• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • O CASO DAS ROSAS
  • Capítulo 17 - De frente com as vítimas

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A Última Rosa
    A Última Rosa
    Por Vandinha
  • Encontros
    Encontros
    Por fmariano24

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

O CASO DAS ROSAS por pamg

Ver comentários: 10

Ver lista de capítulos

Palavras: 3868
Acessos: 3879   |  Postado em: 17/02/2018

Capítulo 17 - De frente com as vítimas

Emily voltou para a sua sala e fechou a porta como se nada tivesse acontecido, deixando todos que haviam presenciado a cena surpresos. Tinha um ar brincalhão no rosto, como uma criança que havia acabado de aprontar uma travessura, a morena percebeu e perguntou:

— Você fez isso para ele ficar com mais raiva, não foi?
A loira piscou para ela e seguiu em direção a sua mesa. A detetive não estava acreditando na calma da delegada.

— Vem, Emily! Vamos lá conversar com eles, esse é o caso mais famoso do país, no momento. Daqui a pouco você aparece na capa de um jornal por maltratar uma vítima de sequestro que esteve em cativeiro por anos.

 

A delegada gargalhou. Ela se sentia realmente feliz quando estava perto de Alycia, independentemente da situação.

 

— Fico feliz que esteja preocupada com minha situação, Dias. — Olhou-a com carinho e sorriu. — Nós vamos daqui a pouco, a espera é estratégica. — Piscou novamente e a morena revirou os olhos.

— Hoje você está muito engraçadinha, Emily. E me chame de Alycia, já disse.

— Claro, Aly. — Sabia que a outra havia dito para chamá-la pelo nome e não por apelido, mas tinha certeza que Alycia já havia lhe perdoado, então era melhor quebrar o gelo de uma vez.

— Agora falando sério, quero conversar uma coisa, Aly. Poucas vezes na vida eu tive tanta certeza de algo como eu tenho agora. Por isso, eu acho que precisamos nos conhecer melhor, quero conquistar sua confiança e quero conquistar o seu coração. Acho que quando te conheci fiquei tão encantada que apressei as coisas, tive medo de te perder se não fosse rápida o suficiente. Depois dos últimos acontecimentos, preciso pisar no freio e começar a construir algo com você. Algo sólido, sabe? Algo que não se acontecer algo ruim, você não se preocupará, pois terá certeza de quem eu sou e do que você significa para mim. Era isso. — Sorriu novamente para a morena. E como se não tivesse acabado de fazer uma mega declaração. Falou: — Vamos?

— Você não quer saber o que eu acho disso tudo? — A delegada gargalhou novamente e respondeu:

— Claro que quero, mas é que normalmente você não se abre muito, é meio como um caramujinho, então achei que não fosse me responder.

— Quê? Um caramujinho?

— Sim, um caramujinho lindo. — Sorriu divertida, enquanto a outra ficava constrangida. — E ainda mais linda com vergonha. Mas então, o que você ia dizer?

— Eu quero conhecer você também. Agora sim, vamos?

— Sim, a senhorita é quem manda em tudo! - A loira brincou. Não cabia em si de felicidade. A morena a respondeu com apenas quatro palavras, mas Emily sabia que isso significa um sim para tudo o que havia acabado de falar.

 

Enquanto caminhavam em direção à sala de depoimentos, a delegada mandou uma mensagem para Helena:

 

Emily:Podemos nos ver hoje? Precisamos.

Helena: Claro!

Emily:Você pode vir à delegacia por volta das 18h?

Helena: Sim!

Emily:Ótimo.Bjo!

 

Emily nada falou para Alycia sobre isso, a morena viu que ela mexia no celular, mas não se preocupou. Chegaram e a delegada, novamente, fez o gesto que sempre encantava a detetive, abriu a porta e fez sinal para que ela entrasse primeiro. Normalmente, ela acharia excessivo, mas as gentilezas de Emily, por menores que fossem, sempre tinham um certo ar galanteador  e cuidadoso que faziam Alycia se sentir especial ou sortuda.

