Pessoal, primeiro quero pedir desculpas para voces quanto a demora desse capitulo. Tive alguns problemas que levaram ao atraso. pretendo voltar a frequencia de 1xsemana.
Esse capitulo é o primeiro na visão da Caroline, mas dando continuidade a historia.
Espero que gostem, escrevo eles com o maior carinho!
Abraços
Capítulo 11
Capitulo 11 - Caroline
Estou sentada na sala de embarque do aeroporto internacional de Guarulhos. Meu voo para Portugal sai daqui uma hora. Nem entrei no avião e ja estou morrendo de medo. Desde que conheci a Christiane ha quase 10 anos, essa será a primeira viagem de avião que faço sem ela. Ela me acalma, mas fazer o que? Vou sem ela mesmo.
Hoje faz 3 semanas que sai de casa, nesse pouco tempo eu já estou morrendo de saudades da Chris. Mas vou dar esses 2 meses pra ela, preciso que ela pense melhor no nosso casamento, pense se quer mesmo estar ao meu lado. Nao posso forçar ela a me amar ou querer ficar comigo.
Sai de casa num sábado a noite, depois que ela deu um show de ciúmes com a Clara, porque fui almoçar com ela na cantina do sr. Giovanni. Eu amo a Christiane, em nenhum momento essa foi minha duvida, mas estou magoada, cansada de ser deixada como segundo plano e de me sentir como um peso na vida dela. Preciso desse tempo também, pra ver se aceito ser tratada assim mesmo, se tem algo que eu possa fazer pra melhorar meu casamento.
Como ia dizendo, sai de casa há 3 semanas. Quando voltamos do sr. Giovannni, eu montei uma malinha de roupas e sai. Nao sabia para onde ir, nem o que fazer. Eu entrei no meu carro, sem destino algum, o máximo que consegui foi acelerar ele até a rua de cima, onde encostei e desabei de chorar.
Nunca imaginei ser eu a sair de casa e querer dar um tempo no casamento. Estava completamente arrasada. Minha sorte foi que ninguém me viu, pois se alguém me visse, saberia só de olhar o quanto eu estava destruída. Uma sensação de vazio no peito, um buraco gigante que consumia meu corpo, que estava sugando o que havia sobrado. Sei que isso é muito figurativo, mas eu nao tenho como descrever de outra forma. Um vazio de fim, de termino, por mais que fosse apenas um tempo.
Quando consegui finalmente, nao parar de chorar, mas talvez chorar menos, fui direto pro meu consultório. Acho que esse é o lugar onde mais consigo paz e tranquilidade. O porteiro até estranhou eu chegando la, sabado a noite, quase 22h. Quando entrei na clinica, o vazio e o silencio que la estavam me deram de certo modo, ar para respirar. Puxei com força todo o ar que pude, na esperança de me acalmar um pouco. Não foi efetivo.
Nunca imaginei meu consultório como minha casa, mas ok, dá pro gasto. Liguei o ar condicionado e a televisão. Deitei no sofá que os pacientes esperam para serem atendidos. Não é como a minha cama mas é calmo e confortável. Nem reparei na hora que peguei no sono. Apenas acordei no domingo sem ter ideia de onde estava. Levei um tempo para metabolizar tudo.
Minha sorte é que sempre deixo um kit de higiene guardado no consultorio. Ja perdi a conta de quantas vezes eu precisei tomar banho aqui antes ou depois dos atendimentos. Aproveitei e tomei um banho, rápido, mas que me deu um ânimo a mais para me levantar e arrumar minhas coisas. Se vou mesmo para Portugal, preciso me organizar.
Peguei meu celular, nenhuma mensagem o ligaçao da Christiane. Se bem conheço minha esposa, nesse momento ela está me culpando por ter saido de casa. Mas quero o próximo passo, ver quando ela vai sentir falta de mim. Mandei mensagem para o Rodrigo, ele é um dos médicos que trabalha comigo na clínica e é meu assistente cirúrgico, assim como sou a dele.
- Bom dia Rods. Tudo bem? Vc tem um tempinho hoje? Precisava conversar com voce uma coisa séria. Pode me encontrar a tarde? Beijos.
Nao demorou muito tempo, o Rodrigo me respondeu, confirmamos um almoço juntos, as 14:00, em um restaurante perto da casa dele.
Nem larguei o celular e já adiantei a próxima ligação. Hoje o dia seria para me organizar o máximo possível. Depois dessa ligaçao, meu planejamento nao teria volta. Liguei para a Dra. Marcela, medica pediatra, do projeto português que eu iria participar. Nunca falei com ela pessoalmente, sempre por email ou telefonemas.
