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Um divino amor. por SrtaM

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Palavras: 4449
Acessos: 1154   |  Postado em: 09/02/2018

Notas iniciais:

BBoa leitura!  :)

A cura!

 

Diana pediu para que Íris carregasse-a pela ponte, pois a deusa alegara ainda estar muito debilitada. A tarefa fora bem aceita pela deusa mensageira, quem amava um bom trabalho, e estava mais que feliz em saber que não morreria. Minerva(Atena) incubiu-se de dispensar os rapazes do bosque explicando o ''alarme falso''. Antes de ausentar-se, também, a deusa caçadora advertiu suas ninfas:

--O tempo que eu estiver fora, Salmácis estará no comando. Qualquer falha que ela relatar-me acerca de uma de vós, tal ninfa irá ter preferido nem ter nascido.-Sentenciou Diana de forma amedrontadora.

 

Salmácis não pode impedir que um sorriso maquiavélico surgisse em seus lábios fazendo todas as ninfas temerem, pois sabiam que, neste espaço de tempo referente a saída de sua deusa, pagariam por todas as atrocidades que fizeram contra a preguiçosa ninfa.

--Eu que mando neste curral agora.-Disse a ninfa para as outras apenas mexendo os lábios, sem emitir som.

 

 

          ---------------------------------------

 

 

 Em poucos minutos, as deusas estavam diante das portas de ouro da gigante casa de Eros situada no Olimpo. Suas paredes externas eram feitas de rubis vermelhos como o sangue. Tal pedra preciosa parecia ter sido jogada em formato de pó nas paredes. O piso era feito de basalto bem lapidado e brilhante, devido aos flocos de diamantes minuciosamente contados e espalhados pelo piso, mas sem cobrí-lo totalmente, para que a identidade do basalto também fosse exposta. Em cada lado da porta havia um leão de boca bem escancarada com dentes e olhos de rubi. Em cada boca dos leões, havia uma pedra bem polida de diamante. Contornado a vasta porta, havia uma cobra também de ouro com sua língua de rubi exposta e dentes bem afiados de diamante.

--Por mim mesma! Que ornamentos maravilhosos!-Dizia Juno(Hera) à Íris, quem também estava deslumbrada.

 

Diana não se deu ao luxo de olhar a decoração externa da casa, pois estava ocupada de mais sendo enfaixada por Minerva(Atena), quem fazia tudo com perfeição.

--Ireis comigo?-Perguntou Diana às outras.

--Não, te vira. Estamos a aguardar-te aqui do lado de fora.-Respondeu Minerva(Atena) dando um leve chute no bumbum da outra deusa para impulsionar a mesma a entrar.

--Tudo bem.-Disse a deusa caçadora sem deixar de externar sua frustração.

 

 

        --------------------------------------------

 

 

Atalanta resolvera sair para comprar algumas frutas, e não pode deixar de sentir o peso de olhares sobre ela. A corredora sentiu-se incomodada e agoniada, pois não sabia o motivo daquilo tudo. Um homem que andava por lá, ao ver Atalanta, resolveu pronunciar-se:

--Serei eu que vencerei esta corridinha besta. Acho bom saberes bem como cuidar de uma casa, Atalanta, pois lhe será muito útil.-Disse o homem com o tom mais cafajeste possível, porém a jovem corredora parecia não ter se abatido. Ficou como uma rocha perante uma inútil onda.

--Oras, e eu acho bom saberes bem como apreciar o sabor da poeira, pois lhe será muito útil quando eu a enfiar em sua goela abaixo com os meus passos!-Respondeu a corredora de forma determinada. Esse ato fez com que as pessoas envolta rissem do homem, o que o fez ficar enfurecido, e ir para cima de Atalanta.

--Largue-a!-Bradou Hipomene, quem apareceu de repente, acertando uma paulada bem forte no rosto do homem fazendo-o ficar desacordado.-Está tudo bem contigo, Atalanta?-Perguntou o caçador de forma preocupada e super protetiva analisando cada parte do corpo da corredora.

