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  • Capítulo 3 - A refugiada

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Astrum por Bastiat

Ver comentários: 3

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Palavras: 2006
Acessos: 6172   |  Postado em: 24/01/2018

Capítulo 3 - A refugiada

Montserrat

 

    Acordei no outro dia tarde. Meu sono, geralmente, não durava muito, sempre foi assim, mas hoje ele resolveu tirar o atraso e me fazer dormir horas a mais.

    Lembrei-me que tenho uma hóspede em casa. Poderia fazer a gentileza de preparar um café da manhã para ela. Seria uma generosidade? Dei risada de mim mesma, aquela frase da Carolina ainda vai me fazer ficar coração mole como ela.

    Segui para a sala e olhei para o sofá, não há ninguém. Será que ela já foi embora?

    Caminhei mais um pouco e fiquei chocada porque a garota está dormindo no tapete da minha sala. O que essa menina tem na cabeça? Por que dormir no chão e não no sofá? Tudo bem que o meu tapete é fofinho, mas trocar o meu maravilhoso sofá por ele já é demais.

    Desencanei da cena e fui preparar o café da manhã. Fiz o mínimo de barulho possível ao manusear os objetos. Depois de ter preparado a mesa, voltei para a sala. A garota ainda dormia profundamente.

    Liguei a lareira elétrica e sentei-me na minha poltrona preferida com uma xícara de café na mão direita. Passei a velar o sono da minha hóspede. Seus cabelos são extremamente negros. Seu nariz mais avantajado combina com seu rosto delicado de bochechas salientes. Seus lábios médios levavam uma pequena pinta que aos meus olhos virou um detalhe charmoso.

    Qual será o nome dela? Slovenj Gradec é uma cidade de interior, eu conheço muita gente ao meu redor. Na verdade, sou uma atração para a cidade e ela não parecia me conhecer. Será que ela mora em um vilarejo mais afastado? Talvez depois das montanhas. Mas é quase impossível não saber que sou uma estilista renomada e ex-mulher da ativista política mais engajada da cidade que ficou famosa ao buscar o direito ao casamento gay na Eslovênia.

    Depois de 20 minutos me questionando qual a sua origem, a garota despertou. Olhou tudo em sua volta e por fim seus olhos caíram sobre mim.

    - Why did you sleep on the floor of my living room? (Por que você dormiu no chão da minha sala?) - foi o que perguntei.

    Não, nem oi, nem bom dia, queria saciar a minha curiosidade. Meu tom pode ter saído duro, o que fez com que seu corpo se retraísse.

    - Sorry... I'm really sorry. Forgive me... (Desculpa. Desculpe-me de verdade. Perdoe-me...)

    A garota ficou sem graça e fixou seus olhos no chão, sem reação.

    - Why you did not sleep on my sofa... Hey, I don't know your name. (Por que você não dormiu no meu sofá... Ei, eu não sei seu nome)

    - My name is Sara. (Meu nome é Sara)

    Fixei meus olhos naquele mel que são o seus. Me dei conta de que a jovem possui um olhar sofrido, mas com muita esperança se puder olhar de maneira profunda. Eu não sabia decifrar que tipo de esperança ela possui. Uma garota tão bonita assim deve ter uma família legal, aquelas que se reúnem no Natal vestindo um suéter bizarro.

    - So, Sara, do you want to tell me what happened to you? But I want the truth now. (Então Sara, você quer me contar o que aconteceu com você? Mas eu quero a verdade agora)

    - I said, I am a refugee. (Eu disse, eu sou uma refugiada)

    - Meu Deus, ela ainda insiste com essa história de refugiada! - Disse para mim em voz alta, olhando para o céu.

    Estava perdendo a paciência. Quando quero falar comigo mesma, falo meu bom e velho português.

    - Você fala português!!! - Sara levantou-se de imediato.

    Olhei para a menina que sorria. Espera, ela também fala português, com um leve sotaque gringo.

    - Você é brasileira, portuguesa, sei lá? - Perguntei para ela, assustada.

    - Não, mas minha mãe de criação era brasileira. Eu sou da Síria. Na verdade, eu nasci no Iraque, mas só nasci mesmo.

    Dei risada. A garota é realmente criativa e não quer voltar para casa. Talvez a família dela não seja tão legal assim. Aposto que se apaixonou por alguém impossível e a família não aceitou, quis fugir e o galã a deixou para trás.

