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LUZ por Marcya Peres

Ver comentários: 1

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Palavras: 4542
Acessos: 5541   |  Postado em: 13/12/2017

Capítulo 18

A REVELAÇÃO...


O dia da Audiência de Conciliação entre Ana e Alberto finalmente chegou! Ele demonstrava ter sentido mais a separação que Ana; estava abatido e alguns quilos mais magro. Por sua vez, Ana também estava triste com o término daquela relação de tantos anos, mas muitíssimo aliviada! Agora estava livre para viver seu Amor com Lívia. Sabia que tinham que ser discretas e tentar não atrair a atenção das pessoas para elas. Tudo tinha que ser construído aos poucos...sabiam que os comentários viriam, que as pessoas notariam certos detalhes, como os olhares diferentes, os pequenos gestos, mas o importante era serem respeitadas e protegerem o pequeno Flávio. Ana tinha muito medo que o filho sofresse com o preconceito. Ela não se importava em ter sua vida como tema de mexericos, desde que o filho não fosse atingido.

Márcia havia sido orientada a não por obstáculos quanto às visitas do Pai ao filho. Ana entendia que Alberto deveria ter o direito de estar com o filho sempre que quisesse, que sentisse saudades e vontade de estar com o menino. Seria bom para Flavinho ter o Pai por perto e sentir que ele participava de sua vida com o total apoio da Mãe.
Alberto mostrava-se muito civilizado e disposto a entrar em acordo com a ex-mulher em todos os detalhes da separação legal...bens, pensão, visitas...sabia que Ana era uma pessoa muito íntegra e não criaria nenhuma situação que o prejudicasse.

Assinaram o acordo e, com a melancolia no ar, desejaram-se uma “boa vida” dali pra frente.

Quando Ana saiu do Tribunal, Lívia a esperava do lado de fora, ansiosa pelas novidades. Decidira não acompanhar Ana para que esta não ficasse constrangida em certos momentos...sabia que era uma história que não lhe pertencia e que era um assunto entre Ana e o ex-marido. Não conseguiu disfarçar a alegria quando Ana contou os detalhes da Audiência e que o acordo havia sido amigável em todos os termos...não se contendo, abraçou Ana ali mesmo na porta do Fórum, o que gerou uma certa estranheza em Márcia. Ana tentou disfarçar e disse:

- Lívia! Sei que você torce pelo meu bem estar, mas vou ficar bem e tudo dará certo! Obrigada pela torcida!

Lívia percebeu a gafe:

- Sim, claro! Já que o casamento acabou mesmo, fico feliz que tenha sido da melhor maneira possível, principalmente por causa do Flavinho.

- Alberto foi um “gentleman” como sempre e não criou nenhum problema. Ana também foi ótima e aceitou não impor dias nem horários para as visitas de Alberto ao filho.

Márcia falou com sensação de dever cumprido. Ana acrescentou:

- Nem poderia fazer isso! É pelo bem de meu filho e acho até que esta separação pode aproximar Alberto de Flavinho. Ele andava tão impaciente com o menino antes da separação e ultimamente tenho notado que ele anda muito mais carinhoso e atencioso com o filho. Isso me faz muito bem!

As três desceram as escadas e nem notaram de longe Alberto observando o pequeno grupo...
“Estranho essa tal de Lívia ter abraçado a Ana tão feliz! Qual é a dela?! Parecia estar muito alegre com a consumação da separação! Não tô entendendo! Será que ela sabe quem é o cara por quem Ana está apaixonada e torce pelo tal sujeito? Tenho que descobrir que é de qualquer jeito!”

Ana decidiu ir para casa descansar um pouco da tensão daquele dia. Tudo havia corrido bem, mas no fundo sentia-se desgastada pelas emoções que sentiu. Também queria estar só com Lívia e pediu que Márcia cuidasse de tudo no escritório por aquele dia. Despediram-se dela e Lívia foi dirigindo o carro até a casa de Ana.

- Eu quero que você fique comigo hoje, pode ser?

