Dueto: perdurável

22º aniversário da Jeannine

 

Foi excelente a inauguração do restaurante de Yanna no centro de São Paulo e com só um mês de funcionamento, ela já estava fidelizando clientes e expandindo seu empreendimento.

Foi de Jeannine que partiu o pedido de namoro, no dia que Yanna completou vinte e três anos de idade.

As mães das jovens adoraram quando souberam. Até mesmo Vitória, que é toda ciumenta, também comemorou e ficou feliz por elas.

Certa vez, quando as duas tinham completado três meses de namoro, Jeannine novamente estava toda desejosa e beijou a namorada com volúpia.

 

- Nine.

- Amor!

- Meu bem, calma.

- Não me peça mais calma, nós estamos indo devagar já tem um bom tempo (disse beijando o pescoço da namorada).

- Por favor.

- Se entregue!

- Você é toda fogosa.

- Sou e pare de frescura.

- É que eu não estou pronta.

- Deixa disso.

- Nine, é sério!

- Qual o problema?

- Nenhum.

- Você não confia em mim?

- Claro que confio.

- Mas não parece.

- Nine, não faz assim, por favor!

- Você está insegura?

- Estou, eu não quero somente sex*, mas sim que haja troca de sentimentos.

 

Jeannine irritada levantou da cama e começou a arrumar suas coisas.

 

- O que você está fazendo?

- Vou para a minha casa.

- Mas combinamos que você dormiria aqui hoje.

 

Jeannine a ignorou, arrumou sua mochila e foi embora sem se despedir. Deixando Yanna sozinha e entristecida. No outro dia pela manhã, a jovem sempre muito romântica foi até a floricultura e mandou flores para a namorada. Elas trocaram algumas mensagens, Jeannine agradeceu pelas flores e combinaram de conversar no final daquele dia. Após a aula de balé, Jeannine foi para casa, tomou banho e se arrumou para ir até a casa da namorada.

 

- Oi, que cheiro bom (Jeannine falou ao entrar no apartamento).

- Amor, estou terminando aqui. Tudo bem? Como foi seu dia?

- Tudo, foi bom e o seu?

- Também e a faculdade?

- Tudo ok! Nem acredito que estou terminando.

- Como estão os preparativos para a formatura?

- Faremos com uma empresa bem bacana e estamos animados.

 

Elas jantaram o que Yanna tinha preparado e depois sentaram no sofá da sala para conversar.

 

- Brava?

- Não e adorei as flores.

- Nine, tenha paciência comigo.

- Mais? Realmente viu (reclamou).

- Desculpa.

 

Ficaram alguns minutos em silêncio, até Yanna revelar:

 

- É que eu não sou experiente como você.

- Não entendi.

- Jeannine, bom, é, então...

- Para de enrolar e fala logo!

- Eu sou virgem (contou tímida).

- Virgem?

- Sou.

- Nossa, eu nem imaginava.

- Você é a minha primeira namorada. Já beijei algumas mulheres, mas só ficamos nos beijos.

- Isso é sério?

- Sim.

- Yanna, agora entendi porque você pede tanto para irmos mais devagar.

- É exatamente por isso.

- Eu estava com receio de você estar insegura ou com preconceito.

- Eu não sou preconceituosa, confio em nós e no nosso relacionamento.

- E o tempo que você ficou no Canadá estudando, nem rolou nada por lá?

- Eu estava estudando, era este o meu foco.

- Serei mais compreensiva contigo.

- Obrigada!

- Me desculpa, eu nem desconfiava.

- Não precisa se desculpar. Eu estava sem jeito para te contar e até um pouco envergonhada.

- Ainda bem que você contou.

 

As duas assistiram ao seriado que adoram e dormiram juntas na casa de Yanna.

 

No dia seguinte, ao retornar para casa, Jeannine conversou sobre o ocorrido com Layza.

 

- Filha, então não pressione ela, cada mulher tem seu tempo (aconselhou a morena).

- Não vou pressiona-la, eu nem fazia ideia, ela tem 23 anos e eu perdi minha virgindade aos 17.

- Será que ela ainda é virgem, porque esperava por você?