Conheci esse projeto quando eu era residente, logo depois de me formar em medicina. Desde então estou ha quase 6 ou 7 anos auxiliando, a distância, na organização e construção de um hospital pediátrico e maternidade em uma pequena vila no interior do estado de Tras-os-Montes, em portugal.
Disquei o numero, pouco tempo depois a dra Marcela atendeu. Ela fala com um sotaque português, misturado com um brasileiro. As vezes meio dificil de entender, mas que da uma boa conversa.
- Bom dia dra. Tudo bem?
- Um bom dia sera o dia que você aceitar vir conhecer o hospital. Sabia que esta tudo quase pronto? Mais alguns detalhes e ja poderemos fazer funcionar? - nunca falei pessoalmente com a dra Marcela, mas a alegria dela contagia a gente so pela voz.
- Entao acho que hoje sera mesmo um bom dia dra. Liguei para conversar com a sra. Ainda esta de pé aquela ideia de eu ir passar um mes ai em Mogadouro? Para conhecer o hospital e o projeto?
- Claro que esta minha querida. Nao me digas que iras aceitar minha oferta?
- So precisamos fechar uma data para minha chegada. Eu pretendo ir daqui uns 15 dias. Fica boa essa data para a sra?
- Claro que fica! Faço questão de buscar-te no aeroporto. Vejas a data que ficas melhor para ti e me avise. Deixarei tudo programado para sua chegada. Primeiro venha para Trás-os-Montes e de la vamos para o povoado de Urros. Sabes que serás muito bem vinda.
- Tenho certeza que vou adorar conhecer tudo por ai. Deve ser um lugar lindo. Vou me organizar quanto ao transporte e logo mais aviso a sra sobre as datas.
- Tudo bem Caroline. Apenas venha. Tens muitas gestantes esperando seus trabalhos. Elas vao adorar sua vinda. Estamos vos aguardando entao. Até breve.
Desliguei o telefone sorrindo. Apesar das circunstâncias atuais, ir para Portugal ver esse projeto sempre foi uma grande vontade minha. Nao posso deixar de ficar feliz com isso dando certo. Como vou ir daqui 15 dias preciso so organizar meus plantoes e deitar o Rodrigo a par dos meus pacientes. Eles sao meu maior ponto de dedicaçao, nao posso deixa-las desamparadas.
Mandei mensagem para o Lucas, ele é meu irmão. Vou precisar comunicar ele minha decisão. Desde que minha mãe faleceu e meu pai foi morar na Amazônia, nós não nos separamos. Sempre estamos juntos de algum modo. O Lucas é meu irmão mais novo, esta no ultimo ano da residência em cardiologia. Adora coisas difíceis, mas ainda é meu irmão.
Logo ele me respondeu para eu ir na casa dele, depois que eu almoçar com o Rodrigo. Sera otimo eu manter meu dia ocupado, assim nao vou pensar muito na Christiane ou chorar mais ainda. Isso vai ser bom.
Liguei o computador do consultório e já comecei a traçar que rotas e trajetos eu deveria fazer para chegar em Trás-os-Montes. Essa região portuguesa, fica praticamente na fronteira com a Espanha. Uma das opções seria ir até a Espanha e de lá pegar o transporte, mas lembro-me de algumas vezes a dra. Marcela falando que o melhor caminho era através de Porto. Então seria isso, um voo até a cidade de Porto, de lá um voo mais curto até Trás-os-Montes. De la serão mais 4 horas de carro até o povoado de Urros.
O tempo passou que, ainda bem, nem percebi. Almocei com o Rodrigo e a esposa dele. Ele de bate pronto aceitou cuidar dos meus pacientes até eu voltar, sempre me deixando a par das condutas dele. Ele é um excelente médico, sei que minhas pentelhas estarão em boas mãos.
Do almoço com ele eu fui pra casa do Lucas, essa conversa ja foi um pouco mais difícil. Segundo ele, eu estava fugindo do problema e nao trabalhando para me acertar com a Chris, mas no final aceitou que se essa era minha escolha, ele só tinha que me apoiar. Meu irmão é um amor de pessoa, amo muuuito ele. Fiquei na casa dele, jogando conversa fora com a namorada/esposa dele e brincando com o meu sobrinho.
