Capítulo 59
-- Bom dia doutora. -- O segurança cumprimentou prontamente, assim que avistou Samantha adentrar a porta principal do hospital. Raramente fazia aquilo.
-- Bom dia. -- Samantha retribuiu gentilmente.
-- Doutora Cooper?
Samantha ouviu seu nome atrás de si, logo cedo? Pensou já sabendo de quem era aquela voz, então respirou fundo e parou logo encarando a jovem que se aproximava às pressas.
-- É... eu...
-- Seja breve, Isis. -- Pediu séria.
-- Desculpe. -- Pediu embaraçada. Samantha apenas a observava um tanto confusa. Isis mudará rapidamente seu comportamento era praticamente outra pessoa após o incidente de dias atrás. Mas ainda assim, não conseguia acreditar naquele seu lado tímido. -- Só queria agradecer por... você sabe. -- Sorriu fraco. -- Não me demitir... é... Muito obrigada mesmo. -- Completou encarando-a com um leve sorriso.
-- Você já fez isso! -- Lembrou-a. -- Agora eu preciso ir e você ao trabalho. -- Samantha advertiu para logo dá a costa a garota que, ficara a olhando por uns instantes.
Samantha balançou a cabeça em negação deixando aquele momento para trás, literalmente, e logo alcançou seu andar encontrando já em seu posto, como sempre, Sheila. Esta, lhe sorriu assim que viu.
-- Sheila, eu te amo, sabia!? -- Samantha declarou em um sorriso sincero.
-- Ohh... declaração de amor uma hora dessas!? -- Sheila observou em um sorriso admirada. -- Ah que devo a honra de tal manifestação? -- Andou até a morena que riu e a beijou no rosto em cumprimento.
-- Não posso expressar meus sentimentos? -- Samantha questionou já seguindo para sua sala.
-- Pode. -- Sheila sorriu a acompanhando. -- Mas devo advertir que quando faz isso é por que quer algo ou quando a noite foi muito, muito boa. -- Observou fazendo Samantha gargalhar enquanto se jogava na cadeira atrás de sua mesa. -- Mas se bem que, não está dando pra definir qual desses fatos é verídico, aja vista que, você deve trans*r bem todos os dias e noites, é claro, e está me enchendo de trabalho. -- A loira explanou seus argumentos enquanto andava de uma lado a outro da sala.
Samantha apenas ria divertida a escutando, Sheila era simplesmente a Sheila, sorriu.
-- Posso expressar minha defesa?
-- Ah sim, claro. -- Sheila sentou-se rapidamente à frente da mesa da médica. -- Toda ouvidos. -- Afirmou e Samantha riu.
-- Parcialmente culpada. -- Samantha disse rapidamente.
-- Hã!? -- Sheila proferiu em frustração. -- Só isso? -- Indagou. -- Assim não tem nem graça argumentar. -- Sheila cruzou os braços rindo.
-- Você será minha madrinha de casamento. -- Samantha advertiu sem avisos.
-- Ah sim, tudo eu. -- Sheila proferiu sem pensar. -- O quê? -- Praticamente gritou ao se dar conta. -- Para de rir, Samantha. -- Pediu ao vê-la rindo divertida a sua frente.
-- Não sei por que a surpresa. -- Samantha sorriu. -- Aceita?
-- Madrinha? Lógico que sim! -- Sheila afirmou contente.
-- Fico feliz. -- Samantha advertiu sincera. -- Três Madrinhas para cada, você, Su e Alex serão as minhas. Nádia, Carol e Mari da Amanda. -- Samantha confessou.
-- Ai que lindo. -- Sheila falou entre palmas rápidas. -- Amei Sam, obrigada.
-- Obrigada você, por tudo. -- Samantha sorriu.
-- Te amo. -- A loira sorriu.
-- Eu sei que sim. -- Samantha retribuiu.
-- Agora deixa eu trabalhar que a chefe já chegou. -- Sheila disse levantando.
-- Isso ai, ande na linha. -- Samantha advertiu rindo.
-- Já tô entrando em osmose com ela de tanto que ando. -- Sheila falou e logo fechou a porta atrás de si. Samantha apenas riu.
-- Ok. -- Samantha suspirou observando alguns papéis sobre a mesa, precisava assinar antes de seguir para junto dos estagiários.
-- Sam é verdade? -- Alexsandra entrou às pressas e entusiasmada.
-- Alex! -- Samantha assustou-se com a entrada repentina da irmã.
-- Su me disse que vamos ser madrinha do seu casamento. -- A outra morena sentou-se sorridente.
-- Tinha que ser. -- Samantha proferiu em negação. -- Oh quando a história e verdadeira. -- Samantha viu seu celular tocar, era Susan.
-- Sam!? Mil desculpas, mas saiu sem querer, eu juro! -- A voz de Susan soou culpada. -- Alex e eu estávamos conversando e acabei...
-- Su!? -- Samantha riu interrompendo a amiga. -- Ela está aqui me questionando e no momento pulando de curiosidade. -- Samantha observava a irmã.
-- Foi sem querer. -- Susan fez uma voz um tanto tola e Samantha riu.
-- Tudo bem, Su. Vou falar com ela. Beijos.
-- Beijos, meu anjo.
-- Verdade? -- Alexsandra indagou.
-- Bem, já que sabe. -- Samantha a fitou sorrindo. -- Aceita ser minha madrinha de casamento? -- Sorriu.
-- Ah que top maninha! -- Alexsandra disse dando um tapa na mesa. -- Lógico que topo grandona! -- Afirmou com alegria.
-- Fico feliz, Alex. -- A médica disse sincera. -- Embora ache que isso vai me custar certas coisas.
-- Ah que nada, Grandona. Vou me comportar. -- Alexsandra disse cruzando os dedos e os beijando.
-- Haha. -- Samantha proferiu descrente. -- Isso seria divino. -- Completou.
-- Bruta! -- Alexsandra disse e riu.
