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Um divino amor. por SrtaM

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Palavras: 5862
Acessos: 1369   |  Postado em: 08/02/2018

Notas iniciais:

Boa leitura!  :)

Como deuses podem morrer?

 

Num bosque escondido da civilização, onde Diana vivia com suas ninfas, fora posto uma cama macia com um grande sombreiro tal como uma cama de donzela. Lá estava a deusa caçadora deitada como se fosse dar seu último suspiro. As ninfas estavam sentadas ou deitadas sobre a grama bem próximo de onde sua deusa estava. Algumas choravam e outras davam declarações de luto. Na verdade, luto era a palavra que rondava no local, ou melhor, nas cabeças das ninfas e de Diana, exceto na de Salmácis, que já estava descrente acerca desta suposta morte que a deusa declarou que estava eminente com uma voz sôfrega.

 

A cama,  a qual resguardava o corpo da deusa, era preta em sua totalidade, assim como as vestes de Diana e de todas as outras ninfas. Algumas delas, que eram mais chegadas a deusa, exerciam alguns ofícios para confortá-la. Darlene a abanava com uma grande folha de salgueiro, Eco massageava seus delicados pés, Dafne, que sentava sobre a grama enquanto que descansava seu ombro na cama, sustentava a mole mão da deusa(Na verdade, esse inútil trabalho fora incumbido à ciumenta ninfa, pois, mesmo a deusa sentindo uma estima por ela, e, sabendo que deveria dar-lhe um ofício, sabia que a estabanada ninfa exageraria em seu trabalho, assim, adiantando a morte da deusa por descuido) e Salmácis apenas massageava as têmporas de Diana enquanto tentava domar seu tédio. A ninfa preguiçosa já estava certa de que a deusa não deixaria esta vida, e que estava a fazer um excelente drama.

--''Por Júpiter (Zeus), se ela não morrer, serei eu quem morrerá!''-Confidenciava Salmácis si mesma em seus pensamentos, pois não aguentava mais ficar em pé ouvindo os lamúrios de todas.

 

Diana tratava esta sua suposta doença cardíaca com diagnósticos um tanto peculiares. Toda vez que sentia seu coração latejar, urrava um grito de dor como se uma espada tivesse adentrado no local, e prontamente puxava algumas de suas ninfas para cravar um desesperado beijo entre toques, e Dafne, por sua vez, fazia questão de ser uma delas, e, quando possível, a única. Portanto, as ninfas revezavam entre chorar histericamente e saciar a deusa. Esperavam o momento de dor da mesma para satisfazê-la tal como uma aranha espera uma mosca cair em sua teia.

 

Copiosamente, como já fizera umas doze vezes naquele dia, a deusa caçadora sentiu uma dor forte em seu coração, e gritou, porém, desta vez, a dor foi maior, e, por consequência, o grito, que espantou todos os pássaros ao redor fazendo uma tempestade de vento, que derrubou alguns viajantes em outra parte da floresta.

--Por Juno(Hera)! -Bradou Diana como que seu grito fosse espantar a dor, e cravou um beijo agressivo nos lábios de Dafne, quem teve que se recompor depois dando suspiros, que eram bem audíveis (Pois queria que todas as outras ninfas soubessem o quão intenso fora o beijo).

 

Alguns segundos depois do ataque de histeria da deusa, surgiu do céu um lindo arco-íris, que saia das nuvens e pousava próximo à cama da deusa, quem moveu apenas os olhos para ver o que estava acontecendo. De onde  Diana e  suas ninfas estavam, era possível identificar uma silhueta feminina, que descia das nuvens pelo arco colorido com o intuito de chegar até seu final.

 

A mulher que corria pelos pisos multicoloridos esbanjava jovialidade. Tinha a aparência de uma jovem de dezoito anos. Ela corria mais do que majestosamente. Parecia que deslizava pelo arco. A jovem deusa vestia um macacão de ouro para agilizar seus trabalhos, e calçava sandalias de couro marrom. Em sua cabeça, repousava-se uma coroa de louros de ouro. Usava, também, uma capa que ia até sua cintura. Esse peculiar traje multicolorido  possuía suas diversas cores organizadas em tiras, assim como o arco que servia à deusa  como ponte. A capa tinha gola alta que ia até a altura da nuca. Na divisa entre seu pescoço e o peito, as duas extremidades da capa eram ligadas por uma corrente de ouro, e os dois botões, que prendiam as extremidades da corrente em cada lado da capa, eram de cristais. Não haviam dúvidas: A deusa que chegava era, com certeza, Íris, a deusa mensageira.

 

Todas as ninfas acompanhavam sua chegada em puro deslumbre. A deusa-moça fora recebida com um uníssono ''ooooohh. Um arco de Íris!'', que saia das bocas das belas ninfas, exceto da de Dafne, que, ao invés, preferiu empinar seu nariz e se voltar à Diana, como alguém que espera avidamente por algo que choque sua vida, mas acaba se deparando com um espetáculo furreco.

--Oras, para que tudo isso?-Perguntou a ciumenta ninfa para si mesma se referindo à forma de chegar da deusa mensageira.

 

Enquanto Íris se dirigia magestosamente ao leito de Diana sustentando um ar nobre, pós dourados caiam de seu macacão indo parar na grama enquanto que pós multicoloridos caiam de sua capa tingindo as flores, que eram brancas, de forma magnífica, como dois amantes preparam o campo para se unirem matrimonialmente.