Lívia não conseguia acreditar no que ouvia:

- Você está me convidando para ficar na sua casa hoje? Dormir aí com você?

- Sim, quero que você venha ficar comigo aos poucos...durma aqui de vez em quando...acho que preciso acostumar as pessoas aqui em casa com sua presença...não quero que eles estranhem quando você se mudar pra cá de vez!

- Meu Amor! Não acredito no que estou ouvindo! Esperei tanto por este dia...o dia em que você me convidaria pra ficar com você, partilhar da sua vida fora do escritório! Eu quero muito ficar, é o que mais quero Ana!

Lívia não se conteve e abraçou Ana com força...pegou sua mão e a fez sentir o quanto seu coração pulava...

- Sinta, Ana! Sinta o quanto meu coração bate louco por você! Esse é um grande dia pra mim e só não será o melhor porque este será quando nós formos finalmente morar juntas! Te amo demais!

Ana beijou de leve os lábios de Lívia e disse:

- Só te peço pra ter paciência, minha amada! Você já foi bastante compreensiva até agora e te agradeço muito por isso, mas temos que continuar viver nosso Amor bem discretamente até que eu sinta que não poderemos mais ser atingidas pelo preconceito ou pela falta de entendimento das pessoas. Penso muito no meu filho...você me entende?

- Eu te entendo Ana e não vou criar problema pra nossa vida por causa disso. O importante pra mim é estar com você, é ter você comigo, é partilharmos a vida juntas. Entendo que tenha que ser aos poucos sim...por mim não haveria problema algum em assumi-la publicamente...mas sei que pra você não será tão simples assim...te amo mais que tudo e vou esperar o tempo que for preciso pra morarmos juntas e tê-la definitivamente como minha mulher! O que importa agora é que já posso tê-la como minha mulher de fato, que interessa que não seja de “Direito”?!

Dito isso, Lívia levou Ana pra dentro da casa...encontraram Cininha arrumando a sala e quando ambas entraram com cara de felicidade a moça estranhou:

- Oi Doutora Ana! Parece que foi tudo bem lá no Juiz, né?!

- Foi sim, Cininha! Estou aliviada por ter posto um ponto final numa situação que nos fazia sofrer muito, e feliz por ter acabado de maneira civilizada e amigável! Ouça bem uma coisa...Alberto pode vir aqui em casa ver o Flavinho a hora que ele quiser tá bom?! Só quero que você me avise quando ele estiver aqui para eu não ser pega de surpresa...não precisa ficar vigiando eles, deixe-os bem a vontade, como se ele ainda morasse nesta casa. Não quero que ele fique constrangido de jeito nenhum.

- Tá bom Doutora, pode deixar que tratarei seu Alberto do mesmo jeito de sempre. A Dona Lívia vai ficar pra almoçar?

- Sim Cininha, vai ficar pra almoçar e passar o dia aqui em casa hoje. Vamos subir pra trabalharmos um pouco e daqui a uma hora desceremos pra comer.

Subiram as escadas e Ana levou Lívia até seu quarto...quando entrou naquele recinto, Lívia sentiu um misto de curiosidade e incômodo...vários porta retratos ainda enfeitavam o local, com fotos de Ana, Alberto e o filho; num outro canto, uma caixa de cigarrilhas aberta jazia meio que deslocada... não gostava de pensar que Ana dividira aquele espaço com Alberto por tantos anos e não se sentia parte daquele ambiente...Ana notou o ar um tanto pesado:

- O que houve?

- Nada!

- Hummm, sinto um nada tão carregado, o que foi?

- Ah, Ana! Pra dizer a verdade, não me sinto à vontade aqui neste quarto! Afinal foi aqui que você viveu tantos anos com Alberto...faziam amor nesta cama, tiveram momentos de felicidade aqui...não quero pensar nisso, mas estou com ciúmes e não quero ter você aqui neste lugar!

- Mas Lívia, acabou! Quando estou com você não penso em mais nada além de nós, nada irá macular nossos momentos aqui e...

