Um divino amor. por SrtaM
Obrigada por lerem, meninas! <3 (^---^)/
Correndo do casamento...Literalmente.
--Estou dizendo a verdade,Minerva(Atena)- Diana tagarelava como uma criança que acabara de receber um doce -Era a mais rápida dentre todos os mortais - Completou animadamente seguindo a Deusa da sabedoria , que estava buscando , em uma gigante estante , alguns livros.
--Bem , minha cara- Minerva começou a falar depois de uma risadinha - Parece que a tal corredora tem te encantado.
--Precisas ver como corre magestosamente!
--Convoquemos ,então, ela para correr aqui no Olimpo para que todos os Deuses possam cair em deslumbramento assim como cairas!- Minerva(Atena) testava o ciúme de Diana.
--Não!- Disse num impulso irritado
--Entendo...- Disse a Deusa da sabedoria escondendo sua face atrás de um livro, pois estava rindo silenciosamente da reação da amiga e irmã-''Parece que alguém está caindo de amores por uma certa velocista. O impossível pode ss tornar possível. Finamente a fera foi domada!"- Pensou Minerva(Atena)-...Mas, pelo que me contas,minha amiga, Essa corredora parece não se deixar levar pelos Deuses, e te desrespeitou gravemente sem te prestar reverência...
--Não sabes o que falas Deusa da sabedoria-Disse a caçadora brincando , arrancando um sorriso de Minerva- Dela saiu a adoração mais pura que chegara a mim - Disse com cara de boba olhando para o nada.
--Como?- Estava curiosa
--Ora,minha cara meia-irmã, adorar significa dar a um ser o reconhecimento divino.- Dizia com ar de sabedoria.
--E...
--''E...'' ela me disse que eu era uma mulher que achava que sabia caçar , mas que, na verdade, era uma imprudente- Disse a Deusa com brilho nos olhos.
--...Hmmmmmmmm...Não acho que estejas passando bem.
-- Eu estou passando mas do que bem.
--Chamar-te de imprudente virou adoração agora? Júpiter(Zeus) me livre de meus atos se começassem a me adorar assim...
--Minha bela Minerva(Atena), Todos costumam a me adorar como uma mulher regada de sabedoria , metódica, padronizada , cumpridora de todas as leis que regem o Universo e séria. Às vezes penso que me confundem contigo ! -Fingiu cara de nojo- Isso prova o quanto os mortais não me conhecem , muito menos me reconhecem . Até mesmo minhas ninfas .Porém, em uma simples frase ,essa bela dama resumiu tudo o que eu sou: Quando ela me disse que eu me achava uma caçadora , ela reconheceu meu caráter orgulhoso nada modesto e muito determinado , pois achar que sabes caçar não significa que não sabes caçar. Quando ela me chamou de imprudente, ela reconheceu meu lado despojado,audacioso,corajoso,vivaz,espontâneo e livre. Coisa que ninguém conseguiu em anos de adoração.
--Nossa...-Minerva(Atena) estava espantada com a sabedoria da amiga-Quanta sabedoria! Acho que até eu te confundo com Minerva!- Fingiu surpresa (porém realmente estava), e ,em troca, recebeu um empurrãozinho de Diana.
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--Papai, estou de volta!- Anunciava-se uma faminta Atalanta.
--Minha filha , já chegastes?-Perguntou o vivido homem com um sorriso tão triste que nem suspendia suas rugas direito.
--Não,papai,ainda estou lá!-Ironizou a filha- Mas por que tua face parece tão abatida?
--Minha filha...Almocemos agora ,e, logo após , conversaremos sobre isso.
--...Tudo bem...
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--Diana!- Exclamou uma ninfa ao ver a Deusa chegando em seu cavalo.
--...Oi...- Disse Diana desconcertada e confusa ao ver todas a ninfas em sua frente com seus rostos curiosos como que esperando que a deusa se explicasse acerca de algo- ...Tudo bem?-Perguntou a deusa de forma hesitante
--Então , poderosa Deusa da caça , o que fizeras com aquela mortal irreverente que ousou desafiar-te?- Perguntou uma das ninfas Ansiosamente .