--Saudações! Sou Íris, filha de Electra e Teneu, deusa mensageira de Juno(Hera) e dos nobres, assim ligo o plano celeste ao plano terreno, trabalho que faço com muito prazer e ardor.-A jovem deusa dizia tudo com uma mão em seu peito e com postura bem ereta expressando nobreza. Na verdade, Diana estava cansada de saber quem era Íris. Eram até boas colegas, mas sabia que não podia pedir para a deusa pular esta apresentação, pois a mesma, que era super organizada e normativa, fazia questão de fazer esta apresentação.-E, um desses trabalhos me trouxe aqui.-Preparou-se para versar de forma lírica o anunciar de quem a enviara. -Mensagem da magestosa deusa Juno(Hera), deusa dos resplandecentes céus, onde humildemente permite dar descanso ao Sol e à Lua; Às nuvens e às  chuvas; Às costelações e aos trovões; Deusa símbolo da perfeita vida conjugal; E nossa eterna deusa maternal; Deusa que alimenta a Terra em seus seios; E, sendo fiel,  apenas de Júpiter (Zeus) é aceito os cortejos; E, assim, diz: ''Jovem Diana, é o décimo-terceiro grito de dor que sai de seus lábios, e que chega às minhas orelhas. O que abate tua solene alma, minha cara?''-Ao repassar a mensagem que recebera, Íris começou a falar e gesticular de forma teatral para tentar passar o que Juno (Hera) sentia ao mandar tal mensagem.-''Estou preocupada acerca de ti, fiel caçadora, pois, em um de seus gritos, ouvi meu nome sendo clamado. Na verdade, não há canto do Universo que não os tenha escutado!''-Concluiu Íris a entrega da mensagem, sendo que, a última frase disse da mesma forma que uma mãe repreende um filho por fazer algazarras na frente de nobres parentes, repetindo, assim, da mesma forma que Juno (Hera) falara. Ao terminar de falar, Íris retomou sua ereta pose, como a de um sentinela.

--Í-Íris, competente mensageira, que bom que aparecestes...-Começou Diana a dizer com uma dramática voz sôfrega.-Responder-lhe-ei esta mensagem, e pedir-lhe-ei um...-A deusa hesitou no falar dando, no lugar de suas palavras, um grito de dor.

--''Pedir-lhe-ei um"...-Repetiu Íris tal fala da outra deusa, para que a mesma completasse, porém Diana deu outro grito de dor, o que a fez tomar uma medida brusca para abafar a dor puxando a deusa mensageira para sí, assim, selando seus lábios.

--''Quem ela pensa que é?!''-Maquinou mentalmente Dafne, quem estava tomada de ciúmes, contra Íris, quem estava com a face completamente rosada, e que dera um grande suspiro ao final do beijo, indicando sua surpresa, o quanto estava sem jeito e um pouco de prazer.

--Pedir-lhe-ei que envie uma mensagem para os deuses que lhe direi.-A deusa estava um pouco mais recomposta.

--Como desejas!-Respondeu Íris.

--Bem, um mal imensurável tem me atingido fazendo-me adoecer de tal forma que estou em meu leito de morte. Basicamente isto.-Disse Diana de forma bem natural.

--Mal imensurável?!Leito de morte?!-Perguntava Íris perto de entrar em um desespero, não porque Diana morreria, mas, sim, porque se a deusa morresse por essa doença, assim morreria ela, pois Diana havia a beijado, e ela já estaria infectada a esta altura.

--Sim, sim.-Respondeu a deusa caçadora.

--Tens certeza disto o que afirmas?!-De fato, não cabia a um deus mensageiro questionar as mensagens a serem entregues, o que, para Íris, era uma lei magna, porém a jovem deusa estava tão apavorada pela possibilidade de morrer que esquecera totalmente seu ofício.

--A-Absoluta certeza. Meu favor é que dê está notícia somente aos meus íntimos,como Minerva(Atena), Mercúrio(Hermas), Juno(Hera), Apolo e Hipólito, e convoque-os para que me acompanhem em meu leito de morte até meu último suspiro, o que já está próximo.-Disse a deusa voltando a sua dramatização com voz rala dando pequenas pausas para tossir.

--S-Sim, nobre Diana da caça!-Afirmou a deusa mensageira, quem agora estava apavoradíssima, partindo muito mais que velozmente para dar a noticia a Juno(Hera).

 

Íris não mais deslizava pela ponte colorida, mas, sim, corria desesperadamente por ela, como um soldado que fora o único sobrevivente de uma batalha, e voltava para dar a noticia da trágica derrota.

--Mamãe me disse que deuses não morrem. Deuses não morrem!-A deusa mensageira repetia essas palavras como um mantra tentando convencer a sí mesma enquanto tentava conter choro, e mantia alguns dedos de uma de sua mão em seus lábios como quem toca uma ferida.  

 

 

                      ---------------------------------------

 

--Vamos, Linus! Esta é a última garrafa!-Tárcilis incentivava o amigo animadamente a beber a bebida forte em uma taverna qualquer.

--Não aguentarei. Bebas sem mim.-Disse Linus com a mão na barriga, sinal que estava meio enjoado.

--És um frouxo!-Exclamou a ruiva bebendo, de uma vez só, todo o líquido da garrafa.

