O CASO DAS ROSAS por pamg
Capítulo 8 - O amor é uma fraqueza?
♪♫. ♪♫ I kissed a girl and I liked it ♪♫. ♪♫
— Mas o que é isso? — A loira falou alto se assustando com o som. — Elize, eu te mato!! — O celular da loira tocou no exato momento em que ela ia beijar a morena.
— É melhor estar morrendo! — Emily atendeu alterada
— Não acredito que você ainda está com sua moren…
— Tchau, Elize! — A loira interrompeu a ligação da prima, pois assim que ela começou a falar, percebeu que seu telefone ainda estava pareado com o veículo. Ou seja, a morena escutou o que a ruiva começou a dizer.
Por alguns segundos as duas ficaram em silêncio. Foi a morena quem falou primeiro:
— Que toque de celular é esse? — Riu.
— I kissed a girl, da Katy Perry, uai! — Respondeu envergonhada
— Eu sei moça, você entendeu o que eu quis dizer. — Fingiu estar brava, mas estava achando graça da situação.
— Isso é coisa da Elize. Às vezes, ela muda meus toques. A pessoa gosta de me fazer passar vergonha. — A loira estava sem graça.
— De quem ela estava falando? Com quem ela achou que você estava?
— Acho melhor eu entrar… eu … Enfim. Vou entrar. — Começou a abrir a porta do carro para sair.
— Emily? — A morena tocou no braço da loira.
— Oi! — A loira que estava levantando e abrindo a porta recostou no banco novamente.
— Você não vai ser processada, mas me diga: o que estamos fazendo?
A loira tirou a mão direita que estava na porta, pôs sobre a própria perna e em frações de segundos, inclinou-se para a esquerda e beijou a morena.
Alycia surpreendeu-se com o beijo e com a reação do próprio corpo, que respondia à loira com urgência e desejo. Entregou-se. A loira percebeu o abandono da morena e aprofundou o beijo, que apesar do desejo de ambas, era lento com os movimentos leves e suaves. As línguas estavam em uma sincronizada dança, na qual uma explorava e sentia cada parte e o gosto da outra. Havia algo a mais no contato, a sensação não era de descoberta, mas de familiaridade. E isso foi tão bom que assustou a morena.
Foi ela quem interrompeu o contato.
— Eu… Eu… acho melhor você entrar, Emily. — A morena disse com um fio de voz.
— Você não queria? — A loira ficou genuinamente confusa.
— Queria, mas eu não sei se é o que eu deveria querer. Eu não tenho espaço para isso em minha vida. Não posso te dar o que você quer. — A morena estava muito confusa, mas de outra forma. Ela havia desejado aquele contato e se sentiu completa com apenas aquele beijo, mas esse tipo de ligação era justamente o que ela havia evitado durante toda a vida.
— Alycia, eu sou sua chefe, sei que qualquer ação minha pode parecer uma imposição e…— Não, Emily. Eu quis. Eu só.... Está tudo muito rápido. Não nos conhecemos. Eu... — Respirou fundo. — Eu preciso de tempo.
A loira sentiu como se um balde gelo tivesse caído sobre sua cabeça. Há poucos minutos, durante o beijo, ela tinha sentido a mesma sensação de completude da morena, não estava entendo essa pequena rejeição. Resignou-se. Era a chefe da outra mulher e qualquer palavra mal dita poderia ser mal interpretada.
— Tudo bem. Eu não entendo, mas compreendo e respeito. Boa noite, Dias. — Olharam-se, mas dessa vez os olhos da loira estavam carregas de tristeza, foi ela quem quebrou o contato visual e saiu do carro.
— Boa noite, Emily. — Quando a morena conseguiu dizer essas palavras, a loira já não podia ouvi-la.
Alycia ainda ficou alguns instantes parada. Emily entrou em casa e, já com lágrimas nos olhos, ligou para Elize. A ruiva atendeu em um tom brincalhão, que logo sumiu ao ouvir a voz apagada da prima.
Enquanto isso, Alycia ligava o veículo e saia dali.
Elize escutou a todo relato atentamente, por fim perguntou:
— Você sabe alguma coisa sobre a vida de Alycia, Emily?
— Algumas coisas, na verdade. Furtado tem uma relação muito próxima com ela e me deixou a par de algumas questões. Principalmente em relação à sua família.
— Meu bem, ela não está errada sobre a velocidade e a intensidade da ligação entre vocês. Parece que tem um ano que vocês se conhecem, mas tudo está acontecendo há dois dias. Antes disso, ela mal te cumprimentava. Algumas pessoas precisam de tempo para processar os sentimentos. Principalmente quando eles são intensos.