--Eeeerrrr...Nada-'' A fofoqueira da Dafne'' -Pensou Diana
--Aaaaahhhhhhhhh...Entendi! Esperarás até que Aurora saia e a Lua venha para te dar inspiração , para que possas tramar uma vingança ainda maior ! Como não pensei nisso antes?! -Disse a ninfa de modo imaginativo já mentalizando como seria tal vingança, o que fez com que ela deixasse escapar pequenas risadinhas.
--O que?! Não!
--Então quando será a vingança?
--Nunca.- Disse de modo natural com seus olhos fechados.
--Espera! Não acredito que deixarás aquela mortal sair impune!-Exaltou-se uma das ninfas
--De quem foi a voz ousada que acabara de me questionar?!- Questionou a Deusa de forma amedrontadora.
...O silêncio tomou conta do local...
--Melhor assim. Agora , me digam : Por onde anda Salmácis?Não a vi na caça de hoje.
--Salmacís?!- Preparava-se Dafne para escarnecer a outra ninfa de quem cultivava um ódio muito grande,pois sempre trabalhava ardoamente para ser reconhecida pela Deusa , que quase não a notava, enquanto que a outra raramente ajudava em algo, e vivia se banhando de sol e mar, e sempre recebera a atenção de Diana -Aquela preguiçosa não só cabulou a caça de hoje como assim o faz em todas! Fica sempre às margens do rio fazendo algo que nem Minerva(Atena) da sabedoria sabe dizer! Quando saí para chamá-la ao ritual, ela estava jogando gramas ao rio, e dizendo que estava ocupada -Disse tudo em um fôlego só. O fôlego da inveja.
--Realmente, jogar gramas às águas deve ter sido mais divertido do que a caça de hoje...hehehehe- Refletiu Dianda deixando Dafne com a face dominada de indignação e incredulidade.
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--Apolo!-Exclamou Hipomene ao Deus estirando-se numa rocha e chorando como um bebê-Ela não me ama!
--Quem?Atalanta?- Disse uma voz viril. Logo após , surgiu o dono da voz. Um homem com aparência jovem, que usava uma espécie de manto branco amarrado em seu corpo com tiras de ouro( da forma comum entre os gregos), deixando seu peito musculoso exposto. Calçava , também, uma sandália de ouro cuja amarração ia até a metade da panturrilha. Tinha cabelos da cor do sol e olhos azuis da cor do mar. Sua pele tinha uma tonalidade dourada. Seu corpo brilhava , pois nele sempre era passado óleo sagrado. Em sua cabeça havia uma coroa de louros como se tivesse ganho em alguma modalidade das olimpíadas.
--Sim!Minha Atalanta...Como eu a amo...Mas ela não me ama , e acho que você também não!- Dizia ainda chorando como uma criança amedrontada.
--Ora, deixe de agir como uma mulher! E se alguém te ver assim?!- Disse o Deus solar impondo sua virilidade, fazendo Hipomene secar as lágrimas - E que história é essa de que eu não te amo , hein?!Só respondo a pessoas devotas a mim que vão ao meu templo , e , mesmo assim, são muito poucas, e sempre as tratos com assuntos diretos e formais, mas contigo aqui estou eu papeando em meio a um rochedo qualquer , que está longe de ser sagrado!Tive um apresso muito grande por tua mãe , e infelizmente não calhou de tu seres meu filho...-Disse com um olhar saudoso em relação à mãe de Hipomene- Mas isso não me impede de te apoiar.
--Preciso de Atalanta...
--Como sempre digo... Não sou Deus do amor...
--Mas conheces tal Deusa!
--Queres que eu fale com Vênus(Afrodite) para que enterceda por ti em tua causa amorosa?!-Perguntou o deus como se essa possibilidade fosse a mais inviável possível.
--Se não for pedir muito...-Fez cara de cachorro abandonado.
--Verei o que posso fazer...Pela tua mãe...Pela tua mãe-Apolo repetia aquelas duas últimas frases como um mantra, e desapareceu no ar deixando na Terra um Hipomene cheio de esperanças.
