Um divino amor. por SrtaM
Qualquer compilado de histórias que retratem a deusa Diana seria, de fato, desmerecido se não retratassem o conceitual mito de Diana e o pobre Acteão. Quem seria eu se não o inserisse neste capítulo.
Boa leitura! :)
Diana e Acteão.
--Olhem só o a belezinha que eu peguei!-Disse um homem carregado de orgulho arrastando uma ursa abatida para perto de uma cabana , onde estavam seus amigos.
--Por Diana , Acteão! Caçastes uma gigante ursa!-Exclamou um dos caçadores.
--Eu sou simplesmente o maior dos caçadores nascido na Terra!
--Sabias que Diana nasceu na Terra?- Perguntou um dos homens.
--Claro! Mas ela não passa de uma mulher , mesmo sendo divina. Não darei a ela sacrifício de caça,aliás. Ela que cairia aos meus pés ao se ver diante de tamanha habilidade , e tiraria suas vestes para mim em forma de sacrifício!-Dizia Acteão determinado, sem medir suas palavras.
--Que conversa de bêbado de taverna.- Dizia um entre risos-É de conhecimento geral que nenhum homem jamais viu a nudez da virgem Diana. E tu falando tal blasfêmia não trará boa sorte a ti mesmo.
--És sacerdote dela agora?Poupe-me. Vou sair para me banhar em alguma água. Fiquem ai babando em minha ursa enquanto refletem como poderiam tentar chegar aos meus pés!-Constatou o caçador esnobemente.
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--Muito bem, todas aqui?-Dizia Diana para um aglomerado de ninfas , tentando contá-las com o dedo.
--Acho que falta alguém...-Pronunciou-se uma com expressão de dúvida.
--Salmácis, é claro!-Exclamou Dafne. A mesma não perdia a oportunidade de maldizer a outra.-Obviamente deve estar jogando gramas ao rio ,e, se bobear, nem deve ter acordado ainda.- Disse a ninfa sensacionalisando a falta de Salmácis-Como pode uma ninfa Diânica faltar no banho sagrado de sua deusa! Intolerável!
--Eu a chamarei...- Disse a deusa em meio a um suspiro e uma revirada de olhos , deixando ,assim, uma Dafne resmungando aos ventos sobre o atraso da outra ninfa.
Diana com seus lentos passos -pois queria se manter um tempo longe de suas ninfas ultramelosas , que sempre ficavam mais quando era o dia do banho sagrado- seguia até o quarto de Salmácis.A ninfa costumava dormir junto das outras , mas por sofrer algum tipo de represália, e ser alvo de invejas das outras (chefiadas por Dafne)acabou sendo colocada pela própria deusa em um local só pra ela ,deixando Dafne e as outras possessas de fúria. As outras ninfas,em contra partida , viviam dizendo que o quarto de Salmácis era uma verdadeira bagunça.
Ao chegar no quarto, Diana viu numa grande cama o corpo de Salmácis debruçado com pernas separadas aleatoriamente , mãos para dentro do travesseiro e o rosto afundado no mesmo , como quem diz :"Não!".Tal figura ,ainda assim, parecia doce e delicada. Isso fez com que ,nos lábios da deusa , surgisse um sutil sorriso de canto:
--''Quem vê até pensa...''-Pensou Diana ainda com o sorriso,mas ,agora, fazendo sinal de negativo com a cabeça enquanto mantida seus braços cruzados.
A deusa,num movimento brusco, abriu as cortinas do quarto fazendo com que os furiosos e agitados raios solares invadissem o recinto , e caíssem pesando sobre corpo da preguiçosa ninfa ,dando pesadelos às suas pálpebras, que já sentiam uma delicada ardencia.
--Hora de acordar ,dorminhoca...-Disse Diana com uma voz delicada bem paradoxal às suas grossas e brutas ações para acordar a ninfa, finalizando-se ,assim , seu ato.
--Diana, por que abristes as cortinas?!Sabes muito bem que Aurora não perdoa ninguém nesta hora da manhã...-Proferiu Salmácis com uma mão tampando seus olhos. Parecia que havia areia debaixo de suas pálpebras, pois era muito difícil de levantá-las.
--Eu sou quem não te perdoará se não se aprontares agora!
