Um divino amor. por SrtaM
Demorou, mas saiu (>__<)
Boa leitura! :)
As maçãs malditas!(parte 1)
--Cupído, meu filho, já parastes para pensar como andar é entediante?-Indagava Vênus(Afrodite), quem estava esparramada , entediada em seu sofá, e, com certeza, sem nada sobre o que conversar.
--Sim, minha mãe, por isso uso minhas asas!-Disse o jovem deus enquanto exibia orgulhosamente suas asas a sua mãe.
--Nascestes perfeito, meu filho!-Dizia Vênus enquanto paparicava as bochechas de seu filho.
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Hipomene correra desesperadamente até o templo de Vênus(Afrodite) enquanto dizia:
--Não posso perder Atalanta! Não posso perder Atalanta!
Ao chegar ao luxuoso templo que possuia muito ouro e adereços rosas, prostou-se em seus pisos enquanto chorava muito, e, como num grito de dor, invocou altamente o nome da deusa do amor:
--Vênus! Vênus, ajude-me por favor!
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--Aargh!-Rugiu a deusa do amor com desdém enquanto mantinha uma de suas mãos tampando seu ouvido direito.-Por que é difícil para os mortais entenderem que eu não sou surda?!
--O que aconteceu, minha mãe?!-Perguntou Cupido preocupado.
--Mais um mortal a invocar-me em alta voz. Aliás, creio que seja Hipomene.-Disse a deusa revirando os olhos.
--Expulse-o de tua presença, mamãe. Negue-lhe o pedido!-Insistou o jovem deus.
--Meu amor, não posso. Prometi a Apolo que o concederia.-Respondeu Vênus(Afrodite).
--Mas, mamãe...-O biquinho de Cupido era o ponto fraco da deusa.
--T-Tudo bem, meu amor. Façamos o seguinte: Se Hipomene não me agradecer após ele conseguir o que quer, castigar-lo-emos, porém, sem afastar a mulher que ama de sí , é claro.
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Hipomene ainda estava chorando e estirado no chão quando ouviu uma voz doce e poderosa preenchendo o templo seguida de uma forte luz vinda do centro do teto:
--Hipomene! Tu que me envocas!
--V-Vênus?!-Exclamou o caçador surpreso e extremamente feliz.
--Sem mais nenhum grito, homem! Seja tu bem breve com tuas palavras.-Exigiu a voz que vinha da deusa.
--Preciso ter Atalanta.-Disse Hipomene.
--Tudo bem. Utilize-as com sabedoria.-Disse a voz assim que três maçãs de ouro, que vieram da janela, tocaram os sapatos do caçador. Logo após, a voz e a forte luz sumiram do local.
--Mas o que raios farei com isto?!-Questionou-se Hipomene.
--Não questiones meu trabalho!-Retrucou a voz, que voltara junto da forte luz, de modo histérico para, depois, desaparecerem novamente.
--P-Perdoe-me.
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Atalanta estava com seu pai, Linus e Tárcilis. Esta não largava a corredora de seus braços, e a enchia de beijos.
--Parabéns, minha filha. Graças aos deuses conseguistes vencer!--Disse Esqueneu emocionado e orgulhoso.
--Graças aos meus pés!-Corrigiu Atalanta.
--Filha não digas isto!-Repreendeu o senhor.-Que os deuses a perdoem por esta insolente falta!
--Quanto drama, meu pai...-Disse a corredora revirando os olhos.
Esqueneu, após um tempo conversando com Atalanta e seus amigos, despediu-se para resolver alguns assuntos. A corredora ficara no local com Tárcilis e Linus. O caçador, após um sinal facial feito pela ruiva, entendeu que deveria deixar as duas a sós.
--A-Atalanta...Preciso dizer-lhe algo.-Disse Tárcilis com uma voz hesitante. Estava nervosa. Conseguia sentir o pulsar de seu coração através de sua garganta. Parecia que o mesmo estava entalado lá. Talvez fosse por isso o motivo de não ter conseguido falar mais nada depois daquelas palavras.