- Ana, essa casa é enorme, sei que tem outros quartos aqui, então por favor, vamos ficar em outro?

- Mas...
- Não tem “mas”...já disse que não me sinto bem aqui neste quarto! Você pode até continuar dormindo aqui, mas não comigo!

Lívia estava bem chateada, sentia um ciúme meio sem sentido do passado recente de Ana e não queria aquelas lembranças perturbando o tempo que tinham pra ficar juntas. Ana decidiu não discutir mais...pegou Lívia pela mão e a levou até o quarto de hóspedes que ficava no final do corredor, bem separado do quarto dela e de Flavinho:

- Vou pedir a Cininha pra preparar este quarto pra você. Quando você quiser ficar aqui...

Lívia enlaçou Ana e colou sua boca na dela num beijo exigente e enciumado:

- Não apenas quando eu quiser ficar aqui...este será o quarto onde ficaremos juntas...você pode continuar no seu quarto quando eu não estiver aqui... mas o “nosso” quarto será esse!

Puxou Ana para dentro e fechou a porta! Enroscou os dedos por entre os cabelos de Ana e mostrou a ela com seu beijo urgente e apaixonado que não aceitaria fantasmas de espécie alguma entre elas...eliminaria todos!
Ana se abandonou aquele beijo...esperou tanto por aquele momento, em que poderiam ficar juntas na sua própria casa sem se sentir uma traidora, em paz com sua consciência...queria estar com Lívia mais que tudo e poder se entregar a ela sem medo era bom demais!

Abandonaram-se aos sentidos...era dia, mas o quarto estava na penumbra devido às cortinas pesadas encontrarem-se cerradas...era a luz perfeita pra a visão de Lívia...adorava ver Ana daquele jeito, nua, com o seu corpo contornado por uma luminosidade fraca que a fazia parecer uma pintura de Rembrant com seu jogo de luz e sombras...
Tirou sua próprias roupas e Ana sentiu seu calor antes mesmo que seus corpos se tocassem...estavam a meio palmo, mas o desejo era tanto que latej*v* na pele e gerava uma corrente que fazia arrepiar todos os pelos do corpo.
Ana levantou a mão e sabia exatamente a que distância estava o rosto de Lívia...fez o contorno da face com a ponta dos dedos e quando chegou ao queixo, fez os polegares deslizarem pela boca úmida e de lábios carnudos...aproximou até que seus seios se tocaram e os mamilos ficaram rijos mostrando o desejo latente...as bocas se procuravam, se sugavam e corriam soltas pelo pescoço, ombro, colo, seios, abdômen, ventre...entregavam-se sem pudor algum em mostrar seus corpos, seus sex*s abertos, oferecidos uma à outra, escancarados á espera do gozo certo, a dança que faziam pra alcançá-lo melhor, seus gemidos sensuais, as frases desconexas, indecentes, desavergonhadas...
Nada era feio! Nada era impróprio! Nada era errado!
A beleza contemplava aquele instante de duas mulheres que se amavam além das convenções.

Estavam entrelaçadas, após fazerem amor, quando Lívia falou:

- Eu quero te pedir uma coisa...

- O que é?

- No dia em que formos morar juntas definitivamente, eu gostaria que fôssemos para outra casa...para a “nossa” casa...só assim eu sentiria estar realmente “casando” com você...começando vida nova, num novo lugar...

- Mas essa casa é tão boa...grande...o Flavinho adora esse lugar...

- Ana, você pode até comprar outra igualzinha a esta, mas que não seja esta casa! Você comprou ela com o Alberto para viverem juntos...acabou o casamento, desfaça-se dela junto. Como te disse antes, não quero fantasmas, lembranças do seu casamento junto da gente...claro que não posso apagar o que você viveu com ele, mas pelo menos não quero ficar me lembrando dele no lugar em que for viver com você! Vamos ter a nossa casa, decorar juntas, do nosso gosto...por favor!