Quando ja se passava das 20:00 meu celular tocou. Bati os olhos na tela e vi que era uma das minhas pacientes me ligando. Nao demorei a me afastar da sala e atender o telefone. Era uma gestante, de quase 40 semanas (9 meses) que a bolsa estourou. Mandei ela para o hospital e me aguardar que logo estaria lá também para cuidar dela e do enzo, o bebê que estava a caminho.
Expliquei a situação para todos e logo sai. Meu irmão queria de todo modo que eu ficasse na casa dele até que eu fosse para Portugal, mas jamais poderia aceitar isso. Essa noite fico no hospital ou no consultório e amanhã arrumo um quarto de hotel.
Cheguei rapidinho no hospital, era por volta das 21h. Minha paciente já estava internada e me aguardando na sala de pré parto. Subi até o vestiário, deixei minhas coisas no armário, inclusive o celular, coloquei o pijama, aquela roupa verde de centro cirúrgico e desci até a maternidade.
- Boa noite, Fernanda. Não é que o nosso bebezao ai resolver vir ao mundo? Como você está?
- Oi dra. O Enzo já veio dando trabalho. A dor é absurda.
- Fe, lembra que conversamos no consultório sobre a dor e sobre a anestesia? Aquela nossa ideia de fazer parto normal ainda esta de pe? É seu primeiro filho, até o momento nada te impede de tentar o normal! Preciso te examinar e ver como está tudo com você e nosso baby. - sempre defendi o parto normal, existem situações em que há risco para a mãe e o bebe, mas nao havendo risco, é a forma mais natural. Depois que examinei minha paciente vi que estava tudo bem, e que o parto normal seria uma boa escolha. Conversei com ela mais algumas vezes e decidimos juntas por fazer o parto vagin*l.
Eu sabia que iria levar um bom tempo no centro obstétrico essa noite. Organizei a documentação da minha paciente, prescrevi o que precisava e deixei ela sob o atendimento da enfermagem e fisioterapia. Essas duas equipes são aptas e capazes de desempenhar técnicas que permitem um parto humanizado, com mais facilidade para a gestante.
Voltei ao vestiário. A ideia era pegar meu celular e um livro meu, para passar o tempo enquanto o trabalho de parto evoluia. Antes disso passei na copa, havia alguns lanchinhos, sucos e frutas para os médicos e equipe. Aproveitei para comer algumas frutas, praticamente so almocei. La no Lucas, fui embora antes da janta chegar. Então era melhor eu comer algo.
Depois de abastecer minha glicose, fui ate o vestiário. Quando peguei meu celular haviam 10 ligações perdidas da Christiane e algumas mensagens dela. Confesso que a minha vontade era ignorar as ligações dela e deixar ela sentindo falta, se é que esta sentindo falta. Mas algo dentro do peito algo acordou, esquentou. Aquele vazio que eu estava sentindo ficou menor, o sorriso que havia sumido veio ao meu rosto. Eu devo ser bem idiota por estar feliz com isso, mas por que nao pensar que ela me ligou pois estava com saudade?
Com o celular ainda na mão, retornei a ligação para a minha esposa. No segundo toque ela ja me atendeu, algo que é bem estranho, já que normalmente me atende na terceira ligação, isso já é um padrão dela.
- Christiane, acho que você me ligou. Está tudo bem?
- Claro que liguei Carol. Liguei 10 vezes pra você. Onde você está?
- Estou no São João. Evoluindo um parto. Por que? Precisa de alguma coisa - respondi pra ela no mesmo tom de grosseria que ela usou acima.
- Quero conversar com você. Vem aqui pra casa. Nao podemos ficar brigadas desse jeito. Estou sentindo sua falta. Vem pra ca. - pra falar essa parte ja foi super mais calma, manhosa.
- Minha paciente deu entrada há menos de 2 horas, primeiro parto. Vai demorar bem umas 5-6 horas se eu der sorte. Mesmo assim vai querer me ver?
- Cacete. Você e essa sua mania de parto normal, faz uma cesaria nela logo e vem pra ca.
- Eu nunca vou marcar uma mulher com uma cesaria so porque voce quer que seja rapido. Nao faz nem um pouco minha linha de pensamento. Se você quiser falar comigo vai ter que esperar eu terminar aqui, no tempo do bebê e no tempo da paciente. Se nao quiser me esperar, falamos outro dia. Que saco, você gosta de se meter no meu trabalho.
- Desculpa meu amor. Eu espero você vir. Pode atender a paciente. Só me avisa quando estiver saindo daí, pra eu levantar e te esperar.
- Ok. Vai demorar. Te aviso quando eu sair daqui.