--Tudo bem, Tárcilis. Diga-me.-Disse Atalanta enquanto massageava levemente o ombro da amiga, pois havia percebido que estava nervosa.
--É que eu...
--Ola, Atalanta! Viemos parabenizar-lhe!-Disse Tífani juntamente de Nárcis, quem chegou de repente com sua esposa.
--O-Obrigada.-Respondeu a corredora assustada com a aproximação.
--Correras como ninguém! Ficamos impressionados!-Disse Tífani de forma bem falsa.
--Obrigada novamente.-Disse a corredora.
--Minha cara, aceitaria almoçar conosco?-Convidou Nárcis.
--Creio que não poderei, senhor. Prometi ao meu pai que arrumaria a pista.-Respondeu Atalanta.
--Mas, meu bem, deixe isto para que um empregado faça.-Insistiu Tífani.
--Não.-Disse Atalanta secamente.
--Tudo bem então. Deixe-a trabalhar, meu bem.-Disse Nárcis empurrando sutilmente sua esposa para que fossem embora.
O casal seguia seu caminho. Estavam totalmente transtornados.
--Como raios nosso plano deu errado?!-Começou a bradar Tífani.-Tudo bem que ela conseguiu esgueirar-se para não acabar sendo segurada por nenhum homem. Ainda assim, onde raios estava nosso filho para aparecer no meio trajeto e vencer?!-Perguntou a mulher de forma furiosa.
--Eu o matarei por isto! Como ele pode ser tão incompetente?! Essa era nossa chance mais fácil para chegar a fortuna daquele velho, mas é claro que não pararemos tão cedo.
O casal andava enquanto praguejava aos ventos o fracasso de seu filho quando, de repente, ouviram um grito que vinha de trás de um arbusto. Tífani, prontamente, procurou abrigo atrás de seu marido. Este, com um pau que pegara do chão, foi averiguar de onde vinha o grito. Ao chegar à matriz da voz histérica, viu que era seu filho, e notou algo inédito: A pedra esquerda dele estava totalmente petrificada.
--Meu filho, o que é isto?!-Perguntou Tífani totalmente horrorizada com a cena.
--E-Eu...Eu...-O rapaz claramente estava em estado de choque, pois não conseguia emitir nenhuma frase coerente. Seu olhos estavam rompendo em lágrimas, pelo motivo de não acreditar no que acontecera.
--Fale logo o que lhe aconteceu!-Exigiu Nárcis de forma seca e incompreensível. Parecia que o fato da perna de seu filho ter tornado-se pedra não havia lhe afetado. Talvez seja pelo motivo de seu coração ser mais petrificado do que a perna de seu filho.
--I-Isso me aconteceu ao tentar trapacear naquela corrida!-O jovem rapaz havia juntado seu último resto de força e raciocínio para dizer suas palavras.-Eu não quero mais fazer parte disto! Eu não quero mais Atalanta! Os deuses jogaram uma praga em mim!
--Oras, não sejas tolo! Se o que lhe jogou esta praga tem o poder de fazer sua perna virar pedra, saiba tu que eu tenho o poder de lhe arrancar fora a que lhe resta!-Exclamou Nárcis de forma impassível magoando até o coração de sua malvada esposa, quem tinha um fama de megera.
--Oras, Nárcis, não consegues ver que em nosso filho foi jogada uma praga?! Poderá acontecer coisa pior a ele!-Disse a mulher tentando intervir.
--Calada! Não se meta neste assunto!-Exclamou Nárcis.
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--Então, Tárcilis, o que irias contar-me?-Perguntou Atalanta assim que Nárcis e Tífani saíram de perto delas.