-- Realista. -- Samantha retrucou também rindo.
-- Vamos ajudar em algo? -- Questionou já empolgada.
-- Provavelmente, mas ainda vou ver com a Amanda.
-- Ah é quem vão ser as da cunhadinha?
-- Carol, Marina e Nádia.
-- Digno. -- Alexsandra observou. -- Agora deixa eu ir que estou atrasada. -- Confessou levantando.
-- Alexsandra! -- Samantha disse numa repreensão calma.
-- Também de amo, fui. -- Alexsandra saiu da mesma forma que entrou. Samantha negou em um sorriso, voltando ao trabalho.
*****
-- Eloá!?
-- Sophia. -- Amanda sorriu ao vê-la.
-- Tudo bem? -- Questionou já abrindo os braços e a abraçando com carinho. -- Desculpa não ter te procurado, esses tempos eu estou numa correria.
-- Entendo. -- Amanda sorriu sincera após separarem do abraço terno delas.
-- E aí como está tudo? Totalmente recuperada? -- Indagou interessada.
-- Sim, a todo vapor. -- Amanda afirmou sincera.
-- Ah que ótimo. -- A outra mulher sorriu. -- Eu fico feliz de verdade por você. -- Assegurou.
-- Eu sei que sim. -- Amanda declarou em um sorriso.
-- O que faz aqui? -- Sophia indagou curiosa.
-- Papeladas de Casamento. -- Amanda liberou um sorriso deslumbrante.
-- Aii minha nossa! -- Sophia proferiu surpresa e feliz. -- Que maravilha de notícia, Eloá. Meus Parabéns. -- Desejou contente.
-- Obrigada...
-- Quando vai ser?
-- Daqui a três meses. -- Amanda revelou.
-- E já veio logo reservar sua data. -- Sophia constatou sorrindo.
-- Com certeza. -- Amanda advertiu ansiosa. -- E aproveitando a sorte de te ver aqui. -- Amanda disse pegando sua agenda. -- Endereço completo. -- Avisou passando-a para Sophia.
-- Pra já. -- Sophia sorriu anotando ao pedido. -- Ai nossa, nem acredito. -- Riu. -- Há um ano se alguém me dissesse que eu assistiria você casando com outra mulher eu chamaria de doido e meteria tapas nessa pessoa. -- Confessou realmente admirada de como era a vida. Amanda riu entendendo perfeitamente o raciocínio da mulher a sua frente. -- Prontinho, contatos também anotado. -- Sorriu.
-- Perfeito. -- Sorriu pegando a agenda e a guardando.
-- Estou feliz por você, mesmo! -- Advertiu novamente. -- E de novo, me perdoe por tudo que...
-- Sophia, não precisa! -- Amanda a interrompeu. -- Aconteceu e de alguma forma por mais estranha que foi, foi o melhor, então, não se desculpe mais, já perdoei e já passou. -- Amanda explicou calma e sincera.
-- Obrigada. -- Sorriu a fitando por uns instantes. -- Preciso ir.
-- Ah claro. -- Amanda disse abrindo os braços e a puxando para um abraço de despedida.
-- Até qualquer dia... Ah Espero meu convite. -- Sophia disse já se afastando.
-- Vai receber e vê se não some. -- Amanda advertiu e ela concordou.
Posteriormente, ao resolver tudo que tinha se disponibilizado a resolver aquela manhã, Amanda decidiu fazer uma surpresinha a sua noiva e contar a novidade... Sorriu, retirando os óculos escuros assim que a porta do elevador abriu a sua frente.
-- Oi, oi.
-- Amanda!? -- Sheila sorriu ao avista-la. -- Que surpresa boa. -- Rodeou o balcão e a recebendo com um beijo e um abraço.
-- Resolvi dá uma passadinha por aqui. -- Amanda confessou em um sorriso. -- Como vão as coisas?
-- Tudo bem, não posso reclamar. -- Sheila confessou em um sorriso. -- E o casamento? Sam falou que você iria ao cartório.
-- Tudo resolvido, data definida graças à Deus, só falta alguns detalhes. -- Amanda disse deslumbrada.
-- Não brinca!? Que ótimo Amanda. -- Sheila proferiu em um sorriso alegre.
-- Sam deixou a meu critério. -- Sorriu.
-- Ah tenho certeza que será ótimo. -- A loira afirmou.
-- Vai sim... Onde se encontra a minha noiva? -- Amanda perguntou em um sorriso.
-- Está com os estagiários. Mas pelo horário já deve estar os liberando. -- Sheila falou após ver a hora. -- Só um minuto. -- A loira pediu ao ouvir o telefone tocar. -- Pronto...
-- Cunhadinha. -- Alexsandra chamou a atenção de Amanda que sorriu ao avistar a mastologista.
-- Alex. -- Disse retribuindo o abraço e o beijo da cunhada. -- E aí loira. -- Sorriu em cumprimento de Sheila.
-- Estou indo. -- Sheila falou desligando o telefone. -- Que bom que está aqui. -- Falou para Alexsandra. -- Cuida da sua cunhada. -- Sorriu. -- Amanda preciso resolver uma coisa. -- Avisou e saiu.
-- Então, se está à procura da noiva é por aqui. -- Alexsandra disse fazendo um gesto para Amanda seguir na frente.
Amanda sorriu e a atendeu logo sendo acompanhada pela morena. -- Sam me contou que vou ser madrinha, vai ser irado. -- Alexsandra confessou acalorada. -- Quer dizer vai ser lindo. -- Falou de forma contida e comportada e Amanda riu do jeito dela.
-- Serão três pra cada uma, as meninas também estão bem animadas. -- Amanda revelou.
-- Eu imagino. -- Alexsandra advertiu. -- Logo você será da família. -- Observou. – Bom, você já faz parte da família. Quero dizer que será oficial de papel e tudo... Ah você entendeu! -- Alexsandra disse estendendo a mão Amanda entendeu e bateu a sua mão na da cunhada e riram. -- E a minha Samantinha mirim? -- Alexsandra questionou.