--Talvez neste quesito,mas, mudando de assunto...Não achas magnífico o fato de que nem Esqueneu e nem Nárcis, quem é que fez questão de patrocinar a corrida, terem divulgado muito a corrida? Assim não terá muitos pretendentes!-Linus dizia tudo de forma animada como se tivesse feito a descoberta do século.

--Aaahh, Linus, como és ingênuo...-Disse Tárcilis, que agora possuía um triste semblante, e mantinha sua cabeça baixa observando seu dedo que passeava na mesa em forma circular.

--Oras, por que?

--Bem, de fato, Esqueneu não tem divulgado para favorecer Atalanta, porém Nárcis...sorriu tristemente.-...Este não divulga, pois ele quer que quem vença a corrida seja um dos seus, e fará de tudo para isso.Assim, ter poucos participantes ajuda bastante.

--Como sabes disso?!

--Como tu não sabes disso?-A ruiva frisou o ''tu''.

--Não importa. Mesmo havendo uma corrida para disputar a mão de Atalanta, ela vencerá!

--Haverá uma corrida para disputar a mão de Atalanta?!-De repente, uma voz grossa surge anunciando essas palavras. Logo após, surge um corpo masculino bem atlético, que era o dono da voz. Era Hipomene, que passava a mão pela barba, e exibia um sorriso malicioso.

--Hipomene!-Exclamaram os dois amigos.

--Sim, eu em carne e osso.-O caçador expressava superioridade.

--''Mas que praga do Hades, Linus. Tinhas logo que abrir esta sua boca para o último homem quem poderia ouvir sobre a corrida?!-Dizia Tárcilis em seu pensamento, mas era inevitável que seus olhos denunciassem suas palavras ditas mentalmente a Linus, quem engoliu seco entendendo o recado.

--Ora, diga-me logo se o que eu acabei de ouvir é verídico.-Disse Hipomene a Linus, porém ele nada respondeu.-Seu desgraçado, mandei dizer!-Agora, exclamava entre dentes enquanto suspendia a gola do sucinto rapaz.

--Pare com isso, Hipomene!-Tárcilis tentou impedir o másculo homem, mas o mesmo deu um empurrão nela, que a fez desequilibrar e cair.

--Que tu fiques longe disto!-Impôs Hipomene. Depois, se voltou ao homem que retinha no ar com seus braços.-Não dirás? Tudo bem.-Disse o caçador largando o corpo de Linus e expondo uma expressão como quem se dera por vencido, e continuou.-Talvez estes homens daqui da taverna sabiam algo sobre a corrida que haverá para disputar a mão de Atalanta!-Disse o viril caçador em tom bem alto para que todos do local ouvissem. Neste momento, uma algazarra começou a reinar no recinto. Vários homens, que, até então, nada sabiam sobre a corrida passaram a saber.

--Mil vezes desgraçado!-Gritou Tárcilis a Hipomene, quem, em resposta, apenas sorriu cordialmente, pagou uma bebida e se foi.-Agora todos saberão, e meio mundo estará nessa maldita corrida!-Constatava a ruiva enquanto batia sua cabeça repetidas vezes na mesa.

--Não te condenes . A culpa não é tua.-Linus tentava consolar a amiga.

--Tens razão...-Disse a ruiva de forma calma e singela.-É tua!-Exclamou enquanto levava a cabeça de seu amigo à mesa batendo-a bem forte.

 

 

              --------------------------------------

 

 

Dentro de uma sala, em algum lugar do Olimpo, era possível se ouvir batidas constantes. Eram constantes batidas de sapato que denunciavam a ansiedade de Juno (Hera). A deusa ouviu o barulho da enorme porta se abrindo, ocorrido que a fez pregar os olhos na primeira pessoa que passara por ela. Era Íris, que corria esbaforadamente com uma respiração totalmente descompassada, assim como seus passos, o que chamou muito a atenção da deusa.

--''Por Júpiter (Zeus)! Para Íris chegar neste deplorável estado, coisa que ela nunca faria, pois esta cordial mensageira prefere a morte do que se apresentar assim, algo de muito terrível deve ter ocorrido.''-Pensou a deusa do céu enquanto roía uma de suas unhas.

--T-Trago mensagens de Diana...-A deusa mensageira tentava recobrar a compostura para começar a versar, como sempre, o vocativo da mensagem.-Deusa da mais nobre caça; E, que, em honra às virgens, mantém sua alma casta; Deusa que se  assenta na gloriosa Lua; Velando o sono de todos na noite vulnerável e desnuda; E aguçando os sentidos daqueles que pelo céu escuro caçam; E, que, sob as estrelas, os abraçam; A ti, magestosa deusa Juno(Hera), deusa dos resplandecentes céus, onde humildemente permite dar descanso ao...

--Apressa-te com tuas palavras!-Requisitou uma impassiente Juno(Hera), quem gesticulava com a mão para que sua fiel mensageira prosseguisse com a mensagem.

--S-Sim, claro. Como queira, grandiosa Juno (Hera). Assim diz a deusa Diana:''Estou a gritar de dor, pois um mal imensurável tem atingido-me como a chuva que cai em minha cabeça, e jogou-me a uma dor tamanha que fez a morte parecer-me bela.''-Como sempre, Íris gesticulava e falava de forma cênica, e, também, ornamentava as palavras da deusa caçadora.-''Sinto fortes dores no coração, que aumentam a cada pontada. Tais dores anunciam que minha morte está eminente, e estão mais gritantes a cada minuto. Estou, enfim, covocando-a juntos com Mercúrio (Hermes), Minerva(Atena), Apolo e Hipólito, ou seja, meus mais próximos, para que me acompanhem em meu leito de morte até que eu dê meu último suspiro, o que está bem próximo.''