--Oras! O que há de tão importante afinal?!E...Que vestes são essas?- Disse Salmácis surpresa ao notar o visual da deusa -Não estás a usar sua pele de ursa , e estás usando este vestido verde mesquinho cheio de dobras e amarrações complexas.
--Bem, de fato,eu queria estar usando minha sagrada pele de ursa e uma veste mais dinâmica, mas,em virtude deste dia ser o dia do meu banho sagrado, tenho que usar isto.
--Aaaaaaahhhhhh...isso explica tudo. É uma honra comparecer em seu sagrado banho!
--Mesmo?
--Não.
--Bastarda!-Exclamou Diana em tom brincalhão.
--Posso ir depois?-O corpo da ninfa estava quase se aderindo a cama.
--Irás agora- Disse uma determinada deusa arrastando Salmácis como um tapete até o cavalo. A ninfa até protestaria contra tal grosseria se não fosse esforço de mais.
Diana estirou o corpo da ninfa em seu cavalo e foi caminhando para encontrar as outras, que estavam algumas sentadas ,outras deitadas ,mas, em semelhança, todas estavam a maldizer Salmácis , menos a ninfa Eco , que estava a falar de seu novo jardim. Ao verem a deusa e a ninfa se aproximando, flecharam com olhares a que estava debruçada do cavalo.
--Nem para se dar ao luxo de ir caminhando a preguiçosa se deu!-Esbravejou Dafne rangendo os dentes.-Corrompida por preguiça. Na verdade, és a própria encarnação dela!
--Fui eu quem a pus no cavalo.-Disse Diana de forma gélida, deixando Dafne envergonhada.
--E não é preguiça. É moléstia!-Completou Salmácis se aproveitando do coice que a outra ninfa acabara de levar.
Dafne não teve a oportunidade de responder , pois a caravana das belas damas já estava seguindo viagem, sendo liderada por Diana, que possuía um olhar sem expressão.
--Adoro quando ela fica com essa aura séria...-Cochichou a ninfa Eco para Dafne.
--Calada!-Respondeu a ninfa impaciente.
Diana e suas ninfas pararam próximas a uma cachoeira de águas cristalinas. O som das quedas d'água era um hino da paz para qualquer um que ouvisse.Poderia expulsar qualquer estresse parasita de almas. A cachoeira era guardada e cercada por lindas árvores e rochas lisas.
A deusa resolveu sentar-se em uma grande pedra para começar o ritual. Sucintamente , começou a observar suas ninfas. Todas eram belas, mas parecia que faltava algo. Nunca pensara nisso antes. Chaqualhou a cabeça para espantar os pensamentos estranhos, e pediu para que suas ninfas tirassem sua roupa.
O pedido de Diana fez com que as ninfas entrassem em euforia e algazarra total para verem quem iria tirar quais partes do vestido complexo da deusa. Em contra partida, Salmácis preferiu se deitar no resto disponível da rocha onde estava a deusa, pois não queria participar do banho de sangue das ninfas depravadas ,e por sua preguiça... Digo...''Moléstia''
Normalmente, Diana se divertia com a luta de suas belas e sensuais ninfas,ou melhor, apenas ninfas, pois não se passavam mais disso neste dia confuso. Porém , hoje em especial, não aparentava muito ânimo. Tudo era muito previsível. Uma iria para cima da outra para ver de quem teria a honra de tirar o decote da deusa, que era a função mais disputada, mas , no final, todas iam perdendo aos poucos para Dafne ,e se contentando em despir outras partes. Eco tinha um gosto estranhos por descalçar sandálias , o que tirava uma penca de risadas da deusa, mas hoje ela estava séria. Depois a ninfa terminaria,como sempre, elogiando o macio dos pés de Diana e sua unha bem feita.
Diana olhou para Dafne ,que já ia começar a despí-la, como que analisando-a. Uma sensação de morbidez atingiu a deusa. Com sua delicada, porém forte mão, afastou Dafne de seu posto, quem a olhou surpresa. A divina caçadora passou a olhar fixamente para uma das ninfas que tirava as partes trançadas na barra do vestido. Possuía cabelos castanhos escuros e levemente ondulados , assim como os da sua corredora, assim pensou inconscientemente Diana. A deusa, então, com seu toque de pluma, tocou levemente um dos ombros da ninfa , e disse com sua voz fugaz como a brisa e um tanto erótica.