Eu nao sei mais lidar com essa ambiguidade de sentimentos que tenho. Amo a Christiane, de verdade, mas a cada patada que recebo dela, e são muitas, eu me sento menos com vontade de lutar por esse casamento. Até vou la conversar com ela, acho que precisamos mesmo disso, mas nao vou deixar de ir para Portugal. Nao mesmo.
Peguei minhas coisas e desci de volta para o centro obstétrico. Minha paciente continuava fazendo fisioterapia e os exercícios para diminuir a dor do parto e dar mais conforto.
Passado cerca de umas 2 ou 3 horas, as contrações se tornaram mais intensas e chegava a hora do Enzo vir ao mundo. Essa é a parte do meu trabalho que me encanta e permite que continue todos os dias, o nascimento de uma criança, uma nova vida. O parto em si é uma coisa rapida. Logo depois que o Enzo nasceu eu entreguei ele para a pediatra, para ser examinado. Mas aparentemente ele estava muito bem, chorando alto, corado. Assim que a pediatra liberou o pequeno, peguei aquele cotoquinho de gente, enrolado em uma manta e coloquei ele para ser amamentado. Uma coisa tão simples que trás tantos benefícios tanto para a criança, quanto para a mãe. Quando o baby começa a mamar, sempre uso esse momento para mentalmente fazer uma oração. Nao faço alto pois cada família tem sua crença e nao cabe a mim interferir na de ninguém.
- Enzo, desejo a você todo o sucesso do mundo. Que você possa ser grande, ser uma pessoa iluminada, que possa conquistar todos seus desejos e ser muito feliz. Que Deus te proteja sempre. Amém - é mais uma coisa simples que pra mim, tem muito sentido de ser feito. Essa criança acabou de chegar ao mundo, para uma jornada única, desejar-lhe todo o sucesso e coisas boas nao faz mal algum.
Organizei toda a papelada do parto, acompanhei minha paciente novamente, para ver se ela estava bem. Como tudo estava indo as mil maravilhas, um parto liso, poderia ir para casa em paz, deixando ela sendo acompanhada pela equipe do hospital. Logo pela manha vou passar novamente para avaliar a evolução dela.
Peguei rapidinho as minhas coisas no vestiário, me troquei e aproveitei para ligar para a Chris.
- Chris, estou saindo do hospital agora. Vou passar no consultório, tomar um banho e vou pra casa conversarmos. - ela nao estava com voz de sono, o que bem achei estranho para quase 1 da manhã, mas até ai ela que sabe do sono dela, já eu estou morta.
- amor, nao precisa, vem aqui pra casa, aqui tem roupa, você toma um banho, relaxa um pouquinho e a gente conversa. Pode ser?
- tem certeza? Estou suada e fedida. Nao vai reclamar de mim?
- Claro que nao. Você comeu alguma coisa? Vou preparar algo pra você comer.
- Nao comi, mas nao precisa preparar nada. Eu me viro quando chegar ai. - Ou ela está aprontando algo e se sentindo culpada ou realmente esta sentindo minha falta. Ja faz um bom tempo que a Chris nao se preocupa com coisas simples como se eu jantei ou nao. O meu medo é descobrir que ela está aprontando algo e por isso esta me tratando bem. De todo jeito, quero ver a reaçao dela, apesar de ter sido apenas uma noite longe de casa.
Esse hospital ficava pouco distante de casa, uns 15 ou 20 minutos de carro apenas. Sempre nos organizamos para tentar morar perto do trabalho, por qualidade de vida. Por isso, a maior parte dos locais onde atendo fica no maximo 30 minutos de casa. Estou tao cansada que o caminho até em casa foi no automático. No fundo deixei uma playlist do Michael Buble rodando apenas para eu me distrair e me acalmar. Estou indo ver e conversar com a Chris, mas uma sensação de aperto no peito conversa comigo a todo o tempo, é como se tivesse algo errado, eu so ainda nao descobri o que é e tenho medo de descobrir.
Cheguei em casa a luz da sala estava acesa. Estacionei o carro na garagem, ao lado do EcoSport vermelho da Chris. Acho lindo o carro dela, combina com a mulher tesao que eu casei.
Quando entrei na sala, meu corpo paralisou e minha boca secou. Se ela queria apenas conversar, não era esse o recado. Minha esposa estava sentada no sofá da sala, de pernas cruzadas, com uma camisola branca, praticamente transparente, bem curtinha, pegando pouco abaixo da virilha. Ela levantou assim que entrei em casa.
