Tudo acertado.
Capítulo 75. Acerto de contas com o passado.
Por volta de umas nove horas da manhã Márcia, a esposa e os filhos acordaram. Os sogros da coronel já haviam levantado e tomado o seu café. Depois de tudo arrumado a família fora se encontrar no local que Márcia havia combinado com a filha e a nora.
Ao chegarem cumprimentaram as moças e logo seguiram caminho para Jaú. As crianças estavam encantadas com o que viam na estrada e Gabriel a toda hora queria saber o que era o bicho no mato. A coronel explicava aos filhos que todos aqueles pastos pertenciam as fazendas que ficavam ali e que aqueles bichos ao qual o filho se referia eram vacas e bois. Que era dali que saiam o leite que eles tomavam. Ocultou o fato de ali também sair a carne e o couro. A coronel achou que se contasse o restante, os filhos ficariam assustados e impressionados com a explicação.
Por volta de onze horas chegaram em frente à casa onde Perfídia morava com a mãe e a madrasta. Assim que saiu do carro a coronel ficou parada observando o local e despertou dessa quando a filha falou para que eles entrassem.
Assim que entraram Silvia veio recebê-los e logo depois Denilha chegou. Ao ver Márcia com Andressa, ficou parada no meio da sala, mas depois se recompôs. Afinal, depois de tantos anos ela jamais imaginou que fosse revê-la. A coronel sentiu a mesma coisa em relação à ex-namorada. Foi Silvia quem quebrou o silêncio.
-- Bom dia. Você deve ser Márcia e essa moça ao seu lado deve ser sua esposa e esses bebês lindos devem ser seus filhos. Muito prazer em conhecê-los, eu sou Silvia esposa da Denilha.
-- O prazer é nosso Silvia. Obrigada por nos receber. Respondeu Andressa.
Foi Marcia que se dirigiu à ex- namorada dizendo:
-- Tudo bem com você Denilha? – Há quanto tempo, precisamente uns trinta anos?
-- Tudo bem Márcia e você?
-- Bom como pode ver eu estou muito bem. Como já foi falado pela sua esposa, essa é sim a Andressa e esses baixotes aqui são meus filhos André e Celina. Aqueles outros três são Nicola, Antônia e o ruivinho aqui é o meu caçula Gabriel.
-- Muito prazer Andressa, seus filhos são lindos. Por favor, acomodem-se! Pediu.
Depois de feitas as apresentações todos se acomodaram a conversa começou. O clima estava pesado, mas isso se encaminharia para um final agradável a todos. Márcia pediu que os filhos fossem brincar porque era uma conversa de adultos. Perfídia aproveitou e levou os irmãos juntamente com Rafaela para conhecer a cidade. Eles iriam comer lanche, tomar sorvete e brincar na praça.
-- Então Márcia acho que temos algo para acertar com o passado não é mesmo?
-- É Denilha o passado sempre retorna em alguma ocasião. E eu só estou interessada em saber sobre a minha filha. Porque, você nunca me falou ou tentou me procurar para saber que tínhamos uma linda menina?-- Porque você me privou por todos esses anos da convivência com a Perfídia? – Por quê?
Denilha pensou por alguns minutos e depois respondeu:
-- Márcia eu tive os meus motivos para me afastar de você. Eu não podia e nem queria te prejudicar. Quando o meu pai descobriu sobre o nosso namoro ele ameaçou a mim e a você. Até ai eu não imaginava que o meu pai tivesse o poder que tinha. Com o tempo fui descobrindo quais eram os negócios dele e de onde vinha tanto dinheiro. Por isso naquele nosso último encontro ao qual tínhamos combinado de irmos morar juntas eu decidi sumir da sua vida. Você sempre amou a polícia militar e eu não podia deixar que isso acontecesse. Você estava em começo de carreira, sonhava em alcançar a patente mais alta e então eu tomei essa decisão. Tempos depois descobri estar grávida e com a ajuda do seu amigo Junqueira que estava com você naquela noite eu consegui enganar meu pai. O Junqueira disse que o filho era dele que assumiria a paternidade e com isso meu pai acabou aceitando e quando a Perfídia nasceu foi uma festa. O Junqueira se mostrava um grande pai. De repente ele começou a mudar de comportamento e eu comecei a estranhar. A nossa filha já estava com seis meses nessa época.