--Quero que me dispas aqui...-Disse perambulando sutilmente seu indicador pela pele exposta envolta do decote.
--C-Claro, minha deusa.- Disse a ninfa, que estava sem acreditar e com a face avermelhada.
Diana pôs a ninfa em uma posição, fazendo com que a bela jovem ficasse quase em seu colo.
A deusa gostava de apalpar, alisar e tocar suas ninfas durante o ritual, o que as deixavam derretidas.Para isso, ''ordenava''(pois elas fariam isso de qualquer jeito) que todas se vestissem com vestidos bem curtos e de linhas bem finas , para que Diana pudesse admirar as partes de suas ninfas, que exalavam sensualidade.
--Ponha minha coroa.-Ordenou a deusa com sua voz suave, entregando uma espécie de coroa fina circundada por pérolas, e, no centro, havia uma lua minguante. A ninfa prontamente pôs a coroa sobre a cabeça de Diana. Era uma honra para qualquer ser por a coroa na deusa Diana.
A divina caçadora começou a apalpar sua ninfa por cima da leve veste, o que arrancou um gemido calado da mesma. Diana continuava com seu ato sem prestar atenção nas outras , que estavam, umas enciumadas ,e ,outras esperando sua suposta vez(era mais do que normal Diana erotizar mais de uma ninfa,porém hoje estava longe de ser um dia normal). A deusa alisou com o dedo desde o calcanhar da ninfa, até a metade de sua coxa, fazendo os pelos de sua ninfa eriçarem como os de um predador em alerta. Mais uma alisada , e a mão esquerda de Diana parou entre as coxas da ninfa, por cima das vestes,e tocando sua parte mais preciosa.
A divina caçadora sentia a quentura. Parecia que estava a tocar o próprio Sol. A ninfa se sentia possuída. Diana mexia ,sutilmente, um dos dedos, fazendo os olhos da ninfa se estreitarem de prazer. A face da ninfa era como a água mais límpida e refletora. A mais refletora, pois refletia com exatidão o que estava sentindo. A mais límpida , pois suas emoções eram sinceras.
A alça do vestido da ninfa foi delicadamente retirada ,e,postos no lugar, os quentes lábios de Diana. A língua da deusa rondava desde ombro da ninfa , até seu pescoço, dando pequenas pausas para tão pequenas ch*padas. Ficou um tempo lambendo o lóbulo e as costas da orelha da ninfa. Enquanto isso, as mãos ágeis de Diana percorria todo o corpo da ninfa dando uma atenção maior aos seios.
Depois de um tempo, os seios da bela jovem já haviam sido expostos e, ao mesmo tempo, cobertos pela boca da deusa. O pudor da ninfa já tinha voado com o vento que batia na copa das árvores. Estava em transe. De repente, foi bruscamente arrastada a realidade com o apartar de Diana.
--"O que eu estava fazendo?!Estava pensando nela...na corredora...em Atalanta. Como pode memórias tão volumosas de uma única mulher caber em minha pequena cabeça?"-Os pensamentos saíram rápidos como o suspiro da deusa.
Diana olhou para ninfa. Parecia estar encabulada com a situação. A deusa prontamente afastou os cabelos da ninfa da face da mesma e beijou sua testa. Todos esses atos foram exercidos de forma terna.
--Começo a achar que a poderosa deusa esteja caindo de amores por esta ninfa do rio...Preferiu somente ela hoje, e tirou-te de teu posto.-Começou a cochichar a ninfa Eco à Dafne-Logo tu, quem sempre foi preferência da deusa em relação às outras.-Concluiu a ninfa Eco à Dafne ,que estava se corroendo ,como se estivesse sofrendo uma combustão dentro de si.
--Começo a achar que devas se calar!-Respondeu a ciumenta ninfa de forma rígida.
O amontoado de ninfas começou a se despir e a entrar na água. Diana escolheu duas ninfas (nenhuma delas era Dafne)para que cada uma seguarasse uma de suas mãos para conduzí-la para o interior da cachoeira.
