulher. No dia que precede amanhã, casar-se-ás.-Propôs Nárcis.

--Verdade, meu pai. Não tinha pensado nisso.

--''Estranho...Hipomene sempre foi um idiota, e, agora, vem com essa de que ganhou a corrida.''-Pensou Tífani, quem mantera-se calada durante todo o diálogo de pai e filho.

 

 

              --------------------------------------

 

A noite, embora sucinta, passara bem lentamente e torturante para Atalanta. Não queria que o outro dia caísse sobre sua cabeça. A corredora queria agarrar as pernas da Lua e não deixá-la sair. Remexia-se em sua cama. Estava inquieta.

 

O dia chegou de forma radiante. O véu do Sol, que, em outrora, era motivo de alegria para Atalanta, agora, era motivo de cólera. A corredora não queria deixar sua cama, mas precisava. Levantou cedo, pois não queria ter que encarar os olhos de seu pai pela manhã.

 

A corredora passara a manhã e a tarde num jardim contemplando a flora e dedilhando sua lira. A música de seu instrumento estava diferente. Os dedos da velocista vibravam mais do que as cordas da lira, fruto de sua ansiedade. A melodia era fugaz e melancólica.

 

Atalanta aliviou-se mais ao perceber que Aurora dava suas últimas cortesias, e, logo, por-se-ia. Logo daria lugar a Lua. Isso significava que a corredora teria que encontrar-se com Tárcilis. Realmente desejara sua amiga nesta hora.

 

 

          ---------------------------------------

 

 

Tárcilis dava os últimos retoques para receber Atalanta, quando a ruiva foi surpreendida pela mesma. Atalanta sorria, porém Tárcilis percebeu que era um sorriso muito raso comparado a profunda tristeza que a corredora tentava esconder atrás dele.

--Algo de errado, Atalanta?-Perguntou a ruiva enquanto acariciava a face de sua amiga.

--Eu te contarei quando acabarmos o jantar.-Respondeu Atalanta dando um outro sorriso.

 

O jantar das duas amigas transcorreu bem. Ficaram observando as flores enquanto conversavam. A ruiva conseguiu tirar varias risadas sinceras da corredora. Tárcilis também notou que Atalanta estava muito carinhosa. Estava sempre a abraçar a ruiva e a acariciá-la de forma terna. Parecia carente. Tárcilis entendeu e correspondeu. Após jantarem, as duas deitaram no gramado. Atalanta descansou sua cabeça no peito de sua amiga, quem acariciou levemente seu cabelo. Tárcilis preparava-se para falar:

--Eu te amo.-Disse a ruiva enquanto contemplava o pôr-do-sol. Talvez para esconder seu olhar do de sua amiga.

--Eu também te amo.-Respondeu Atalanta com sua voz mansa.

 

Embora as duas tivessem dito praticamente as mesmas palavras, o que ambas cultivavam em seus corações eram sentimentos totalmente diferentes. É, de fato, incrível o fato das palavras tornarem-se instrumentos totalmente ineficazes para expressar o que o coração diz. Embora Tárcilis amasse Atalanta de uma forma além da amizade e afeição, a corredora a amava como uma boa amiga. A ruiva percebeu que Atalanta referia-se ingenuamente à amizade, pois, ao ouvir sua declaração, a corredora não demonstrara surpresa, porque supunha que Tárcilis referia-se igualmente à amizade. A ruiva estava prestes a explicar o que falara à Atalanta, quando foi interrompida:

--Terei que me casar com Hipomene.-Disse a velocista num impulso, em um tom confidenciador.

--O que?!-Exclamou Tárcilis enquanto levantava seu corpo abruptamente.

--Casar-me-ei com Hipomene.-Disse novamente a corredora. Na verdade, torcia fervorosamente para que sua amiga não a fizesse repetir, pois aquelas palavras machucavam seus lábios e seu coração.

--Mas, tu vencestes a corrida! Todos viram! Eu vi! Como ele te venceu?!-A ruiva estava totalmente perplexa. Gesticulava muito. Recusava-se a acreditar no que estava ouvindo.

--Eu teria que me dispor o dia todo para aquela corrida. Ele apareceu após...-Lembrou-se da caçadora-...Após um tempo, e, então, ele venceu.-Atalanta dizia de forma gélida.

--Fujamos daqui!-Propôs Tárcilis desesperadamente.

--Não posso...-Respondeu a corredora em tom baixo, bem diferente do de sua amiga, enquanto observava o gramado.-...Tenho de ficar com meu pai.

--Ele vem conosco.-Insistiu a ruiva.

--Ele não pode deixar o castelo. Ele é uma pessoa muito influente aqui.

 

Tárcilis envolveu sua amiga em seus braços, e a confortou. Não podia acreditar que perderia Atalanta assim. Não deixaria.