    - Sara, você vai continuar insistindo nessa história de refugiada? Você pode confiar em mim.

    Ela levantou-se nervosa, foi até sua mochila e retirou uma carteira e alguns papéis.

    Com passos rápidos, chegou perto e me entregou os papéis. Peguei com certo tédio e comecei a ler.

    Tremi. Ela é uma refugiada.

    Realmente uma refugiada.

    Eu estou abrigando uma refugiada. O que eu fiz? Como pude ser tão louca? Devo chamar a polícia? A olhei de cima para baixo. Frágil, concluí. Não pareço correr algum risco. Pensei enquanto voltava a fixar meus olhos nos papéis. Agora ela já dormiu aqui, não tem mais volta. Mas o que eu vou fazer? Ela parece uma boa moça, mas ainda assim é uma refugiada. Não quero que ela diga por aí que não a ajudei ou que a expulsei de minha casa, posso acabar com a carreira da Carolina. Já sei, vou servir o café da manhã e depois levá-la para um abrigo.

    - É, você é uma refugiada. - Disfarcei minha cara de medo. -  Inacreditável! Você não parece, não mesmo.

    - Acho que você tem muitos estereótipos.

    Garota insolente, eu lá tenho culpa de ela não se parecer árabe?! Se bem que, olhando mais de perto, tem alguns traços sim. Mas ela não cobre os cabelos? Achei estranho, mas queria encurtar a estadia dela e não me aproximar dela. Sem mais perguntas para acabar logo com essa palhaçada de generosidade.

    - Bem, vamos para a cozinha comer alguma coisa.

    Ela abriu um sorriso magnífico. Ela é linda, devo admitir.

    Sentamo-nos à mesa e ela arregalou os olhos com tantas coisas que tinha ali.

    - Pode ficar à vontade.

   Ela sentou-se e sem cerimônia nenhuma começou a comer. Parecia uma morta de fome. Bem, ela é uma refugiada, talvez comida é realmente algo muito raro.

    - Como é o seu nome?

    Ela perguntou pegando mais um croissant. Percebi que ainda carrega o jeito de menina quando fica mais relaxada.

    - Montserrat Schubert.

    - Montserrat. Bonito. Diferente e bonito.

    - É, minha mãe é fã da cantora Montserrat Caballé.

    - Acho que já ouvi em algum lugar.

    Ela já estava começando a comer outro pedaço de bolo, quando de repente parou e me olhou.

    - Desculpa, senhora Schubert... eu comendo dessa forma. Nossa, que falta de modos. É que faz dois dias que eu não como e a senhora me ofereceu, tenho que aproveitar.

    - Não se preocupe, pode comer tudo, tem mais no armário. Se você conseguir comer tudo, ainda te compro mais.

    - Pode ficar tranquila, já estou quase satisfeita.

    Sorrimos uma para outra. Agora de pé, pude notar que os seus cabelos pretos são mais longos do que imaginei, chegam quase até a bunda.

    - Então, vai me contar por que dormiu no chão?

    Ela ficou sem graça e sem me olhar respondeu:

    - Bem, eu não estou, digamos, numa boa situação. Fiquei com medo de sujá-lo de alguma forma.

    Acabei reparando mais nela. Talvez a garota precisasse de um banho de fato.

    - Se você quiser, depois de comer, pode tomar um banho.

    - Sério? - ela sorriu.

    Como o seu sorriso é bonito.

    - Sim, claro.

    - Muito obrigada, senhora Schubert. Serei eternamente grata.

    Apenas assenti e fui pegar algumas toalhas.

 

 

Sara

 

    A água quentinha cai sobre o meu corpo e me faz sentir que a vida pode ter alguns momentos bons. Não sei qual foi a última vez que tomei um banho decente assim. Essa água maravilhosa e esse sabonete cheiroso. Tenho que agradecer muito aquela mulher por isso. Ela é muito generosa! Quem me daria uma noite de abrigo, um café da manhã maravilhoso daqueles e ainda deixaria tomar esse banho? Somente alguém muito generosa como ela.

    Terminei o banho e coloquei uma roupa limpa que estava na minha bolsa. É a última limpa, na verdade. Demorei ainda um bom tempo até enxugar meu enorme cabelo. Eu já deveria ter cortado há muito tempo, mas morria de dó.

