Mais um capitulo meninas.
Tenho escrito até o 5 capitulo, hoje de manha começei o sexto.
Conforme eu for escrevendo vou postando para voces!!
Beijos
Capítulo 3
Capitulo 3
Desde minha graduação, sempre fui apaixonada por emergência. Sei que é louco isso, mas gosto de ajudar as pessoas em seu pior momento. Gosto da agitação do pronto socorro e da alegria de salvar alguém. São dois extremos tao próximos, a morte e a vida ali, lado a lado.
Cheguei arrasada no hospital. Meu desejo era único, um dia cheio de ambulâncias e de atendimentos. Só queria manter minha cabeça ocupada o máximo possível para não pensar na Carol, muito menos no fiasco que estava sendo meu casamento.
Bati o ponto e subi para pegar o plantao do pronto socorro. Eu trabalhava em um hospital universitário, no Centro de são paulo. La aparecia tudo quanto era acidente e paciente, desde infarto a facada, de perna cortada a capotamento. Eu era bem louca por gostar disso, mas adoro a agitação do pronto socorro.
Aparentemente o PS estava calmo, com poucos pacientes internados. Meio que eu so iria me preocupar com as ambulancias que chegassem. Nao que eu desejasse acidentes, mas queria que fossem muitas.
Mente vazia é oficina do diabo, como eu nao queria pensar nos meus problemas com a Carol, arrumei coisa pra fazer. Logo de manhã chegaram duas ambulancias, uma com um senhor infartando e outra com um corte profundo. Nada que nao fosse rotina. Esses atendimentos fizeram eu ocupar bem a cabeça.
Quando o relógio bateu umas 10:30 mais ou menos, senti meu estomago dar sinal de vida. Como tentei fugir da minha esposa de manhã, acabei nem comendo (comida), e agora meu corpo dava sinal de que eu precisava comer. Entrei na copa do Ps, peguei um paozinho que tinha la para os funcionarios e dei uma mordida. Mal comecei a mastigar e ouvi o alarme que alertava a chegada de uma ambulância.
Sai com o paozinho na mao, andando bem rapido pra sala de emergencia. Junto com o medico que estava la, recebemos uma ligaçao antecipando o caso que estava chegando. Era uma mulher, 27 anos, que sofreu uma fratura femural traumática ha cerca de 15 minutos. Comecei a correr organizando soro e materiais enquanto esperavamos a chegada da paciente.
Nao demorou nem 3 minutos e a porta da emergência se abriu. Uma jovem gritava de dor em cima da maca. Quando olhei ela, dei uma paralisada. Eu conhecia aquela menina. Era a Malu Lopes, atleta olímpica do judô. Eu havia visto a luta que fez ela ganhar medalha no rio 2016. Sou super fa dela. Como ela fraturou o fêmur assim?
Acordei rapido do meu devaneio e começei a atender ela. Ela estava bem agitada, o que mostrava que nao estava bem e que se nao fosse atendida rapido iria piorar. Corri e preparei uma veia dela e instalei o soro como o medico gritou pra mim. Coloquei um monitor nela para ver os sinais vitais.
- Minha carreira acabou. Que merd*. Eu não vou pro mundial. - ela gritava essas frases. Eu estava concentrada nas minhas funçoes de atendimento e sei que nenhum protocolo diz isso. Mas depois de colocar o soro, cheguei perto dela. Segurei seu rosto com as 2 maos, olhando fundo naqueles olhos castanhos. Tinha que fazer isso, pra que ela mesmo nao piorasse seu estado geral ja crítico. Olhei em seus olhos e com a voz firme, mas não ríspida falei:
- Fica calma! Vou fazer o meu maximo pra vc sair inteira dessa e ganhar esse mundial. - senti que ela entendeu bem oque eu falei. Parou de gritar, não sei se pela minha fala ou se foi pela medicação de dor.