--S-Sim, está.-Respondeu a velocista enquanto olhava envolta e percebia que os olhares de todos eram mirados na cena criada.

 

De fato, quando o homem ia para cima de Atalanta, a mesma preparava-se para correr, e, assim, faria facilmente, porém com a chegada nada modesta de Hipomene, o ocorrido tornara-se centro das atenções de todos, pois o viril caçador era visto quase que como um semideus, e todas as mulheres derretiam-se por ele. Portanto, qualquer ato feito por Hipomene era digno de uma saga, poema e, quem sabe, um soneto.

--Todos os rapazes estão assim pela corrida.-Disse o caçador plantando suas sementes da falácia e  maldade para crescer um grande e grossa árvore.-Muitos homens estarão lá! E se um homem de mau caráter vencer?! Tu serias obrigada a viver ao lado dele para sempre.-Disse Hipomene fingindo uma cara de espanto perante ao que ele acabara de dizer.

--''Mais mau caráter que tu acho bem difícil!''-Pensou Atalanta, porém a mesma respondeu de forma ríspida.-Tenho confiança nos meus pés.

--Ora, Atalanta não sejas ingenua. Se casares comigo, não correrá o risco de cair nas mãos desses homens!

--Eu estou a participar desta corrida bem pelo motivo de eu não correr o risco de cair em suas mãos!-Disse a corredora entre dentes com tanta potencia que os sentia  vibrarem.

--Trouxe isto para ti.-Disse Hipomene oferecendo um buquê de rosas à Atalanta, e ignorando as rígidas palavras da corredora.

--N-Nossa, bem, eu...Olha, estou a comprar frutas, e receio que não sobrar-me-á espaço para levar estas rosas comigo.-Atalanta dizia confusa, como que escolhendo cada palavra a ser dita de sua embaraçada mente. Não esperava este ato de Hipomene.

--Estou a emplorar-te!-Exclamou o caçador atirando-se  de joelhos ao pés da corredora enquanto mantinha suas mãos atadas em forma de reza. Possuía um ar suplicativo e um tanto meloso.

--H-Hipomene, levante-se.-Atalanta dizia enquanto que, envergonhadamente, olhava ao redor os muitos olhos a encarar a cena que o caçador estava a fazer. Na verdade, acho que ela olhava ao redor para achar o melhor lugar que ela pudesse enfiar a cara.-E-Está bem, Hipomene. Dê-me logo este buquê.

 

 

           ----------------------------------------

 

 

--Vamos lá, vamos lá! Trabalhando, trabalhando!-Ordenava Salmácis entre palmas fingindo um tom incentivador, mas o que a ninfa queria mesmo era provocar. A mesma, então, preparou-se para ditar os trabalhos que ela providenciara para que as outras ninfas fizessem.-Anata, pegue uma bacia de água fresca e dê-me.-Frisou o ''fresca''.- Sárcilis, lapide a rocha na qual eu descanço para que encaixe-se ao formato do meu corpo quando eu estiver nesta posição.-Neste momento Salmácis estirou-se na cama para exemplificar o que falara.-Alícia, plante mais gramas envolta da minha rocha de descanso, pois, as que estavam lá, eu já joguei ao rio. Suzana, faça crescer uma árvore ao lado da minha rocha para servir-me de sombra. Dafne, vai procurar quem te queira. E, tu Daríunas... Troque a droga do seu nome pelo amor de Júpiter (Zeus), pois não há mais ninguém que aguente.

--Não vejo a relação que essas tarefas que nos ordenas a fazer tem com a manutenção da natureza!-Protestava Dafne, quem não podia admitir estar sob o comando do ser que ela mais odiava.

--É mesmo, Dafne?-Perguntou Salmácis fingindo compreensão.-Pegue!-Disse a ninfa jogando alguns utensílios de caça para a ninfa questionadora.-Quando fores fazer teu trabalho que eu a incubi, aproveite e cace o ser que pediu tua opinião.