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Na floresta, estava uma bela e jovem ninfa nua deitada...ou melhor... esparramada de barriga para cima sobre uma rocha deixando sua pele receber os toques audaciosos do Sol ,que estava bem evidente naquele momento,enquanto observava a visão da viva floresta, e balançava os membros em forma de tédio, arrancando algumas gramas e jogando no rio. Sua atividade ''super dinâmica'' foi interrompida pelo surgir de uma doce voz:
--Salmácis!
--Diana...-A ninfa movimentou apenas os olhos na direção da deusa da caça,como que , se erguesse o pescoço, ou pior, o corpo para poder olhar Diana, teria feito um esforço tão grande quanto o de tentar levantar um elefante.
--Então estás realmente jogando gramas ao rio.
--...A fofoqueira da Dafne...- Revirou os olhos.
--Percebo que ,além de faltar hoje no ritual , tens faltado nos outros!-Tentou Diana fingir indignação.
--...A fofoqueira da Dafne..- Disse a ninfa a mesma frase , só que desta vez, com mais entonação enquanto , ainda estirada preguiçosamente sobre a rocha, olhava para um ponto morto em uma posição que era mais confortável para seu globo ocular.
--Precisas caçar para manter o corpo em forma! Que tipo de ninfa de Diana é essa que não caça e que fica entregue as gorduras?-Advertia a Deusa de forma brincalhona.
--Diana...-Fez de novo aquele intenso esforço de dirigir apenas os olhos a Deusa e continuou-Vai ver se eu estou em Esparta-E tombou , de volta , os olhos no ponto morto arrancando uma risada sincera da Deusa
Diana sempre tivera uma afeição fortíssima por Salmácis fazendo-as fiéis amigas. Tal ninfa , sempre que necessário, assumia o posto de amiga confidente da Deusa, embora fosse desajeitada com as palavras e principalmente com romances, porém Diana amava isso, e estava sempre confidenciando-lhe algo, pois sempre acabava dando boas risadas do jeito atrapalhado e idiota da amiga .
Salmácis era uma ninfa que largara tudo para seguir Diana. O jeito despojado e descontraído da deusa chamou a atenção dela para tal. Era sempre julgada pelas outras como preguiçosa , principalmente por Dafne, que fazia questão de fazer a vida da descontraída ninfa um inferno. Salmácis sabia do ciúme que Dafne sentia dela acerca de Diana,por isso fazia questão de que Dafne estivesse perto quando tivesse momentos divertidos e íntimos com a deusa caçadora.
Salmácis possuía um cabelo preto como o de Diana , porém era levemente ondulado. Tinha olhos da cor do mel. Sua altura era mediana. Sua pele era bem branca, mas ,de tanto tomar sol, adquirira um tom bronzeado.Tinha um jeito descontraído e despreocupado, o que a fez ganhar uma fiel amizade de Diana.Preferia mil vezes ficar jogada levando sol do que caçar, porém ,quando fazia, era a melhor das ninfas (outro motivo para Dafne odiá-la).
--És uma preguiçosa mesmo!- Brincava Diana.
--Eu não. Eu sou realista. Só caço se tiver passando fome.Só quando for necessário.Prefiro ficar aqui fazendo nada, até porque fazer nada é fazer algo.
--Ah é? Então venha cá fazer algo de necessário!- Disse a deusa fingindo tirar as vestes, e foi correndo agarrar a amiga em tom brincalhão.
--Sai daqui Diana!- Exclamava a ninfa em meio a risos.
--Vistes?Rapidinho botei-te para agir!-Disse a deusa em tom vitorioso.
--Idiota!Não gostamos da mesma fruta. Eu gosto de homeeeennss!
As duas mulheres acabaram brincando de pique-pega até se jogarem no rio com Diana já sem roupa, e lá ficaram boiando uma do lado da outra e olhando para o Sol.Suspiravam.
--Às vezes , tenho a impressão de que és um homem pelo jeito que se comportas.- Disse Diana ainda a olhar para o Sol.
--Besta...- Salmácis ainda olhava para o Sol também.
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No castelo de Ciros, a refeição já havia sido terminada.Seu tempo de duração , para Atalanta, levara uma eterninade, visto que estava extremamente ansiosa para saber que mal seu pai havia de revelar. Isso fez com que uma sensação de embrulho tomasse conta de seu estômago fazendo com que a corredora quase perdesse a fome.
