A família vai passear e muita coisa pode acontecer nessa viagem?
Capítulo 74. Conhecendo Bauru
Na segunda-feira pela manhã Rafaela acordou e quando desceu para tomar café encontrou as sogras, a noiva e os futuros cunhados. Dona Severina e Raimundo também estavam com eles.
-- Bom dia Rafaela tudo bem?
-- Sim coronel graças à senhora estou me sentindo melhor. Eu vou tomar somente um café preto e vou embora. Disse depois de dar um beijo em Perfídia.
-- Mais amor você já vai pra Bauru?
-- Sim minha querida, eu preciso saber como vai ficar a situação do meu batalhão agora que a sua mãe mandou prender o Ferreira.
Márcia e Andressa observavam a conversa e então foi a coronel quem falou:
-- Nós também iremos com você até Bauru. Eu quero ver em que estado está aquele batalhão. Os senhores meu sogro e minha sogra gostariam de vir conosco?
-- E nós mamãe não vamos? Perguntou Gabriel.
-- Sim filho, vamos todos.
-- Mas e a escola mamãe, nós vamos perder.
-- Filha eu já conversei com o seu tio e quanto a você Nicola Augusto, vamos levar Maria Paula, ficaremos somente três dias. E daqui até lá não é longe. Respondeu para Celina.
-- Mas mamãe, a Maria vai para a casa dos avós dela e só volta quarta-feira!
Márcia pensou por um momento e depois respondeu ao filho.
-- Bom sendo assim, então calculei bem a nossa viagem. Voltaremos entre quarta e quinta. E os outros também vão ficar sem pares por esses dias?
Após certo silêncio Andressa falou para a coronel.
-- Amor eu acho que iremos somente nossa família.
-- Ok então vamos arrumar as coisas porque eu quero chegar a Bauru antes do almoço. Já separei os medicamentos para o caso de acontecer alguma coisa. Roupas compraremos por lá mesmo.
-- Amor você pegou também os seus remédios da pressão e o colírio? Perguntou Andressa.
-- Sim meu amor, estão no porta luvas do carro.
Depois de uma hora todos já estavam a caminho do interior. Márcia estava no carro com Celina, Gabriel, André e Perfídia. Nicola e Antônia preferiram ir com os avós. A coronel havia avisado aos pais que iria viajar e convidou os velhos, mas o coronel e dona Carlota não quiseram ir porque a tia de Márcia dona Juanita iria chegar de viagem junto com o marido. A tia doida da coronel também chegaria de viajem, pois estava doida para conhecer a nova sobrinha neta.
Três horas depois, a família Mantovanni já estava em Bauru. A viagem fora tranquila e ainda Márcia havia parado em um posto de gasolina porque as crianças queriam ir ao banheiro e comer alguma coisa. Andressa ficou encantada com a cidade porque não conhecia muito bem o interior do Estado. As crianças também gostaram e Celina perguntou:
-- Perfídia essa cidade é muito grande, parece São Paulo!
-- É sim princesa, é muito grande mesmo, mas nem se compara com o tamanho da capital.
-- Você mora aqui Perfídia? Perguntou André.
-- Não meu príncipe eu mora há duas horas daqui. Moro em Jau.
Logo depois a coronel já avistava o batalhão da polícia rodoviária ao qual a nora pertencia. Parou o carro em frente do mesmo e ali mesmo começou a analisar o prédio. Desceu do carro e logo foi interceptada por um soldado que estava no portão.
-- Documentos por favor.
-- Você quem é meu jovem?
-- Soldado Teixeira e a senhora?
-- Coronel Mantovanni ao seu dispor soldado.
Logo o rapaz tratou de bater continência para Márcia e essa o elogiou pela conduta apresentada.
-- Obrigada coronel, mas o nosso comandante não se encontra e em seu lugar está o tenente Almeida.
Logo o rapaz viu que Rafaela se aproximava e tratou de cumprimentar a tenente.
-- Bom dia tenente.
-- Bom dia Teixeira. Essa é a minha sogra coronel Mantovanni. Acho que já ouviu falar dela.
-- Sim senhora tenente, ela é muito famosa.