Com o calor da emoção, de fato, a ruiva iria se declarar a sua amiga, porém o momento da intromissão do casal foi tempo o suficiente para Tárcilis repensar acerca da possibilidade de confidenciar à Atalanta o seu amor. A ruiva temia que a corredora não a aceitasse, ou pior, falasse que queria ser apenas sua amiga, e, depois, fizesse de tudo para mantê-la distante de si. Bem, uma coisa era certa: Depois da confissão amorosa, a relação das duas não seria mais a mesma, fosse para melhor ou fosse para pior. Tais pensamento rondava a cabeça de Tárcilis como fantasmas com machados, que rasgavam as paredes de sua cabeça. Isso fez com que a ruiva propusesse uma ideia:
--Atalanta, o que tenho a dizer-te é algo muito importante, por isso acho melhor contar-lhe amanhã.
--Tudo bem.-Respondeu a corredora com um sorriso gentil, que desmanchava as bases de sua amiga.
--Encontre-me no canteiro de flores próximo à hora do jantar, pois jantaremos lá.-Disse a ruiva de forma nervosa enquanto que media cada palavra a ser inserida maneira frase. Não queria revelar suas intenções. Pelo menos, não antes da hora.
--Um jantar num canteiro de flores? Nossa isso é tão lindo!-Exclamou a corredora de forma sonhadora embora inocente aos sentimentos de sua amiga.
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--Pois bem, meus amores, já desfrutamos da bela corrida. Hora de voltarmos para nossas casas!-Dizia Juno(Hera) de forma apressada como se não quisesse ficar mais nenhum milésimo na Terra.
--Calma, Juno! Ainda nem debatemos acerca do conceito dessa corrida que assistimos.-Disse Minerva(Atena).
--Debater? Debater?! Para mim, no tempo que os quatro passaram entrelaçados, e discutindo aos gritos, vocês tinham debatido sobre todas as questões possíveis do Universo!-Exclamou a deusa dos céus sem deixar de explicitar sua raiva.
--Foi culpa da Diana, que quase arrancou nossos olhos com garfo.-Contestou Minerva(Atena).
--Ora, ora, ora, minha cara Minerva...-Começou a dizer Diana de modo cínico.-...Tu, que és deusa do saber, ícone da arte, sabedoria e justiça, na hora da corrida, provou que a justiça não é tão cega assim, não é?
--Minerva, não ouses responder o comentário de Diana. Não quero passar por tudo aquilo novamente!-Exgiu Juno(Hera) com um tom autoritário.
--Mas, falando sério, por que não ficas mais um pouco?-Perguntou Mercúrio(Hermes).
--Eu não tenho mais cara para olhar para as pessoas daqui! Nunca passei tanta vergonha em minha vida! Apenas sinto pena da mulher em quem eu me metamorfosei. Terá que viver com o fardo da vergonha para sempre!-Dizia a deusa do céu em puro desabafo.-Vamos lá, Íris, tu que és a única que sabe comportar-se, acompanhe-me até minha casa.
--Sim, senhora!-Respondeu a deusa mensageira prontificando-se.
--Bem, acho melhor eu seguir meu rumo. Tenho que ser uma juíza de uma audiência para julgar qual será a penitência de um mortal no Hades.-Disse Minerva(Atena) assim que se foi Juno(Hera) saindo com Íris.
--Eu estou indo também. Com certeza tenho mais uma mensagem para entregar.-Disse Mercúrio (Hermes)
--Bem, eu vou indo para minha casa!-Disse Diana rapidamente puxando Salmácis e seguindo com seus passos apressados sem dar chance da deusa do saber e do deus mensageiro questionarem acerca de algo.
A deusa caçadora ao perceber que não estava mais no campo de visão dos outros deuses, soltou Salmácis.
--Não me puxes assim, Diana. Sabes que não consigo acompanhar os seus passos!-Reclamou a ninfa.
--Desculpe-me, Salmácis. Pedirei para que voltes sem mim, pois precisarei resolver um problema.-Disse Diana enquanto que olhava aos arredores como se estivesse prestes a cometer um crime.
--A pé?!-Questionou a ninfa.
--A não ser que saibas voar...-Retrucou a deusa caçadora de forma irônica.