--Atalanta,minha filha- Disse Esqueneu após um suspiro que tinha a função de tirar o excesso da tensão.- Bem sabes que já és uma moça e mui bela...
--Sim,papai...-Estava tensa. Embora parada, seu corpo estava agitado , pois tremia.Respiração descompassada . O coração batia rápido como se quisesse juntar energia para sair pela boca.
--Há algum rapaz cujo o gosto lhe é recíproco?
--Não, meu pai. Amo apenas a corrida.- Disse tentando criar um clima descontraído, porém , do gasto homem , conseguiu arrancar apenas um sorriso sem vida,pois o mesmo,na verdade,lembrara daquela parte da promessa de Mercúrio (Hermes).
--Bem sei disto , minha pequena.
--Era apenas isso que querias acertar comigo?-Disse aliviando-se da tensão.
--Terás que se casar, Atalanta!-Disse o homem num impulso.
--O-O que?!C-Com quem?!-Estava pálida . Tal mensagem a pegou de surpresa como um cavalo que galopa em alta velocidade é feriado e acaba capotando.
--Haverá uma competição para decidir quem será seu marido.
--Que tipo de competição?
--Uma corrida onde irás participar. Tu terás que estar disponível o dia inteiro para a corrida. Se venceres , não se casa, porém terás que repetir tal competição de ano em ano.
--Ora,papai, estavas tenso e fazendo-me soltar o coração pela boca apenas por isso?-Atalanta tinha um sorriso radiante nos lábios,e que contagiou a seu pai Esqueneu.-Vencerei esta corrida!
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--Mercúrio(Hermes) já tenho eu falado sobre a mortal mais veloz da Terra? -Diana perguntava a seu amigo mensageiro que descansava de uma intensa bateria de entregas debaixo das folhas e galhos de uma grande árvore.
--Não, estás a falar de Atalanta?
--Atalanta...?Pensando bem...Acabei esquecendo de perguntar seu nome.
--Bem, Atalanta é o ser mais veloz da Terra. Não só ouvi falar como a conheço muito bem. Acompanho sua vida desde pequena . Sempre que tenho tempo,fico a vigiá-la.
--Conheces Atalanta tão bem assim?- Uma flechada de ciúmes atingira em cheio o coração da possessiva deusa
--Claro! Estou cumprindo minha promessa acerca da filha de Esqueneu.
--Ela é a filha de Esqueneu?!- Exclamou em um grito completamente incrédula -''Ora,agora tudo faz sentido!''- Pensou a deusa grega.-Por que não me contastes?
--Nunca quiseras saber...Estavas ocupada de mais com seus afazeres-Foi irônico.
--Deixe de ser bobo!Podias ter muito bem me falado!
--Fiz uma promessa de cuidar dela a Esqueneu após teres se retirado. Não pareceras ter se convencido com as lágrimas do mortal naquela noite...
--Basta!O que te faz achar que podes palpitar acerca de minha vida?!Ainda por cima fez algo pelas minhas costas quando Esqueneu tinha chamado somente a mim. Estavas lá , pois concedí-lhe que me acompanhasses naquele pedido , por que logo após iriamos acertar um negócio.-Disse tudo tentando demonstrar sua dominância.
--Fí-lo , pois,se não fizesse , não farias.Seu orgulho ainda irá te trair algum dia.Além do mais, fui eu quem te fiz encontrá-la!-Irritou-se.
--O que dizes?
--A sua flecha. Ela estava voando e iria parar no templo de Apolo. Eu vi e desviei-a para parar junto a Atalanta.
-- Aaaahh...O-Obrigada.-Diana ficou desconcertada diante da declaração de seu amigo.-E, desculpa...
--Ela participará de uma corrida.-Não respondeu o pedido de desculpas , mas se acalmou. Já estava acostumado com tal tratamento de Diana-Por que não a assistes?
--Que corrida e quando?- Perguntou animadamente.