Ana compreendeu as razões de Lívia...realmente havia muito de Alberto na casa, ele influenciou muito mais na decoração que Ana, inclusive na cor dos ambientes, afinal ela não enxergava para decidir que tom ficava melhor...por isso ela entendia o que Lívia queria dizer:

- Tá bom, Amor! Não quero que você se preocupe com isso agora! Quando sentirmos que é a hora certa, vamos procurar outra casa e mudaremos para o nosso canto. O lugar que escolheremos juntas e que iremos decorar do nosso jeito, onde você sentirá que é seu também!

- Por isso que te adoro tanto!

E cobriu de beijos a sua Doutora.

Desceram para almoçar e quando estavam à mesa, Ana falou pra Cininha:

- Cininha, por favor, prepare o quarto de hóspedes pra quando a Lívia quiser dormir aqui. Não gosto quando ela sai à noite por aí e fico mais tranqüila se ela dormir aqui de vez em quando. Deixe sempre toalhas limpas no banheiro e o quarto arrumado.

- Pode deixar que arrumo hoje mesmo, Doutora.

O dia passou rápido para elas...ficaram no “novo” quarto de Lívia a tarde toda e só saíram de lá quando Flavinho chegou da escola e subiu as escadas chamando pela Mãe. Ana saiu do quarto e veio receber o filho com um beijo, querendo saber como havia sido na escola...Lívia veio atrás e também beijou o menino e pegou sua mochila para levá-la ao quarto dele. Ambas conversaram e brincaram com o garoto, até que Ana pediu no ouvido de Lívia que ela os deixasse um minuto para conversarem sobre o ocorrido no Fórum pela manhã.

- Flavinho, você sabe que mamãe e papai se separaram hoje de vez, não sabe? Já tinha conversado com você sobre isso antes, lembra? Só quero te dizer que de agora em diante você terá duas casas...essa que é a sua de verdade e a casa do seu Pai quando você quiser ir ficar com ele.
O menino ficou um pouco pensativo e logo falou:

- Sabe, eu até gosto de ter duas casas...assim eu não enjôo!

Ana riu da inocência do filho:

- E o papai vai poder vir te ver a hora que ele quiser e quando você sentir saudades dele, também pode ligar quando quiser ou ir ficar com ele, desde que não tenha que faltar a escola, tá bom?

- Acho isso bom, mãe! Assim o papai fica com saudades de mim e não briga mais comigo quando eu faço barulho!

- É filho, vai ser bem melhor assim. Papai e mamãe já estavam brigando muito e isso não era bom pra ninguém! Nós somos amigos um do outro e amamos você demais!

- Vocês vão namorar de novo com outras pessoas?

- Acho que sim, filho! Pode ser que daqui a algum tempo, não sei quanto tempo, a mamãe e o papai queiram namorar de novo. Você vai ficar triste com isso?

- Não sei! Se forem legais, eu acho que não! Mas se forem chatos, sim!

Ana riu muito:

- E você acha que eu vou arrumar alguém chato?

- Tomara que não!

Ana beijou o filho e desceram pra ver televisão com Lívia.
Ana ficou observando o modo como Lívia brincava com Flavinho e às vezes conversava com ele como se tivessem a mesma idade. Era engraçado e comovente vê-los juntos e se dando tão bem. Pensou em como teria que dizer ao filho, algum dia, que amava Lívia de modo diferente de uma amiga. Sabia que não seria fácil e nem imaginava como começaria tal conversa, mas tinha certeza que seria inevitável este momento, mais cedo ou mais tarde, só rezava para que fosse no tempo certo!