--Daremos um jeito.-Disse Tárcilis de forma determinada em fazer o que fosse preciso.

 

 

          ----------------------------------------

 

 

Enquanto isso, no Olimpo, um certo ser de asas olhava fixamente para uma ampulheta contando cada grão de areia.

--Mamãe, faltam apenas poucos grãos. Será que não podemos nos adiantar?!-Perguntava Cupido de forma insistente, como já fizera uma dezenas de vezes naquele dia.

--Não, meu filho, um dia é um dia...-Respondeu Vênus com a frase que teve que dizer repetidas vezes naquele dia.-''Ele tirou o dia para pertubar-me o juízo''-Pensou a deusa enquanto massageava suas têmporas.

--Mas, mamãe...

--Cupido, cale-se!--Exigiu Vênus num impulso com voz exaltada.

 

O jovem deus, espantado com o tom usado por sua mãe, calou-se, deixando sua face corar e seus olhos encherem de lágrimas. A deusa do amor, ao perceber o que fizera(Pois odiava ver seu filho naquele estado), correu para acalentar seu filho em seus braços enquanto dizia:

--Perdoe-me, meu filho. Façamos do jeito que desejas.

 

 

          ----------------------------------------

 

 

Hipomene passou boa parte só dia ajeitando os preparativos para o casamento. Ao finalizar sua tarefa, foi procurar sua noiva para avisá-la. Normalmente, a noiva participava dos preparativos, porém o caçador queria do jeito dele. Ele a procurou por todo o canto, mas não a encontrou. Chegou a pensar que ela havia fugido de si, porém a encontrou caminhando para casa provavelmente.

--Ah, aí estás tu, mulher!-Exclamou o caçador enquanto aproximava-se para um abraço.

--Que queres?-Perguntou a corredora de forma agressiva enquanto desviava-se dos braços do outro.

--Ora, és minha mulher, e ainda tenho que ter um motivo para ver-te?!-Questionou Hipomene de forma indignada.

--Ainda não sou tua mulher, e nem serei! Que tipo de dono deixa seu pertence sair correndo de si todos os dias? Provavelmente, ele não é dono desse algo, e tem apenas um mero status.-Disse Atalanta em tom irônico, fazendo Hipomene irar-se.

--Escute aqui, amanhã serás minha, e não ousarás  fugir de mim, nem que eu tenha que quebrar estas tuas pernas!-Retrucou o caçador ainda em fúria, porém portava um tom malicioso.

 

Atalanta, pela primeira vez, temeu Hipomene. Preparava-se para sair do lugar quando uma forte luz vinda das nuvens tocou o solo, fazendo-a estreitar seu olhar como forma de proteção.

--Mas que raios é isto?!-Exclamou a corredora aos ventos.

--C-Como saberei eu?!-Retrucou o caçador tentando esconder seu medo em palavras gagueijantes.