 

Assim que entraram na sala de depoimentos, Alycia viu Beatriz com a mãe, Joana, e o advogado. Beatriz estava bem arrumada, mas com um toque infantil. Vai parecer com uma criança inocente aos olhos da mídia. Orientações do advogado, aposto! A detetive pensou. Em seguida, percebeu que havia uma mulher no canto da sala. Antes que pudesse falar qualquer coisa, Emily tomou a palavra.

— Olá, pessoal! Beatriz, me chamo Emily Rios, sou delegada desse departamento, essa é a detetive Dias, responsável pelo seu caso, aquela senhora ali é a doutora Suzana, uma psiquiatra forense.

Beatriz não olhava nos olhos de Emily, apenas concordou com a cabeça e mantinha os olhos em suas mãos que estavam sobre a mesa. A delegada então perguntou:

— Beatriz, você sabe porque está aqui?

Novamente ela apenas balançou a cabeça. A delegada então insistiu.

— Beatriz, esse é o seu depoimento. Ele está sendo gravado, desse modo, é preciso que você fale. Entendido?

— Sim! — A jovem respondeu um pouco baixo, mas já era uma resposta.

— Então, vou começar de novo. Beatriz, você sabe porque está aqui?

— Sim!

— Você sabe que o acordo feito com a promotoria tem como condição que você não esconda ou minta sobre tudo o que aconteceu no tempo em que esteve sequestrada?

— Sim!

— Ótimo. Então vamos começar, conte-nos sobre o dia do sequestro.

— Eu, eu… — A voz da jovem estava fraca e ela olhava para duas mãos o tempo inteiro. Tomou fôlego e tentou retomar a sua fala. —  Minha tia sempre cuidou muito de mim. Ela me ama e tentou me proteger. — A mãe de Beatriz tentou segurar a mão da jovem, mas foi repelida. O fato não passou despercebido para as agentes e a psiquiatra. — Ela lutou para me livrar dos abusos, mas não conseguiu. Ela ficou triste e decepcionada com a justiça e com minha mãe. — Joana que já chorava, ficou ainda mais emotiva ao escutar isso. E disse:

— Eu não sabia de nada, minha filha.

— Pessoal, essa é a hora de Beatriz falar. —  A delegada interveio. A jovem então prosseguiu: — Tia Fran resolveu sair do país, mas ela não conseguiu deixar tudo para trás e começou a me ligar sempre. Eu contava para ela que as coisas não haviam mudado. Ela dizia que não entendia como alguém poderia fazer algo de ruim para os filhos. Minha tia é estéril e não entendia como alguém que tinha a sorte de poder gerar um filho pudesse agir de forma tão monstruosa. Um dia, ela falou que ia me salvar, que estava voltando para o Brasil. Alguns dias depois, ela me abordou, eu estava saindo de casa para ir para a escola, e disse que nós íamos fugir. Não pensei duas vezes e topei, eu queria sair daquele inferno. Depois que as denúncias tinham sido arquivadas, meu pai passou a abusar de mim de fato. Antes ele fazia algumas coisas… —  O rosto da da garota misturava ódio e tristeza, agora, pela primeira vez, algumas lágrimas começavam a aparecer. — Quando ele viu que as denúncias não dariam em nada, ele não tinha mais pudor.. ele… — Ficou em silêncio por alguns segundo, depois retomou a narrativa, mas não tocou mais no assunto do pai. — Então, eu topei fugir com minha tia, mas ela não estava pensando em fugir aquele dia. Ela tinha ido fazer uma visita a minha mãe, avisando que tinha voltado para o país. Mas meu meu pai havia abusado de mim naquela noite, eu contei para ela e disse que queria ir embora naquele momento. Falei também que ela era minha mãe e que eu confiava nela. Acho que isso fez com que ela concordasse comigo. Nós já estávamos saindo, quando ela resolveu deixar as rosas para trás e escrever na fita que as amarrava  “obrigada”.

 

— Porque ela fez isso, Beatriz? —  Foi a detetive quem perguntou.