--O que?!-A deusa dos céus deu um grito que preencheu a casa, e quase desmaiou com a notícia.-Por tudo o que é mais sagrado! Estás certa do que dizes?!-Juno(Hera) estava incrédula tampando com a mão o buraco que sua boca formara.

--S-Sim! Absoluta certeza!

--I-Isto é muito grave!-A deusa mãe estava quase que imóvel perante a trágica notícia.-Vá e avisa a quem Diana pediu-lhe para avisar, e voltes para  levar-me até onde ela está.

--Como queiras, poderosa Juno (Hera)!-Irís prestou a devida continência e disparou como um relâmpago.

 

Juno(Hera) considerava Diana como uma filha, embora a deusa da caça não fosse. Diana era apenas filha de Júpiter (Zeus) com Latona, por isso era fruto de uma das inúmeras traições do deus. Embora a ciumenta deusa do céu sempre estivesse atormentando as mulheres que tiveram caso com Júpiter (Zeus) assim como seus filhos, com Diana, Mercúrio (Hermes) e Minerva (Atena) era diferente. Juno(Hera), com o tempo, foi criando um forte apresso pelos três.

--Júpiter!-A deusa chamava seu marido em alto e bom som.

--''Pelos meus raios! Primeiro ela dá um grande grito dizendo 'o que?!', e, agora, chama meu nome! Com certeza  ela descobriu sobre eu e a ninfa Yo!''-Pensava o deus portador do raio de forma nervosa e preocupada se preparando para levar a repreensão do século.-Sou um deus morto.-E assim foi o deus ao encontro de sua esposa.

--Júpiter tu...

--Olha, Juno(Hera), se estás a falar sobre mim e Yo quero que saibas que...-O deus havia interrompido sua esposa para começar a se explicar, porém foi interrompido novamente por Juno(Hera).

--Não estou a falar sobre ti e Yo, e, aliás, quero que me contes, depois, sobre essa história.-Disse a deusa com uma expressão amedrontadora e desconfiada, e continuou.-Estou a falar de sua filha!

--Minha filha? Qual delas?-Perguntou Júpiter(Zeus) enquanto tentava se lembrar de nomes de algumas de suas filhas.

--Uma que não é minha...Para variar.-Disse Juno(Hera) cuspindo suas palavras como se fossem flechas para atingir seu esposo.

--Minerva?

--Diana.

--Ah, sim, Diana. O que tem ela?

--Ela...Ela...-A deusa vacilava no falar, pois se lembrara das palavras de sua fiel mensageira, o que fez com que surgissem lagrimas em seus olhos.-Ela está em seu leito de morte!-Concluiu Juno( Hera) em um fôlego só.

--Em seu leito de morte?!-Júpiter ficara pasmo.

--Sim. Ela pediu para que só os íntimos dela comparessem no bosque onde ela está aguardando seu último suspiro, e, adivinha! Tu não fostes convidado!-A deusa mãe disse com um ar de repreensão.

--Não fui convidado?!-Questionou o deus incrédulo.

--Exatamente!

--Mas, por que?

--Mas, por que?!-Juno(Hera) repetia a pergunta que seu marido fizera como se fosse a última coisa que o mesmo pudesse perguntar.-Tu ainda perguntas o porquê?! Talvez seja pelo fato de ter feito aquela coisa que acendeu a fúria de Diana, que até hoje queima,e tu nunca pediras perdão. Do contrário, insistes em fazer birra como uma criança mimada!-A deusa disse com tom irônico, fazendo Júpiter (Zeus) refletir sobre seu ato e saborear um momento de genuína tristeza.

 

 