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Os meses foram passando e parecia que a cada dia as pessoas se acostumavam mais a ver Ana e Lívia juntas. Fossem os amigos, a família, em casa...sempre perguntavam por Lívia quando Ana estava só (e eram raríssimos esses momentos) e vice-versa. Lívia ficava cada vez mais na casa de Ana e, nessas ocasiões, Ana dormia no quarto de hóspedes com Lívia. Desde que estava casada com Alberto, Cininha sabia que só podia subir para arrumar os quartos depois que os patrões já tivessem descido e o hábito se manteve. Isso deixava Ana mais tranqüila em não ser flagrada saindo do quarto pela funcionária da casa. Mas ficava um pouco temerosa que um dia fosse surpreendida pelo filho saindo do quarto dela.
Um dia, Alice, sua irmã, ligou dizendo que gostaria de passar uns dias na casa de Ana. Estava de férias e não queria ir para o exterior como sempre fazia. Decidira ir para a sua pequena cidade e matar as saudades dos Pais, irmãos e da querida irmã e sobrinho. Ana ficou muito feliz, mas um pouco receosa sobre o que a irmã acharia da presença tão constante de Lívia em casa.
Conversou com Lívia e esta disse que se Ana quisesse, até deixaria de dormir lá por uns dias, só pra não constrangê-la perante a irmã...mas Ana não aceitou:

- Não Lívia! Alice sabe que me apaixonei por você e é melhor que saiba de uma vez que não pretendo abrir mão desse amor por causa de convenções...

- Mas Amor, eu não quero te colocar numa situação difícil...

- De jeito nenhum! Ela foi maravilhosa comigo quando contei pra ela o que tinha acontecido entre nós e acho que não haverá problemas quando ela estive aqui...além do mais, você quer me matar de saudades é? Ficar sem você aqui pertinho de mim, nem pensar!!!

E Ana não estava errada. Alice chegou e ficou no quarto de baixo, que foi preparado pra ela. Nos dias que ficou com Ana, tornou-se a grande aliada do Amor que as duas viviam. Adorou Lívia e as duas passavam horas conversando sobre as viagens que Alice fazia ao redor do mundo, dos seus amores complicados e de como admirava a irmã por todas as dificuldades que enfrentara ao longo da vida para superar sua deficiência:

- Admiro Ana demais! Ainda mais agora com outro obstáculo a superar...devo confessar que acho este muito maior que a cegueira dela. Você sabe que terão que ter muita coragem e peito pra encarar o que virá pela frente não sabem?

Lívia ergueu o queixo e disse:

- Sei sim Alice! E sei mais ainda que farei de tudo pra que essas pedras no nosso caminho só ajudem a fortalecer o nosso Amor. Sei que teremos muito o que enfrentar e que não será pouca coisa...tenho receio pelo trabalho de Ana, pelo Flavinho, pelos seus Pais e irmãos...mas estou disposta a tudo o que puder fazer para mantê-la comigo e estar junto dela sempre.

Alice olhou para Lívia com ternura. Naqueles poucos dias aprendera a admirar aquela jovem determinada e boa gente, que sabia amar tanto a sua irmã...e afinal, não era o Amor o gatilho para a felicidade? Então que fosse abençoado este Amor!

- E vocês terão todo o meu apoio em todas as decisões que tomarem. Sei que Ana pretende morar com você daqui a algum tempo e até pretendem comprar outra casa pra marcar este compromisso. Saiba que fui convidada e aceitei o convite para ser madrinha e dar minha benção a este compromisso.

Lívia abraçou a “cunhada” e sentiu que, pelo menos da parte de Alice, ela tinha a aprovação de alguém da família de Ana.
Os Pais de Ana também gostavam muito de Lívia. Eram pessoas simples, que moravam num sítio retirado, mas todas as vezes que Ana os visitava ou eles vinham ficar com ela e o neto, tratavam Lívia com muito respeito e educação. Claro que não imaginavam o tipo de relacionamento que unia as duas, mas de qualquer forma, se sentia bem vinda naquela família.

Em casa, Lívia não teria problemas quando a verdade fosse revelada. Sabia que os Pais poderiam até ficar surpresos e um pouco chateados no começo, mas não criariam óbices á escolha da filha. A irmã de Lívia então, Laura, era muito tranqüila quanto a esse assunto...tinha amigos Gays e sempre fora muito amiga da irmã...saberia compreender aquele Amor fora dos padrões.
Seu problema na verdade era Caio. Mesmo passados tantos meses da separação de ambos, ele ainda sentia falta de ex-namorada e não se conformava com o “fora” que havia tomado do dia pra noite. Ligava pra Lívia como se fosse seu amigo e estivesse apenas querendo saber como ela estava, mas ficava sondando tentando descobrir se havia algum outro homem na vida dela.:

- Está namorando, Lívia?