--Ora, sua...-Em um lapso de raiva, Dafne iria avançar para cima da ninfa, mas nada podia fazer a não ser o que lhe fora incumbido pela outra. Assim, a ninfa pegou os utensílios e saiu a caçar.

--Salmácis, a sua água.-Disse Anata dando a bacia de água de forma que mais expressasse sua má vontade.

--Oras, esta água não me parece fresca!-Exclamou Salmácis após beber o líquido e cuspí-lo no rosto da outra ninfa, quem pode apenas fechar os olhos, respirar fundo e contar de um a cem.

--Querida Salmácis, esta é a água mais fresca que se pode encontrar.-Disse Anata de forma bem cínica lutando contra seu ódio.

--Então dê o seu jeito grego de achar água mais fresca que este mijo de Hades.-Respondeu a ninfa de forma debochada fazendo a outra ninfa sumir de sua presença a contra gosto.

--Ei,ei,ei! Por que Eco pode ficar contigo descansando sobre a cama enquanto nós temos que trabalhar duro?!-Questionou Sárcilis.

--Para o seu governo, minha cara, Eco está fazendo sim sua tarefa, que é a de fazer-me companhia.-Respondeu a ninfa com o nariz em pé expressando superioridade.-E, não sei que trabalho duro é esse que estás a questionar. Saibas que nem peguei meu chicote ainda! Alguma outra ninfa revolucionária quer ter sua vez para questionar acerca de algo?! Não?! Ótimo! Agora voltem ao trabalho, e sem preguiças!-Ordenou Salmácis.

--Até porque sentistes por todas nós...-Resmungou uma das ninfas.

--Para tu veres como sou de bel ajuda!-Exclamou Salmácis de forma sarcástica.

 

Embora a maioria das ninfas sempre estivessem a tramar contra Salmácis. Eco mostrava-se neutra. A bela ninfa gostava é de ficar a tagarelar, e isso ela fazia com exímia perfeição. Já a outra ninfa preguiçosa apreendia-se no ditado ''quem não é contra nós, é por nós'', e, assim, iniciara uma amizade com a ninfa faladeira. Era uma relação que favorecia ambas as partes: Eco falava à vontade com a outra ninfa sem levar foras, e até recebia curtas respostas dela, como ''é'', ''hhmmmm'', ''sério?'', ''verdade?'' e ''mesmo?''(É notório que a ninfa preguiçosa não se dava ao luxo de prestar atenção nos dizeres da outra ninfa, e só respondia monossilabicamente por pura função fática, o que deixava Eco iludidamente muito empolgada). Já a outra ninfa, além de adquirir uma aliada, mantinha a outra tagarela sempre falando por perto, pois o som de suas palavras mesclavam com a atmosfera de forma constante e com monossomia fazendo Salmácis adormecer levemente, coisa que amava.

--S-Salmácis...-Darlene esperara a poeira abaixar para chamar a ninfa com uma voz receosa e desconcertada.

--Hmm, o que queres?-Perguntou Salmácis olhando para a ninfa de rabo de olho como que desconfiada.

--B-Bem...E-Eu...É que...-Darlene tomada de vergonha hesitava muito no falar gaguejando a maioria das sílabas.-E-Eu cacei um javali. B-Bem, e-eu ia dá-lo à Diana, m-mas ela tem ausentado-se, então resolvi dá-lo a ti, até pelo que fizeras naquele quarto. Aquela escova era muito importante mesmo. Na verdade, tu és a única que soube que ela é especial.-Concluiu a ninfa desviando os olhos de Salmácis, pois estava desconcertada. Tinha um leve sorriso involuntário nos lábios, e sua face estava rubra. A preguiçosa ninfa olhava para a outra como que analisando minuciosamente um animal a ser estudado.