A partir daquele ponto, Diana fez tudo sozinha. Seu modo de se banhar era realmente divino e único. Se banhava como um magestoso Cisne...Espera... Cisne? "Cisne é uma caça que um predador facilmente abate!Sou uma predadora!Sou uma caçadora!"-Isso seria o que Diana diria,ou melhor, bradaria se ouvisse minha comparação. Não contém nada a ela, por favor. Mas vamos voltar à história. A deusa pegava a água em sua mão como se pega areia , e assim despejava sobre sua face. A água descia sobre seu corpo tal como se desce um vestido de settin.
Dafne não desgrudava os olhos nem um segundo do corpo de Diana, ou melhor, do banho de Diana, pois aquele ato enriquecia sua estrutura corpórea e expressiva. Era uma obra completa.
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--Primeiro matar minha sede, depois,enaltecer meu ato de abater aquela ursa na cara daqueles palhermas ,e,por último, caçar outra ursa , e ,assim, recomeçar este ciclo!-Dizia um certo homem orgulhoso com o peito cheio.
Depois de dizer tais palavras,o homem orgulhoso, ou melhor, Acteão,foi em direção a uma cachoeira da qual ouviu falar.
Depois de caminhar um bocado, acabou se perdendo e indo parar em uma outra cachoeira. Na verdade, presumiu que fosse uma cachoeira o que estava a frente(Tinha muitas árvores tampando a visão ), pois podia ouvir o barulho da queda d'água.Já que não deixava de ser uma cachoeira, Acteão resolveu ir se banhar lá ,e achar o caminho de volta depois.
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Na água, as ninfas estavam a brincar e se banhar ao mesmo tempo que se deslumbravam com o corpo atlético de Diana. Elas tinham a função de vigiar , para que nenhum homem chegasse no local. Porém, por pura distração, se afastaram em meio suas brincadeiras, deixando a deusa destacada delas. Salmácis, então, nem se falava. Estava boiando, deixando a água conduzí-la. Estava isenta de funções cognitivas. Não ousava mexer um músculo sequer.''Que blasfêmia seria se o fizesse!''. Até mesmo a deusa recebera um abraço da disperção. A mesma estava tentando caçar alguns peixinhos, assim desvirtuando-se de seu ritual.
''Vamos lá,Diana.Você tem que agir 'delicadamente'.Deixe esses peixes em paz.''-Pensou a deusa lutando contra sua própria vontade.
Dafne estava com as outras, mas parou para contemplar sua deusa, e acabou percebendo um vulto se aproximar pela sua visão periférica. O vulto começou a tomar forma de um homem másculo.
-- ''Merda!Um homem! Um homem nojento!Um homem nojento e asqueroso!Que pleonasmo da minha parte...Pera...Um homem nojento, asqueroso e idiota!Agora sim eu estou sendo pleonástica. Hehehehehehe''-Dafne estava tão nervosa que ficou imóvel se perdendo em seus nervosos pensamentos.-''Foco Dafne!Avise a deusa que há um intruso, e que há possibilidades dele vê-la!"
Finalmente,ao chegar numa das margens da grande cachoeira, Acteão se inclinou para beber da água dela. Ao fazer isso, se deparou com ninfas a brincar de jogar água uma nas outras. Uma em especial, porém, embora estivesse junto delas, não estava brincando. Parecia haver parado, e, agora, estava a olhá-lo com um olhar um tanto enigmático e bem assustador. Provavelmente estava a maquinar alguns pensamentos contra ele. Parecia paralisada.
--''Eu hein...Esta parece maluca, mas não posso deixar de notar o quão são belas. Espera. São ninfas!Hoje é meu dia de sorte!''-Pensou Acteão num pulso-Olá belas mulheres, digo,ninfas!O quão sensual vós sois!Principalmente tu...-Essa última frase, disse olhando nos olhos de Dafne com um jeito cafajeste.Nenhuma pareceu ouvir, exceto Dafne, que ainda estava imóvel.
--''Ai,eca.Que nojo! Este crápula está querendo fazer contato comigo!Já chega vou avisar a deusa!''-Dafne estava possessa.-Deusa Diana, um homem!- Gritou com toda a força.
--Um homem?!-Todas as ninfas exclararam unissonamente.
--Deusa Diana?!-Exclamou Acteão, externando sua surpresa.-Hoje realmente é meu dia de sorte!-Disse esfregando as mãos e movendo sua cabeça procurando a deusa com o olhar.