--Será uma corrida para selecionar com quem ela se casará. Será daqui a alguns dias-Disse expressando naturalidade, mas, na verdade, estava ansioso para saber a reação de Diana.
--Casamento?! Estás insano?! Sabes que ela não pode se casar com um daqueles homens! -Exaltou-se
--Creio que estejas falando da previsão do oráculo,mas...
--Que previsão do oráculo?!- Na verdade, quando a deusa grega dissera que Atalanta não poderia casar-se com nenhum dos pretendentes,esquecera do que havia dito o oráculo ,e o disse porque ela inconscientemente a queria para si. Ao se lembrar acerca do oráculo completou-Ah sim...Recordo-me -Porém fora inútil. Mercúrio(Hermes) percebera e estava rindo.
--Encontraram-se apenas por causa da flecha que eu fiz parar lá-Riu de lábios fechado e continuou -Deixarei Cupido desempregado.
--Bobo.- Disse rindo e empurrando Mercúrio(Hermes) de leve. A deusa não acreditava que sentia tal amor pela mortal. Julgara que sentia apenas uma estima pelo jeito que fora tratada por ela.
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Em algum lugar do Universo, em uma vasta sala com o piso feito de pérolas rosadas clara lapidadas, paredes feitas também de tais pérolas e todo tipo de cristal .Candelabros de ouro e diamante ,assim como móveis e uma grande harpa. Sentada em um trono de ouro com acolchoado de veludo vermelho, estava uma bela mulher de cabelos cor de trigo,olhos impactantes cor de mel,curvas metricamente medidas à perfeição, usava braceletes,cordões e pulseiras de ouro.Usava um vestido rosa claro de tecido extremamente fino,porém não se podia ver suas partes preciosas através dele, como que por mágica,pois era quase transparente ,mas podia-se ver sua bela barriga com um tanquinho feminino. Em tal vestido era amarrado, na altura da cintura , uma corda fina de ouro trançada , para que ele não se abrisse no meio, fazendo ,assim, com que ele fosse partido um pouco acima do joelho , expondo uma de suas delicadas pernas.Sua pele era cor de pérola e lisa como tal , o que denunciava como se dera seu nascimento e sua identidade: Era Vênus(Afrodite)!
Além de estar sentada num trono,tinha em suas mãos uma taça de ouro,no qual retinha vinho feito pelas mãos de Baco(Dionísio), quem dera à bela mulher de presente. Ao seu lado, em um trono quase colado ao seu, havia um rapaz que tinha a fisionomia de um jovem de 18 anos. Tinha asas de anjo, vestia uma túnica dourada sendo envolvida na altura do abdômen por um laço vermelho, expondo seu peito e barriga. Usava ,também, uma calça vermelha que começava um pouco acima da linha da cintura e ia para dendro de suas botas de ouro fazendo a parte final exposta da calça parecer uma sacola. O começo da calça era apertado porém no final era largo , fazendo ,assim, um degradê de largura da parte apertada à larga(como a maioria das calças masculinas do filme Aladim,assim como a do gênio da lâmpada). Tinha cabelos bem loiros e olhos azuis bem claros.
Na mão do menino-homem estava um arco de ouro ,enquanto que na outra estava uma flecha também de ouro com a ponta vermelha em foma de um coração (com a ponta dele sendo a ponta da flecha) e a pena com um degradê do branco ao rosa claro. Apontava o arco e flecha de forma delicada ,porém determinada, para uma espécie de buraco circular gigante com bordas de ouro que dava uma visão bem ampliada da Terra.Vênus(Afrodite) parecia se divertir . Batia palmas e ria histericamente também pelo efeito da bebida:
--Isso , meu filho Cupido!Bela pontaria!Bravo! -Elogiava Vênus(Afrodite) a seu filho entre palminhas aceleradas.
--Obrigado,mamãe! -Dizia o jovem garoto corado e contente. Nada era melhor para ele do que ser o orgulho de sua mãe. Ele era o típico ''filhinho da mamãe''.
--Veja essa pobre mulher.-Apontou a deusa para uma mulher com aparência bem humilde-Ela nunca se esquece de suas oblações a mim , e dela me comprazo. Atire sua flecha do amor naquele homem regado de nobreza e possuidor de riquezas para que ele tire aquela boa mulher de sua situação deplorável-Dizia de jeito manhoso ao filho.