— Estava agradecendo à minha mãe por ter lhe dado a filha que ela nunca poderia gerar. Quando partimos, ela me disse que ainda não poderíamos sair da cidade e que precisaríamos de fingir o sequestro de outra criança para ninguém desconfiar dela ou achar que eu tivesse apenas fugido. As pessoas precisavam achar que estava morta. — Beatriz agora começou a falar em um tom infantilizado, lágrimas brotavam dos seus olhos. —  Eu achei que era só fingir mesmo, por isso aceitei. Decidimos que faríamos tudo igual ao meu suposto sequestro para parecer que havia um serial agindo na cidade. Tia Fran mudou tanto quando aquela outra criança estava em nosso esconderijo.

 

A jovem colocou o rosto entre as mãos e balançou a cabeça negativamente, parecia sofrer com a lembrança. Dona Joana, começou a passar as mãos em seus cabelos e dizer:

— Calma, meu bebê! Você está salva, aqui ela não pode te machucar.

 

Beatriz não desfez o contato, mas a detetive percebeu que assim que a mãe começou a passar mão no cabelo da jovem, essa enrijeceu o corpo e fechou uma das mãos com tanta força que possivelmente havia ferido a palma da mão com suas unhas. Beatriz retomou a palavra:

 

— Ela parecia que gostava de maltratar a criança. Eu tentei fazê-la parar, mas ela não aceitava. Hoje, eu acho que ela tem duas personalidades. Eu não sei… Não sei mesmo porque não a impedi. Eu acho que porque eu era só uma criança também. Mas eu sei que tia Fran é boa e me ama. Depois de pegar a criança, ela assistia as entrevista dos pais da menina sequestrada e se divertia. Isso durou pouco tempo, acho que ela ficou entediada com tudo aquilo e deu veneno para a criança. Eu implorei para ela não fazer isso, mas ela disse. “Bia, meu bebê, essa é a única forma do seu pai te deixar em paz, achando que você está morta”.

 

Beatriz continuou com essa narrativa de que sua tia tentou salvá-la dos abusos do pai, por mais alguns minutos. E em um dado momento o advogado interveio:

 

— Eu sei que as senhoras não estão acreditando em minha cliente, mas eu tenho certeza que a psiquiatra aqui presente vai concordar comigo que crianças que desenvolveram relação sadomasoquista com seus cuidadores podem desenvolver síndrome de estocolmo em uma situação de violência. E esse foi o caso da minha cliente.

— Estou curiosa, o senhor cursou Psicologia antes ou depois de cursar Direito? — Emily perguntou sarcástica. Ela estava sem paciência alguma com aquele sujeito. Alycia achou graça, mas se conteve.

— Estou apenas transmitindo o parecer de um psiquiatra que contratamos.

— Pois de agora em diante, sugiro que o senhor deixe sua cliente falar, sem se intrometer. Ela está cumprindo um acordo e o senhor está atrapalhando. Voltando, Beatriz, você foi com sua tia descartar o corpo dessa criança.

— Fui. Eu a arrumei. Minha tia só jogou a criança para fora do carro. Eu não queria que os pais a encontrassem naquele estado. Então desci e a arrumei.

— E sua tia?

— Ficou dentro do carro, sem dizer nada. Quando retornei para o veículo, ela arrancou e aos poucos foi voltando ao normal. — Nesse momento, Beatriz fez um movimento com as mãos e Alycia percebeu que estava certa, a jovem apertou a mão com tanta força antes que se feriu.

 

O depoimento foi exaustivo e demorou várias horas. Beatriz sabia muito bem como se fazer de vítima e como por diversas vezes ficou em silêncio, como se tivesse revivendo algum trauma, o que deveria ter durado poucas horas, levou a tarde inteira e não estava nem perto de terminar.

 

Emily decidiu encerrar avisando que retomariam no dia seguinte:

— Por hoje está bem, Beatriz. Amanhã retomaremos, mas antes de sairem, quero a lista dos esconderijos, assim como você prometeu à promotoria.  