Diana ao perceber do que se tratava o furduncio, e, ao ouvir as palavras de Dafne, olhou para o homem, que a procurava. Olhou para ele com um olhar de quem olha para um tsunami surpresa ou para um vulcão em erupção.
As ninfas começaram a correr para tapar a nudez de Diana(menos Salmácis , que estava ocupada de mais tentando estancar o riso.Para isso, precisou de uma concentração maior que a de um monge hindu, fazendo-a romper em algumas lágrimas), porém elas haviam se distanciado muito da deusa no momento que foram distraídas pela brincadeira, e, agora, a distância para chegar a ela era bem maior. Ao alcançar a deusa, provavelmente já era tarde de mais, e, para completar, não conseguiam tampar o corpo todo de Diana, que era bem alto e atlético. Ficaram em um aglomerado envolta de caçadora. Parecia uma montanha de mulheres.
--Olha só!Como és bela! Não acredito que acabei de ver o que nenhum homem viu,digo, é claro que eu acabei de ver. É o mínimo que se pode fazer para o melhor caçador da Terra!-Disse Acteão com cara de deboche e alisando sua barba.
Em Diana que, até então, esboçava uma expressão de fúria,após as palavras do homem, começou a surgir um sutil sorriso no canto de sua boca(típico da ironia e sarcasmo). O sorriso começou a ganhar mais forma na medida que suas ,até então, contraídas sombrancelhas começavam a se suavizar , tirando a pesada expressão. A deusa começou a encarnar uma expressão de ironia bem assustadora, fazendo o clima fechar, e nuvens escuras começaram a aparecer, junto com ventos tempestuosos. Apenas o céu media com exatidão o que sentia. Começou a apartar suas ninfas de si dizendo com voz determinada:
--Saiam!O que está feito está feito. Com certeza este crápula viu-me nua.-Olhou para Acteão-Enquanto a ti, contempla tu a minha bela nudez enquanto podes, pois será a última nudez que verás-Estava maléfica.
Neste momento, Acteão temeu como nunca temera algo em sua vida. Na verdade, todas temeram.
Diana, com um olhar travesso , descontraído(e por que não divertido?) e muito sensual,reteve um pouco de água da cachoeira e jogou no homem, que estava paralisado de medo. Após esse ato, a deusa da caça começou a rir(começou com uma risada leve, e foi se transformando em uma forte risada). Suas risadas expressavam pura diversão. Salmácias, entendendo do que se tratava, começou a rir. As ninfas prontamente acompanharam Salmácis e Diana em suas risadas. Acteão, acompanhando a euforia de todas, começou a dar risadas de nervoso, mas, ao se passar um tempinho, julgou que a deusa estava apenas a brincar e se divertir, e que deixar-lo-ia sair ileso, então começou a dar sinceras e soltas risadas.
--Espere eu contar aos idiotas que eu acabei de ver a nudez da deusa Diana!-Disse o caçador enchendo o peito em meio a risos. Provavelmente, nele havia um estoque de bravura.
--De fato!Vá e faça isso...-Disse a deusa fingindo simpatia, e completou em seu pensamento.-''Se conseguires.Hahahahaha''
Acteão quis dar uma última olhada em Diana, e assim o fez. Quando virou o rosto para partir, deixou uma gota de água, que a deusa havia jogado contra sua face, cair no solo. Quando a gota caiu na terra, o caçador começou a sentir algo em seu corpo. Começou a sentir sua face se cobrir de pelos. Suas orelhas estavam maiores e peludas. Um formato estranho. Seu nariz estava em forma de fucinho. Olhou para suas mãos, e viu que já não eram mais mãos, mas sim cascos. Sentiu seu corpo cair e ficar de quatro. Tentou gritar algo do tipo "O que está acontecendo?", mas ao sair de sua boca, a frase soava como um grunhido. A deusa pareceu compreender do que o, então, animal estava ''falando''. --Agora és um cervo. É uma prova para mostrar aos seus amigos que me vistes de fato. Só espero que não morras antes de conseguires se comunicar com eles.