Capítulo 2
Fui ate o hospital, quase que no piloto automático. Uma lagrima insistia em cair do meu olho, por mais que eu tivesse jurado nunca mais chorar por uma mulher. Mas a Carol nao era qualquer uma, era minha esposa, minha musa.
Bati o olho no espelho. Eu nao sou feia. Concordo, estou um pouco acima do peso, mas nada absurdo. Ainda tenho as carcateristicas de quando nos conhecemos, cabelo castanho claro, com mechas loiras, quase sempre fica solto, so não enquanto estou no hospital. Meço 1,65, meus olhos sao verdes, lindos, sempre sou elogiada por eles. Eu ainda estava la. Nao quero culpa-la pelo estado em que estamos, mas nao vou assumir isso sozinha.
Lembrei mais uma vez de nos duas, no banho, quando nos conhecemos. Eu arrasada pós prova, de jeans, camiseta da faculdade, a cara da derrota. Eu havia virado a noite estudando e ainda chorado depois da prova. A Ana, uma grande amiga minha da faculdade, foi comigo nessa festa. Ela estava de olho em um calouro nosso, Ícaro que estaria na festa e seria a deixa dela para chegar nele.
Cheguei na atlética e só queria mesmo era um belo copo de cerveja gelada para esvaziar minha cabeça. Fui ate o bar e depois do primeiro gole, bati o olho em um grupinho de alunos da Medicina ao lado da piscina. Houve algum tipo de conexao, pois quando olhei, a Carol me olhou ao mesmo tempo. Ali eu nao tive duvida, os olhares na biblioteca eram mesmo pra mim e eu estava doida por um beijo daquela dra.
Lembro bem que ela me olhou, bebeu um gole de algo azul que tinha em um copo e veio conversar comigo. Ela era quarto ano, o ano que comandava essa festa. Era uma despedida antes do internato (período pratico da faculdade de medicina), todos da sua turma estavam usando roupa de marinheiro, pois esse era o tema desse ano. Ela nao poderia estar diferente, estava vestindo uma fantasia de marinheira, era meio que um maio azul, uma saia por cima e um cap branco. Seus cabelos castanhos estavam soltos por baixo do chapeuzinho. Nao lembro bem, mas acho que ela estava de chinelinho.
Só dela chegar perto de mim, meu corpo esquentou. Lembro brevemente da Ana, minha amiga, olhando a cena de longe e rindo. A Carol chegou perto de mim, e abriu aquele sorriso dela que me conquistou e me deixa molinha ate hoje.
- Como pode, te vejo todos os dias e nao sei nem o seu nome? Sei que voce é da enfermagem, segundo ano, tem olhos que me encantam e que hoje teve prova.
- Hahaha, você esta sabendo bem das coisas dra. Se sabe tudo isso, pq nao descobriu meu nome?
- Tem coisas que eu gosto de descobrir pessoalmente - e me deu um beijo no pescoço, foi so um selinho, mais pra um carinho. Confesso que fiquei molinha nessa hora.
- Acho que estou em desvantagem. So sei que vc é da medicina.
- Caroline, 4o. Ano, quero ser ginecologista, e fazer subespecialidade em oncologia. Me encantei pelos seus olhos no seu trote, mas nunca soube se podia ou nao investir em voce. E agora Cristiane, para de me enrolar e a uma chance.
- Como assim, vc sabe meu nome? E me enrolando? Fazendo a timida? Ja levantou todos os meus dados!
- So tem uma coisa que eu nao pude perguntar pra ninguem e tenho que testar pessoalmente. - a Carol falou isso chegando mais perto de mim, olhando nos meus olhos. Eu senti meu coraçao acelerado, aquela garota realmente me queria, pode ser que so pra um beijo, mas me queria.
- E oq é caroline? - claro que eu bem sabia a resposta, mas provocar é meu sobrenome. Continuei olhando pra ela, provocando, bebendo da luz maravilhosa que aqueles olhos mel emanavam. A Carol nao se deu ao trabalho de responder verbalmente, delicadamente me empurrou na parede.
Senti sua mao procurando minha nuca, enquanto seus labios se aproximavam do meu. Ofereci minha lingua ao seu toque, mas nao. Nao seria e nao foi um beijo mecanico com outros. Carol beijou meu pesçoço, enquanto com a mao massageava minha nuca e bagunçava meu cabelo solto. Voltou para minha boca e pude entao sentir seu sabor. Aqurla bebida azul era alcoólica, acho que vodka, mas que deixou seu beijo gelado. Nossas linguas brincaram dentro daquele momento delicioso. Enquanto carol me beijava, sua mao navegava no meu cabelo e massageava minha pele. Senti meu corpo arrepiar. Abracei sua cintura e aproximei mais nosso contato. Eu queria mais daquela bebida azul, queria mais dela. Recebi mordidas, de leve nos labios, algumas puxadinhas. Serio, acho que a Carol me conquistou nesse beijo. Enquanto nossas linguas brincavam, meu dia péssimo sumiu, esqueci da prova, esqueci dos meus problemas, simplesmente senti. Senti meu corpo contraindo, senti minha pele arrepiando, meu corpo desejando mais daquela menina.
Quando nossos lábios se separaram, eu estava ofegante, mas não resisti e puxei ela pra perto de mim de novo. Eu queria mais beijo, mais Carol.
Ficamos mais um tempo entre beijos, mordidas, sorrisos e mais beijos e mordidas. Em um looping fantastico.
- Segura as pontas gatinha, eu preciso respirar. - lembro- me bem dessa frase. Eu dei risada. Meus labios formigavam, de um jeito gracioso e delicioso. - Voce esta com alguem, alguma amiga?- ela me perguntou enquanto pegava um latinha de cerveja no bar para me entregar.
- Eu até estava com a minha amiga, mas acho que ela esta mais com o bixo dela que comigo - falei isso sorrindo, feliz, por ver que a Ana finalmente estava ficando com o Ícaro. Lembro-me que a Carol nao pensou 2 vezes, segurou minha mao e me levou ate o grupinho que ela estava antes. Me apresentou. E de la nao deixou eu sair. Praticamente fiquei abraçada com ela o resto da festa toda. Sempre trocando um selinho aqui e ali, em alguns momentos, fugindo de novo para a parede e dando uns amassos mais pesados.
Uma coisa eu podia dizer, minha esposa beija bem e beija gostoso. Desde que nos conhecemos ela sempre teve uma pegada surreal.
Senti meus olhos enchendo de lágrimas de novo. Como tinhamos chegado ao estado atual? Quase não nos vemos, ela se tranca na sala de cirurgia com seus pacientes e esquece da vida, esquece de mim.
Sou traída pelo amor dela pela medicina. Como posso competir com isso? É impossível. Eu amo ela, de um jeito absurdo. Mas não sou mais capaz de me sentir bem ao seu lado. Não me importo mais se ela vai chegar cedo ou se vai passar a noite no hospital. Se jantou ou ficou operando alguém por 14 horas. Não me importo e isso dói. Dói ver que estamos a cada dia mais longe uma da outra. Mais longe de nós.
Fim do capítulo
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Larissal200
Em: 19/12/2017
Adorei esses dois capítulo continua *__*
Resposta do autor:
Obrigada por ler e pelo feedback.
Estou escrevendo os proximos capitulos e logo mais posto mais um.
Continue lendo!!!
Beijosss
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