--Poxa, Diana! Tu me convidastes, ou melhor, me obrigastes a vir aqui assistir aquela corrida, e, agora, tu me mandas ir andando até em casa!-Exclamava Salmácis de forma manhosa mexendo com o psicológico da deusa.
--Tudo bem. Vá com o meu cavalo.-Disse Diana para, logo após, chamar o animal com um assobio.
A deusa caçadora dirigiu-se até o local onde ocorreu a corrida, pois seu faro indicara que sua corredora estaria lá. Diana parou perto do lugar onde os candidatos deveriam inscrever-se e pensou:
--''Preciso pensar em uma boa forma de abordagem...''
Após concluir seu pensamento, viu o edital da corrida sobre a mesa. Era um livro bem grosso, e estava no canto da mesa, como que escondido. A intuição de Diana dizia que bom seria se ela o lesse. Ao folhear o livro, percebeu que haviam muitíssimas coisas escritas, e quase todas continham informações desnecessárias. Parecia que fora feito desse jeito de modo proposital, fato que fez com que a deusa tivesse mais vontade de ler, e assim o fazia mais do que rapidamente abusando de seus dons divinos.
--Aqui está!-Exclamou Diana ao ler a última folha do robusto livro.
A deusa caçadora foi para pista, onde era o lugar que a corredora estava, porém, ao perceber que Tárcilis estava junto dela, rapidamente foi procurar abrigo atrás de uma moita.
--''Essazinha não se cansa...''-Pensou a deusa enquanto revirava seus olhos em expressão de tédio.
Diana sentia sua mão direita formigar pela vontade que tinha de atravessar uma lança no cranio da ruiva, porém a voz repressora de Minerva(Atena) começou a rondar a cabeça da deusa caçadora.
--E se ela possuir um forte peso sentimental para Atalanta?-Disse Diana repetindo a fala da deusa do saber de outrora de modo falsetado e irônico.
A deusa da caça ouvia a conversa das duas enquanto maquinava contra uma.
--Atalanta, essa tal caçadora que mencionara é loira?-Perguntou Tárcilis medindo sua curiosidade e ciúmes.
--Não, por que?
--Por nada...
--''Olha só!--Pensou Diana.-''Atalanta já fizera uma menção sobre mim! Hehehehehehehe...Bom mesmo que essa intrometida saiba que essa amiga dela já tem dona!''
O incomodo da deusa da caça não durou muito, pois teve o prazer de acompanhar o momento que Tárcilis saia de perto da corredora a muito contragosto.
--Isso aí, ruivinha, chispa, chispa. Não vê que ela não te quer?-Disse Diana em tom baixo saboreando cada passo que Tárcilis dava para longe da velocista.
Após ver que Tárcilis estava em uma distância considerável, a deusa da caça resolveu por o seu plano em prática, e aproximou-se por trás da corredora.
--Ola, Atalanta.-Disse Diana tocando o ombro da velocista.
--O-Oi.-Respondeu a corredora com uma mão em seu coração, pois levara um susto.
--Correstes magestosamente.-Elogiou a deusa da caça enquanto mentalizava suas próximas palavras.
--Obriagada...Não sabia que tinhas assistido.
--É claro que eu assisti!
--Tudo bem...-Retrucou Atalanta sucintamente, pois não sabia onde esta conversa iria chegar.
--Só não achei fora realmente necessário tu se livrares de tuas vestes no momento da corrida.-Constatou Diana, enfim externando o que tanto a incomodava, mas tentando não expor seu ciúme e suas reais intenções.
--Oras, não eras tu quem estava a correr para defender sua liberdade de escolha, então não tens o direito de opinar. Aliás, eu fiz isso como estratégia para eu correr mais rápido, e não dar brecha para que os outros me tombassem puxando minhas vestes!-Respondeu a corredora de forma tão determinada e convencida que fez com que Diana recuasse um passo para trás.
--Só estava tentando dizer-lhe que não havia necessidade de tudo aquilo, pois tenho certeza de que os deuses a protegeriam!-Disse a deusa da caça no mesmo tom que a corredora.