    Voltei para a sala e não encontrei a dona da casa por lá. Em cima da lareira elétrica vi uma foto enorme dela. Acho que é a mulher mais bonita do mundo. Têm cabelos ondulados e loiros bem cuidados. É bem alta e esbelta, fora aqueles olhos verdes lindos. Ela deve ser modelo, atriz, não sei.

    - Oi.

    Ela apareceu da cozinha chamando a minha atenção. Mas nem precisava, seu perfume marcante era o sinal de que ela estava próxima.

    - Oi, senhora. Olha, muito obrigada pelo banho, nem sei como agradecer.

    - Imagina, não precisa agradecer. Acho que já está na hora de você voltar para o abrigo ou acampamento. Não é lá que vocês... refugiados... ficam?

    - Eu não posso ficar lá.

    - Por que não?

    - Não é seguro. Sou uma mulher sozinha.

    - Entendo. Mas, eu não posso te abrigar aqui. Sugiro que você ao menos tente ficar com eles, a rua não é melhor que um abrigo.

    Quem entendeu o recado foi eu. É claro que ela está louca para que eu vá embora. Não que eu ache ruim, o que ela fez já foi muito, mas queria conversar mais com ela. Respirei fundo e tentei botar meu melhor sorriso no rosto.

    - Não, claro. Eu já estou indo, não quero atrapalhar-te mais. Sou muito grata por ter me salvado da tempestade de ontem e pela comida, você foi um anjo. Muito obrigada mesmo.

    Peguei minha mochila no chão e ela me acompanhou até a porta.

    - Obrigada, senhora Montserrat Schubert.

    - De nada, Sara.

    Quando estava saindo, Montserrat me chamou:

    - Garota, espera. Toma, está frio lá fora.

    Ela me entregou o sobretudo dela.

    - Não posso aceitar...

    - Não faça essa desfeita, menina. É de coração, você vai precisar.

    Peguei o sobretudo, agradeço mais uma vez e saio.

    Quando cheguei lá fora o vesti rapidamente. Está muito frio e a neve cobria a cidade. Ainda bem que tem alguns caminhos abertos, meu sapato não está apropriado para a neve. Eu não estou preparada para a neve. Meu plano sempre foi chegar na Alemanha antes do inverno, conseguir um emprego e depois comprar roupas de inverno.

    Por um momento, pensei em ir para o abrigo ou até mesmo para o acampamento, mas é muito perigoso, na certa vou me arrepender depois. Sem alternativas, o único jeito é me ajeitar novamente nas ruas. Quem sabe daqui a pouco abre o sol, a temperatura sobe, a neve vai embora e a tempestade de neve da noite passada foi só um susto.

    Decidi ir para um beco que costumava ficar. Talvez os sacos que eu deixei por lá servirá para um abrigo.

    Foi o que fiz e fiquei até feliz de encontrar os sacos por lá. Uma espécie de cabaninha será a minha morada por enquanto.

    Enquanto eu fazia a minha cabaninha, comecei a pensar se vou encontrar a Montserrat pelas ruas algum dia ainda. Pelos meus cálculos, a saída da minha autorização para atravessar a fronteira sairá em breve, acho que ainda tenho uma semana aqui. Quero encontrar aqueles olhos verdes e agradecer mais uma vez pelo abrigo. Quero sentir o perfume dela de novo.

    Sentei-me em cima do saco e comecei a sentir mais frio do que antes mesmo com o casaco pesado. Não pode nevar, não mais.

Fim do capítulo

Notas finais:

É...Parece que o coração de Montserrat não amoleceu tanto fazendo uma generosidade.

Será que o caminho delas vão se cruzar?


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Comentários para 3 - Capítulo 3 - A refugiada:
cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 15/04/2018

No Review

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mtereza
mtereza

Em: 08/02/2018

Sério que ela pediu para a Sara ir embora o preconceito é mesmo a pior coisa do mundo

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dannivaladares
dannivaladares

Em: 24/01/2018

Oh, Santo Deus!

Que dó da Sara.

 

:(

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patty-321
patty-321

Em: 24/01/2018

Qye triste a situação da sara. De qualquer maneira a Montserrat fez uma boa ação.

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