--Como és sábia , minha mãe!Assim o farei.-Disse Cupido prontamente mirando sua flecha no homem .O jovem deus fez de modo audacioso e um tanto delicado(ou seria de modo delicado um tantinho audacioso?) sentindo um imenso prazer em servir a sua mãe. A flecha atingira bem no meio ,na altura do peito do homem, fazendo o menino pular de alegria -Vistes ,mamãe? Acertei bem no coração!
--Claro que ví, meu filho!Tu és o maior orgulho da mamãe! -Disse a deusa do amor após solver um pouco de vinho e acariciar a bochecha de Cupido , fazendo-o se sentir nas nuvens.
--Agora olhe ,meu filho! Aquele homem se chama Dáfnis. Ele escarnece das minhas dádivas do amor que generosamente jogo na Terra...-Disse a deusa fazendo um biquinho cênico e olhando para o filho esperando sua reação.
--Não permitirei que nenhum mortal maldiga nada que provenha de minha mãe! Atirar-lhe-ei minha flecha da repulsa para que sofra sendo objeto de nojo e ódio!- Disse de modo irritado.
--Acalme-se , meu bebê. Saibas que o amor pode ser mais doloroso que o ódio.
--Onde queres chegar , mamãe?- Fez expressão de confuso.
--Faça com que Dáfnis se apaixone por aquela mula!Depois atire a flecha da repulsa na mula ,para que , depois de um tempo venha a odiá-lo e fugir dele. Isso dará tempo para ele passar a maior vergonha do mundo perante a população grega.- Disse Vênus (Afrodite) rindo histericamente de suas palavras.
--Que ótima ideia ,minha mãe!- Logo após falar, Cupido já foi aprontado sua posição de mira , mas , bem quando ia lançar a flecha, a gigante e grossa porta de ouro (Na verdade,eram duas portas, uma ao lado da outra como um portão) foi aberta.
--Olá a todos! Espero não estar interrompendo nada de importante!-Disse Apolo já entrando no lugar tentando forçar um ar descontraído, fazendo Cupido logo franzir o cenho tomado por irritação. Respirava fundo.
Cupido sempre nutrira um ódio mortal por Apolo. Considerava-o seu arque inimigo. O deus solar era o deus da beleza(pelo menos a masculina) e arqueiro ,e o que o deus anjo justamente queria era ser o maior ícone de beleza masculina e de arcos e flecha. Apolo , por sua vez, não perdia tempo. Sempre que tinha a oportunidade, provocava e zombava do rapaz ou promovia competições entre os dois para humilhá-lo na frente de todos,porém o deus solar fazia de tudo para que isso não chegasse nos ouvidos da bela Vênus (Afrodite). Ele não sabia , mas ela sabia de tudo,porém não se pronunciava, apenas consolava seu amado filho.
Embora a deusa do amor não quisesse ficar se metendo na briga(pois sabia que seu orgulhoso filho queria resolver isso por ele mesmo), não conseguia evitar de dar pequenas e sutis olhadas para Apolo admirando sua beleza, o que deixava Cupido possesso. Vênus(Afrodite ) tinha uma queda por beleza. Era inevitável, porém sabia dicernir beleza estética da beleza interior. Se tivesse algum caso com Apolo , como já tivera, seria apenas por um pouco de prazer momentâneo, sem sentimentos.
--Como vai rapaz?! Olha como cresceras!- Exclamou Apolo ainda investindo num clima descontraído pondo uma mão no ombro de Cupido.
--Tire suas mãos de mim , seu crápula!- Bradou Cupido irritado tirando a mão do deus com as pontas dos dedos expressando nojo-Mamãe, o que este dissimulado está fazendo aqui?!-Perguntava Cupido indignado com os braços cruzados, cenho franzido e fazendo um biquinho de birra. Tentava mostrar um ar de estresse de um ''macho'' , mas sua delicadeza destruía sua virilidade.