-- Quase saindo da escola a essa hora. -- Amanda avisou.
-- Ah é... tô com saudade dela. -- Alexsandra confessou em um sorriso sincero. -- Quando a Sam disse que faria a inseminação foi uma surpresa e também uma alegria e quando Agatha nasceu então... era uma fofura só, todos mimando e a Sam atrás brigando para pararmos de estragar a filha dela. -- Lembrou rindo e fazendo Amanda rir em imaginação, entendia bem aquela situação. -- Até hoje é assim, teremos mais trabalho porque agora ela tem duas mães pra ficar no pé. -- Observou e Amanda riu com vontade. -- Mas não é? -- Indagou rindo. -- O que também é ruim pra ela, já que, também terá duas vigias agora. -- Acrescentou. -- Adeus traquinagens infantis ou de adolescentes, adeus namoro. -- Falava enquanto com as mãos dramatizava o que falava. -- Ai tadinha da minha sobrinha. -- Pôs a mão no peito. -- Acho que vou ajuda-la nisso. -- Confessou fazendo expressão compadecida.
Amanda apenas ria da cunhada. -- Ai Alex só você mesmo. -- Falou. -- Mas agora sério. -- Amanda advertiu a olhando. -- Comporte-se com minha filha, seja um exemplo e não a tia que compartilha as traquinagem da vida, principalmente as de namoro cedo, não mesmo. -- Completou séria.
-- Tá bom. Era só uma brincadeira. -- Alexsandra disse sorrindo.
-- Ótimo! -- Amanda disse séria e depois sorriu.
-- Pelo visto ela vai ter trabalho com vocês duas. -- Constatou.
-- Alex! -- Amanda protestou rindo. -- Lógico que sei que elas vão namorar e tudo mais, mas pra tudo tem seu tempo e a Agatha é um bebê ainda. -- Amanda disse e suspirou lembrando de Natelly. -- Já me basta a Naty envolvida em um namoro complicado demais pra meu gosto. -- Disse em chateação e preocupação.
-- Por quê? -- Alexsandra questionou curiosa.
-- Uma história longa. -- Informou. -- Em resumo ela está de namoro com um cara bem mais velho que ela e pra variar esse cara foi e ainda é suspeito de ter participado da tentativa de sequestro dela quando criança. -- Falou.
-- Puta que pariu... Desculpa. -- Alexsandra pediu e riu. -- Mas é que é uma treta das grande. -- Explicou.
-- Nem me diga. -- Amanda proferiu em acordo.
-- Mais que surpresa excelente. -- Samantha sorriu ao sair da sala e avistar Amanda, a beijou nos lábios rapidamente.
-- Entregue. -- Alexsandra sorriu as olhando. -- Minha namorada? -- Questionou olhando em direção à porta por onde já saia alguns estagiários.
-- Está à espera dos relatórios dos demais. -- Advertiu.
-- Não escraviza minha menina não, doutora. -- Alexsandra advertiu e a irmã riu.
-- Até amanhã, Doutora. -- Alguns jovens lhe sorriam em despedida.
-- Até. -- Samantha proferiu sem mais atitudes. Em seguida fitou Amanda e o sorriso foi instantâneo. -- Que bom que veio. -- Falou e Amanda sorriu feliz.
-- Uma surpresa e aproveito pra irmos juntas. -- Sorriu.
-- Já quer ir?
-- A hora que você quiser. -- Amanda afirmou e ganhou mais um selinho.
-- Oh melação. -- Alexandra observou.
-- Até parece que tu é diferente. -- Samantha falou rindo.
-- Alê. -- Laila sorriu vendo a namorada.
-- Olha ela aí. -- Samantha sorriu.
Alexsandra sorriu abrindo o braço a recebendo a seu lado, logo lhe beijando os lábios, foi um selinho roubado.
Laila sorriu olhando Amanda e Samantha um pouco tímida. -- Aqui Doutora. -- Entregou os relatórios. -- Oi, Amanda. -- Sorriu.
-- Obrigada Laila. -- Samantha agradeceu os pegando.
-- Tudo bem, linda? -- Amanda proferiu agradável.
-- Amor só vou deixar isso na minha sala e podemos ir. -- Samantha disse a ela.
-- Tudo bem. -- Amanda concordou. -- Tchau.
-- Tchau cunhadinha. -- Alexsandra falou enquanto Laila apenas deu tchau. -- Como foi a aula? -- Questionou a olhando com um sorriso terno, passando a caminharem calmamente.
-- Foi um máximo, Alê. -- Laila disse com prazer. -- Samantha é excelente, mas estou louca é pra pôr a mão na massa mesmo, entende? Quero ajudar as pessoas, ser mais útil em cada caso, aprender mais. -- Descrevia com um brilho nos olhos. -- Eu sei que essa primeira parte é necessária, mas estou ansiosa. -- Confessou. -- Eu falo demais, né? -- Riu.
-- É... sim. -- Alexsandra confirmou rindo e ganhou um leve tapa da namorada, que parou ficando de costa para ela. -- Mas eu amo... -- A mastologista afirmou a abraçando por trás e a beijando o rosto, a fez virar. -- Eu acho lindo o modo como você fala da sua profissão. -- Informou lhe fazendo um carinho no rosto a olhando com sinceridade e amor. -- Fala com tanta motivação e paixão de como quer ajudar as pessoas, de como quer aprender e aprender... Eu admiro tanto você, meu amor. -- Sorriu e de repente sentiu o corpo menor encaixar no seu em um abraço.
-- Obrigada, Alê... Te amo. -- Sorriu olhando Alexsandra que, retribuía aquele amor da mesma forma. -- Aqui não, amor. -- Laila a deteu ao notar que a morena a beijaria, e sabia que se deixasse, não resistiria.