------------------------------------------

Em apenas alguns segundos, a veloz mensageira já encontrara Mercúrio (Hermes), quem, por sorte, estava já junto de Minerva(Atena). Íris prontamente se pôs perante os dois, e começou a se anunciar: --Saudações! Sou Íris, filha de Electra e Teneu, deusa mensageira de Juno(Hera) e dos nobres, assim ligo o plano celeste ao plano terreno; Trabalho que faço com muito prazer e ardor, e um desses trabalhos me trouxe aqui. Mensagem da deusa Diana, magestosa deusa da caça, que se assenta sobre a Lua em suas diversas formas, a tu, Minerva(Atena), deusa da justiça, da arte da guerra e da sabedoria, e a tu, Mercúrio.-Íris disse de forma seca o nome do outro deus mensageiro olhando-o de rabo de olho enquanto portava um sutil sorriso de escárnio.-Assim diz a deusa: ''Um mal imensurável tem  atingido-me como uma garça atinge certeiramente com seu afiado bico um peixe do vasto mar. A dor encontrou uma bela morada em meu coração, e se debate a cada segundo. A caso, não tenho tratado-a bem?Porque ela está sempre a reclamar. Assim como o Sol dá lugar a Lua quando a escuridão tinge o céu, a vida está dando lugar a morte enquanto a dor tinge meu corpo todo. Não se preocupem, pois não temo a morte. Na verdade, eu a aprecio, pois será um justo modo de tirar-me desta agonia infinita. Peço que acompanhem-me  em meu leito de morte até meu último suspiro, o que já está eminente.''-As únicas palavras que Íris realmente repetira da real mensagem de Diana foram as da primeira e da ultima oração. --Diana irá morrer?!-Minerva(Atena) quase botara o coração para fora. --Como Diana morrerá?!-Mercúrio(Hermes) estava tão pasmo quanto a deusa do saber. --Então,magnífica Minerva(Atena), respondendo tua pergunta...-A deusa mensageira frisara o nome da outra deusa para provocar Mercúrio, quem ficou quietamente transtornado com o desdém da outra.-...Sim,de fato, a deusa da caça p-padecerá.-A jovem deusa disse palavra ''padecerá'' com uma voz balbuciante, pois lembrara-se de seu destino por ter seus lábios beijados pela outra deusa. --Pelo que vejo, eras bem íntima de Diana também.-Disse Minerva (Atena) de forma inocente, pois vira algumas delicadas lágrimas escorrerem pela face da deusa mensageira. --De certa forma, sim...-Respondeu Íris.-...Vamos. Levar-te-ei até lá, justa Minerva(Atena), assim que buscarmos Hipólito. --Creio que não será necessário,Íris. Obrigada.-Disse a deusa do saber dispensando os serviços da outra.-Mercúrio me levará. --Tens certeza? Comigo tu chegarias bem mais rápido.-Disse Íris sem perder a oportunidade de escarnecer seu rival. --De certo, eu chegaria mais rápidamente, porém eu mesma buscarei Hipólito e um outro rapaz que será útil. Apenas não quero se atrase para levar Juno(Hera), quem tenho certeza que irá também.-Mercúrio, que com a preferência de Minerva(Atena) ficara orgulhoso perante Íris, mudou seu semblante para um enfurecido perante a explicação da deusa acerca de sua escolha.
Íris, após se despedir dos deuses, ou melhor, de Minerva(Atena), dirigiu-se a passos bem largos para buscar a deusa Juno(Hera), quem tinha feito de suas unhas um banquete enquanto aguardava sua pontual mensageira.
Íris, por muito tempo, tivera uma grande vida amorosa com Mercúrio (Hermes), mas o mesmo traíra a deusa com Vênus(Afrodite), pois a deusa mensageira era virgem, e queria sempre continuar assim. Este foi o momento que a jovem deusa mais se aproximara de Juno(Hera), quem a acolhera como uma filha(para variar). Assim,  Íris e Mercúrio (Hermes) tornaram-se fiéis rivais, sendo que a deusa mensageira sempre se mostrava melhor que o deus, pois empenhava-se muito em seu ofício para humilhá-lo. Ela era a mais requisitada pelos deuses para fazer trabalhos mais magestosos, como entregar nobres mensagens mais ornamentadas. Mercúrio (Hermes) era requisitado para enviar mensagens sem tamanho valor quanto as de Íris , e a ele era incumbido trabalhos que exigiam mais ''mão na massa'' e perigos, como ir ao Hades. Em resumo, Íris era mensageira de Juno(Hera) e Mercúrio(Hermes) de Júpiter(Zeus).
--Que outro rapaz irás buscar?-Perguntou Mercúrio a Minerva(Hera). --Aquele filho de Apolo: Esculápio. --Esculápio? --Sim, ele domina magestosamente a arte da cura. Ele está até desenvolvendo um método para ressuscitar mortos. Ele poderá ajudar-nos na doença de Diana. Aproveito e chamo o próprio Apolo. --Tudo bem.

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          Diana por incontáveis vezes sentira a angustiante dor. Neste momento a deusa estava com Dafne na grandiosa cama tendo um momento bem afetuoso. A pobre Salmácis fazia de tudo para acompanhar os movimentos da deusa sem desgrudar os dedos de suas têmporas enquanto tentava avidamente desviar suas mãos das esbarradas da enérgica Dafne, quem gemia mais do que uma vaca prenha. Essa ninfa, na verdade, já estava totalmente nua.