De repente, surgiu uma voz doce, porém poderosa, que, ao sentenciar suas palavras, fazia desde os animais até o som do vento calar-se. --Hipomene...Hipomene...-Começou a dizer a voz.-...Onde está o sacrifício que me deves? --Sacrifício? Que sacrifício?! Quem és tu, oras?!-Indagava o caçador, pondo-se à frente da corredora, demonstrando bravura. Atalanta, embora não gostasse de Hipomene, não recusou sua proteção. Qualquer ajuda é bem vinda.
Vênus falava deitada em seu luxuoso sofá de forma preguiçosa. Seus olhos eram tampados por uma venda feita de seda e algodão. Cupido ouvia e via tudo atentamente com um sorriso malicioso. --Oras, pois, como assim que sacrifício?! Esquecestes que deve-me agradecimento?!-De fato, a deusa do amor começava a irar-se. Seu ego era muito impecável para ser atingido. --Agradecer o que?!-Bradou Hipomene. Ele era tão egoísta e convencido que esquecera completamente a participação de Vênus em seu caso, e atribuíra toda a sua vitória a si mesmo. --Agradecer-me por ter te feito ganhar a maldita corrida para obter a mão desta mulher!-Gritou Vênus, como um trovão, fazendo sua voz estalar no céu e na Terra, como num chicote de couro.
Ao ouvir as palavras que caiam do céu, Atalanta teve um lapso de pensamento enquanto olhava para o chão. Agora tudo fazia sentido. Amargurou-se. Amargurou-se por ter sido vencida injustamente. Amargurou-se por ter sido vencida injustamente por causa de um deus. A repulsa que é rígida, porém oca. A repulsa que possuia espinhos cortantes como uma navalha começou a rasgar o coração da corredora. Não queria acreditar naquilo. Sua alma queria sair de seu corpo; queria sair de seu corpo corrompido; queria sair de seu corpo corrompido pela injustiça descabida feita por alguém quem ela sequer era párea para enfrentar: uma deusa. --Maldito foi o dia que esta praga caiu sobre minha cabeça, pois, agora, não olharei jamais aos céus, nem nunca jamais me ajoelharei, porque do céu vem a praga e dos joelhos a submissão.-Declarou a velocista a si mesma em tom baixo.-Hipomene maldito o que fizestes?!-Peguntou a corredora em meio a gritos enquanto estapeava fortemente o caçador. --Foi o único modo de tê-la.-Hipomene tentava explicar-se. --Desgraçado!-Bradou Atalanta enquando só cava o homem. --O que está feito já foi consumado!-Sentenciou Vênus.agora, não tão nobre caçador, pagarás pelo teu erro. --O que?! Espera! Deve haver outra maneira de resolvermos isso!-Tentou se justificar Hipomene.- Eu sou muito importante nesta cidade! Eu que sustento-a com caça nos dias que a terra está infrutífera e os animais ferozes. --O que tenho eu a ver com a terra infrutífera e animais ferozes?-Indagou a deusa do amor. --Ceres(Deméter), da fertilidade e Diana, da caça têm estima por mim em virtude disso, e... --Hipomene, tu errastes. Aceite teu destino sem reclamações.-Disse Atalanta de forma cínica. --Calada, mulher!-Bradou o caçador furioso, deixando a corredora deleitar-se de prazer com sua fúria. --Oras, não briguem! Não estão aqui para brigar, mas para se amarem. Por isso, permitirei que esta mortal participe contigo no teu castigo, para, assim, darem glória ao meu amor.-Sentenciou Vênus com uma voz irritantemente calma enquanto desenhava cada palavra que saia de seus lábios. --O que?!-Exclamou Atalanta de forma incrédula.-O que tenho eu a ver com o erro dele para ter que receber tal punição, pois, maior que o castigo e terei que pagar desmerecidamente, é o fato de eu ter que estar junto a ele! --Estaremos juntos pela eternidade, Atalanta!-Exclamou Hipomene de forma animada, esquecendo totalmnte da parte referente ao castigo. --Meu bem, é assim que funciona a vida...-Começou a deusa a dizer com sua voz tipicamente irritante.-...Pagamos por erros que não cometemos...Menos eu é claro. Agora, como punição...-Pensou um pouco-...Como punição...-Pensou mais um tanto e concluiu:-Espere um momento.

A luz e a voz desapareceram por um momento. Enquanto isso, Vênus consultava seu filho: --Qual punição deveríamos dar a eles? --A morte!-Respondeu Cupido com um sorriso maquiavélico. --Mas assim não tem graça, meu bem. Espere um pouco...-Disse a deusa do amor enquanto tocava um de seus lábios com o dedo em tom pensativo.-Já sei.
Havia passado-se cerca de alguns minutos desde que Vênus dissera aos mortais que a aguardassem. Atalanta estava sentada na grama olhando para a mesma enquanto Hipomene dirigia seu olhar para os céus da mesma forma como a drusa havia o deixado. De repente, as nuvens do céu se abriram e de lá surgiu uma figura anjelical. --Eis aqui vossa penitência.-Disse Cupido com voz maliciosa enquanto jogava pós dourados no casal.
Atalanta estava prestes a contestar, porém viu seu corpo tombar ao chão como se fosse agachar. Suas palavras saíram em forma de um estrondoso rugido. Desesperada, percebeu que agora era uma quadrúpede. Ao  olhar Hipomene, percebeu que ele virara um leão, e, por suposição, julgou ter virado uma leoa.
Cupido tratou de por uma coleira em ambos e os levou até o Olimpo.

Fim do capítulo

Notas finais:

Bem, seguindo à risca, seria aqui onde o mito de Atalanta acabava, porém neste romance as coisas são diferentes :)

Sempre senti raiva do mito de Atalanta por ela ter sido transformada em uma leão por algo que ela não teve culpa. Escrever esta história está sendo um alívio para mim. 

Olha, tenho que pedir desculpas novamente. Quando fui responder um comentário do capítulo anterior, acabei excluindo-o sem querer(T---T)*choro, choro, choro*.Ele falava sobre o meu atraso :p   Eu havia respondido que eu já havia voltado. Eu sou muito desastrada, gente. Desculpe.  :/ 


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Comentários para 12 - As maçãs malditas! (parte 2):
Nanni
Nanni

Em: 02/03/2018

Pobre Atalanta 

Diana nem vai surtar hahaha 

E agora como será? 

Não demore pois não tenho unhas mais 

Beijo 

 


Resposta do autor:

Coitada mesmo.  :/   Mas temos que seguir o cronograma.

Não sei como os personagens vão se comportar. Hehehehehehe.

Tentarei me empenhar para entregar o capítulo no prazo.  (>___<|||)

Beijos.

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