Pouco tempo depois ela acabou apagando, perdeu bastante sangue e com as medicações pra dor era esperado isso. Não sei porque, mas o caso dela me chamou muito a atenção. Em geral não me envolvo com pacientes.
Gastei meu pouco tempo de plantao adiantando tudo que eu podia para que ela fosse rápido para o Centro cirurgico. Consegui uma sala operatória uns 20 minutos depois, ja que a cirurgia da Malu era relevante, tanto pelo seu estado critico como por ser uma atleta olímpica. Logo a imprensa estaria na porta do hospital para saber oq aconteceu, isso se ja nao estivesse.
Mandamos ( eu e a equipe medica) ela para o Centro cirúrgico. A cirurgia não seria fácil, muito menos a recuperação. E o pouco que eu sabia sobre medicina esportiva, poderia dizer que a carreira dela ia sofrer bastante.
Terminei meu plantão no pronto socorro pensando na Malu. Sou fã dela, acompanhava sua carreira. Nao gostaria de ver ela machucada como estava. Deve ter sido uma queda bem feia, pois fraturar o femur nao é coisa simples.
Antes de ir embora liguei no centro cirurgico. A enfermeira de la era minha colega de faculdade, nao tinhamos tanto contato assim, mas ela era gente boa. Me contou que a Malu ja estava em cirurgia e que deveria demorar um bom tempo. A fratura estava muito grande e como a malu perdeu muito sangue estava sendo um procedimento bem delicado. Sei que isso é me envolver de mais, mas sei la, nao custa perguntar.
Passei no vestiario do hospital e tomei um banho. Nada muito demorado, so mesmo para tirar o suor do corpo. Vesti uma calça jeans e uma outra camisa, e tenis, ninguem merece sapato social o dia todo. Eu ainda tinha aula do mestrado hoje, o dia seria bem cansativo.
Desde que me formei sempre quis me dedicar a dar aula ou trabalhar na universidade em que me formei. Esperei alguns anos, mas agora quando fiz 26 corri atras desse sonho. Ja estou no segundo ano do mestrado, ou seja, logo termino minha carga teorica e so vai faltar entregar a tese.
A Carol, nerd como é, sempre me incentivou a continuar estudando. Ela mesmo ja havia planejado entrar no mestrado algumas vezes, mas sempre que se organizava, percebia que sua vida era na sala de cirurgia e adiava o sonho por mais um tempo.
A diferença entre o hospital e a universidade se resumia a um atravessar de rua. Acabei indo almoçar antes. Puxei meu celular rápido pra mandar uma mensagem pra Ana, nos mantínhamos uma amizade muito boa desde a faculdade. Ela ja havia também saido do plantão e poderia ir almoçar comigo antes da aula, ela fazia parte do programa de mestrado comigo. Mesmo anos depois ela ainda era meu braço forte, sabe aquelas amizades que valem a pena?! Pois é, a Ana era dessas.
Pouco tempo depois nos encontramos na frente do DNA, e sim, acreditem, esse era o nome do restaurante. Ficava pertinho do campus e do hospital. Sou tao apaixonada pela minha faculdade que nao consigo me imaginar em outro hospital, por mais bobo que isso aparente ser.
Ana tinha minha idade, 30 anos. Ela veio do interior de sao Paulo para estudae na federal, nos conhecemos no trote dos aprovados. Acabamos por fazer amizade. Ela foi minha madrinha de casamento com a Carol. E se nao fosse ela me colocar juizo na cabeça, eu teria largado tudo para seguir a dra onde ela fosse.
Ela me conhecia muito bem. Bateu o olho em mim e ja soltou:
- Ou você chorou ou nao dormiu bem, olha essas olheiras chris. Passa pelo menos um corretivo pra aliviar. Perdeu o sono esperando a Carol?
- Ai miga, quem me dera fosse isso. Passei a noite sem conseguir dormir pq a carol estava em casa.