- Não sei.

- Ela te ama muito e guarda este sentimento desde a adolescência.

- Deve ter sido muito complicado para ela e eu nunca notei.

- Eu já tinha notado que ela te olha diferente, mas como ela nunca falou sobre e muito menos você; optei por nem comentar, mesmo porque se fosse antes acho que vocês não ficariam juntas. Você tem muito de mim, de querer viver, se descobrir e livre aproveitar a vida. Já a Yanna é o oposto, muito mais centrada. Ela é mais a Vitória, que gosta de relacionamento sério. Nós duas somos mais aventureiras, gostamos de farrear.

- Mãe, a senhora tem razão e serei bem paciente com ela, vou esperar ela se sentir pronta. Ela esperou por mim por tanto tempo.

- Filha, você é um amor e vocês duas formam um casal lindo.

 

Yanna também teve uma conversa semelhante com Luciene.

 

- Eu estava me sentindo pressionada, quando o clima esquenta me sinto estranha e acabei contando para ela.

- Você fez bem. Lembre-se que antes de tudo vocês são amigas e devem conversar. A amizade é essencial para que se tenha um relacionamento saudável.

- Quando a senhora perdeu sua virgindade?

- Aos 18.

- Com meu pai?

- Não. Com meu primeiro namorado.

- Foi bom?

- Não. Eu nem sabia direito o que eu estava fazendo, foi muito estranho, deveria ter esperado mais como você tem feito. Acabei seguindo a vontade do rapaz e eu nem amava ele.

- E meu pai?

- Nos amamos por um tempo. Mas somos muito diferentes, costumo dizer que somos água e óleo. Na cama nos dávamos bem. Namoramos por três anos, nos casamos e depois de dois anos de matrimônio você nasceu. A gravidez foi toda planejada, um sonho! Ele foi muito participativo. Mas com o passar do tempo, nos perdemos um do outro.

- A senhora sofreu muito com a separação?

- Um pouco, mas sou bem prática e superei.

- Depois dele nem quis mais casar?

- Não. Prefiro os encontros sem compromissos, sem cobranças, sem precisar acordar ao lado do outro e nunca fui muito dada ao romantismo.

- Sou seu oposto.

- Sim! Você é toda séria, doce e romântica.

- A senhora esperaria tanto tempo por alguém?

- Acredito que não. Você teve uma paciência admirável. Se isso não for amor, é algum outro sentimento singular, que ainda não deram um nome.

- Amo tanto a Nine.

- Percebe-se.

 

Num domingo, um mês depois da revelação, Yanna estava carente e com TPM, por isso, reclamou para a namorada.

 

- Você está me evitando.

- De onde você tirou isso?

- Ontem você nem veio.

- Porque eu estava cansada, agora está puxado nesta reta final da faculdade.

- Você está toda diferente comigo depois que te contei que sou virgem, evita intimidade (rezingou).

- Só estou sendo cuidadosa e te respeitando. Não vou te pressionar de forma alguma.

- Vai desistir de mim?

- Deixa de ser boba.

- Vai querer alguém mais experiente?

- Yanna, vou fingir que não ouvi isso e não quero brigar.

- Estou carente (falou fazendo bico).

- Notei (disse abraçando a namorada e a puxando para si).

- Gosto tanto do seu abraço.

- E eu do seu. Vou te fazer cafuné e te dar muito carinho para diminuir essa carência toda.

- Vamos viajar no próximo feriado?

- Sim! Vai ser bom para relaxarmos e descansarmos um pouco.

- Que tal pesquisarmos e decidirmos nosso destino?

- Você pode escolher, contigo vou para qualquer lugar.

- Princesa! Será bacana algum local romântico.

 

As apaixonadas optaram por Alter do Chão, no Pará e ficaram quatro dias por lá. Elas adoraram o balneário, que é considerado o “Caribe Amazônico”.

No sábado à noite, no quarto da pousada, enquanto Jeannine a beijava e se despia, a única coisa que Yanna pensava era naquela vontade grandiosa de fazer amor com a sua amada.

 

- Amor, tudo bem? (Jeannine perguntou).