- Boa noite chris. Preciso tomar um banho antes de conversarmos. Voce me espera? - eu ja me posicionei. Se ela quer conversar, conversar nos vamos.
- Oi amor. Tudo bem. Toma um banho rapidinho. Ai quando voce descer eu arrumo algo para voce comer!
Procurei uma roupa confortável, uma bermuda larga de pijama e uma camiseta leve. Quando desci para a sala, a Chris tinha organizado uma mesa de queijos, e tinha fondue. Ps: definitivamente ela nao quer so conversar. Mas eu nao vou desistir de Portugal por sex*, nao e nao.
Sentei no sofa. Ela ainda vestida, claro, com aquela camisola transparente. Isso vai ser interessante, quero ver nessa disputa quem vai ganhar hahahaha
- Separei um pouco de queijo e de coisinhas pra voce beliscar, tem vinho gelado tambem. Quer um pouco? Voce comeu hoje?
- Estou dirigindo Chris, melhor eu nao beber hoje. Mas aceito um suco.
- Para de bobagem amor. Voce esta dirigindo, mas nao esta em casa? Bebe um pouco de vinho, espero que depois da nossa conversa voce nao precise mais ir embora. E se ainda assim quiser ir, dorme no sofa e vai amanha cedo. Nao vamos perder essa oportunidade de relaxar e conversarmos um pouco. Vou pegar o vinho! Voce bebe pouco, nem vai fazer mal. - antes de levantar do sofá, colocou a mao na minha perna, fez um carinho delicioso, sorriu bem sedutora e levantou para pegar o vinho.
Eu realmente estava com fome, então comecei a beliscar algumas coisas logo que ela saiu. Logo minha esposa voltou com duas taças em uma mão e o vinho em outra. Uma raivinha me subiu, eu havia comprado este vinho, ha uns meses atrás. Tem tanta coisa nessa casa que me pertence, que eu cuidei pra estar aqui, e eu saindo, deixo tudo ao bel prazer e organização ( inexistente) da Christiane.
- Acabei colocando esse vinho seu pra gelar. Tudo bem tomarmos ele? - eu apenas acenei que sim - Voce deve estar morrendo de fome ne?! Que horas comeu hoje?
- Eu acordei tarde, acabei so almoçando. Fui almoçar com o Rodrigo e a esposa dele e depois fui no Lucas. Quando a comida estava pra chegar minha paciente me ligou. Belisquei algumas coisas no hospital. Mas nada de comida de verdade.
- E onde voce dormiu?
- Dormi no consultório. Mas Christiane duvido que voce tenha me feito vir aqui pra perguntar da minha alimentação. O que voce quer exatamente? Porque se fosse só conversar nao estaria com essa camisola transparente.
- hahahha, eu luto com as armas que tenho e se nossa conversa der certo, vou dormir é sem nada.
- Ok - falei bem seca, cortando aquele teatro todo que estava rolando - e você quer falar do que?
- Você vai mesmo para Portugal? Nao quero que você vá, nem que a gente fique brigadas. Senti sua falta.
- eu passei uma noite fora, voce acha que isso foi o suficiente para voce pensar no nosso casamento? Eu duvido. Pelo menos eu ainda nao tive tempo de pensar em nos duas.
- O que voce precisa pensar sobre a gente Carol? Nosso casamento sempre foi tao estável, bom.
- Eu cansei de ser deixada sempre para segundo plano Christiane. Você me trata super mal e eu ainda corro atras de voce. Nem seu celular voce teve coragem de desligar para gente ter essa conversa, to ouvindo ele vibrar toda hora. Nao nos importamos mais uma com a outra. Voce perguntou hoje se eu me alimentei, mas essas coisas simples e bobas do dia a dia nao temos mais. Não nos olhamos nos olhos. Nossos eu te amo são automatizados, nao fazem sentido mais. Sao essas coisas que eu preciso pensar. Pensar se a distância faz eu sentir falta de você ou faz eu me sentir aliviada. - sério, falei cada uma dessas palavras aliviando minha garganta, como se finalmente eu pudesse vomitar uma comida estragada que me incomoda.
- Nao é assim Carol. Nós acabamos nos perdendo no dia a dia. Você também faz um montão de coisas que eu nao gosto. Mas não podemos deixar essas pequenas coisas nos separar. Não quero que você va para Portugal e sei que se você for nao vai voltar.
- Sua preocupação é se eu vou ou nao para Portugal, voce nao esta preocupada com nosso casamento. E outra eu ja comprei minha passagem, eu vou ir de todo modo. Comprei pro dia 05, exatamente daqui 14 dias. Hoje cedo liguei para a médica de lá, ela me aceitou e ficou muito feliz por eu ir visitar o projeto.