— Está aqui. —  O advogado estendeu a folha até a delegada. Essa pegou o papel sem nem mesmo olhar para o lado. Virou para a mãe de Beatriz e disse:

— Dona Joana, com base nesse depoimento,pediremos a prisão preventiva do seu ex-marido por abuso infantil. Esteja preparada para prestar depoimento.

 

Assim que saíram da sala de depoimentos, Emily pediu que Alycia fosse até sua sala Ao entrarem, ambas desabaram nas cadeiras indicando o quanto estavam exaustas com o depoimento.  

 

— Aly, vou pedir um mandado e preciso que sua equipe providencie a prisão do pai de Beatriz. Quero coletar o depoimento desse idiota amanhã pela manhã, antes de falar novamente com Beatriz. E quero parte da equipe virando essa lista de esconderijo do avesso.

— Claro. Farei isso agora.

— Não, espera um pouco. Não tenho pressa. Essa tia já deve estar bem longe daqui. — A loira sabia que estava sendo inconsequente em não começar de imediato uma operação de rastreamento, mas não estava preparada ainda para sair de perto da morena.

— Emily, você percebeu a precisão com que ela inverteu os papéis entre a atuação dela e da tia? — Alycia parecia sentir o mesmo e continuou o assunto.

— Percebi. E a frieza dela?

—  Assustadora, né?! Acho que a única emoção verdadeira que ela sentiu foi ódio dos pais.

— Sim, ela não permitiu que a mãe dela a tocasse.

— Eu percebi isso também. O único momento que deixou isso acontecer, teve que se segurar. Chegou até a machucar a própria mão.

— Eu não vi isso.

— Você estava provocando o advogado quando isso aconteceu.

 

A delegada gargalhou.

 

— Eu não estava provocando ele. Estava apenas fazendo com que ele ficasse no lugar dele. Que homem insuportável!

—  Você não tem jeito. — balançou a cabeça fingindo desaprovação. —  É engraçado, parece que existem várias Emilys dentro de você. A sarcástica é a mais engraçada.

 

A loira piscou e Alycia sorriu para ela. Queria mesmo era dizer que todas “as Emilys” eram lindas e charmosas e a sarcática era a mais sexy de todoas, mas achou melhor mudar de assunto:

 

— Emily, quer jantar comigo hoje? Podemos chamar as meninas também! — Ela estava um pouco receosa, porque não sabia qual era o status do relacionamento delas, apenas que começariam a se conhecer de verdade.

— Humm. Aly, a Helena te contou sobre o assédio que ela sofreu? — Emily achou melhor contar seus planos, antes de responder ao convite.

— Sim!

— Preciso resolver isso hoje, Aly.

— Como assim?

— De certa forma, a culpa também é minha. Ela era uma menina e estava de luto quando tudo começou. Eu deveria ter cuidado dela, deveria ter me mostrado aberta para que ela pudesse me falar qualquer coisa. Ela é como uma irmã e eu falhei com ela.

— Você não tem culpa de nada que aconteceu. — A loira gostou de ouvir isso, sabia que era uma outra indicação de que estava perdoada, mas no fundo sabia que tinha um pouco de culpa pelo que Helena havia passado.

— Isso não é verdade, tenho culpa sim. Mas enfim… eu toquei nesse assunto, porque quero que você saiba que vou resolver isso com as duas hoje. Por isso vou ficar na delegacia um pouco mais. Depois posso ir com Helena para sua casa. Tudo bem para você?

— Você vai conversar com a promotora?

— Sim, mas será aqui e Helena estará presente.

— Tá. —  A morena estava visivelmente incomodada.

— Ei, eu sei que não tenho muito crédito para pedir que confie em mim, mas preciso que confie. Eu estarei aqui e não estaremos sozinhas em momento algum. Por favor, confia em mim!

— Eu confio, Emy. — Estava incomodada, mas sabia que precisa dar um crédito para Emily.— Espero vocês lá em casa, então.

— Claro, pode deixar que eu cuido de arrastar Helena. Elize está lá na assessoria cuidando das demandas de imprensa sobre o caso, você poderia levá-la com você? Acho que se ela encontrar com Menecucci vai ter um assassinato aqui.