- Quando eu falo que você é bipolar, fica brava comigo. Semana passada tava surtada com a menina porquê ela estava virando a noite operando. Agora surta porque ela passou a noite em casa? Para de reclamar e vai dar... Acho que é isso que você precisa, um bom sex* pra relaxar.
- Grossa. Não é isso.. Não ta rolando mais ficar com ela. Me sinto trocada, traida pela cirurgia. Ontem a noite ela estava em casa, estranhei ela na cama comigo. Durmo tao sozinha que acho que me acostumei.
- Serio?! Cade aquela chris que atacava a esposa sempre que ela chegava em casa?
- ai, nao sei. Nao esta mais rolando. Me sinto pressionada quando estou com ela. Forçada sabe?! E hoje de manhã rolou uma rapidinha no carro, sem nexo algum. O olhar dela estava vazio, nao conheço e esse lado dela. - e essa era a verdade, me sinto trocada pela cirurgia, como se eu nao tivesse mais importancia alguma pra minha esposa. E depois de hoje, aquele olhar vazio no carro, me mostrou que eu estou certa.
- Cristiane, para de bobagem. Primeiro porque a Carol é apaixonada por você, acho que ela so nao largaria a cirurgia, porque o resto ela larga por voce. E segundo porque ela é o ser mais sem noção e desligado do universo. Ela nao deve nem ter percebido que esta operando de mais e nao dando atençao pra voce, ou ainda, deve ter aumentado a quantidade de cirurgia pra poder te dar tempo pro mestrado.
- verdade. Eu nao consigo entender como ela é capaz de ser tao foda, agitada e rapida e ao mesmo tempo ser desligada hahahahha.
- Chris, eu te conheço bem, nao tome nenhuma atitute idiota sem pensar. Conversa com a caroline. Ela tem o direito de saber que voce nao esta satisfeita e de tentar mudar. Nao faça nenhuma merd*. - caraca, a aninha realmente me conhecia, eu estou pensando ha um tempo em me separar da carol, terminar tudo. Mas sempre que penso isso, lembro do nosso começo e do nosso namoro maravilhoso. Nao posso fazer isso com ela.
Terminei meu almoço em silêncio. A ana nem tocou mais no assunto, mas ela estava certa. A carol era muito desligada e eu realmente nunca falei com ela sobre isso, nunca dei a chance dela se desculpar ou tentar melhorar. Se eu realmente quero meu casamento, preciso dar uma chance pra minha menina.
A aula dessa tarde era sobre qualquer coisa que nao deixava eu me concentrar. Hora estava pensando na caroline, hora lembrando da Malu chegando mal no hospital. Como será que ela estava? Sera que ja terminou a cirurgia?
Como o destino é engracado e so faz armadilhas, algumas lembranças vieram na minha cabeça.
Fim do capítulo
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wandicleide
Em: 20/12/2017
Olá querida autora!
Muito bom o romance, tema bem escolhido!
Continue com as postagens ok, pois além da excelente estória, você escreve muito bem!
Abraços e sorte com o maravilhoso romance!
Resposta do autor:
Olá leitora.
Agradeço pela mensagem. Esse retorno que vcs (leitoras) me repassam são incentivos para que eu continue.
Obrigada pelo apoio e aguarde os novos capitulos. Logo serão publicados.
Abraços
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Socorro
Em: 20/12/2017
Xiiiii.., pq elas não sentam e conversam???
cheiro de traição no ar e não sei de vou gostar disso ..
poxa !!! Uma conversa franca deveriam ter antes de tudo só acho
Resposta do autor:
Logo mais elas vao conversar.
Mas a ideia é que traição não é apenas ficar com outra pessoa, é esquecer os acordos, ignorar o passado juntas, escolher uma vida ao lado da profissão e não lembrar da esposa. Assim como deixar de lutar pelo casamento tambem é uma traição.
A historia ainda está no comecinho, daqui alguns capitulos elas vão conversar, a questão é: ainda são capazes de salvar o relacionamento que tem ou uma vida sozinha seria mais facil?
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