-- Tudo bem. -- Alexsandra sorriu compreensiva. -- Assim pode? -- Sorriu pondo o braço sobre o ombro de Laila.
-- Eu deixo. -- Laila articulou levando sua mão direita e encaixando na dela em seu ombro. Alexsandra sorriu e elas voltaram a seguir em direção ao elevador mais próximo. A mais velha sabia que a namorada não gostava de beijos mais acalorados dentro no hospital, pelo menos não em público, ali era o único local onde Laila a moderava com as intimidades.
Estavam no elevador, e junto havia mais um enfermeiro.
-- Já que não posso te beijar, posso te levar a Universidade? -- Alexsandra indagou ao pé do ouvido de Laila, que não pode deixar de reagir aquilo, mesmo sem querer.
-- Olha, ela está aprendendo. -- Laila sorriu orgulhosa. Alexsandra sempre tinha a mania de tomar decisões por ela e não gostava daquilo.
-- Você reclama tanto que não tem como não aprender. -- Alexsandra avisou sincera.
-- Reclamo mesmo. -- Laila afirmou rindo.
A porta metálica do transporte se abriu e elas se viram no andar da sala de Alexsandra.
-- Só vou tirar isso e pegar a chave do carro. -- Alexsandra avisou.
-- Temos tempo, Alê, aula só a partir do terceiro horário. -- Laila lembrou.
-- Ah é? -- Alexsandra parou a olhando com um sorriso radiante. -- Então, queira entrar, senhorita Pacheco. -- A morena proferiu elegante ao abrir a porta de sua sala.
Laila sorriu, sabia que a namorada estava elaborando alguma coisa por trás daquele sorriso farto e gesto galanteador, podia imaginar o que ela queria, o beijo negado. Parte de si lhe dizia que precisava ser prudente e outra parte adorava aquilo.
Alexsandra fechou a porta atrás de si, puxou a namorada já levando sua boca aonde ela mais queria estar, saboreando os lábios da outra mulher, que sem alguma razão em especifico a conquistara e a fazia perder qualquer senso de raciocínio quando o único desejo era beijá-la, tocá-la, amá-la.
-- Alê... -- Laila disse sentindo-a apertar sua cintura com mãos inquietas enquanto lhe beija o pescoço. -- Espera, para. -- Disse afastando a morena ao sentir aos mãos dela subir por dentro de sua blusa. -- Desculpa... -- Pediu ao ver a cara confusa da namorada. -- É que não me sinto à vontade em fazer isso aqui. -- Confessou a fitando com pesar.
-- Tudo bem, você tem razão. -- Alexsandra a abraçou e lhe beijou o topo da cabeça, sabia que estava avançando rápido demais. -- Me desculpa, tá bom. -- Sorriu em pedido a fitando.
-- Me desculpe.
-- Shiii... Chega de desculpas. -- Anunciou. -- Que tal almoçar comigo? -- Propôs.
-- Adoraria. -- Laila sorriu.
-- Ótimo. Mas antes... Um beijinho? -- Alexsandra sorriu. -- Vou me comportar. -- Acrescentou.
-- Pode.
-- Ebaaa... -- Alexsandra proferiu baixinho e Laila riu, em instantes sentiu os lábios suaves tocarem os seus, abriu levemente permitindo-os mais intimidade e liberdade em um beijo que era calmo e apaixonante. -- Viu? -- A morena proferiu ao separarem do beijo, em seguida mais um selinho. -- Vamos?
-- Melhor. -- Laila concordou e elas saíram em uma conversa tranquila.
-- Mademoiselle. -- Alexsandra disse abrindo a porta do carro para a namorada. Laila sempre achava aquele ato um mimo e uma graça por parte da morena.
-- Ain! Desse carro que eu quero. -- Laila apontou em um sorriso encantado admirando o veículo entrar no estacionamento e passar por elas.
-- Jura? -- Alexsandra a fitou rindo sem crer.
-- Não é lindo, Alê!? -- Disse virando-se no banco para continuar observando o carro até não poder mais vê-lo. -- Assim que eu puder vou ter um desses. -- Afirmou encarando a namorada com um sorriso confiante.
-- Tá de brincadeira? -- Alexsandra questionou rindo.
-- Claro que não. -- Falou sincera.
-- Amor aquilo é um fusca. -- Alexsandra advertiu um tanto indignada com o gosto peculiar de Laila.
-- É nada!
-- É sim! -- Alexsandra insistiu revezando entre olha- lá de forma contrariada e manter atenção no trânsito.
-- Pode até lembrar. Mas não é um fusca, é bem mais moderno.
-- Dá no mesmo! -- Deu de ombros. -- Isso sem contar de que eu não caibo naquele jabuti. -- Observou e Laila riu.
-- Tai uma das vantagens de ser pequena. -- Sorriu em vanglorio. -- Pra mim é perfeito. -- Afirmou.
-- E onde é que eu fico nessa história? -- Questionou insatisfeita. -- O meu carro por exemplo, é amplo oh. -- Disse gesticulando em demonstração. -- Cabe eu e minha namorada bem confortáveis. -- Argumentou. -- Aquela tartaruguinha em forma de fusca, não amor. -- Fez uma cara feia, sinceramente não era seu estilo de carro, não o achava feio, só achava antiquado demais.
-- Não é jabuti nem tartaruguinha. -- Advertiu. -- É um new beetle bem moderno e sem contar que é lindo e eu vou ter um daqueles. -- Afirmou verdadeiramente convencida. -- Na cor rosa. -- Completou para ouvir Alexsandra cair na gargalhada.
-- Agora tu tá zuando, né? -- Indagou ainda a olhando rindo por um momento. -- Até aceito me espremer num carro daqueles, mas, por favor, que seja uma cor mais sobrea e não o carro da Barbie.