-A expressão da deusa era de puro sadismo, assim como as das ninfas. Acteão fugiu. Correu. Correu como nunca. Nunca correra do jeito que estava a correr. De certo, não era um fugitivo, mas agora fugia como uma caça. Na verdade, sempre fora um fugitivo, e só agora percebera. Fugia de opiniões diferentes da sua; Fugia da rejeição; Fugia da hipótese de está errado em algo; Fugia de qualquer coisa que fosse uma ameaça a integridade e soberba de seu ego. Achava-se valente, mas na verdade tinha medo. Tinha medo de não ser notado como queria ser. Tinha medo de perder a fama. Diana parecia não ter transformado o homem em cervo. Parecia que havia tirado as vestes de homem que o cervo havia vestido.Os companheiros de Acteão estavam para o lado de fora da cabana sentados em círculo ,contando piadas vulgares e bebendo hidromel. De repente, se depararam com um grande cervo histérico. Rapidamente se levantaram cambaleando e pronunciando sílabas aleatórias por causa do álcool. Estavam ansiosos para pegar suas lanças, aljavas , facas, arco e flecha para abater o animal. --Olha o tamanho desta belezinha!-Anunciou um homem um tanto peludo, que quase não se cabia em pé. Enquanto falava, gotas furiosas de hidromel saiam ocasionalmente de sua boca, indo parar em toda parte, principalmente em sua barba, fazendo-a brilhar,mas não tanto quanto o desejo do homem de caçar o animal.-Ora, onde anda o mesquinho do Acteão para nos ver abatendo esse gigante cervo?! Todos riam e lançavam suas armas contra o cervo, sem saber que se tratava de Acteão. Este, porém, estava imerso em terror. Tentava se comunicar com seus companheiros, mas eles estavam cegos de desejo.
Como os caçadores estavam alcoolizados, sentiam dificuldade em acertar o cervo, que pulava muito. Acabaram, por fim, soltando os cachorros de caça do próprio Acteão. Ao perceber que se tratava de seus cachorros, que ele tanto amava, Acteão tentou fazer um contato visual com eles para que o reconhecessem. Pensou algo do tipo ''Eles são meus cães que tanto amo. Com certeza, ao olharem em meus olhos, saberão quem sou eu, e não me matarão. De certo,de certo, de certo...''.
De fato, os animais olharam nos olhos do ex-caçador,mas, não enxergaram nada além de um cervo,acabando,assim, com a vida de Acteão.
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Em um canto de Ciros;Num bosque reservado e silencioso, era possível se ouvir o barulhos de folhas secas caídas no chão sendo amassadas. Esse era, de fato, o barulho da mais genuína torcida de Atalanta, que assim ela considerava. Seus passos eram rápidos, e conversavam com o vento. Seu cervo (o que tinha pego para si no dia do encontro com a caçadora misteriosa) corria com ela, animando-a ainda mais.
Com a corredora também estavam Linus e Tácilis. A última era uma das poucas amigas que Atalanta possuía. Na verdade, era sua única amiga, pois seus únicos amigos eram ela e Linus. Tárcilis tinha cabelos curtos e ruivos cortados na altura do pescoço. Ela mesma cortara seus cabelos com uma rapieira, o que era motivo de orgulho. Tinha sardas travessas na face e olhos verdes como a grama. Era uma jovem muito vivaz e valente. Amava a independência.
Lá estavam a ruiva e o atrapalhado caçador sentados no gramado observando sua amiga correr determinadamente. --Atalanta, não achas que estas correndo demasiadamente. Pare para beber água um pouco.-Disse Tácilis estendendo um recipiente de pedra lapidada rentendo água.
A corredora chegou ofegante perto da amiga,e ajoelhou para pegar a bacia de água,mas suas mãos foram impedidas pelas mãos de lavanda de sua amiga. A mesma levou o recipiente na divisa dos lábios de Atalanta, e o pressionou levemente para baixo para que a boca de sua amiga fosse aberta. No abrir de boca de Atalanta, Tárcilis inclinou o recipiente levemente, fazendo a água se movimentar para dentro da boca da corredora em uma fina fileira. A ruiva com sua percepção cuidava para que não estivesse despejando nem muita água, para não derramar,nem pouca água, para não desmoralizar a sede de Atalanta. Fazia tudo isso de forma terna. A água descia pela garganta da corredora como uma gota de chuva que desce sobre uma rocha que tem por destino um grande gramado para refrescar. --Agora vamos cuidar deste seu suor...-Disse Tárcilis com o dedão cruzando levemente os macios lábios de Atalanta, com o intuito de secá-los.