--''...E agora essa...''-Pensou Salmácis enquanto usava de uma expressiva simpatia um tanto forçada para dirigir a palavra à outra ninfa.-O-Obrigada, Darlene. Comamos este javali hoje à noite.-Disse a ninfa hesitando várias vezes em tocar o ombro da outra, pois não queria iludí-la mais do que já estava.

--Permitirá que eu coma junto a ti?! Nossa, nossa, nossa, nossa!-Darlene sentia-se lisonjeada.

--B-Bem reencoste-se conosco.-Convidou Salmácis.-Ao lado de Eco!-Completou a ninfa apressadamente para fazer com que Eco ficasse entre as duas, e concluiu em seu próprio pensamento.-''...É hoje...''

 

 

        -----------------------------------------

 

 

Diana já estava dentro da vasta sala daquela grande e nada modesta residência. As paredes de rubis ainda continuavam na sala junto com o piso de basalto. O teto era de cristal puro, sendo que dele dava para se ver várias cenas de diversos casais a se beijarem, a darem abraços de amor, entre outras cenas românticas. Dentro do local havia, também, um incensário que produzia uma pesada nuvem rosa clara que fazia com que tudo o que tivesse sob seu domínio  ficasse turvo de forma que começassem a tomar a forma do que a pessoa que estivesse vendo desejasse em seu coração. Um simples criado mudo poderia ganhar a forma de um sofá, e o mesmo poderia ser usado com tal função, pois, de fato, ficaria fofo e macio. Pena que Diana não podia ver devido as faixas que a envolvia, porém pode sentir essa nuvem de vapor que, ao colidir com sua pele, surtira como toques de uma mão macia a fazer carias. Não só a mão, mas o corpo todo. A deusa caçadora sentiu como se Atalanta estivesse em seu colo, e, involuntariamente envolveu a fumaça em seus braços, porém sentiu o corpo da corredora desaparecer.

--''Tinha o mesmo cheiro dela...''-Pensou Diana consigo mesmo.

 

A deusa caçadora resolveu seguir caminho pela sala, que mais parecia uma aventura.

 

No centro do teto havia um grande candelabro de ouro que emitia uma luz bem ofuscada deixando o lugar não muito iluminado, apenas o suficiente para que se pudesse notar cada detalhe da casa fazendo as paredes e o teto brilharem.Talvez para dar destaque ao vermelho escuro do rubi.

 

Havia outras estátuas como as dos leões e da cobra na sala. Havia também uma grande estante de ouro e uma harpa que ficava no canto da sala. Tal instrumento tocava sozinho. Sua música possuía uma escala menor com alguns acidentes melódicos. Tal escala não era usada naquela época, ao menos, não era conhecida. Lembrava o jazz atual, o que dava um clima sensual no local. Na parede central, havia uma lareira de ouro, que era a base para dar vida ao incensário. O fogo que queimava nela não tinha por base nenhuma madeira. Queimava sozinho. De tal fogo podia-se ouvir confissões de vários casais de amantes. De acordo com a intensidade com que eram ditas as palavras amorosas, o fogo queimava mais, assim, iluminando mais o local.

--Quantas pessoas há aqui afinal?!-Se perguntou Diana ao ouvir as diversas vozes vindas do fogo na lareira.

 

A deusa, como não podia confiar em sua visão para guiá-la, optou em tirar suas sandálias de couro, e pode sentir um tapete bem macio feito da pele de algum animal.

--De cordeiro.-Constatou a deusa após esfregar as solas de seus pés no tapete.

 

Diana decidiu guiar-se pela trilha do cordeiro até seu final. Parou quando lá chegou. Sabia que tinha mais alguém lá, pois pode sentir o barulho de água e  duas respirações ofegantes além de leves gemidos feminino.

--''Oops...Acho que cheguei em má hora...''-Pensou Diana desconcertada.

 

De fato, havia alguém. Na verdade, dois seres. Eros e Psiquê, sua amada. Os dois estavam numa banheira de ouro. A mulher estava de costas enquanto que o deus a massageava e sussurra a algo em seu ouvido.