-- E quem disse que você vai se espremer no meeuu carro? -- Inquiriu a olhando. -- Pode ficar por aqui mesmo com o seeuu carro espaçoso, oh. -- Gesticulou os braços em demonstração do interior do carro, em seguida os cruzou voltando a encara o trânsito à frente.
-- Não vai me levar pra dá uma voltinha no seu carrinho pocket, amor? -- Alexsandra questionou a olhando sorrindo, fez um bico o fazendo tremer triste e Laila até tentou conter o riso, porém à cara da outra a fez explodir em uma gargalhada.
-- Olha pra frente! -- Laila ordenou ainda rindo.
-- Estou olhando. -- Ria. -- Sério, não vai ser rosa não, né? -- Inquiriu a olhando um instante. Estava realmente preocupada com aquilo.
-- E por que não seria?
-- Laila, amor, você fica uma delícia de lingerie rosa. -- Confessou a fitando com um sorrisinho cínico. -- Mas num pocket rosa, não... Se bem que... -- Notou a olhando, mordeu o lábio inferior enquanto pensava. -- Combinando os dois, uii... posso até me vestir de mecânica. -- Piscou
-- Alê! -- Repreendeu-a. -- Sa-fa-da. -- Laila disse cada sílaba dando um tapa na coxa da namorada.
-- Ei. Ei. Estou dirigindo. -- Advertiu rindo e voltando a olhar a estrada. -- Então, vai pensar na ideia? -- Quebrou o breve silêncio.
-- Não! -- Laila negou veementemente e riu sem deixar de pensar na ideia, sentiu as bochechas arderem, estava vermelha, sabia.
-- Está pensando, eu sei. -- Alexsandra disse notando a timidez da namorada.
-- Meu Deus, Alê... -- Disse rindo e passando as mãos no rosto. -- Quer parar? -- A fitou tentando manter a seriedade, sem sucesso.
-- Querer, querer... -- Disse meneando a cabeça.
-- Alexsandra! -- Advertiu.
-- Parei. -- Falou. -- Mas foi tudo culpa do pocket. -- Completou.
Laila apenas riu em negação, olhando pela janela, elas estavam chegando no restaurante que costumavam ir.
* * * *
-- Oi. Boa tarde, sejam bem vindas. -- Uma mulher simpática falou assim que viu Amanda e Samantha adentraram a recepção do escritório. -- Posso ajudá-las?
-- Sim, meu nome e Amanda, essa é Samantha, minha noiva, temos horário.
-- Ah claro, o casal das 15h. -- Sorriu em simpatia. -- Sentem-se, em instante a Carmen vai atendê-las. -- A secretaria da organizadora de eventos disse gentilmente. -- Estão servidas em algo?
-- Ah não, obrigada. -- Ambas disseram educadas enquanto sentavam.
-- Oh! Doutora Cooper? -- Carmen surgiu vendo Samantha, que, se pôs de pé assim como, Amanda. -- Que prazer em revê-la. -- Sorriu estendendo a mão para a morena.
-- Como vai? -- Samantha sorriu a cumprimentando.
-- Oi, muito prazer. -- Ela disse agora dando atenção para Amanda. -- Carmen. -- Sorriu.
-- Amanda, prazer. -- Amanda disse.
-- Mas a que devo a honra? -- Carmen Sorriu olhando Samantha.
-- O casal das 15h, Carmen. -- A secretaria avisou.
-- Sério? -- Sorriu surpresa e contente. -- Mais Maravilha. -- Advertiu sincera. -- Venham, vamos ficar mais à vontade. -- Chamou as fazendo entrar na outra sala grande e moderna. -- Sentem-se, por favor. -- Indicou rodeando a mesa, sentando e ficando à frente delas. -- Jamais imaginei que você era uma das noivas. -- Confessou olhando Samantha que, sorriu. -- Deixe-me vê-las. -- Falou avaliando Samantha e Amanda olhando de uma para a outra.
Amanda sorriu um tanto tímida, olhou Samantha que também a fitou da mesma forma, em seguida ambas buscaram a outra mulher que sorria as olhando.
-- Lindas! -- Carmen declarou sorrindo. -- Amanda, querida, conheço sua noiva por meio de poucos encontros quando fui responsável em organizar o casamento do irmão dela e depois o da amiga. -- Explicou de forma resumida.
-- É, eu sei, é por isso que estamos aqui. -- Amanda confessou.
-- Estão no lugar certo. -- Carmen advertiu em um sorriso. -- Me digam, o que idealizam para esse momento especial de vocês? -- Indagou.
-- Posso? -- Amanda olhou Samantha.
-- Por favor. -- A médica sorriu.
-- Certo. Vai ser algo mais íntimo. -- Amanda começou mantendo um sorriso vivo nos lábios.
-- Ah sim, entendo, claro. -- A mulher disse com sinceridade, e sorriu passando a ouvir com atenção tudo o que as noivas falavam. Amanda não escondia sua animação, Samantha também estava animada, claro, mas ao contrário da namorada, estava mais contida.
* * * * *
-- Ótimo, Marcela. -- A mulher de aparência experiente e bem cuidada sorriu em sincera alegria.
-- Bom, no quesito profissional está realmente, ótimo. -- Marcela sorriu. Estava deitada em um enorme sofá, as pernas estavam cruzadas enquanto mantinha ambas as mãos entrelaçadas sobre o abdômen. Olhou a psicóloga sentada em uma poltrona a sua frente.
-- Mas... -- A psicóloga notou um incômodo na jovem mulher.
-- Mas no quesito pessoal, não. -- Confessou suspirando e voltando a encarar o teto branco da sala.
-- Quando diz isso, você se refere apenas aos seus sentimentos ou de modo geral? -- Marcela ouviu a mulher lhe questionar calma.
-- Ah, não sei. -- Respondeu sentando-se e passando a encarar um canto qualquer.
-- Tente dizer o que sente nesse exato momento. -- A outra pediu.
-- Medo. -- Marcela confessou olhando-a com nítida angústia.