—  Eu a levo ela —  A detetive respondeu.

 

Se abraçaram e Alycia foi para sua sala providenciar os pedidos de Emily. Por volta das 18h Alycia mandou uma mensagem dizendo que já estava indo embora e que Elize estava com ela. Falou ainda que sua equipe estava por conta de prender pai de Beatriz e localizar os esconderijos. Não fez menção de passar na sala da delegada. Essa sabia o motivo e achou melhor não comentar sobre isso.

 

Respondeu também com uma mensagem:

— Cuide-se e me avise quando chegar. Nós vemos daqui a a pouco. Um bjo (Confie em mim, minha linda)!

 

Assim que enviou essa mensagem, escutou duas batidas na porta.

— Pode entrar! — Guardou o celular e foi até a porta dar um abraço em sua visitante.

— Ei, Emy! — Helena estava um pouco sem jeito, mas retribuiu o abraço. Em seguida passou a observar a sala. —  Nossa! Entrar nessa sala sempre será um eterno Déjà vu.

— Saudade de ver seu velho por aqui? —  A loira perguntou tentando deixar Helena à vontade.

— Ele está ótimo trabalhando apenas como professor, mas essa sala sempre me lembrará ele.

— Eu imagino, pequena! —  Sorriu para a filha de Furtado que continuava observando a sala e evitando os olhos da delegada.— Lê, senta aqui. — Fez sinal para que Helana sentasse ao seu lado. Ela havia saído do seu lugar oficial e estava sentada em frente à sua mesa, como se fosse uma convidada ali. Havia duas cadeiras dispostas uma ao lado da outra. Emily ponderou que ali talvez fosse o lugar ideal para ter aquela conversa.

 

Helena seguiu a sugestão da loira e finalmente olhou para a Emily. Começou a dizer:

— Emy, quero te pedir desculp...

— Nem ouse. — Emily interrompeu — Eu trouxe Bárbara para as nossas vidas. Eu deveria ter cuidado de você.  

— Não, Em..

— Nada de “Não”. Eu falhei com você Helena, não o contrário. Sabe, hoje quando fui falar com a Aly sobre resolver isso tudo, ela não entendeu muito, respeitou, mas não entendeu. Eu não quis falar muito, mas a verdade é que sei porque você não falou nada comigo antes. Eu venerava Bárbara. Eu sei que você não me contou, pois achava que eu não acreditaria. — Uma lágrima correu pelo rosto de Helena. — E acho que você está certa, eu estava cega de amor. Hoje, fico juntando algumas coisas que aconteceram quando eu estava com ela e tenho certeza que ela me traiu mais de uma vez, mas na época eu não admitiria isso de jeito nenhum. —  A loira pegou a mão de Helena e pediu:

— Você pode me perdoar?

— Emy, eu não tenho que te perdoar por nada. —  Agora ambas estavam emocionadas. —  Eu te amo e fico feliz que tudo isso esteja no passado.

A fala de Helena foi interrompida por duas batidas na porta. Antes de responder, Emily virou para Helena e disse: —  Eu vou fazer algo agora e preciso que confie em mim.

Sem esperar a resposta de Helena olhou para porta e disse: — Entra!

A promotora entrou na sala, para espanto da filha de Furtado. Ela e Helena se entreolharam. Uma não sabia da presença da outra até aquele momento. A promotora foi primeira a quebrar o silêncio.

— Emily, como você teve coragem de ir até o governador e nos expor dessa maneira? Você sempre foi tão discreta! — A promotora tinha uma feição que misturava cansaço e raiva. A delegada, por sua vez, levantou e retomou seu lugar atrás da mesa. Queria passar o máximo de autoridade e distanciamento possível.

— Sente-se promotora Menecucci. — Disse calmamente, apontando para a cadeira ao lado de Helena, que observava tudo calada e sem entender o que Emily estava fazendo.

— Não! O que essa menina está fazendo aqui?