-- O que vocês dois estão fazendo ai plantados na porta? – Soldado Teixeira você não tem um posto para ficar? E você tenente não tem o que fazer também? -- Já ficou numa semana fora e ainda vem fazer corpo mole? – E a senhora deseja o que aqui, isso é uma área militar e não uma colônia de férias para curiosos. E essas crianças mexendo aonde não devem, tirem esses capetas daqui. E depois eu quero conversar com você Rafaela, tem uma advertência te esperando em minha mesa. E você soldado está detido até segunda ordem.
Andressa, Raimundo e Severina assim como Perfídia ficaram olhando para o rapaz. O sentinela ficou sem jeito e pediu desculpas a coronel.
Raimundo chegou para Márcia e perguntou:
-- Você vai deixar isso assim?
-- Não meu sogro, venham comigo que hoje o senhor vai conhecer uma coronel diferente, vou ensinar esse moleque a respeitar as pessoas.
Márcia chamou a esposa, os filhos e os sogros para entrarem no local. As crianças estavam encantadas com as viaturas que lá estavam. A coronel também viu que muitas precisavam de conserto e isso já lhe deixou com a orelha em pé, porque na Força Tática a situação era a mesma quando ela na ocasião passada fora a comandante.
-- Coronel o senhor está vendo o que eu estou vendo? Perguntou Márcia para o sogro.
-- É aqui tem muita coisa a ser feita. Tem gente que não sabe comandar um batalhão pequeno desses, imagina se fosse um dos grandes, estaria totalmente perdido.
Andressa conversava com a mãe e a filha mais velha. Enquanto isso as crianças estavam admirando cada parte do local. De repente Gabriel veio correndo em direção da coronel. Ao ver o filho chorando perguntou o que tinha acontecido e o menino contara que um moço tinha chutado ele no bumbum.
-- Mas filho, quem fez isso com você meu pequeno?
-- Foi ele mamãe, aquele grandão ali. Falou apontando para o tenente.
-- Isso já foi longe demais! Falou se encaminhando em direção ao oficial.
As crianças já estavam junto de Andressa e André consolava Gabriel que ainda chorava no colo do irmão. A esposa, a filha, a sogra, o sogro e a tenente ficaram apreensivos com o que Márcia iria fazer. Ela foi até o oficial do dia e pediu que ele reunisse a tropa no pátio em cinco minutos.
-- E porque eu faria isso? – Não lhe conheço dona.
-- Ah o senhor não me conhece? – Mas agora vai conhecer a fúria da coronel Mantovanni. Reúna essa tropa agora ou eu mando te recolher ao presídio militar por desacato.
O rapaz quando viu a identificação de Márcia tratou logo de fazer o que ela tinha mandado. Em menos de cinco minutos todos estavam no pátio inclusive Rafaela. A família da coronel estava assistindo a tudo. Quando Márcia viu os policiais todos enfileirados, mandou que eles descansassem. Quando iria começar a falar o tenente Almeida chegou próximo da coronel dizendo:
-- O que pensa estar fazendo dona? – Aqui quem manda sou eu. De que buraco você saiu para achar que pode chegar aqui sem se identificar e armar uma palhaçada dessas. Esse batalhão é meu, eu sou o oficial responsável por aqui!
Calmamente apesar de estar com muita raiva do tenente pelo chute que deu em Gabriel, Márcia respondeu:
-- Em primeiro lugar tenente eu faço o que eu quiser, em segundo a partir de hoje esse batalhão vai mudar de comando, em terceiro eu estou te destituindo do cargo de comandante desse batalhão e colocando em seu lugar a 1ºtenente Rafaela Castanheira e por último para terminar, o senhor será recolhido ao presídio militar para investigações. Assim como o capitão Ferreira, o senhor vai aprender a tratar melhor seus subordinados e os contribuintes.
-- Eu não vou a lugar nenhum e você não manda em nada.