— Talvez você esteja certa.... Mas em minutos… tudo…
— Calma, Emy! — A ruiva falou calmamente com a prima. — Amanhã é meu último dia de férias, que tal almoçarmos juntas? Daí você me conta tudo...
— Claro. Passa amanhã na delegacia?
— Com certeza! Você vai ficar bem?
— Vou tentar. Até amanhã, Li.
— Um beijo, Emy. Fica bem!
Enquanto isso, Alycia seguia para sua casa. A euforia dera lugar a uma tristeza e ao medo que foi sendo acumulando ao longo dos anos. Seus pensamentos faziam retrospectiva de sua vida, ela não teve exemplos de relacionamentos saudáveis. Muito pelo contrário, todos os relacionamentos em sua família haviam sido tóxicos, sendo que o do seus pais culminou em abandono e morte.
“Eu não posso entrar nessa, não posso me relacionar. Isso vai se tornar uma fraqueza. Eu vou me ferir, ela pode me ferir. Não tenho tempo para investir em algo tão falido quanto um relacionamento. Se bem que foi só um beijo, talvez eu tenha interpretado errado… Ela é linda, deve estar cercada de mulheres. Ás vezes, eu me adiantei e nem é isso o que ela quer. Droga! Amanhã, converso com ela! Droga! Droga! Droga!” - Os pensamentos da morena estavam confusos e fizeram lágrimas brotarem. – “Talvez eu precise conversar com alguém, mas quem? Nem amigos direito eu tenho! Meu Deus, eu sou patética”.
Colocou a música que há pouco a morena havia deixado tocar. Seguiu dirigindo sem conseguir conter as lágrimas.
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Na quinta-feira, às 6h40m, o interfone de Alycia tocou. Sentiu seu coração disparar, sabia que a delegada passaria em sua casa para ajudá-la a levar o “diário de pesquisa” para o QG.
— Pois não.
— Detetive Dias?
— Sim, quem é? — Estava confusa, aquela não era a voz de Emily.
— Agente Soares, senhora. A delegada Rios pediu que eu viesse ajudá-la com alguns arquivos que você levará para a delegacia.
Por alguns segundos, a morena ficou em silêncio. Sabia que a situação da noite anterior fora complicada, teve medo de ter magoado a loira. Sentiu tristeza e decepção. Seus pensamentos foram interrompidos pelo agente que a esperava:
— Detetive Dias?
— Entre, desculpe. — Liberou a entrada sentindo o peso do mundo nas costas. Sentia-se mal, não queria magoar a delegada, mas também não estava aberta à relacionamentos.
O agente chegou em seu apartamento e cerca de 30 minutos depois já haviam ajeitado tudo e estavam a caminho da delegacia. Alycia não trocou uma palavra com o agente Soares durante o percurso, o rádio era o único barulho que se escutava e para sua infelicidade o locutor anunciou que começaria, naquele momento, a “Hora Marisa Monte” e a primeira música foi Ilusão.
Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela, não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei, eu só sei que ela se foi
Meu coração desde então chora todos os dias
No portão
Por ela não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei, eu só sei que ela se foi
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
É a ilusão de que volte o que me faça feliz, faça viver
Por ela não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei, eu só sei que ela se foi
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei, eu só sei que ela se foi
“EU MEREÇO!”. A morena pensou enquanto a música tocava. Inevitavelmente, seus pensamentos se fixaram na delegada, decidiu que conversaria com ela o quanto antes.
Chegando na delegacia pediu que outro agente ajudasse Soares a desembarcar os arquivos e seguiu direto para a sala de Emily.
— Oi, Rose! Tudo bem? A delegada está?
— Bom dia, Alycia! Não, ela ligou pedindo que eu transferisse uma reunião com um assessor do governador para a sede do governo. Ah! Ela também pediu para te avisar que poderia apresentar para a equipe o “diário de pesquisa”, nãoé preciso esperá-la.
A morena estava decepcionada. Sabia que a loira estava evitando contato.
— Ela falou que horas retornaria?
— Creio que no final da manhã. Ela tem uma reunião aqui às 11h e quando nos falamos, ela pediu para que eu organizasse todo o serviço burocrático que esteve parado nos últimos dias, pois ela daria andamento a tudo hoje à tarde.
Alycia agradeceu e foi para o QG, percebia nas instruções da delega à assistente que ela tentaria evitar o contato com a detetive.
Reuniu a equipe e mostrou o que já havia descoberto. Todos na sala a escutavam e obedeciam. Não houve qualquer comentário impróprio, alguns até foram muito atenciosos perguntando quando ela havia descoberto os fatos. Pela primeira vez, Alycia se sentiu acolhida por sua própria equipe, ela sabia que isso era fruto das últimas ações da delegada.