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De fato, Íris era mais do que prestativa. Antes de Juno(Hera) mentalizar a frase ''Será que já chegamos?'', ela e sua fiel mensageira já estavam com seus pés nas macias gramas do bosque. A deusa do céu detectou rapidamente a cama de Diana no meio do gramado. Na verdade, difícil seria encontrar gramado de tão grande que a cama era. --Diana!-Exclamou Juno(Hera) atirando-se ao leito da deusa caçadora, e varrendo Dafne de lá como se a mesma fosse uma poeira inútil, o que fez a ninfa querer que o chão tivesse se aberto e a engolido de tanta vergonha. --''Juno(Hera) seja louvada! Se eu soubesse tinha feito uma cama bem mais alta! Hehehehe.''-Pensou Salmácis ao ver o tombo que a outra ninfa levara com o empurrão da deusa.  --J-Juno(Hera)...Vieste.-Disse Diana com sua voz rala e sôfrega. --Claro, meu bem. Não faças esforço algum. Os outros já estão a caminho.-Disse Juno(Hera) de forma terna enquanto acariciava a face da deusa enferma.-Olhe! Estás com a pele pálida, teus olhos estão acinzentados e teus lábios estão beirando o roxo.-Advertiu a deusa de forma preocupada, porém a pele, os olhos e os lábios de Diana estavam como sempre estiveram. As observações de Juno(Hera) eram apenas coisas de sua traiçoeira mente. --''Oras, isto é falta do que fazer com certeza. Tem uma louça bem grande para lavar lá na cozinha. Fique à vontade''.-Pensava Salmácis dando baixas risadinhas.-''E, olha que, para eu estar pensando isso, o caso é sério.''
Depois de um pequeno espaço de tempo chegaram Minerva(Atena), Mercúrio (Hermes), Hipólito, Apolo e seu filho Esculápio, quem se mantinha bem retraído. O jovem rapaz ficou extasiado perante à imagem das belas ninfas que estavam no bosque. Uma das mais belas estava nua e procurando sua roupa, o que fez a face do menino-homem corar.
Minerva(Atena), que sempre foi sinônimo de prudencia, pediu a Esculápio para que fosse providenciado algo para protegê-la da suposta enfermidade da irmã. O jovem rapidamente pegou um tecido dourado de material misterioso e envolveu a cabeça, mãos e braços da deusa do sabe fazendo-a parecer uma múmia. --Diana, como estás?-Perguntou Minerva(Atena) de modo sensibilizado. --Mas que praga é esta?!-Gritou Juno(Hera) devido ao susto que levara ao se virar para trás e dar de cara com uma múmia dourada. --Enquanto nós não tivermos certeza sobre que mal tem atingido Diana, é melhor nos previnirmos.-Disse a deusa do saber de forma especialista. --Minerva(Atena), se não tirares esta faixa agora, enfiar-la-ei em um lugar onde terás dificuldade de tirá-la! Onde já se viu?! Tua irmã prestes a morrer, e tu, aí, falando de prevenção!-Repreendeu Juno(Hera) fazendo Minerva(Hera) tirar a faixa num estalar de dedos.  --Perdoe-me, Diana. --Tudo bem, Minerva{Atena). --Minha irmã, não acredito que deixarás esta vida. Perdoe-me por tudo que eu tenha feito contra ti. Falarei até a verdade sobre a história da cobra.-Dizia Apolo entre manhas enquanto se jogava nos braços da irmã para um abraço ultra meloso. --Diana, saiba que sempre foi uma grande companheira e amiga.-Dizia Mercúrio como um soldado que presta a devida honra a um general morto. --Perdôo-te, Minerva(Atena) por isso. Perdôo-te, Apolo, por seres tão idiota sempre... Perdôo-te também, Juno(Hera), por ter tentado matar a minha mãe, a mim e ao meu irmão mandando uma cobra nos devorar, pois agora entendo o que tu sentiras em seu coração...Esta dor de forme insaciável.-Diana dizia da forma mais dramática possível, o que emocionou a todos, e, principalmente, a Juno(Hera), quem já não conseguia conter as lágrimas. Foi a primeira a chorar sendo seguida por todos, menos por Esculápio, quem estava perdido na história. Salmácis mantinha uma expressão gélida respirando profundamente enquanto analisava a cena, e pensava: --''Não ria, Salmácis, Não ria...Se rir será pior...Se rir será pior...''-A ninfa prendia-se a esse pensamento tentando prender o riso temendo morrer primeiro que Diana. Tal ato fez com que cômicas lágrimas escorressem de seus olhos. --Está sendo difícil para ti também, não é, minha querida?-Perguntou Juno(Hera) à Salmácis de forma terna julgando que a jovem ninfa estivesse tão desolada quanto os outros. --Sim, está sendo difícil...-Respondeu a ninfa. Logo depois, completou em seus pensamentos-''...De conter meu ataque de riso.''
A maternal deusa acolheu a ninfa em seus braços em um abraço confortante, o que fez Salmácis agradecer em seus pensamentos: --''Louvada seja Juno(Hera) duas vezes! Não aguentava mais massagear as têmporas de Diana. Meus dedos já estavam sofrendo erosão de tanto que eu esfreguei-os lá!'' --Diana, não existe maior honra do que ser considerado um amigo por ti...-Começou a dizer o mortal Hipólito emocionadamente.-Crescemos como dois irmãos. Estávamos sempre a caçar. Cuidamos de nossa amizade como um honrado jardineiro cuida de uma única flor de Lotus.-Hipólito dizia em tom saudoso. As palavras que saiam de sua boca atingiram os lábios de Diana inclinando-os em um sincero e terno sorriso. --De fato, considero a ti como um irmão. Foi a mais nobre amizade que já tive. Que ela me guie pacificamente pela entrada do Hades.-Após dizer isto, um silêncio começou a rondar pelo local.
--Diana!-Minerva (Atena) quebrou o silêncio do antecipado luto-Trouxemos conosco Esculápio, filho de Apolo. Ele é magnífico na arte da cura, e irá examiná-la para saber o que tens, e se há alguma cura!-Concluiu a deusa puxando o rapaz como se o mesmo fosse um escudo. --S-Sinto-me honrado, grande D-Diana!-Esculápio estava visivelmente tomado de vergonha. Sentia-se meio que um intruso. --Oras, estou em meu leito de morte. Podes me chamar de t-titia.-Diana disse a palavra ''titia'' como se ela nunca tivesse dito em sua vida., e quase fazendo uma careta ao dizê-la --M-Muito obrigado, Diana, digo, titia.
Assim, o nervoso Esculápio prontamente abriu sua bolsa cheia de geringonças, e começou a analisar Diana. O jovem rapaz se viu em uma situação de perigoso risco, pois para examiná-la melhor, assim como o mesmo sempre fizera com seus pacientes, era preciso que a deusa tirasse suas vestes, porém Esculápio não ousava nem pensar em perguntar, pois o fato que acontecera a Acteão já rondava na boca do povo. O rapaz já havia começado a suar e tremer. Ele dirigia  sua trêmula mão com o intuito de tocar o meio do peito de Diana. Por alguns minutos ele hesitara no mover de sua mão. Ninguém questionava, pois julgaram que essa estranha cena fosse parte do ritual de cura. Todos estavam apreensivos, menos Salmácis, quem embarcara num arrebatador sono no colo de Juno(Hera) sendo envolvida por seus braços. Ninguém poderia resistir ao abraço maternal da deusa da maternidade.