- Não Caio! Não estou querendo ninguém na minha vida por enquanto. Está bom assim e tenho muito trabalho a fazer. Tô sem tempo pra isso...

- Pra isso??? Não acredito! Logo você que sempre foi tão fogosa!

- Vamos parar com esse papo de “cerca Lourenço” que eu tô cheia de trabalho pra fazer...

- É, deve ter muito trabalho mesmo, até dorme na casa da Patroa!

- Caio, eu não quero mais conversar sobre isso...se quiser falar comigo sobre outros assuntos, tudo bem, mas pare de ficar querendo saber da minha vida pessoal. Não vou conversar com você sobre isso, entendeu bem?!

- Tudo bem...tudo bem...fique calma que eu não vou mais te perguntar sobre isso...vamos mudar de assunto então...

E assim ele fazia...ligava para Lívia, mas parecia estar sempre a espreita, querendo saber quem era a “bola da vez” na vida dela...não acreditava que ela estivesse sozinha – “Ela está muito bem! Linda, com uma cara de felicidade! Com certeza ela tem alguém escondido e eu ainda vou descobrir quem é!”

Quando esses telefonemas aconteciam, e Ana estava por perto, era chateação na certa. Ana detestava quando Caio ligava pra Lívia e acabavam sempre tendo uma discussão. Depois desse telefonema, Ana havia ficado tão aborrecida que Lívia decidira não mais atender aos telefonemas de Caio e se ele insistisse, seria direta e objetiva com ele. – “Não quero mais que ele me ligue! Vou cortar logo isso! Não vou ficar me aborrecendo com Ana por causa dessas ligações, não tem o menor cabimento!”

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Alberto costumava passar boa parte do tempo em São Paulo, inclusive nos finais de semana; mas de vez em quando aparecia na casa de Ana sem avisar...sabia que Cininha sempre estava por lá e se por acaso Ana fosse pra algum lugar com o filho, avisaria a ele. Essas visitas não tinham dia certo. Quando batia a saudade do filho e até mesmo da ex-mulher e do lugar onde haviam morado, Alberto ia até a antiga casa. Gostava de chegar assim de surpresa e ver que Ana ainda tinha os mesmos hábitos e parecia estar sozinha.
“Talvez tenha sido cisma da minha cabeça! Pra Ana arranjar outra pessoa, teria que conviver com ele, ter contato próximo. Com ela o “affair” não pode começar com troca de olhares como geralmente começa. Além do mais, essa tal de Lívia não larga do pé dela, mais ainda depois que separamos, ela praticamente mora aqui agora! Como é que Ana poderia ter outra pessoa?! Mas que é estranho, isso é...ela está tão feliz, tão bem! Eu sei que não fazia mal a ela, nosso casamento não era um flagelo! Tem algo mais aí...”

Numa noite, ao chegar em frente a casa de Ana e do filho, percebeu que um rapaz estava parado em frente ao portão, olhando pela fresta tentando ver lá dentro. À princípio, ficou apreensivo pensando ser um meliante...chegou sorrateiro e ficou observando do outro lado da rua para ver qual seria o passo seguinte do sujeito...
Ele continuou olhando durante alguns minutos e depois, como que cansado de não conseguir ver nada, encostou-se na moto que estava parada, pegou o celular, falou nele e ficou como que esperando que alguém saísse.

“Será que é por esse carinha que a Ana está apaixonada? Não é possível! Ele é um fedelho! Deve ter uns 22 ou 23 anos! Não...não é o tipo que Ana se envolveria! É um Playboyzinho, tipo “filhinho de papai”...será???”