-- Fale sobre ele. -- Pediu.
-- Não consigo. -- Falou. -- Não sei. -- Insistiu.
-- Sim, você sabe. -- Ela advertiu calma. -- O seu medo começa aí. -- Observou a olhando firme, mas serena. -- Por mentir sobre seus medos para si mesmo. Por se enganar dizendo que não entende o que está sentindo, querendo se fazer forte de uma hora pra outra do modo errado.
-- Você não me conhece, tá bom!? -- Marcela se irritou falando em um tom mais alto. -- Desculpa. -- Pediu ao se dar conta, olhando-a arrependida.
-- Raiva... Isso é bom. -- A médica sorriu de canto. -- Coloque isso para fora.
-- Quê? -- Marcela indagou sem entender.
-- Marcela para de se fazer de forte o tempo inteiro. Não precisa ser assim sempre, não comigo e muito menos consigo mesmo. -- A médica a olhou com certa doçura no olhar. -- Principalmente quando essa armadura for o medo e a raiva, isso é o modo errado fazendo de sua armadura uma fortaleza frágil... Tem razão, eu não te conheço bem, mas sei o suficiente. -- Deu uma pausa a olhando fixamente nos olhos. -- Você cresceu sendo obrigada a ir se fechando em seu próprio mundo, com suas próprias regras, desrespeitando as dos outros. E quando finalmente foi libertada desse casulo que criou em volta de si se deparou com um mundo diferente do qual estava habituada, do qual só lidava à seu modo. E tudo, absolutamente, tudo, recaiu sobre você desfazendo suas regras, suas ideologias, sua armadura de mentiras. -- A mulher falou claramente, mas calmamente. Marcela apenas fitava agora o chão em silêncio. -- Seus reais sentimentos afloraram de uma só vez, fora como se aquela nuvem negra de raiva, omissão e indiferença que você tinha criado se esvaiu ao sentir a clareza da realidade. Finalmente se dera conta do que havia feito com quem te amava e principalmente com você mesmo. Causando em você um sofrimento por não poder mudar seu passado, e consequentemente um eventual futuro ao avaliar o que tinha perdido por indiferença própria. Sentir raiva de si mesmo não vai te ajudar a mudar as coisas, pelo contrário... -- Ela parou ao escutar um soluço da mulher a sua frente.
Marcela levou as mãos ao rosto e soltou um choro abafado, a psicóloga narrara absolutamente tudo que ela sentia. Por um instante a médica ficou sem ação, em seguida descruzou as pernas e retirou o óculos de grau o pondo na mesinha ao lado do sofá junto com uma pequena prancheta, voltou a observar Marcela, sentiu-se levemente culpada por vê-la chorar compulsivamente devido a suas palavras. Porém, era para o bem dela. E quebrando mais uma regra estabelecida entre elas, levantou e sentou-se ao lado da jovem, levou a mão até os cabelos loiros de Marcela e acariciou em silêncio. Marcela se retesou com aquele toque inesperado, não estava acostumada com aquele tipo de contato naquela situação, ainda mais vindo da pessoa a seu lado, era estranho ter o carinho de alguém, mas verdadeiramente bom, como tudo que ela já lhe proporcionara naqueles pouquíssimos meses.
-- Não tenha medo. -- A mulher mais velha falou suave levando sua outra mão até a coxa direita de Marcela também em um carinho. -- Apenas chore. -- Avisou e foi o que Marcela fez...
-- Eu tenho medo que não seja boa o suficiente pra alguém, tenho medo de sofrer, tenho medo de voltar ao que era antes. -- Marcela finalmente confessou após chorar por um tempo. Encarou a mulher a seu lado. E esta pode ver os olhos vermelhos, assim como, o rosto vermelho e inchado de Marcela. -- Você sabe como eu era antes, e não quero isso de novo. -- Confessou sincera.
A mulher sorriu leve.
-- Querida, pare com isso, lógico que vai ter pessoas que gostam e que vão gostar de você. -- Avisou a olhando. -- E quanto a voltar o que era, você quer isso?
-- Não! -- Marcela negou de imediato.
-- Ótimo. -- Sorriu. -- É tudo que precisa para ser diferente, o resto com calma se ajeita. Deu mais um passo importante hoje, meu bem. -- Avisou feliz. -- Tem pessoas que gostam de você, acredite. -- Afirmou sincera.
-- A Samantha não gosta mais. -- Marcela lembrou com certo pesar.
-- Você ainda a ama? -- Indagou vendo Marcela mexer com o dedo no sofá entretida.
-- Sim. -- Falou do mesmo modo.
-- Tem certeza? -- Insistiu.
-- Aram. -- Falou a olhando. -- É estranho falar isso pra você sabia? -- Marcela advertiu encarando a senhora de rosto doce.
-- Por quê?
-- Ah sei lá... você é uma estranha.
-- Nem tanto. -- A médica advertiu.
-- Mesmo assim, eu te falei coisas da minha vida que nunca falei pra ninguém, então é estranho. -- Persistiu.
-- Me fale sobre ela?
-- Sam? -- Questionou.
-- Por que a ama? -- A psicóloga indagou encarando a loira de forma marota.
-- Samantha é linda. -- Sorriu desviando o rosto do olhar daquela pessoa a seu lado. -- Me dedicou cuidados. -- Continuou, sabia que tinha a atenção dela. -- Me deu presentes, me deu carinho e atenção quando podia, me tratava bem mesmo quando não merecia. Me fazia bem, me dava conselhos, era chata às vezes, mas era bom. -- Lembrou rindo. -- E eu não soube aproveitar isso, pelo contrário, estraguei tudo mais rápido ainda. -- Notou entristecendo-se. -- Ela gostava de mim, e eu gostava dela, mesmo sem dá o devido valor... Agora ela ama outra pessoa. -- Também lembrou o devido fato.
-- E Marina? -- Indagou atraindo um olhar confuso de Marcela. -- Vai, diga o que sente por ela.