 

O deus homem notou a presença de Diana e levou um susto devido à forma como a deusa optara a vestir-se.

--Quem és tu?!-Interrogou o deus enquanto tampava a nudez de Psiquê, quem se mostrava mais assustada tentando tampar sua nudez também, como se não soubesse que seu amado estava a fazer o mesmo.

 

Diana, ao perceber o furduncio, logo estendeu um papel na direção do deus, quem pegou de modo desconfiado. A deusa não podia falar, pois se tentasse ninguém entenderia devido às faixas. Após ter lido o papel, Eros emitiu uma gargalhada enquanto acariciava as costas de sua amada e parava de  escondê-la, como um modo de dizer que estava tudo bem.

--É Diana, meu bem.

--O que faz aqui, Diana?-Perguntou a mulher na banheira de modo curioso e surpreso, pois era a última deusa que pensara que estaria neste lugar.

 

A deusa caçadora entregou outro papel como resposta, e abriu um pouquinho a faixa de forma que pudesse ver pelo olho esquerdo. Viu a mulher, que a olhava como uma criança que vê um animal que nunca vira. Viu Eros também. Os dois, de fato, formavam um belo casal.

--Entendo...-Disse o deus após ter lido o outro papel.

 

Eros levantou-se da banheira para pegar um robe para vestir. Diana instintivamente desviou o olhar até que o deus estivesse usando o robe. Psiquê, ao perceber que Eros não a tocava mais, começou a apalpar o ar enquanto falava:

--Eros, onde estás, meu amor?

--Estou aqui, meu bem. Estou perto de ti. Precisarei resolver um assunto com Diana e já volto.-Respondeu o deus de forma reconfortante. Suas palavras foram como um abraço, que acalmou sua bela Psiquê.

--''Ué? Mas ele só estava a dois passos de distância  dela.''-Pensou a deusa.

--Queira acompanhar-me , querida Diana.-Requisitou o deus, quem tinha uma voz galanteadora por natureza.

 

Eros tinha a aparência de um homem de trinta anos, porém tinha um ar bem jovial. Possuía generosos músculos, que eram bem definidos. Possuía um cabelo bem cortado nas laterais assim como sua barba que respeitava o desenho de seu maxilar. Sua pele era bem bronzeada. Seus olhos, que, como assim diziam, eram as janelas da alma, eram escuros como a noite sem lua, como se não fosse revelar seus sentimentos a ninguém a não ser à sua amada Psiquê. Ele os guardava para serem confidenciados apenas a ela.

 

O deus guiou a deusa até o centro da sala, onde havia um grande sofá.

--Nossa, nunca imaginei que a receberia um dia. Logo tu, que é o símbolo da castidade.-Confessou Eros de forma surpresa.

--Bem, a vida é cheia de situações.-Disse a deusa de forma mais breve possível, pois abaixara um pouco da parte da faixa que cobria sua boca para, rapidamente, após falar, cobrí-la de novo.

--Entendo...-Disse o deus expressando dúvida perante o ato um tanto desesperado da caçadora.-...Para que isto tudo?-Perguntou  referindo-se as faixas.

--É-É porque...-Diana procurava as palavras certas para inserir na frase.

--Porque tens medo que eu faça algo contra ti.-O próprio Eros respondeu sua pergunta tirando as palavras da boca de Diana.-Bem, minha cara, se um dia o amor resolvesse atingir-te, o que já é bem impossível por natureza, tenho certeza que não seriam as faixas o que o impediria. Agora tire isto de si.-Disse o deus de forma calma e divertida tirando delicadamente as faixas de Diana.

--Desculpe-me por interromper-lhe em um momento tão...erótico.-Dizia a deusa.

--Bem, se fores esperar até hora que eu não esteja tendo um momento erótico para falar comigo, falarás comigo nunca, pois eu sou Eros. Tudo o que faço é erótico, até meu chorar. Do mesmo modo, tudo que tu fazes é diânico.-Disse o deus dando uma galanteadora risada no final.