--Não podemos confiar em deuses. Eles só intervêm no que os convém. Não domino a arte da adivinhação para saber se meu caso convinha ou não! Aliás, nem pedi a ajuda de nenhum deles!-Exclamou Atalanta percebendo que aquilo tornara-se uma discursão.
--''Tu não tens ideia de como tu convém aos deuses, meu bem...''-Pensou Diana, porém disse:-Claro que tu pedistes ajudas aos deuses! Não fora por isso que botastes aquele galho de oliveiras em sua cabeça?!
--Como sabes que aquele galho era sagrado?-Perguntou duvidosa Atalanta.
--É-É porque nunca vi um galho de oliveira curvar-se daquele jeito. Provavelmente um normal quebraria com tal força aplicada.-Justificou-se a deusa da caça de forma bem nervosa. O calor da emoção tinha feito com que ela deixasse aquela pequena falha passar.
--Verdade. Perdoe meus maus modos. Estava nos guiando a uma discussão quando tu estavas apenas tentando manter uma diálogo normal.-Disse a corredora de forma envergonhada pelo ato dela de outrora.-Bem, apenas pus aquele galho na cabeça por causa de Tárcilis. Ela possui um forte peso sentimental para mim.-Disse Atalanta de forma confidenciadora, pois amava a ruiva como se a mesma fosse uma irmã.
As palavras de Atalanta atingiram a deusa da caça como um balde de água fria. Diana não teve um puro raciocínio para perceber que a corredora falava apenas de uma genuína amizade. A caçadora, por puro impulso, resolveu executar seu plano:
--Aposte a corrida comigo!
--O que?!-Questionou Atalanta incrédula.
--Aposte a corrida comigo.-Repetiu Diana de forma mais calma alinhando seus pensamentos.
--És louca?! Não percebestes que a corrida acabou?!-A corredora não sabia como agir naquela situação.
--Não é isso o que diz o edital.-Constatou Diana com um olhar desafiador.
--O que?!
--Acompanhe-me, pois mostrar-lhe-ei.-Propôs a deusa caçadora calmamente.
Atalanta seguiu Diana confusa. Realmente a ingênua corredora não sabia onde raios a caçadora queria chegar. Diana abriu o livro, e quase o esfregou contra a face da corredora no parágrafo que dizia:''Cada concorrente tem apenas uma chance para correr, e a corredora deve estar disponível o dia inteiro para a corrida'':
--Ou seja, eu tenho o direito de correr contra ti!-Exclamou a deusa caçadora de forma orgulhosa.
--M-Mas, não pode ser!-Bradava Atlanta enquanto lia e relia o parágrafo, como se o mesmo fosse mudar suas palavras em favor da corredora a qualquer momento.-Tem que haver algo de errado!
--Meu bem, não há nada de errado.-Constatava Diana no ouvido da corredora de forma calma e irritante.
--M-Mas, tu és uma mulher! Não podes disputar a corrida!-Atalanta usava de todas as formas possíveis para evitar a eminente corrida contra a caçadora, mas a mesma mantinha-se tranquila perante o desespero da outra.
--Onde está escrito isso, meu bem. Aqui diz apenas que o concorrente tem direito a uma corrida...-Frisou o ''concorrente''-...E, eu sou uma concorrente.
--Tudo bem...-Disse a corredora num suspiro dando-se por vencida.-...Será apenas mais uma corrida...
E, assim, as duas foram para a pista de corrida. Atalanta quis aquecer-se antes. Diana também iria fingir um aquecimento, porém perdeu tempo de mais assistindo Atalanta alongar-se, o que, para a deusa, fora feito de forma bem sensual. Ao ficarem em suas marcas, Atalanta resolveu pronunciar-se:
--Irás correr com esta pesada pele de urso? E, nem ao menos se aqueceras.
--É para me dar sorte.-Respondeu Diana de forma confiante.