- Tudo (respondeu aos suspiros).

- Nervosa?

- Não.

- Você está pronta e quer continuar?

- Sim, quero muito. Faça amor comigo!

 

Jeannine já estava só de lingerie, correndo as mãos pelo corpo da mulher amada. Enquanto Yanna que tem um corpo muito esbelto, já estava com o coração acelerado e muito excitada. Desajeitada Yanna começou a tirar a camiseta e a bermuda que vestia.

 

- Me explica! Amor, o que você quer que eu faça?

- Yanna, não existe nenhuma receita. Nós vamos nos amar sem pressa e deixaremos tudo acontecer naturalmente.

 

O quarto foi tomado por suspiros, gemidos e palavras desconexas. As duas se entregaram, uma para a outra e Jeannine as conduziu muito bem. Beijou todo o corpo de Yanna, que retribuiu com muito afeto.

 

- Nine, eu te amo!

- Yanna, eu também te amo.

 

Jeannine disse antes de se posicionar no meio das pernas da outra. Ao sentir seu líquido ser sorvido, Yanna experimentou o orgasmo pela primeira vez e se deliciou com todas as novas sensações.

 

- Uau, isso tudo, é muito bom (comentou quando Jeannine escalou seu corpo).

- Bem?

- Sim, tudo muito bem, ótimo!

 

Jeannine sorriu e ficou a admirando.

 

- Nine, você já tinha feito antes?

- Feito o quê?

- Com seu ex-namorado imagino que sim. Mas com outra mulher também?

- Não.

- E você gostou?

- Muito!

- Mas, assim, para você...

- Para mim o quê?

- Nada não.

- Ei, fale. O que foi?

- Deixa.

- Não precisa ficar tímida comigo (afirmou acariciando o rosto da namorada).

- Para ti, faltou algo? (Questionou apreensiva).

- Não. Foi maravilhoso.

- Mesmo?

- Sim! Pode ficar tranquila. Te tocar e te sentir foi uma experiência maravilhosa. É extraordinário fazer amor contigo (Jeannine falou afetuosa e sincera).

- Eu amei e é tão bom ser desejada por ti (Yanna assumiu feliz).

 

Jeannine voltou a beija-la e acaricia-la com muito carinho.

 

- Nine, eu também quero te sentir (Yanna falou próximo do ouvido dela).

- Será um prazer (Jeannine disse levando a mão dela até a sua intimidade).

- Se eu fizer algo errado me fale (disse sentindo a umidade da outra).

- Relaxe.

- Se eu soubesse que era tão bom, nem teria esperado tanto. Você está tão molhada (falou acariciando Jeannine).

- Isso continue me masturbando desta forma.

 

Ela obedeceu e o fez por longos minutos. Com certa timidez, Yanna desceu entre as pernas da namorada e gostou muito do sabor que provou. Quando Yanna terminou, Jeannine a puxou e a beijou ainda sentindo seu gosto nos lábios dela.

 

- Para quem nunca tinha feito, você se saiu muito bem. Que oral delicioso!

- Sério? Você gostou? Fiz certo e não te machuquei?

- Ei, não precisa ficar insegura. Foi delicioso, você foi maravilhosa, cuidadosa e atenciosa.

- Você também. Obrigada pela paciência.

- Não precisa agradecer.

- Princesa, estou um pouco cansada. Podemos dormir?

- Claro. Boa noite!

- Boa noite!

 

Elas se beijaram e exaustas logo adormeceram.

 

Jeannine escolheu um vestido lilás e um salto prata para a sua formatura. Luciene tentou por longos dias convencer Yanna a usar um vestido, mas foi sem sucesso, ela acabou usando um terno slim, que a namorada aprovou. Jeannine dançou a valsa com Yanna. Layza e Vitória se emocionaram muito, ficaram orgulhosas e adoraram a cerimônia de formatura. Os avós, tios e primos de Jeannine, também compareceram.

 

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|22º aniversário da Jeannine| A comemoração foi no restaurante de Yanna.

 

“Cuide bem da mulher que vive ao seu lado e ela cuidará bem de você”! |Juliana Pereira|

 

 

Fim do capítulo