--''Ora, ora, ora, vejo que temos um piadista aqui!''-Pensou a deusa de forma irônica, porém preferiu apenas fazer a pergunta que estava entalada em sua garganta.-Por que Psiquê perguntava onde tu estavas se estavas praticamente na frente dela?

--Ah, é que ela não pode ver-me.-Respondeu Eros como se fosse algo totalmente natural.

--Ela não pode ver-te?!-Supreendeu-se a deusa.

--Isso. Esta é a condição de nosso amor: Se ela viesse a ver-me, nós seriamos separados para sempre.-A calma no falar de Eros era um dom. Era como um balançar de mar.

--M-Mas, como alguém pode amar outro sem vê-lo?!-Diana perguntou, ou melhor, questionou de forma confusa, pois aquela afirmação ia contra todos os seus ideais.

--Como pode alguém ter que ver para amar outro?  Os olhos são apenas a janela da alma, não a porta de entrada.-Respondeu o deus solvendo um gole de chá, que  preparara enquanto Diana o questionava.

--''Nossa, levei uma.''-Pensou Diana após ter suas bases destruídas por meras sabias palavras de um deus ela julgava ''secundário''.

 

A deusa, após a fala de Eros, também percebeu que naquela casa não haviam janelas, assim, confirmando a última frase do deus.

--''As metáforas dele não estão para brincadeira, não.''-Pensou Diana.

 

 

            ----------------------------------------

 

--Oras, quando Diana voltará? Não aguento mais ficar parada olhando para esta maldita porta de ouro!-Resmungou Minerva(Atena), quem estava, assim como as outras deusas, parada de frente para porta observando seu desenho, que retratava diversos casais a se beijarem.

--Nem eu...-Cofessou Íris baixinho.-Aposto que uma destas pessoas está traindo alguém.-Disse a deusa mensageira referindo-se aos casais de enfeite, pois, de tanto olhar para a porta, chegara a essa ilustre conclusão.

--Ora, meninas, vamos lá! Diana não tardará muito.-Começou a dizer Juno(Hera) tentando forçar uma empolgação.-O-Olhar esta bela obra de arte retradada nesta porta nos ajudará a passar o tempo.-A deusa maternal não conseguia nem convencer a si mesma.

--Já olhei tanto para ela que já consegui notar vários erros de simetria.-Desabafou Íris com uma expressão de tédio mortal.

--E eu já olhei tanto para ela que já contei quantos átomos ela possui. Já até dei nome a eles.-Disse Minerva(Atena), e começou a apontar.-Aquele é o Cássio, aquele é o Ulisses, aquele outro dei o nome de Hugo...

 

 

            ----------------------------------------

 

 

--Então, explique-me mais acerca de teu problema.-Pediu Eros.

--Sinto-me enferma. Uma dor pulmonar.

--Oras, não sou curador, minha cara.-Disse Eros de forma calma.

--Mas tu és o único que podes me ajudar!

--Mas nada sei eu sobre anatomia, a não ser apreciá-la.

--Minerva(Atena) disse-me que tu és o único que podes!-Diana apelara à irmã.

--Bem, se assim ela disse, assim tentaremos.-Disse Eros, pois Minerva (Atena) sempre sabia do que falava.-Diga o que te abates.

--Bem, eu sinto uma dor cardíaca muito forte. É como um buraco vazio que me suga, e ao mesmo tempo parece estar cheio, pesa e expele dor. Sinto como se precisasse de um elemento único para preenchê-lo de uma vez por todas, mas não tenho ideia do que seja.-Diana dizia tudo de forma gesticulativa enquanto mergulhava em suas citações. Quando terminou de falar, a deusa se deparou um Eros rindo aos sete ventos de forma surpresa.

--Minha cara Diana, não estou a acreditar no que eu estou ouvindo!-Exclamou o deus.