Depois de alguns minutos o portão se abre e Lívia aproxima-se do rapaz com ar de extrema irritação. De onde ele estava não ouvia direito o que eles conversavam, apenas algumas palavras soltas. Podia perceber que Lívia estava muito aborrecida com o tal sujeito e pedia que ele não a procurasse mais, que não estava mais interessada e que amava outra pessoa.
O rapaz se descontrolou e começou a sacudir Lívia com raiva, perguntando quem era o homem por quem ela estava apaixonada e que não conseguia esquecê-la...

Alberto não gostava muito de Lívia, mas notou que o rapaz estava a ponto de perder a cabeça e poderia até agredir a moça e machucá-la. Resolveu então intervir naquela briga antes que algo mais sério acontecesse...

- Ei! O que é isso aí?! Larga a moça agora mesmo, cara! Você vai acabar machucando ela!

Alberto chegou apartando as mãos de Caio que sacudiam Lívia vigorosamente, deixando marcas nos seus braços.
Lívia nunca imaginara que um dia viria a gostar de ver Alberto chegando de surpresa!

- Não se meta! Isso aqui é briga de namorados!

- Namorado uma ova! Já terminamos há muitos meses, mas parece que você não entendeu o que já disse pra você...chega, Caio! Acabou! É o fim! Não quero mais, ouviu bem?! Será que agora você entende?

Lívia estava possessa com o jeito agressivo de Caio e sentia dor nos braços.
Alberto interveio:

- Eu não tenho nada a ver com a história de vocês, mas ouviu o que a garota disse rapaz? Cai fora que ela não te quer mais...gosta de outro e não vai adiantar você ficar aí se humilhando...vai pra casa, bota a cabeça no lugar...ou então vai pra um bar encher a cara e beijar na boca...tem um monte de mulher dando sopa por aí...desencana!

Caio estava inconformado:

- Você é o marido da Doutora cega, né?! Não se meta que o assunto não é seu! Qual é a tua? Será que é você o cara com quem ela tá tendo um caso?

Alberto riu irônico:

- Tá louco?! A gente nem vai muito com a cara um do outro! Só não quero que você machuque a menina. Ela trabalha pra minha mulher e Ana gosta muito dela. Se você continuar importunando a moça, tenho certeza que Ana vai tomar providências junto à Polícia e a Justiça contra você. Tô falando pro seu bem, deixa a Lívia em paz que é melhor pra você.

Caio de repente parou e fez uma cara de quem começava a entender algo até então obscuro pra ele...

- É...acho que estou começando a entender...Ana gosta muito de Lívia....

Estalou os dedos como se tivesse descoberto algo que era tão óbvio! Virou-se pra Lívia e disse:

- Desde que você foi trabalhar com essa Doutora Ana, tudo ficou diferente entre nós...você mudou, ficou estranha, mais introspectiva, calada, só ficava bem quando estava com a Dra. Cega...agora começo a entender...

Alberto olhava a cena e não entendia direito o que Caio queria dizer...este virou-se pra ele e acrescentou:

- É, meu irmão, você também dançou igualzinho a mim! Não se tocou de nada não?! Acho que o Amor secreto da minha namorada é a ceguinha da sua mulher! Não enxerga, mas sabe muito bem como seduzir a secretária! Meu Deus! Como não percebi antes! Realiza, cara! Os cegos aqui somos nós!

Alberto sentiu como se um forte soco tivesse atingido seu ouvido. Ficou zonzo e as palavras de Caio pareciam vir de um pesadelo, ao longe...
Caio voltou-se para Lívia e completou:

- Agora sou eu que não te quero mais! Não quero saber de uma Sapatona na minha vida! A concorrência seria desleal! Competir com outra mulher já é demais!!!

Subiu na moto e saiu acelerando forte, fazendo muito barulho e girando num “cavalo de pau”...deixou pra trás um Alberto estupefato e ao seu lado Lívia, sem saber o que dizer...


Fim do capítulo


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Comentários para 18 - Capítulo 18:
Lea
Lea

Em: 27/05/2022

Eita.eita.....

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cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 16/12/2017

No Review

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