Enfim, Esculápio tocou o peito de Diana após adquirir a devida coragem, porém fizera isso de olhos fechados. Abriu-os ao perceber que não havia morrido. O filho de Apolo ficou um bom tempo analisando sua tia, quem parecia ter apenas alguns anos a mais que ele, embora tivesse séculos de vida. Mesmo ele procurando muito, Esculápio não achava nenhum sinal de enfermidade. O rapaz, então, começou a se desesperar. --''Não consigo achar nada! Vamos lá, corpo! Dê-me um sinal do que tens. Diga-me o que te abates. Matar-me-ão com certeza''-Pensava um desesperado Esculápio, quem, a este ponto,  já sentia seu coração batendo nas paredes de seu corpo como se quisesse as arrombar.
Minerva(Atena), do jeito que era sábia acerca de linguagens corporais, logo percebeu o nervosismo do jovem curador. Tocou-lhe os ombros de forma calma e terna tentando acalmá-lo, e disse: --O que descobristes? --N-Não consigo achar nada.-Cochichou Esculápio no ouvido de Minerva (Atena) quase fugindo para debaixo do vestido da deusa com medo da fúria dos outros deuses. --Então, Esculápio...-Começou a dizer Diana ao perceber que o rapaz e Minerva(Atena) estavam a cochichar.-Quanto tempo ainda me resta? Dias? Horas? Minutos? Segundos? Alguns suspiros?!-A deusa parecia apreensiva. --Diana, seja lá o que tu tens, está além da normalidade.-Disse a deusa do saber pondo-se a frente de Esculápio de forma determinada para protegê-lo. --Ótimo! Com certeza algum deus lançou uma praga na minha pobre Diana.-Esbravejou Juno(Hera) em alta voz fazendo Salmácis pular com o susto.-Aposto que foi Vênus (Afrodite), aquela invejosa!-A deusa dos céus nutria uma autêntica antipatia pela divindade do amor. --Melhor não acusarmos ninguém antes da hora.-Posicionou-se Mercúrio(Hermes) afim de acalmar Juno(Hera),para que a mesma não viesse a fazer uma besteira. --Nossa! Olha como ele defende Vênus!-Escarneceu Íris com irônia e desdém. --Estavas quieta até agora, mas  resolvestes abrir a boca!-Mercúrio (Hermes) disse resolvendo entrar na arena de batalha. --Os dois!-Exclamou Minerva(Atena), que exercia justiça por natureza.-Parem!Vamos pular para a parte que as mulheres tem um momento com a enferma, para, depois, os homens.-Sentenciou a deusa afim de separar os dois briguentos.
Assim como fora proposto por Minerva(Atena), apenas as mulheres ficaram com Diana. A deusa do saber analisava  minuciosamente cada detalhe de sua irmã.  --Então, como a doença se manifesta em Diana?-Perguntou a sábia deusa à Salmácis, quem, infelizmente, teve que voltar ao posto de massagista de têmporas. --Bem, ela supostamente sente uma suposta dor no coração, e, depois dá um suposto grito de dor. Tudo muito suposto. Muitas suposições.-Respondeu a ninfa de modo irônico frisando as várias variações da palavra supor que inserira em sua fala, como se quisesse mandar uma mensagem subentendida para a Minerva(Atena). --Hhmmmmm...E o que ela faz para calar esta dor mesmo que momentaneamente?-Perguntou a deusa da sabedoria de forma desconfiada. Parece que ela entendera a mensagem. --Ah...Isto.-Disse Salmácis apontando para Diana com a cabeça enquanto revirava os olhos com uma expressão irônica  aproveitando que a deusa sentira dor e acabara de puxar uma de suas ninfas para um foguento beijo. --Hahahahahahaha...ai,ai,ai...Diana,Diana... só tu mesmo.-Disse Minerva(Atena)-Como fui tola... --O que houve, Minerva(Atena)?-Questionou Juno(Hera). Não podia ser admitido risadas perante uma situação destas. --Vejas tu ,Juno(Hera). Olhe o que Diana faz para acalmar sua dor.-Disse Minerva(Atena) apontando para a cena de Diana e uma de suas ninfas.
Juno(Hera) ,ao ver a cena, e ao perceber do que se tratava, deu uma extensa risada. A deusa do céu e a da sabedoria olharam-se com um olhar cúmplice. --Do que estão rindo?-Perguntou Diana apartando-se da ninfa, e investindo na forma mais sôfrega de sua voz para que as duas se sentissem culpadas por expressarem humor num momento ''tão trágico''.
As duas deusas ficaram a analisar Diana como se não acreditassem no que estava a acontecer perante seus olhos. --Será...Será que ela está apaixonada?-Cochichou Juno(Hera) no ouvido de Minerva(Atena). --Acho que ela está além disso. Acho que ela está amando.-Disse Minerva(Atena) com seu típico ar sábio, e, ao mesmo tempo, orgulhosa de sua irmã. --Não...Será?!-Juno(Hera) estava surpresa,pasma, incrédula e o mais importante: Estava alegre.-Que tipo de amor? --Aquele...-Disse a sábia deusa levantando uma de suas sombrancelhas e batendo seu ombro no de Juno(Hera). --Magestoso!-Exclamou Juno(Hera) batendo aceleradadas palmas.
Diana, quem estava totalmente alheia e inocente perante os analises das outras deusas, sentiu uma outra pontada bem forte e puxou para si a ninfa mais próxima, que, no caso, era Salmácis. A mesma, ao perceber qual seria seu trágico destino, agarrou com toda a força as duas barras de madeira da cama,assim, fazendo-as quebrarem. A ninfa, também, curvara todo seu pescoço para trás, fazendo-o  estalar. Ela se esquivava dos lábios da deusa como se a mesma estivesse cuspindo fogo. --Diana, não faças nada do que possas se arrepender e jogar desgraças sobre nós!-Salmácis suplicava entre dentes, pois media forças contra o abraço da deusa. --Então,Diana...-Começou a dizer Minerva(Atena) enquanto dispersava Salmácis da agarrada de Diana e sentava-se na cama. --...Será que tens rendido-se de amor...-Completava Juno(Hera) a frase dita por Minerva(Atena) enquanto sentava-se na cama também com o mesmo sorriso bobo da deusa do saber. --...A uma certa corredora?-Completou novamente Minerva(Atena) com uma expressão de desentendida. --Uma corredora?-Perguntou a deusa do céu fingindo surpresa, embora realmente estivesse. --Sim, uma corredora.-Respondeu a deusa do saber olhando fixamente para Diana como que a analisando com um sutil sorriso que criava vida no canto de seus lábios. --O que?!-Exclamou Diana se exaltando e pulando da cama. Esquecera completamente seu estado de ''beirando a morte''.-Sabia! Aquele cretino do Cupido! Desgraçado. --Diana, o que sentes nada tem a ver com Cupido. Isso foi algo que tu mesma procurastes.-Disse Minerva(Atena). --Mas isto é impossível!-Relutou a caçadora. --Impossível é um deus morrer do nada!-Exclamou Juno(Hera). --Bem, já sei qual é o ''curador'' que resolverá seu caso.-Disse a deusa do saber com um ar malicioso. --Lá vem...De que estás a falar?-Perguntou Diana como quem espera amendrotadamente um rocha cair sobre sua cabeça. --Eros.-Respondeu Minerva(Atena) de forma natural, como se não soubesse que sua irmã iria explodir após ouvir sua resposta. --Eros?! Estás louca?! Esse povo da laia dele quer minha cabeça numa bandeja!-Diana estava totalmente perplexa e indignada. --Oras,Eros?-Juno(Hera) resolvera intervir na conversa.-Aquele belo rapazinho da mamãe?-Perguntou a deusa maternal de modo paparicativo.-Fique calma, Diana. Ele não fará nada contra ti, ou melhor, nada que tu já não tenhas feito. Se ele tentar algo falarei com a mãe dele! --Tudo bem...Mas quero que me dê isto.-Disse Diana apontando para a faixa que Minerva(Atena) usara outrora. --Está bem. Íris, poderia nos levar até lá?-Perguntou a deusa do saber. --Como queiras!