— Como quiser. Então não se sente.  Sabe, promotora, seu erro está sendo pensar que você me conhece. Porque não conhece. A minha ingenuidade em relação a você ficou ao lado da caixinha de aliança que deixei no nosso apartamento quando encontrei você com aquele idiota. E sobre Helena, você está errada em chamá-la de menina, porque ela não é, não mais. Entretanto, quando você começou a assediá-la, ela era.

 

— Porque eu estou aqui? — A promotora tentou agir como se não tivesse escutado a última parte.

— Estou com um impasse e preciso da sua ajuda, por isso você está aqui. É o seguinte, Helena tem todas as mensagens, eu as vi. —  Mentiu. —  Pense comigo, eu sou uma delegada que tomou ciência de um crime de assédio e a vítima tem provas. O que você, como promotora, acha que eu devo fazer?

— Não ouse me ameaçar, Emy!

— Para você é delegada Rios e isso não é uma ameaça. É uma consulta jurídica. —  Olhou nos olhos da promotora e sorriu sarcástica. Helena observava a cena e continuava sem dizer nada. A loira continuou: —  Eu andei pensando nisso, sabe? Tenho algumas possibilidades, por exemplo: posso falar com o pai da vítima, que por sinal é um dos delegados mais respeitados de Belo Horizonte, e deixar que ele leve a filha para prestar queixa; posso orientar a vítima a prestar uma queixa e entrar com uma ordem de restrição. Posso... Ah! Deixa, você não vai querer escutar a lista toda.

— Você enlouqueceu, Emily? —  A promotora estava perturbada.

— Eu? A promotora deveria se olhar no espelho e repetir essa mesma frase. Você está precisando fazer um exame de consciência, Menecucci. E já disse para não  me chamar de Emily, aqui é delegada Rios. Mas voltando ao assunto, eu tive um final de semana muito produtivo, sabe? Conversei com o governador, tirei a Patrícia do meu departamento, conversei com alguns amigos e consegui isso aqui. — Entregou uma folha para a promotora. A mulher ficou pálida e irritadíssima, virou-se para Helena e perguntou:

— Foi você que fez isso, pirralha? Quem você pensa que é?

— Não responda Helena. Menecucci, se você falar com Helena novamente já estará descumprindo a ordem que está em suas mãos e eu terei que te prender. Eu estou com muita vontade de fazer isso, claro, mas gostaria de evitar vexames em meu departamento.

— Você não seria capaz. —  A promotora não reconhecia sua ex-noiva.

— Me teste.— Ao dizer isso, a loira levantou uma das sobrancelhas e deu um meio sorriso. Sentia profundo rancor da promotora e naquele momento era como se estivesse pagando uma dívida com Helena e, ao mesmo tempo, colocando um ponto ponto final em uma fase ruim da sua própria vida. Sua confiança era quase palpável. A promotora já ia sair da sala quando a loira a interrompeu.

—  Ei, calminha aí. Toma. —  Entregou mais duas folhas de papel. —  Como você verá, as mesmas condições se aplicam a mim e a Alycia. Por enquanto, acho que Elize não precisa de um, certo? Mas não me teste, se chegar a perto da minha prima, vou te entregar mais que uma folha de papel a você. Em respeito ao governador, nada disso está público, os documentos estão sob segredo de justiça, ou seja, nem sua equipe nem a minha saberão de nada. Entretanto, eu vou repetir para você o que eu disse para o governador, não tenho pretensões políticas e não me importo de tornar isso público. Agora você pode ir.

— Emy..

— Não quero escutar nada, a ordem já está valendo. Saia daqui.

 

 

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 17 - Capítulo 17 - De frente com as vítimas:
rhina
rhina

Em: 06/03/2018

 

Boa noite Autora 

Éh a delegada enquadrou direitinho sua ex.....

Oh mulherada lindas.

Rhina


Resposta do autor:

Ei, Rhina!
Boa noite! :)
Elas são lindas mesmo, né?!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mascoty
Mascoty

Em: 22/02/2018

uhuhu! Emly é F...ogo! hahhaha! cara Brbara teve o que merece! o Mulher nojenta do caramba! Que vai pra bem longe . Que deixem nossas meninas em paz!