- Provavelmente é alguma dessas putas que você tem amizade. Você vai chegar la e ela vai dar em cima de você!
- Olha a merd* que você acabou de falar Christiane. Cara, se eu ficasse com, pelo menos, metade das mulheres que você acha que eu fico, nao estariamos tendo nem essa conversa. Isso é um dos exemplos das coisas que você faz e eu nao suporto. Cacete, você não é capaz nem de confiar em mim.
- Olha pelo meu lado Caroline. Você trabalha até tarde da noite, sempre chega cansada, tem um montão de garotas com quem você é simpática, você é médica, linda. Eu tenho medo.
- Sabe, pra mim você deve ter alguém. Porque nao é possivel você desconfiar tanto de mim. Eu chego tarde pois trabalho em uma especialidade cirúrgica, sem hora ou lugar. Nao posso determinar a hora que uma criança.vai nascer ou a quanto tempo vai durar uma cirurgia. Você deveria confiar mais na sua periquita e parar de achar que eu fico com outras. Nao te dou motivo pra isso.
- Se nao é mulher, o que tem tanto em Portugal que você quer ir?
- Tem um projeto que estou envolvida há anos, tem gestantes, bebês que precisam de ajuda. O seu problema nao é nosso casamento, é minha viagem para Portugal. Se ficassemos separadas, mas eu no Brasil, em São Paulo, onde você pode monitorar, tudo bem! Sem problemas.
- Nao é isso carol eu estou te perdendo e nao sei o que fazer.
- Começa a valorizar o que a gente tem. Eu vou ir para Portugal, você querendo ou nao. Essa é minha palavra final. Vou ficar la um mês pelo menos. Já separei minha documentação, ja comprei passagem e ja direcionei meus pacientes para o Rodrigo. Terei só mais algumas cirurgias e plantões e irei para lá. Eu preciso desse espaço e Portugal é a opção que tenho no momento e vou agarrar ela. Chris eu te amo e nao é pouco, mas nao aceito mais ser um brinquedo no seu dia a dia. - respirei fundo e tentei me acalmar como eu conseguia - sei que você se importa com o nosso casamento, se nao se importasse, não estaria nessa camisola branca mini e linda me esperando para conversarmos.
- Voce gostou dela? Bem do jeito que você sempre pede pra eu usar.
- Claro que gostei Chris. É linda. E fica perfeita no seu corpo. É desses pequenos detalhes que precisamos, desse carinho, conversas, uma roupa bonita aqui, um passeio ali. Nao apenas sex*, meter os dedos porque tem que meter os dedos. Precisamos disso. Mais de nós duas.
- Nao vai pra Portugal Carol. Por favor. Sei que se você for, eu vou perder você.
- Vem cá Chris - puxei ela pra perto de mim e coloquei ela deitada no meu corpo, ao mesmo tempo que me inclinei no sofá - eu vou ir para Portugal. Já dei minha palavra e nao posso me perder no que poderia ter sido ou nao minha vida. Eu sei que quem eu quero e o que eu quero esta aqui bem na minha frente. Quero mesmo esse tempo para nos duas pensarmos, para eu pensar.
- Fica aqui em casa até você ir viajar! Nao quero ficar longe de você! - automaticamente dei um beijinho na testa da Chris, e empurrei os cabelos cheios de luzes loiras dela, para limpar o rosto.
- Nao vou ficar Chris. Estou batendo mesmo o pé. Preciso desse espaço. Nao vou ficar!
- Fica hoje pelo menos? So essa noite então? - e fez uma carinha de cão pidão que eu nao conseguiria resistir. Ela sabe bem como me conquistar e como me deixar de 4 por ela. Não fui capaz de falar nao, passei a mão pelo pescoço dela e puxei seu corpo para mais perto, onde minha boca tivesse todo acesso a dela.
Começamos nos beijando lentamente, quase que matando a saudade, por mais que tenha sido apenas de um dia longe. Coloquei minha mao nos gluteos dela, uma bundinha linda que sempre gostei de apalpar e massagear. Enquanto nos beijamos lentamente, apenas sentindo o gosto uma da outra, eu fui apertando cada polpa dela e sentindo aos poucos meu corpo acender, o calor subindo pela pele.
Nao demorei muito para puxar o cabelo dela pro lado, e começar a beijar e lamber o pescoço da Chris. Senti a pele dela arrepiando, e ela tentando fugir das minhas mordidas no pescoço. Exatamente por ela ter essa aflição eu adoro provocar.