Assim, seguiu com a reunião sentindo uma falta absurda da loira. Aproveitou o momento para traçar estratégias com a equipe para atrair Beatriz. Todos concordavam que a criminosa aproveitaria do seu status de vítima traumatizada para se entregar e escapar das acusações. Terminaram a reunião e já era 11h50. Ela estava satisfeita com o entrosamento da equipe e atenção ao caso.
Novamente sua cabeça voou até a delegada e resolveu ir até a sala dela. Estava no corredor quando viu a loira saindo com uma ruiva. Ambas conversavam tranquilamente e não viram a morena. Alycia percebeu que eram íntimas e se roeu de ciúmes quando a ruiva abraçou, carinhosamente, a loira enquanto saiam. Imediatamente, voltou para o QG e se concentrou no trabalho.
A detetive estava fazendo pesquisas e entrando em contato com uma equipe americana para tentar delimitar o perfil psicológico de Beatriz. Ela já havia traçado o perfil psicológico, mas queria saber até onde a criminosa seria capaz de ir, queria estar preparada para uma eventual negociação.
Por volta das 15h percebeu que havia trabalhado nas últimas três horas sem pausa. Resolveu sair para comer algo, não queria passar mal novamente. Ao pensar nisso foi inevitável não lembrar do cuidado da loira. Novamente sentiu uma pontada de tristeza, mas agora também sentia ciúmes daruiva. — Quem será aquela mulher? Aposto que é uma das muitas que estão aos pés de Emily! — Em meio a essa crise de ciúmes, achou melhor espairecer um pouco e resolveu comer em um restaurante há alguns quarteirões da delegacia, em frente à Praça da Liberdade.
Chegou ao local e enquanto esperava o garçom com seu pedido, sentiu uma mão pousar em seus ombros, quando se virou para ver de quem se tratava teve uma grata surpresa.
— Helena! — Disse Alycia espantada e repentinamente feliz.
— Aly! Quanto tempo, que saudade!! — Abraçaram-se.
— Senti sua falta. — Disse, sentindo um carinho imenso pela mulher que agora sentava em sua mesa — Você voltou quando?
— Tem cinco dias, mas estava me organizando por aqui e acabei não avisando ninguém. No meio de tudo, meu pai deixou o DP e acabei dando uma atenção maior a ele nesse momento de transição.
Helena Furtado era filha do delegado Furtado e amiga de Alycia. Talvez a pessoa mais próxima de morena. Ambas eram gays, mas tinham um amor de irmã uma pela outra. Helena havia passado os últimos dois anos em Portugal, fazendo mestrado. Alycia, desde que ela viajou, apenas respondia aos e-mails da amiga e evitava demandar atenção, não queria atrapalhar seus estudos.
— Tô feliz em te ver, Helena. Muito mesmo!
— Eu vim almoçar aqui e, em seguida, passaria na delegacia para te ver e para cumprimentar a Emily.
— Você a conhece? — Perguntou com mais entusiasmo do que gostaria demonstrar.
— Uai, sim. Ela é a outra pupila do meu pai. Você é como minha irmã mais nova e ela como minha irmã mais velha. — Gargalhou.
— Sério? — A morena não estava acreditando em quão próxima ela e a loira eram. “O que mais temos em comum?”, pensou um pouco irritada.
— Sim, uai. Você, na verdade, sabia disso, mas resolveu ignorar porque, pelo que eu me lembro, não gostava dela. Lembra que sempre que ela aparecia você falava algo do tipo: “lá vem a legalmente loira” e não trocava mais que duas palavras com ela?
— É, eu lembro. - Disse a loira sem graça. — Mas ela também era alguns anos mais velha que a gente, eu não achava que poderíamos ter nada em comum.
— Você não acreditaria em como vocês combinam, meu pai sempre falou isso. Mas te conhecendo como ele conhecia, sempre respeitou seu jeito mais reservado.
— Pois agora ela é minha chefe.
— Então menina, por isso mesmo que queria cumprimentá-la. E como vocês estão se saindo juntas?
— Ela é uma profissional excepcional. Seu pai não poderia ter escolhido uma pessoa melhor.
— Gente, que milagre é esse?
— As coisas mudam. — A morena sorriu sem graça.
— Além dela ser excepcional. — Falou debochando do tom usado pela morena. — Me diga, como vocês estão?
— Bom… é complicado. — Alycia olhou para Helena pensando se deveria contar ou não para ela o que estava acontecendo. Antes que decidisse, Helena a surpreendeu:
— Complicado? Sério? Eu sempre achei que quando se conhecessem vocês se dariam muito bem, acho até que seriam um casal perfeito.