--O que?-Diana estava ingenuamente confusa.

--Bem, consegues ver alguém através desta fumaça aqui da sala?-Perguntou Eros analisando a deusa.

--Hmmmm...Não...-Respondeu a deusa até inclinando sua face para tentar ver algo.

--Incrível!-Disse o deus.

--O que?

--Bem, esta fumaça dar alucinações fazendo uma pessoa ver a outra por quem está apaixonada.-O deus frisou a palavra ''apaixonada''-Se tu sentes esses sintomas que citara, mas não vê ninguém pela fumaça, significa que tu estás além da paixão. Tu estás amando!-Disse Eros saboreando cada palavra.

--O que?!-Diana estava incrédula.

--Isso mesmo!

--Não, não, não! Tem que haver outra explicação!-Insistia a deusa.

--Minha cara, assim como um artista reconhece sua obra; Assim como uma mãe reconhece o seu filho, eu reconheço minhas criações.-Dizia o irredutível Eros.-Saibas que é uma honra ter meu amor sendo cultivado dentro de ti.

--Tu blefas!

--Não blefo, e eu explicarei.-Disse o deus pigarreando para começar uma narrativa.

--''...Lá vem...''-Pensou Diana enquanto se afundava no sofá demonstrando tédio.

--Nem adianta reclamar com suas expressões , pois falarei do mesmo jeito.-Disse Eros de braços cruzados e com nariz empinado.-De um banquete natalício de Vênus(Afrodite), meu pai Poros, a riqueza, participou. Lá ele bebeu néctar de mais, e acabou adormecendo no jardim de Sartuno. Logo após, minha mãe Pínia, a pobreza, apareceu para mendigar à porta do local...

--''E eu reclamando da longa apresentação de Íris...Mal sabia eu...''-Pensou Diana enquanto bocejava.

--Minha mãe encontrou meu pai naquele estado, e, por ele ter muito e ela praticamente nada, por ela ser carente de tudo o que ele tem, ela viu que, tendo um filho dele, supriria todas as suas necessidades. Assim, ela o fez, e concebeu a mim: Eros; Filho de quem tinha pouco para dar e muito para receber com que tinha muito para dar e pouco para receber. Isso faz com que eu seja o oscilação eterna entre o possuir e o não possuir. Isso faz com que as pessoas que possuam meu amor desejem avidamente ter uma certa coisa pois não possui, e deseje avidamente também querer da esta certa coisa por possuir de mais.-Disse Eros de forma sábia.

--Que?! Mas isso não faz o menor sentido!

--O amor não faz sentido. Continuando. Ninguém poderia tirar sarro de mim por causa da minha mãe ser a pobreza, pois, também, eu era filho da riqueza. Ninguém podia bajular-me por ser filho da riqueza, pois assim eu era da pobreza.  Da mesma forma, eu não posso me vangloriar por ter vindo da riqueza, pois igualmente vim da pobreza,e não posso menosprezar-me por ter vindo da pobreza, pois, igualmente, vim da riqueza. Por isso, vivo passeando pelos extremos.

--Interessante...Eu acho.

--Muito, minha cara. Hoje tu me vês jovem, mas amanhã  tu me verás velho. Hoje sou rico, mas amanhã tu me verás mendigar à porta de tua casa. Hoje estou vestido, mas amanhã estarei nu. Hoje eu vivo, porém amanhã estarei morto. Não sou mortal nem imortal. Hoje à tarde estou vivo, porém amanhã à noite morrerei.

--Nossa...Profundo...-A deusa tentava acompanhar o filosofar do deus.