Ao sinal de Atalanta, ambas puseram-se a correr. Diana largara na frente, e Atalanta seguia atrás, porém por pouco tempo. A velocista parecia que estava apenas analisando a velocidade da caçadora para, depois, saber o quanto de velocidade deveria usar. Diana viu que, por mais que corresse, Atalanta sempre permanecia a sua frente.
--Maldição! Nunca vi ninguém correr assim! Maldito do Mercúrio!-Bradou a deusa.
A deusa caçadora, ao ver que perderia, emitiu um sutil assobio. Tal sinal fez com que sua corça, que voava pelo vasto céu voasse com toda a velocidade contra as costas de Diana. Isso, somado com a velocidade da deusa, fez com que ela adquirisse um fortíssimo impulso fazendo-a ir capotando até a linha de chegada. Atalanta havia guardado seus passos quando percebeu que um suposto furacão ia ao encontro dela. Isso também foi uma vantagem para a vitória da caçadora.
--N-Não pode ser...Não pode ser...-Repetia a corredora pasma, quem estava de joelhos na linha de chegada.
--É...Parece que eu venci!-Disse Diana de forma orgulhosa.-Aposto que, se tivesses tirado as suas vestes antes de correr, conseguiria velocidade suficiente para vencer-me.-Concluiu a deusa ironicamente enquanto estendia sua mão direita com o intuito de levantar a velocista.
--Pensei que eu fosse a mortal mais veloz...-Disse a corredora para si mesma em tom reflexivo enquanto levantava-se
--E és...-Disse Diana em baixo tom.
--O que?
--Nada.
Naquele momento, um silencio começou a adentrar sorrateiramente no local. Ambas olharam-se fixamente. Suas respirações alhinharam-se de forma que parecia uma só. O mesmo se deu com o coração das duas. Parecia que um coração batia pela outro. Ambas também sentiram o quão reconfortante eram suas quentes respirações, como um grosso cobertor numa noite fria. Diana sentia a respiração quente de Atalanta esquentar seu lábio superior. Para ela, era um convite para seus lábios procurarem refúgio nos da corredora. A caçadora passou seu polegar no macio lábio inferior de Atalanta. Isso fez com que a boca da corredora ficasse entre aberta. Diana iria consumar seu ato quando Atalanta a interrompeu:
--Qual o motivo disso? Por que correstes?-Atalanta não entendia o que estava acontecendo, ou melhor, entendia mas não conseguia aceitar.
--Venho te buscar em breve.-Respondeu Diana com um sutil sorriso nos lábios, e saiu.
Após a saída da caçadora, Atalanta ficou sentada no chão confusa. Não sabia o que pensar. Era muita informação para ela. Uma mulher que mostrou-se mais rápida que ela, e que a olhou de uma forma diferente tocando até seus lábios disse que a buscaria em breve. Isso só poderia significar que...
--Ela me quer como escrava!-Exclamou Atalanta para si mesma.-Como fui tola de não perceber?! Olhe os utensílios de caça dela! São todos extravagantes. Com certeza ela é uma mulher rica que veio aqui para procurar a melhor escrava para trabalhar para ela a troco de nada. E ela ainda me viu nua. Com certeza ela estava analisando minha estrutura corpórea para trabalhos pesados. Quando ela me viu correndo, ela teve a certeza! Não! Não serei escrava dela!-Exclamava desesperadamente Atlanta de forma um tanto dramática.
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Enquanto isso, Hipomene estava a andar, e, em seu trajeto, deparou-se com a pista, na qual supostamente perdera a chance de participar. Com o intuito de chorar e lamentar-se, o caçador aproximou-se do local, e deparou-se com um livro aberto na mesa do edital. Ele não o leria, porém o livro estava aberto numa parte um tanto inusitada. Ao ler um certo parágrafo, deu um sorriso malicioso enquanto olhava para as maçãs de ouro em sua mão. Fechou o livro e foi de encontro à corredora.
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Fim do capítulo
Pandammm! ;)
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