Alycia tomava água nesse momento e engasgou ao escutar a fala da amiga. Helena começou a rir. A morena fingiu desagrado com a outra, mas ponderou em como Helena tinha sido sua amizade mais duradoura na vida e decidiu se abrir.
— Bom, nós nos demos bem, na verdade, até bem demais.
— O QUÊ? VOCÊS JÁ... — Helena falava alto em um tom divertido e a loira a interrompeu antes que terminasse a frase.
— Fala baixo, Helena. Ai meu deus! Eu não deveria ter te contado nada!
— Ah! Mas deveria, sim. Deveria mesmo. Se tem uma coisa que você deveria era ter me contado. — Helena divertia-se às custas de Alycia. Sabia que a amiga havia desistido de ter uma vida pessoal afetiva há muito tempo, seus traumas familiares a fizeram muito mal, mas tentava tornar as coisas mais leves para que a morena se sentisse bem em se abrir.
— Se eu soubesse que o Brasil estava tão bom, eu tinha voltado antes. — Riu e levou um tapa no braço. — Aiiii, não me bate porque aqui perto tem uma delegacia e eu peço a delegata de lá para te prender. — Riu mais ainda.
— Delegata, Helena?
— Não me recrimine, vejo vocês duas como irmãs, mas duas irmãs gostosas!
— Aiiii — Levou outro tapa.
— Eu vou deixar você aqui almoçando sozinha.
— Nem pense nisso, você já está em dívida comigo, pensa que eu já te perdoei por não me mandar nenhuma mensagem e só responder os e-mails que eu mandava?
— Eu não queria te atrapalhar. — Disse a morena sem graça.
— Eu te perdou, mas quero cada detalhe da pegação entre você e delegata. — Falava gargalhando o que acabou distraindo um pouco a morena.
Passaram uma hora conversando. Alycia contou como tudo estava acontecendo rápido e como ela deu abertura e cortou a delegada na noite anterior.
— Eita! Mas vocês são velozes, heim?! Parece filme “48 horas de amor”.
— Que amor, Helena? Eu não a amo, nem ela a mim. Acho que foi só uma atração.
— E desde quando você foge de uma simples atração?
A morena encolheu os ombros, como se estivesse dizendo que não se importava, mas sabia que Helena estava certa. Se ela sentisse atração por alguém e fosse recíproco não via problemas em passar uma noite com a pessoa. Ela só não queria um relacionamento. Julgava que o amor era uma fraqueza. Pessoas apaixonadas se tornavam vulneráveis, como sua mãe e sua irmã.
Alycia mudou de assunto. Antes de terminarem a refeição, o celular da detetive tocou. Era Rose, a assistente da delegada, dizendo que a mãe de Beatriz estava na delegacia com um advogado e ameaçava processar a todos por estarem difamando sua filha.
— Rose, avise a delegada também, eu chego aí em cinco minutos.
— Ela já está aqui e te aguarda para conversarem com a Senhora Joana.
— Ok!
Alycia ia se desculpar e se despedir de Helena, quando foi interrompida:
— Eu vou com você, quero ver a delegata e você agindo juntas. Aiiii — Levou outro tapa no braço. — É brincadeira carrancundinha, eu quero é parabenizar Emily.
— Então vamos. Sério, não faça essas suas gracinhas lá.
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A loira estava no QG, muito séria, mas seus traços suavizaram ao ver as duas mulheres. Entretanto, como ainda estava um pouco magoada, optou por ser mais comedida com a detetive.
— Dias, boa tarde! Que bons ventos lhe trazem aqui, Lê? — Disse abraçando a filha de Furtado.
— Voltei! E voltei para ficar porque as coisas aqui estão bem interessantes. — A morena fulminou-a com o olhar. — Digo, olha só vocês, minhas duas irmãs trabalhando no caso mais famoso do Brasil!
— A Dias é ótima, ela está tirando o caso de letra. — A delegada elogiou a morena, mas procurou não olhar para ela.
— Alycia, Emily, me chame de Alycia. — Se olharam. — Desculpe. — A loira disse, mas depois voltou-se para a visitante:
— Lê, quero saber de todas as novidades, você tem algum compromisso hoje?
— Não, estou por conta de vocês, vim para vê-las e para saber se as duas queriam sair comigo um pouco. — A morena não acreditou na cara de pau da amiga.
— Por mim tudo bem. Vou chamar a Li. — A loira anunciou.
— Chama mesmo, saudade de vocês todas. — A morena não estava acreditando que sua única amiga conhecia até a prima da loira.