A ruiva posicionou a bacia acima da cabeça de Atalanta em uma posição como a de um sacerdote ungindo alguém. A bacia de pedra estava em uma posição considerável para que, na queda da água, ao entrar em contato com o ar externo misturado a velocidade, gelasse mais para refrescar Atalanta. Não pôs tão alto para a água não machucar a cabeça da corredora, nem tão perto, para a água não perder o frescor.
A água desceu por Atalanta como um véu. Tárcilis despejou um pouco nos ombros de sua amiga,fazendo a água ir de encontro aos seios dela. A ruiva puxou um pouco o decote das vestes da corredora para dar mais espaço para a água passar e despejou mais ali. Depois, sacou um lenço, umideceu-o e passou em sua amiga.
Atalanta se mostrava inocente em relação aos atos de sua amiga. Ao contrário disso, Linus se silenciava, e nenhum detalhe dos sentimentos da ruiva lhe passava despercebido. A corredora estava apenas se refrescando. E Tácilis fazia isso como se fizesse a mais nobre arte. --Ainda não acredito que estejas prestes a se casar.-Disse a ruiva na medida que abanava a amiga com folhas, para sentenciar seu frescor. --Ora, não sejas tão pessimista...-Repreendeu Atalanta.-...Não me casarei em hipótese alguma. A caso, estás a duvidar da minha a habilidade? --Nunca! Estou longe disto, Atalanta. Eu apenas zelo por ti, minha amiga. Bem sei que és a mais veloz, e podes facilmente vencer. Porém, também, bem sei que os homens que participarão não medirão esforços para trapacear na primeira chance que tiverem. Tenho medo que se machuques.-Disse Tácilis olhando fixamente para sua amiga, com um olhar penetrante que cortava até a alma, e segurando firmemente suas mãos. --Bem, tenho que concordar com Tácilis-Foi a vez de Linus começar a falar.-Pode ser perigoso. --Perigoso seria se me casasse, mas a corrida,de fato, é um risco que tenho que correr. Se eu não participar, não terei opção a não ser a de me casar. --Vamos fugir!-Exclamou Tárcilis num impulso. Perder Atalanta seria de mais para ela. --Fugir?!-Gritaram Atalanta e Lunis unissonamente. --Seria loucura eu,tu e Linus fugirmos, Tárcilis. --Linus?-A ruiva desejava fugir sozinha com a amiga.-Ah sim! Linus.-Disfarçou forçadamente ao perceber que seus sentimentos ameaçavam se expor. --E não podemos esquecer do cervinho!-Disse Linus impolgadamente tentando levantar o animal, mas o mesmo se desvencilhava de si. O que ele queria mesmo era apagar a garfe de Tárcilis. --É claro que este lindo cervo iria conosco. Ele já está incluso no ''pacote Atalanta''.-Disse a corredora enquanto botava o animal em seu colo de forma terna; Ato que foi retribuído pelo bichano. --Bem, os raios solares estão apertando. Vamos indo meninas.-Advertiu um cuidadoso Linus. --Podem ir. Ficarei aqui mais um pouco.-Disse Atalanta se distraindo com as brincadeiras de seu cervinho. --Ficarei contigo ent...-Começou a dizer Tárcilis, mas foi interrompida por Linus. --Não! Tu vens comigo resolver aquele nosso assunto.-Disse o atrapalhado caçador piscando no intuito de tirar sua amiga dali, para que ela não fizesse nenhuma besteira. Tárcilis o seguiu a muito contra gosto. -- Tudo bem...
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Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Nanni
Em: 06/02/2018
Não demore a postar não viu?
Está perfeito... Parabéns
Beijo
Naianni
Resposta do autor:
Nossa! Muito obrigada! Não demorarei! Fiquei um tempo sem internet e sem nada para fazer. O resultado desses dias sem me comunicar com a civilização foi o adiantamento vários capítulos, que estou postando sempre que posso. (>___<) (*----*)
Nanni
Em: 05/02/2018
Cada capítulo uma emoção diferente... Continuaaaaa
Haha primeira a comentar
Resposta do autor:
Nossa! Eu nem sabia que tinha gente lendo. Eu escrevi obrigada por lerem meio que descrente se estavam lendo ou não hahahahaha. Quando eu li seu comentário eu quase enfartei.
É uma honra saber que tenha gostado (^---^)
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