-- Ah... Marina é diferente, uma mulher linda também. -- Sorriu em reação. -- Me ouvi, não me julga, me faz rir, é sempre educada, engraçada e inteligente, me faz bem, é gostoso conversar com ela. Tanto que sinto falta quando não conversamos. Não sei como, mas ela me deixa leve, me faz sentir que sou capaz e o melhor de tudo é que ela me entende. -- Falou sincera olhando a médica que sorriu em recepção.
-- Repete o que disse sobre, Samantha.
-- Pra quê? -- Marcela estranhou.
-- Repita.
-- Ah ela me fazia bem, era carinhosa, chata, mas cuidadosa.... Ah já disse. -- Avisou.
-- Tudo bem, agora repita o que disse sobre Marina.
-- Tá curtindo com minha cara? -- Questionou um tanto aborrecida.
A mulher sorriu. -- Diga apenas uma frase sobre ela.
-- Ela me faz bem. -- Falou sincera e sorriu.
-- Notou como tratou ambas as mulheres? -- Sorriu a olhando.
-- Bem? -- Marcela observou confusa.
-- Também, mas o principal é que conjugou o verbo no tempo certo, querida. -- Sorriu a olhando.
-- O quê? Mas que verbo? -- Marcela fechou o semblante.
-- Você tratou Samantha como seu passado e Marina como sendo o seu presente. -- Explicou calma. -- Exatamente o que elas são... “Samantha me fazia bem. Marina me faz bem”. Realmente quer ficar presa no passado? Sofrendo pelo que perdeu? Pelo que devia ter feito ou deixado de fazer? -- Questionou. -- Está mais que na hora de rever os sentimentos que diz ter por ambas as mulheres. Se perder tempo demais mentindo para si mesmo vai perder novamente a chance de ser feliz e de fato fazer a coisa certa dessa vez. -- A fitava nos olhos. -- Ama mesmo Samantha? Ou ama somente a sensação de prazer que tem ao saber que a amou de verdade no passado?
Marcela encarou o chão em silêncio, aquela pergunta lhe fazia refletir sobre tantas coisas, será que ela estava errada quanto ao que sentia pela morena. Uma coisa era certa, Samantha lhe era um passado cada vez mais distante e um futuro completamente inexistente. Embora às vezes lembrasse dela, os sentimentos eram cada vez mais diferentes e somente agora se dava conta disso. Ao contrário de Marina que, estava cada vez mais ganhando espaço em sua mente, nos seus dias e rotina, em sua vida, sorriu, não tinha como negar, a mulher de cabelo repicado já lhe era bastante especial.
-- Pensava em quem? -- A mulher mais velha perguntou ao notar o sorriso de Marcela.
-- Nas duas. -- Marcela a fitou respondendo.
-- Quando sorriu. -- Foi mais clara. Marcela apenas sorriu ao perceber aonde sua psicóloga queria chegar. -- Foi o que pensei. -- Advertiu e carinhosamente levou o dedo indicador ao nariz de Marcela em um toque inusitado, em seguida levantou-se caminhando de volta até sua poltrona. -- Continuemos dessa parte. -- Sorriu colocando os óculos e cruzando as pernas retomando a postura mais profissional. -- Já relaxou?
-- Sim. -- Marcela sorriu surpresa.
-- Ótimo, fico feliz por saber disso.
-- Ue. É seu trabalho e estou pagando não estou!? -- Sorriu prepotente.
-- Já vi que está mesmo bem. -- Falou. -- E por falar em pagar, foi você quem insistiu. -- A lembrou. -- E seu horário está acabando. -- Sorriu apontando o relógio.
Marcela fitou o objeto apontado pela mulher, faltavam apenas cinco minutos para o final daquela sessão.
-- Posso te ligar no meio da madrugada se me sentir confusa e quiser conversar? --Marcela tentou uma brincadeira, era divertido.
-- Com certeza, não.
-- Vai me dizer sua idade? -- Marcela sempre a questionava sobre isso, mas sabia que ela negaria.
-- Negativo. -- A doutora advertiu e Marcela gargalhou.
-- É das mulheres que tem vergonha de dizer a idade?
-- Não. -- Negou da mesma forma das anteriores com um sorriso leve nos lábios.
-- Vejamos. -- Marcela pôs-se a analisar a mulher a sua frente. -- Trabalha por uns 30 a 35 anos, então deve ter se formado com uns 22. -- Analisou. -- 55 -- Apontou com o indicador na direção dela. -- Não tem cara de que tem mais que isso, não mesmo. -- Falou sincera.
-- Oh obrigada. -- A senhora sorriu. -- Seu horário terminou. -- Advertiu em um sorriso vencedor.
-- Então, tá. -- Marcela disse levantando e pegando sua bolsa.
-- Diga a minha amiga que mando um beijo. -- A psicóloga pediu.
-- Perfeitamente doutora. -- Marcela sorriu e saiu. Como de costume fitou a recepção, sorriu sem deixar de pensar em como o mundo era inusitado, senão irônico. Nunca pensou que algum dia pudesse confiar tanto em alguém, principalmente naquela mulher que cotidianamente a aguardava paciente lendo uma revista. As marcas naturais da idade dela não afetava quase nada em sua beleza, os cabelos pretos e lisos iam até a altura dos ombros em corte moderno que lhe dava um aspecto jovem, sempre observava isso, Marcela caminhou até ela.
-- Ah querida, você está ai. -- A senhora disse já levantado ao vê-la.
Marcela apenas sorriu lhe estendendo a mão cordialmente aceita.
-- Chorou de novo... -- A mulher mais velha notou.
-- Ah meu Deus, tinha esquecido. -- Marcela disse passando as mãos sobre o rosto. -- Estou toda borrada, tenho que retocar a maquiagem. -- Lembrou abrindo sua bolsa e pegando sua carteira, continha um espelho.