         -------------------------------------------

Fim do capítulo

Notas finais:

Linus dando mancada...

Salmácis, a única sensata do drama.

O que Diana passou não passa de uma guerra contra seu próprio superego.

O superego é o local do inconsciente onde ficam as normas, leis, regras que foram consciente ou inconscientemente postas por alguém ou por nós mesmos. Ele tenta controlar todas as ânsias do id( local onde ficam nossos desejos). Quando o id se mostra mais forte que o superego ocorre uma batalha entre nós criando até uma sensação de adoecimento, como foi o caso de Diana.

Ela, junto com os outros deuses, pôs em seu superego a lei de nunca poder cair de amores por alguém, porém não era isso que seu id reservava. Acabou que o desejo dela se tornou um amor sendo mais do que páreo para enfrentar o ditador superego. O mesmo, em contra partida, interpretou isso como uma anormalidade mandando essa mensagem à deusa. Diana julgou não estar normal e presumiu que fosse uma doença.

Em resumo, o superego tenta normatizar tudo, porém quando algo em nós vai contra ele, ele trata isso como uma anormalidade, e faz a pessoa sentir-se anormal, diferente ou doente.

Cabe a nós impor as regras seguíveis e não seguíveis nele.  =)


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Comentários para 7 - Como deuses podem morrer?:
Nanni
Nanni

Em: 08/02/2018

Salmácis melhor pessoa kkkk 

Tadinha da Diana ou não? 

Travará uma guerra interna agora com esse sentimento!

Volte logo autora

Beijo 


Resposta do autor:

Sempre gostei muito de Salmácis também! É uma honra retratá-la  =)

Eu particularmente não sinto pena da Diana.('---')

Essa deusa caçadora terá seus momentos de deleite, mas depois se afogará com esses sentimentos. (>___<)

Voltarei tão rápido quanto Atalanta hahahahahaha.(^----^)

Beijo.

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