--Por isso que o amor de Eros, no caso, eu , é assim: Na alegria e na tristeza; Na saúde e na doença; na riqueza e na pobreza até que a morte os separem...E a vida os unam novamente. Apenas Psiquê pode aturar meu amor, pois, enquanto eu sou a encarnação do amor eros, ela é a encarnação da alma. Por isso os dois pólos em colapso é minha assinatura. Vê: Tu dizes que sente um vazio, que, mesmo sendo vazio, pesa. Tu dizes que esse vazio te suga, que, mesmo sugando-te, ele expele. Esse é o sintoma do amor. Se tu desejas e ao mesmo tempo não desejas nada é porque desejas ser o desejo de alguém. Tu sentes essas dores na alma, pois tu quebrastes o equilíbrio entre o ter e o não ter no momento que negastes a ti mesma que estás a amar. É claro que há outros mistérios do amor que só o tempo revelará, mas, por hora, contente-se com as metáforas da minha vida.Caso resolvido!-Disse o deus a última frase como se suas palavras anteriores fossem apenas meras palavras.

--Pesado...Profundo...Legal...Isso aí.-Disse Diana querendo parecer entendida.

--Estou esperando....-Dizia Eros querendo que a deusa falasse algo.

--O que?-Perguntou Diana fazendo-se de des entendida enquanto olhava os arredores para desviar o olhar de Eros.

--Anda...Dizer o nome de quem amas acabará com a sua dor.-Disse o deus com voz tão suave que entrou na cabeça da deusa pelos ouvidos e empurrou as suas palavras para fora de sua boca.

--Eu amo Atalanta.-Disse a deusa num impulso que chegou a assustá-la fazendo-a levar a mão na boca, porém, ao perceber que sua dor sumira, e que fora posto, no lugar, uma grande alegria, Diana abriu um largo sorriso e repetiu em tom mais alto.-Eu amo Atalanta!-Dessa vez, a declaração fora tão alta que chegou aos ouvidos das deusas que estavam ''admirando'' a porta espantando-as de seu passatempo, o que as fizeram se entreolharem e darem risadas cúmplices.

--Diga de novo, mas dentro deste pote.-Pediu Eros estendendo um pote à Diana ao perceber que a mesma ia se declarar novamente.

--Eu amo Atalanta!-Exclamou Diana com a boca dentro do pote com uma expressão de dúvida.

 

O deus prontamente recolheu o pote e lançou o conteúdo dele, que, no caso, eram as palvras de Diana, dentro do fogo da lareira. Imediatamente o fogo ficou bem mais alto e de lá começou a sair  a voz da deusa dizendo que amava a corredora.

--É para aumentar o fogo para Psiquê não sentir frio à noite, e uma declaração de amor recém descoberto sempre queima mais.- Justificou-se Eros.

--Tudo bem. Obrigada por tudo. Vou indo.-Despidiu-se a deusa.

--Foi um prazer, minha cara.-Retribuiu o deus.

 

 

           ---------------------------------------

Fim do capítulo

Notas finais:

Bem, tive que quebrar a cara para fazer esse capítulo que relata Eros, pois esse deus, quando levado a Roma, passa a ser chamado de Cupido, porém ambos tem histórias e arquétipos diferentes. Enquanto que Cupido é atrelado a qualquer tipo de paixão, Eros é vinculado a algo mais profundo, como o amor entre amantes sem, necessariamente, possuir paixão. Outro impasse foi a história de nascimento dos dois, pois, enquanto que na mitologia romana Cupido é retratado sendo filho de Vênus e Marte, Eros é retratado sendo filho da pobreza e da riqueza, como até eu li em uns diálogos de Platão na obra O Banquete. Portanto, sou da linha de pensamento que crê que esses dois deuses são diferentes e únicos entre sí.

=)


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Comentários para 8 - A cura!:
Nanni
Nanni

Em: 09/02/2018

Interessante! 

Atalanta retribuirá o amor da deusa? 

E essa corrida ehn Oque Diana achará disso?

Hahah

Volte logo 

Beijo 


Resposta do autor:

Não sei se Atalanta verá esse amor com bons olhos. Só o tempo dirá.  =p

Diana com certeza assistirá a tão esperada corrida!

Voltarei logo sim! (^---^)

Beijo.

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