-- Ah quanto drama, você é linda sem esses troços coloridos. -- Advertiu rindo do pequeno drama da jovem.
-- Os idosos sempre acham os mais novos lindos, pensam que ainda estamos na mesma época que vocês, sem essas belezinhas aqui pra ajudar. -- Marcela declarou mostrando blush e passando a se olhar no espelho. A senhora apenas sorriu a observando com ternura, ambas haviam aprendido a lidar uma com a outra. -- Prontinho. -- Anunciou. -- Agora está bem melhor, não acha? -- Sorriu.
-- Não sei. -- Deu de ombros. -- Nós idosos não entendemos sobre essas belezinhas ai. -- Disse demonstrando desinteresse.
-- Isso foi bem irônico, sabia? -- Marcela pronunciou contrariada.
-- Está linda, querida. -- A senhora sorriu verdadeira. -- Agora vamos. -- Disse tomando a frente, Marcela sorriu e a acompanhou, posicionando a seu lado como de costume.
-- Sua amiga te mandou um beijo. -- A loira lembrou.
-- É claro, obrigada. -- A mais velha sorriu. -- Foi difícil hoje? -- A olhou serena.
-- Um pouco... -- A empresaria suspirou. -- Mas foi bom. -- Confessou em um sorriso leve. -- Como a senhora mesmo falou, ela é ótima e me ajuda, assim como você. -- Marcela parou olhando-a com gratidão. -- Obrigada.
-- Por nada, querida. -- Sorriu levando a mão ao rosto de Marcela.
-- Bom. -- Marcela sorriu desfazendo o contato, ainda era estranho ter todo aquele carinho daquela mulher, ou de qualquer outra pessoa. -- Já quer ir ou podemos tomar um café? -- Questionou.
-- Um chá. -- Advertiu já tomando a direção.
-- Ahh. – Marcela bufou em agonia. -- Velhos! -- Constatou a seguindo
-- Ei mocinha, da próxima vez que falar isso levará tapas na bunda. -- Avisou.
-- Já passei dessa fase. -- Riu a olhando.
-- Não comigo. -- Afirmou em um olhar tranquilo e risonha.
Marcela sorria, não conseguia acreditar no que havia perdido, no entanto, era mais difícil confiar no que havia conseguido, por mais que estivesse vivenciando todos aqueles momentos, era uma realidade distante da que tinha, e era difícil estabelecer um ponto de equilíbrio daquela nova vida, sempre existia o medo de perder tudo outra vez.
Fim do capítulo
Olá lindas,
De volta novamente. E ai o que acharam? bem menor que o de costume, eu sei, mas assim não demoro tanto.
Hoje este capítulo tem um gostinho mais especial para ser postado, hoje é meu aniverssário de namoro ^^. Um ano e dez meses de namoro muito feliz. E quero compartilhar isso com vocês também.
Meu amor, parabéns para nós e que essa data se repita por longos anos, Te amo muito minha branquinha linda. Espero que tenha apreciado este capítulo.
E quanto a todas vocês meus amores, também espero que tenham gostado. Obrigada por todo carinho me dedicado.
Beijos.
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Andreia
Em: 16/11/2020
Marcela procurou ajuda e aparece outra pessoa agora só falta o encontro das duas. Quem sera está pessoa que fica esperando ela lá na psicóloga?
Está do fusca foi da hora.
Quero só vez hora que pai da Amanda receber o convite de casamento?
Esta mais uma vez de parabéns bjsssssss...
Autora linda, nossa a Alexandra é uma figura deve aparecer mais viu ainda qdo está cm a Laila q dar um outro sentido p ela q dizer elas devem aparecerem mais viu qdo isso acontece a história fica bem melhor do que já éh. Ah a Marceka tbm vem progredindo cm pessoa e isso será importante futuramente p ela e pra Marina elas merecem ficar juntas, d próximo cap até o final dá história dê um jeito d colocar a Alex em TDS pode ser??? E oq fala d protagonistas, Amanda e Samantha perfeitas foram feitas uma p outra ei kd a Agatha sumiu saudades dela ela éh uma menina muito inteligente Samanthita mirim... Bjs
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Mille
Em: 17/02/2018
Kkkkk a Alex é demais tirando onda com o gosto da namorada enfim encontrou uma saída.
Marcela se erguendo e com a ajuda já descobriu que a Marcela é o seu futuro e com o casamento da Sam tem que viver o momento do agora.
Parabéns ao casal e felicidade.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi Mille,
Como sempre você marca presença aqui, e eu fico feliz da vida. Muito obrigada linda!
Sim, Alex é danada. kkkk
Marcela começou a ver que o passado é passado e que tem que focar no presente.
Obrigada amore pelo carinho de sempre.
Grande beijo.
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Socorro
Em: 17/02/2018
Meu casal, merece ser mto feliz...
Quero ver o fusca rosa kkkkk
Resposta do autor:
Olá Socorro,
Elas vão ser feliz sim. E com muitas alegrias. kkkk
Gostou do fusca rosa né!? kkkk
Quem não gostou foi a Alex. Mas logo arrumou uma idea. kkkk
Beijo linda
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Amanda AA
Em: 17/02/2018
Cadê a Carol na historia???? Pq só Marina ganhou destaque????
Trouxe a existencia do personagem e depois parece que nem existe.
Queria muito que ela tivesse uma constante na historia e que tbm encontrasse sua alma gemea.
Resposta do autor:
Olá Amanda,
Calma amore, Carol e Marina vão aparecer na história nos próximos capítulos. Não tem como manter todos os personagens sempre em alta em todos os capítulos, a história tem um eixo principal e querendo ou não tenho que obedecer a isso. Eu trouxe sim vários outros personagens para compor a história e eles vão aparecendo aos poucos, fazendo sua participação especial e cada um deles vai ter um desenvolvimento até o final da história. E quem sabe, uma alma gêmea. Só um pouquinho mais de paciência viu!?
Grabde beijo.
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