— Vocês todas se conhecem?
— Você é muito desligada mesmo, viu?! Não te falei que você é minha irmã mais nova e ela é minha irmã mais velha?
— Ah é, falaram de mim? Quando? — A loira ergueu as sobrancelhas.
A morena achou melhor se livrar daquela situação: — Helena, temos que ir ver a mãe da Beatriz, você pode nos esperar aqui? — A outra consentiu.
— - Quase não temos nada para falar com ela, então não vamos demorar. Vamos? — Falou com loira em tom mais imperativo. Queria sair de perto de Helena e suas gracinhas.
— Vamos, mas primeiro vamos passar em minha sala, quero te mostrar algo.
Alycia seguiu a loira, sentiu o coração disparar, não sabia se era algo sério ou se a delegada estava arrumando uma desculpa para ficarem sozinhas.
— Entre, por favor!
— Com licença.
— Dias, eu…
— Alycia.
— Alycia, desculpa. Descobrimos algo novo. Há indícios de que Beatriz era vítima de maus tratos e abuso sexual por parte do pai. — A morena estava decepcionada, a loira a tinha levado ali para tratar de assuntos profissionais realmente. Então, resolveu mas focar no trabalho:
— Eu sabia que tinha algo de errado com aquele pai!
— Bianca e Mendonça acharam isso hoje de manhã, como eu estive ocupada, não pude conversar com você antes.
— Sei! — Alycia não acreditou em seu próprio tom, mas agora já era tarde.
— O que foi Alycia?
— Eu vi sua ocupação, ela era ruiva e linda. — A morena estava com tantos ciúmes que não se controlou. As palavras saíram sem que ela percebesse.
Sob o olhar atento da morena. A loira nada disse, apenas se levantou foi até a porta e a trancou. Se aproximou da morena, que estava perto de uma mesa e a beijou. Dessa vez, o desejo de ambas intensificou o beijo. A morena não hesitou ou resistiu, pelo contrário, colou seu corpo ao da loira que posicionou sua perna entra as de Alycia. Essa gem*u ao sentir a pressão. As línguas duelavam e a morena aprofundou o beijo. As mãos de Alycia começaram a passear pelo corpo da loira, quando essa quebrou o contato. Olhou profundamente nos olhos da morena e disse:
— Isso é para você saber que eu não tenho olhos para outra pessoa. Seu corpo me diz que você sente o mesmo que eu, mas eu não posso te forçar a nada. Eu sou sua chefe e, acima de tudo, eu te respeito. De agora em diante, vou esperar você me querer também…
Soltou a morena, que não se moveu. Caminhou até a porta, destrancou-a, abriu-a e como se nada tivesse acontecido, disse:
— Vamos conversar com a Dona Joana? Quero saber o quanto ela sabe sobre a violência que a filha sofria.
Fim do capítulo
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Milales
Em: 23/01/2018
Olá autora! Gostei da história, li tudo rapidinho, me prendeu. Amando a Dias, acho que chamando pelo sobrenome soa mais sex, kkkk. A trama está boa, vou ficar aqui esperando mais.
Bj.
Resposta do autor:
ahahhaah! Sim, fica mais sexy mesmo ahahahah <3
Dia sim, dia não estará no ar um novo capítulo, prometo.
Um bjo!
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EriOli
Em: 23/01/2018
Uau!
Tenho que dizer...é simplesmente Demais sua estória.
Eu particularmente amo romances policiais, tanto que minha autora favorita é a Agatha Christie, sou tipo apaixonada mesmo. Recentemente li Os Crimes do Monograma da Sophie Hanah, escrito a lá Agatha Christie. E quando comecei a ler o teu romance, fiquei mais do que empolgada, agora a Aly (posso chamar ela assim neh? kkkkk) virou tipo, minha 'Poirot' particular (risos), só que numa versão morena sexy e um pouco menos estranha. Parece que os detetives tem disso, não é? São peculiares e super inteligentes hahaha
A DELEGATA que se cuide! kkkk
Há braços...beijos e parabéns
Resposta do autor:
Agatha Christie é fenômeno! <3
Pode chamar a Aly, sim ahahah
Adorei seu retorno, EriOli!
Um bjo!
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Minerva
Em: 23/01/2018
Eu sabia que tinha algo errado na relação da Beatriz com os pais, por isso ela sente prazer em torturar psicologicamente os pais das vítimas... coisa mais linda esse conto viu. Ansiosa pelo próximo cap. bjs
Resposta do autor:
Obrigada, Minerva! :)
Ainda tem muita água para passar embaixo dessa ponte rs!
Um bjo e amanhã tem mais <3
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