--É o que vamos descobrir , meu bebê...- Disse Vênus(Afrodite) enquanto acariciava a mão de seu filho tentando confortá-lo. Virou-se para Apolo -Que queres?- Mantinha um ar de superioridade e sensualidade como que dizendo que não seria persuadida.
--Ora , vejo que estás cada dia mais bela , e, se me permite dizer...- Apolo continuava com suas bajulações até interrompido pela deusa ,que, com a mão direita , pegou seu rosto pressionando bem suas bochechas , virando-o para bem perto dela. Seus halitos se encontravam . Ela ainda tinha um tom amedrontador e sensual.
--Digas logo o que queres.- Disse cada palavra pausadamente.
--B-Bem , eu...
--Olha ,Apolo, se estiveres amedrontado por causa do que aconteceu no passado, saibas que o passado pertence apenas ao passado...-A forma como ela falava era altamente sensual, não porque queria , mas porque era algo natural dela, e isso embriagava Apolo , mesmo sem ser essa a intenção da deusa.-Já te perdoei,meu amor. Como não poderia perdoar o deus da beleza que sacia-me a visão?Agora me digas o que queres e vá.-Disse pegando a taça de vinho e despejando desde os lábios do deus solar ,que estava paralizado ,até sua goela. Tal ato irritou muito a Cupido.
--Q-Quero que ajudes um protegido meu.
--De que modo?
--Ele ama uma jovem chamada Atalanta. Quero que ajude-o a tê-la.
--Meu caro, não é tão fácil assim,digo, não comigo. Se Cupido estiver de acordo, poderia atirar uma flecha do amor nela e...
--Não ,mamãe!-Interrompeu o jovem deus bruscamente-Não farei nada para este ser que me dá cólera!
--Meu amor, não se altere...- Disse ao pé do ouvido de seu filho-Como eu ia dizendo...O amor é complicado. Para meros mortais , ao contráro do que todos pensam, eu não faço brotar amor de dentro de alguém. Eu apenas faço a pessoa enxergar o amor que já estava dentro dela, porém , para aqueles que fazem suas oblações a mim, faço brotar o amor de dentro do ser mais impossível que existir. Esta tal Atalanta o ama?
--Creio que não...
--E receio que esse mortal nunca fez nada em minha homenagem...Assim fica difícil-Disse a deusa com o dedo indicador no queixo.
--Por favor Vênus!Ele a ama muito! Queria que ele sentisse o que eu senti pela mãe dele.Prometi a ela que faria de tudo para confortar seu filho neste mundo...-Confessava Apolo com olhos marejados. Ao ouvir essas palavras , Vênus (Afrodite) expôs um semblante compreensivo inclinando até sua cabeça um pouco para direita e abrindo os braços para um abraço acolhedor. Tal fato fez Cupido quase explodir de ira, porém ficou apenas no plano de fundo enfurecido. Ele não sabia , mas as palavras do deus eram sinceras.
--Tudo bem...Tudo bem...não chores,meu amor-Dizia a deusa a Apolo ,que tinha sua cabeça recostada e seu ombro como se fosse um bebê do mesmo jeito que costumava a fazer com seu filho Cupido. O mesmo não estava se aguentando de ira e, agora,de ciúmes.
--''Só pode estar brincando...''- Pensava Cupido.
--Digas a seu protegido que me invoque em meu templo. Asseguro-lhe que lhe darei a solução.
--M-Muito obrigado!-Disse Apolo feliz da vida saindo do local.
--Ele deve amar mesmo esse tal protegido e sua mãe,visto que Apolo , que é um deus tão viril e que odeia se humilhar , estava aqui quase aos meus pés.-Disse a deusa para quebrar o silêncio após a saída do deus solar , porém, de Cupido, conseguiu apenas arrancar um sonoro ''hhmmmffff'' de birra como resposta.- Meu amor, sabes que prefiro mil vezes a ti-Disse dando um beijo na bochecha do filho.
--Tudo bem mamãe-O jovem deus havia se animado.
--Onde estávamos?- Perguntou esfregando as mãos como que aquecendo-as com expressão vibrante .
--Iamos fazer com que Dáfnis se apaixonasse pela mula!-Disse sacando o arco e flecha.
--Ah sim...Atire!
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Fim do capítulo
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