- Pode ter sido um dia só longe de você, mas a saudade ja é gigante.
- Saudade só de mim?
- Saudade de você, da sua ppka gostosa, desses peitos durinhos, de você gem*ndo no meu ouvido!
- Então mata essa saudade! - minha esposa nao precisava pedir duas vezes, mudei as posições. E ali mesmo no sofá da sala ataquei ela. Primeiro beijando desde os pés até a virilha. Fiz isso nas duas pernas, olhando pra ela o maximo que eu podia, sem desviar o olhar. Dava pra ver os olhos verdes dela brilhando, intensos.
Subi ate os seios, eles estavam soltos por baixo daquela camisola. Coloquei a mão neles e apertei, com força, sempre olhando nos olhos dela. Gosto de ver sua expressão de dor/prazer, misturado. Fui beijando sua barriga, alternando mordidas e lambidas.
Quanto mais perto dos peitinhos dela, maior era minha vontade de ch*pa-los. Nao resisti por muito tempo e logo arranquei aquela miniatura de camisola do corpo gordinho e sexy da Chris. Puxei minha camiseta e minha bermuda, fiquei só com a calcinha. Voltei pra ela, pra ela nao, pros peitos dela. A primeira coisa que fiz foi abocanhar o direito e dar um sugada bem forte, quando eu estava quase sem ar, soltei. Mordi eles, sem machucar, mas forte, firme, pra ela sentir. Quero que ela saiba que é isso que ela pode perder!
- Ta gostoso chris?! Quer que eu ch*pe mais?
- Ch*pa amor… Bem forte. - troquei o peito e comecei a ch*par o outro. Sempre forte e alternando com mordidas. Minha mao aproveitada para arranhar o corpo dela.
Nao demorei muito e arranquei a unica peça que havia sobrado nela, tirei a calcinha e cai de boa literalmente. Ch*pei como pude, rápido, lento, em circulos, puxando, sempre olhando fixa para o rosto da Chris.
Quando senti que ela estava mais tensa, rígida, começando a contrair, coloquei 2 dedos dentro, de uma vez, forte, fundo, mas nao tirei minha lingua do clitoris dela. Se a ideia era fazer ela nao se esquecer de mim, farei isso do jeito que melhor sei, ch*pando a ppka dela e comendo ela com meus dedos.
Mesmo com a lingua doendo ja, continuei ate sentir que a Chris havia relaxado. Adoro ver a carinha que ela faz quando prester a goz*r.
- Carol, essa sua lingua nao cansa? Caraca! Uau…
- hahahaha meu amor. Pra fazer voce relaxar nem sinto ela cansada. Vem aqui. - puxei ela pro meu corpo, fazendo ela ficar deitadinha no meu braço, ate a respiração voltar ao normal.
Ficamos assim por um bom tempo, nao sei quanto tempo, sem falarmos nada. Tentei sentir o calor do corpo dela, ao mesmo tempo que fiz carinho nela. Por mim, o mundo poderia parar exatamente agora. Sem brigas, sem cirurgias, sem portugal, sem nada nem niguem, apenas eu e minha garota.
- Preciso fazer xixi!! To apertada! - essas foram as unicas palavras dela desde que deitamos para nos acalmar.
- Hahahahha que romântico mijona. Vai la! Me trás uma agua depois! Lava a mao. - esse foi um habito que coloquei nela. Depois do sex*, sempre ir ao banheiro, para evitar infecção. Acho que é mal de ginecologista pensar nisso. Mas enfim, ta dando certo.
Fiquei olhando ela sem nada, andando na ponta dos pes. Minha esposa é linda, isso eu nao posso negar. Foi apenas ela subir a escada que a porcaria do celular dela vibrou de novo. Ele ja esta me enchendo o saco. Vibrou o tempo todo. Estiquei o braço e puxei ele.
Apertei o botão para ligar ele e acabei olhando na tela. Havia algumas notificações e uma me chamou a atenção “ Malu” 32 mensagens para serem lidas. Nao conheço nenhuma Malu amiga da Chris. Quem será?
Sempre tivemos a liberdade de uma mexer no celular da outra, nunca escondemos nada.
Desenhei a senha dela na tela inicial e abri o whatts. A conversa com a tal Malu deve ter rendido, porque é longa. Fui passando os olhos, nao procurando nada, apenas zapeando, mas as mensagens começaram a me chamar a atenção.