-- Sim eu mando mais do que você imagina. E nunca mais ouse chutar um dos meus filhos, ou melhor, essa segunda chance você não terá. E se dê por feliz de eu não humilhá-lo perante a sua tropa. Eu a coronel Mantovanni posso tudo dentro dessa corporação. Eu é que mando seu moleque borra botas, você é um merdinha de academia militar, cachorrinho do Ferreira, bajulador, você tem que lamber as botas que eu uso seu vagabundo. Quando você ainda estava no saco do seu pai, eu já estava cansada de ser policial, aqui nessas costas seu tenentinho insolente são quase quarenta anos de profissão, portanto não ouse me tirar do sério. E saia da minha frente antes que eu mesma arranque essas estrelas que você carrega em cima do ombro. Guardas podem levá-lo agora que ele vai aguardar detido em sua sala o serviço reservado chegar. E quanto a você tenente Rafaela, assuma o seu posto de comandante agora. Pode dar a sua primeira ordem do dia.
Rafaela ficou sem saber o que fazer porque ela não esperava que a sogra fosse fazer uma coisa daquelas, jogar um batalhão inteiro em sua mão. Teria que apreender muita coisa e contaria com a sorte e com os conselhos do pai e das duas sogras.
-- Pelotão vocês por hoje estão dispensados. Podem voltar aos seus afazeres depois eu quero uma reunião com vocês na sala de comando.
-- Muito bem gostei de ver mocinha, é assim que se começa. Para uma primeira ordem do dia você foi muito bem. Não acha meu amor? Perguntou para Andressa.
-- Sim meu anjo, essa tem futuro poderá chegar a ser tão boa quanto você é.
-- E você também Andressa é uma ótima comandante.
-- Não sei se vou me acostumar coronel Mantovanni é muito complicado não sei se darei conta.
-- Você vai dar sim meu amor. É só se espelhar na minha mãe, no seu pai e você verá que tudo ficará mais fácil.
O coronel Raimundo entrou na conversa e falou para Rafaela:
-- Olha menina realmente não é fácil, mas tudo tem a sua primeira vez. Todos trememos na base para chegar onde estamos. Não deixe que o medo e a dúvida atrapalhem seu crescimento profissional. O tempo vai te ensinar e você aos poucos vai perceber que não é um bicho de sete cabeças. Acredito que as suas sogras também sentiram a mesma coisa, o seu pai e tantos outros que hoje estão por ai. Nada é fácil, mas você consegue.
-- Obrigada coronel Raimundo, obrigada dona Andressa e fico muito agradecida coronel pela sua confiança.
-- Quando precisar é só chamar que estarei sempre pronta a te auxiliar. Mas preciso te dar uma promoção e vou arrumar os papéis para que isso aconteça. Já que vai comandar um batalhão e casar com a minha filha você precisa no mínimo de um soldo de capitão.
Rafaela ficou mais impressionada ainda com o que Márcia lhe falava no momento.
-- Mas coronel ninguém vai me dar essa patente! – Como a senhora vai conseguir?
-- Pode deixar que isso eu resolvo depois. O seu prontuário já diz tudo, não sei por que atrasaram a sua promoção.
-- Foi o Ferreira mamãe, ele é homofóbico de carteirinha e depois que descobriu que eu namorava com a Rafa ai é que ele fez de tudo para prejudica-la.
-- O Ferreira agora é um problema do serviço reservado, portanto é um assunto meu e não de vocês. E assunto acabado.
Depois que almoçaram, foram para uma pousada descansar. As crianças tomaram banho, colocaram roupas mais leves e depois foram deitar. Márcia e Andressa fizeram a mesma coisa. Raimundo e Severina também estavam cansados e com isso a família relaxou um pouco. Mas antes de retornarem para a capital Márcia ainda teria um encontro que não poderia mais adiar e esse demorou trinta e dois anos afinal, Denilha teria algumas explicações para dar.
Fim do capítulo
Olá queridas boa noite a todas.
Aqui estou postando mais um capítulo da história.
Mácia chegou e já pôs ordem na casa e ainda deixou a nora no lugar do tenentinho. Agora vem a conversa adiada por mais de trinta anos. Será que a coronel entenderá os motivos que fizeram Denilha se afastar dela? Ou não?.
Bjs para todas e bom descanso.
Boa noite amor.. Saudades.
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