Um dia ele saiu para trabalhar e não voltou mais. Meu pai ajudou a procura-lo e tempos depois ficamos sabendo que ele havia sido assassinado por rivais. Rivais esses que sabiam ser ele genro do Dr. Alfolite, mas o que eu não imaginava era que o meu querido pai sabia de tudo e fez vistas grossas. Ficamos então sendo sustentadas por ele até que um dia depois de me agredir, eu anoiteci e não amanheci. Nessa época eu já conhecia o Assunção e sabia sobre você por causas dele. Quando resolvi te procurar a nossa filha tinha 12 anos e então ele me falou que você havia se casado e estava muito feliz. Com a ajuda dele eu fugi para a Espanha e lá conheci a Sílvia que estava de férias. Começamos a nos encontrar, ela veio embora antes e eu fiquei por mais algum tempo. Meu pai me procurou, mas nunca conseguiu me achar. Porém antes de voltar fiquei sabendo que ele havia sido preso e que depois estava morto na prisão. Dizem que ele tomou cianureto para escapar dos inimigos que o ameaçavam dentro da cadeia. Tempos depois voltei e eu fui morar com a Sílvia. Conseguimos essa casa, ela me ajudou a cuidar da Perfídia e tudo chegou até onde está. A Perfídia sempre quis te conhecer porque tempos depois eu contei toda a verdade a ela e a fixação por encontrar a coronel Mantovanni cresceu ainda mais. Depois que se formou em arquitetura ela montou o escritório, até que numa noite fomos acordadas com um telefonema dizendo que tudo havia sido destruído. Ao chegarmos ao local vimos que tudo estava perdido e eu me senti culpada porque se eu tivesse te procurado antes isso e tantas outras coisas não teriam acontecido.
Márcia e Andressa escutaram toda a história narrada por Denilha. Sílvia de vez em quando falava algo, mas tanto ela como Andressa sabiam que esse assunto era exclusivo de Márcia com a ex. A coronel ficou até que em certo ponto tocada com a conversa e depois de toda a narrativa chegou à conclusão de que mãe e filha sofreram nas mãos do pai desta e do tenente Junqueira.
-- Denilha eu entendo por tudo o que passou. Eu não fazia ideia do que havia acontecido mais você deve perceber que foi uma grande surpresa para mim quando a Perfídia chegou a minha casa a quinze dias dizendo que era minha filha. Não nego que ainda estou magoada por ter ocultado de mim todos esses anos que tivemos uma filha linda, mas por outro lado agora sei com clareza o que se passou. Fiquei muito revoltada sim por ser preterida do convívio com ela, mas vendo a pessoa e a mulher que se tornou eu só posso dizer que estou feliz com essa descoberta. O Assunção foi um canalha nessa parte apesar de sermos amigos. Porém eu tenho que entender que o passado se foi e que agora o que eu quero de momento é suprir a minha falta e curtir a nossa menina. Agradeço a você Sílvia por tudo o que fez, estou à disposição de vocês, mas quero Denilha deixar bem claro de que agora não abrirei mão de conviver e participar daqui para a frente da vida dela. Disso eu não abrirei mão!
-- Eu te entendo Márcia e não tiro a sua razão. Mas acho que devemos passar uma borracha nisso, virar a página e seguir daqui para frente com essa nova realidade que se instalou em nossas famílias.
-- Eu também concordo Sílvia, acho que agora é vivermos em harmonia. Nós quatro temos uma filha linda e devemos fazer tudo para o bem estar dela e de nossos outros filhos. Disse Andressa fazendo com que todas concordassem.
Fim do capítulo
Olá meninas estou de volta.
Depois de alguns problemas pessoais e profissionais, eu voltei.
Sei que não é de bom tom demorar tanto mas infelizmente por motivos deveros, não consegui cumprir com o prometido.
Espero que gostem desse novo capítulo. Aceito também de minhas leitoras alguma dica ou opinião. Lerei com carinho todas as sugestões.
Mais uma vez obrigada e espero que curtam.
Bjs.
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patty-321
Em: 21/01/2018
A estória da Denilha dar um livro. Como ela sofreu. Acho qye o medo foi o x da questão. Mas agora ja que nao dar pra mudar o passado, elas precisam recomeçar. As duas tem duas mulheres de fibra ao lado e cuidar da família e ser feliz é o que importa, deixar que os mortos carreguem seus pesos. Bom domingo e bjs meu amor.
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