- Linda, adorei sua visita hoje. Obrigada por ter feito meu dia muito melhor hoje. - seguido de vários emojis
- Sou fã do seu trabalho, também adorei passar o dia com você. Me fez muito bem.
- Amanha você volta? Bem que queria mais uma tarde ao seu lado.
Eram várias mensagens desse tipo, cheias de carinhas dos dois lados, tanto da Christiane como da outra. Nao estou acreditando nisso. Um calor começou a subir no meu corpo, minha vontade era tacar o celular dela na parede. Mas não, eu nao vou perder a razao. A Christiane vai ter que me explicar isso.
Enquanto ela nao voltava, eu me vesti. Levantei, fui ate a cozinha e peguei mais vinho. Afinal, foi eu mesmo que comprei, entao tenho o direito de beber. Virei um gole bem longo, no gargalo mesmo.
- Amor, esta bebendo mais vinho? Esta tudo bem? - apareceu ela na cozinha. Ja vestida, com o cabelo amarrado.
- Christiane, vou te perguntar apenas uma vez e eu quero a resposta verdadeira ok?!
- Nossa. O que é voce está seria! Me da um pouco desse vinho, pelo visto o papo é pesado.
- Voce está saindo com outra pessoa? - pude ver que ela quase engasgou com o vinho que estava bebendo.
- Claro que não Caroline. Por que acha isso? - ela se sentiu ofendida com a pergunta
- Se estivesse me traindo me contaria?
- Ai nao sei... A questão é que nao estou te traindo! E que tipos de pergunta são essas? Nao mereço essa desconfiança.
- Entao ta, a ultima pergunta. Quem é Malu? - Christiane ficou branca com essa pergunta. Mais branca que ja é.
- Malu? Nao conheço ninguem com esse nome. Para com esse interrogatório idiota. Que saco.
- Nao conhece nenhuma Malu?
- Ja falei que nao Caroline. Que merd*.
- Nem a Malu que te chama de linda e adorou passar a tarde ao seu lado?
- Nao sei do que você esta falando.
- Mas eu sei. Li a conversa de vocês. Seu celular nao parava de tocar. 30 mensagens que voce nao leu!
- Caroline, voce nao tem o direito de mexer nas minhas coisas. Isso é invasão.
- Nao me venha com isso agora. Voce sempre me deu liberdade pra isso. Voce sempre mexeu no meu e eu no seu. Sempre permitimos isso. - meus olhos deveriam estar fervendo, chegavam a arder e tao secos e vidrados. - Como voce tem coragem de reclamar que eu estou indo pra Portugal? Você nao se importa mesmo comigo, ja esta ate arrumando outra trouxa pra voce pisar. Palhaçada.
- Nao tenho nada com ela. Ela é uma paciente que recebi no ps. Ela é judoca, teve fratura de fêmur.
- Eu nao quero saber oq ela teve ou quem ela é. Ah e se é judoca voce curte bem, ja me deixou horas largada pra voce tietar uma. Qual era o nome dela? Daquela que voce me largou pra tirar foto?
- Esquece isso Caroline. Que saco. Voce saiu de casa!
- Quanto amor. Eu saio de casa por um dia, pedindo um tempo e voce na arruma outra... trouxa sou eu aqui! De ainda me importar. Vou pegar minhas coisas e sumir daqui. Vou pra Portugal, agora mais do que nunca. Quando eu voltar conversamos.
- Se você for, quando voltar não terá mais esposa.
- Voce nao me ameaça. Se nao quer mais estar casada comigo, vc me avisa… te dou o divórcio agora mesmo. - eu estava tão irada, tao chateada e nervosa, que mesmo sendo quase 4 da manha eu gritava cada frase.
- Para com isso Carol. Deixa eu explicar oque aconteceu - ela veio andando atras de mim, enquanto eu ia recolhendo minhas coisas na sala.
- Eu volto de Portugal daqui um mes. Eu venho direto pra ca. Você tem a porr* de um pra pensar e eu tambem. Ate la eu nao atendo nenhuma ligaçao sua. Ate la, esquece que eu existo ou que fui casada com vc Christiane.
Joguei minha mochila nas costas e bati a porta da sala. Sai de casa como se nunca mais voltasse la. Se desde de ontem meu coração estava quebrado, imagina agora, o vazio estava imenso, eu não sentia nem como era dirigir, apenas segui meu trajeto.
Eis que estou aqui, duas semanas depois, sentada na sala de embarque do aeroporto de Guarulhos, pronta para um mês de muito trabalho e dedicação em Portugal.
Fim do capítulo
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