Esse depoimento da Beatriz nao me convenceu! Ela também  tem culpa nessas mortes! Vamos vê se a delegada e a detetive conseguem provar !

beijos

fica na paz

Mascoty


Resposta do autor:

ahahah A Emily é um amorzinho! <3
Esperamos que as agentes consigam colocar Beatriz atrás das grades, ne?! Vamos torcer :)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

mtereza
mtereza

Em: 20/02/2018

Aff essa promotora já deu mais a delegada esta agindo de forma correta e não vai parar até resolver essa situação e  poder seguir em frente com sua morena . Quanto a história muito triste esse caso da Beatriz vítima de abusos do pai e da omissão da mãe e da justiça tb se tornar por conta disso uma sociopata sem limites fria e cruel


Resposta do autor:

Triste mesmo, né?!
Só de pensar que esse tipo  coisa acontece por aí :(
Mas muito obrigada por acompanhar, Mtereza! Um bjo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Val Maria
Val Maria

Em: 19/02/2018

Boa noite autora.

Só posso te dizer: Por favor continua.

 

Adoroooo esse contexto, e essas personagens são perfeitas.

 

 

Beijossss

 

Val Castro


Resposta do autor:

<3 Fico muito feliz que esteja gostando, Val!
Pode deixar que continuarei sim. De dois em dois dias teremos capítulos novos :)
Um bjo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Gi Costa
Gi Costa

Em: 19/02/2018

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Bellla
Bellla

Em: 19/02/2018

Sua estória é perfeita, Pam. 

Parabéns! 


Resposta do autor:

Obrigada, Bella! <3
É muito bom ler seu retorno :)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Tati_ntl
Tati_ntl

Em: 18/02/2018

Fascinada pela história, tudo incrível.
Apaixonada por cada palavra do conto. Quero estar minha singela admiração pela autora, você está de parabéns, a todo momento você transmitiu sentimento ao leitor, eu senti esse sentimento, eu ri, eu chorei. Eu vivi a história.
Sou sua fã número 01, comecei e fui até o último capítulo lendo a história de taõ envolvente que é.

É loucura? Gostaria de conhecer a autora <3 

Apaixonada por tudo!!


Resposta do autor:

Ei, Tati :)

Eu fiquei TÃO feliz com o seu retorno! 

Isso incentiva a gnt a continuar <3 Obrigada pelas palavras carinhosas. 

Eu estou no grupo do Lettera no Facebook :) É esse endereço aqui:

https://www.facebook.com/groups/projeto.lettera/   .

É só me chamar lá :)

Um beijo! 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Andys
Andys

Em: 17/02/2018

Ola autora!

Só assim para manter uma louca a distância!

Lei é lei, pena que ninguém respeita começando pelas próprias  autoridades!

Show da Emily,agora sim paz para o casal da LEI!

O psicopata dissimulada essa Beatriz agora tudo é culpa da TIA! Não é átoa que a detevtive-caramujinho desconfia dela se era SO  para sumir do mapa pq continuou procurando vitimas?

ABS!

 


Resposta do autor:

Ei, Andys!!

Beatriz é um grande mistério, nao

 é? Vamos ver o que ela ainda vai aprontar. :)

Hj tem capítulo novo <3 

Bjo! :) 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mis
Mis

Em: 17/02/2018

Gente, arrasou com essa promotora

Gostando demais

Parabéns


Resposta do autor:

Ei, Mis!
Obrigada e um bjo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

RafinhaS
RafinhaS

Em: 17/02/2018

Que capítulo maravilhoso!!! Qual link para o grupo no Facebook? 


Resposta do autor:

Ei, Rafinha!!
https://www.facebook.com/groups/projeto.lettera/ 

Obrigada pelo carinho :)

Um bjo!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

ik felix
ik felix

Em: 17/02/2018

Nossa a Emily ARRASOU!!! Colocou a promotora no seu devido lugar!

Até o próximo e abraço!


Resposta do autor:

AHAHA sim!
Obrigada pelo carinho de sempr, Ik Felix
:)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web