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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 5194
Acessos: 4012   |  Postado em: 27/11/2017

Capítulo 9 Força Bruta da Natureza

Uma aconchegante e preguiçosa manhã de domingo se apresentava para uma Cosima destruída pelo Jet Lag em decorrência da grande diferença de horário que experimentava. O cansaço da viagem fez com que passasse boa parte do sossegado sábado dormindo, trocando o dia pela noite e gastando toda a madruga insone na organização do seu novo loft, tentando deixá-lo mais a sua cara. O local contava com uma linda sala conjugada com a cozinha, separadas pela simpática bancada estilo americana. A sala continha o famigerado e ainda muito odiado sofá azul escuro e de textura super macia, com um médio tapete cinza também escuro, adornado por uma pequena mesinha de centro transparente e redonda e muito adorável. Uma grande janela iluminava o ambiente, dando vista para boa parte do Quartier Latin e, lateralmente à janela, presa à parede, se encontrava uma pequena  TV de tela plana.

Ficou muito satisfeita e feliz por conseguir colocar todas as suas roupas no pequeno closet, já cogitando que talvez fosse preciso adquirir algumas novas peças devido ao frio. Seus dois pesados sobretudos e os pouquíssimos casacos que tinha certamente não dariam conta, mesmo ciente de que não poderia gastar muito, já que precisaria poupar para os todos os gastos que teria naquele novo país. Mesmo que tivesse dinheiro sobrando, Cos não era do tipo que gostava de esbanjar com roupas, - e nem com nada -  sempre optando por mesclar peças novas com as preciosidades que encontrava em brechós. Adorava alimentar a ideia de que as roupas que a abraçavam tinham uma história única, e, como boa sonhadora que era, costumava brincar e imaginar algumas delas, como a do largo casaco marrom de tricô que usava naquele momento e que caía até seus pés, cobrindo o shortinho minúsculo e confortável que estava usando.

Segundo os devaneios dela, aquele casaco que servia tanto para homens como para mulheres fora dividido por um casal de escritores de novelas para a TV, fracassados e falidos, mas que viram no amor a chance de superarem tudo. Respirou profundamente e de maneira teatral. “Aaah Cosima...! Nem adianta tentar fingir... Você é sim uma sonhadora e uma romântica incorrigível! ”

Riu muito divertidamente! Aquelas histórias aqueciam seu coração. Estava no seu usual ótimo humor, a despeito dos últimos acontecimentos. Encarou seu pé, que graças às Deusas quase não doía mais e decidiu arriscar retirar a bota de proteção, experimentando caminhar sem ela. Para sua sorte, parecia estar tudo bem e o pobre dedinho aparentava estar praticamente recuperado, fazendo Cosima bater palminhas de felicidade! Mesmo assim, circulava pelo pequeno apto com a atenção redobrada – quadruplicada -, o que com certeza era novidade, já que era considerada pelos amigos a rainha da péssima coordenação motora e da falta de atenção. – É só ficar longe do maldito sofá, Cosima! Não deve ser tão difícil assim, certo? – Seu tom era brincalhão, mas a advertência no aviso era bem real!

 Cogitou dar uma volta pelos arredores e conhecer melhor o seu histórico bairro, porém, não queria dar chances para o azar e magoar seu dedo recém curado, mesmo sabendo que precisava sair para comprar comida. Sua dispensa e geladeira agradeceriam, assim como seu dramático e estragado estômago. ‘’Huum... melhor deixar para mais tarde.’’

Parada no centro do confortável quarto que dispunha de uma cama não muito grande, mas ideal para ela, observou as prateleiras que ficavam acima de uma charmosa escrivaninha, localizadas no lado oposto de sua cama e viu que seus livros estavam devidamente organizados em sua desorganização predileta, onde só assim ela se encontrava. Exceto por aquele que ela considerava o mais importante deles. Esse, ela deixou guardado dentro de uma mala guardada dentro de outra! Sabia que se alguém realmente desejasse, poderia facilmente encontrá-lo, mesmo ali dentro daquele ‘’esconderijo’’. Ainda assim, não conseguia imaginar o que alguém poderia querer com um livro de quase 400 anos! Talvez, somente por seu valor e conteúdo histórico, nada além disso. ‘’Uma velharia inestimável!’’ Pelo menos para ela.

Contudo, as palavras de quem havia lhe entregado aquele enigmático e maravilhoso artefato, ainda ecoavam e martelavam em sua cabeça.

“Trata-se de uma herança de família e mesmo que você não possa compreender agora, ele pertence a você, e somente a você. Tenho certeza de que fará o melhor uso dele, apenas.... tenha muito cuidado e mantenha-o em segredo até a hora certa. Você saberá quando o momento chegar... ele jamais deverá cair em mãos erradas e lembre-se, Cosima... Ele é apenas seu. Proteja-o com sua vida.”

O aviso era carregado de compaixão e alerta e aquelas palavras foram ditas como se fossem uma promessa. Antes mesmo que Cos pudesse processar qualquer coisa que quisesse dizer, a pessoa já havia deixado sua livraria -  e sua vida - da mesma forma inesperada que havia entrado, deixando para trás um universo de incertezas e questionamentos. Suspirou com a lembrança vívida daquele momento.

Cosima ficou completamente fascinada pelo livro e pelo conteúdo inacreditavelmente rico que nele morava! Devorou cada página com uma avidez que lhe é tão característica e maravilhou-se com as magníficas histórias contadas em suas páginas antigas. O livro relatava com uma impressionante riqueza de detalhes uma antiguíssima Sociedade Secreta, conhecida apenas como a Ordem do Labrys. Muito do que encantou Cosima devia-se ao precioso fato de que a Ordem possuía uma estrutura matriarcal e era composta apenas por mulheres. Segundo o livro, a tal Sociedade Secreta surgiu séculos antes do cristianismo, praticando a adoração à natureza e ao feminino, sendo estes os temas em que ela convenientemente estava mais do que familiarizada, inclusive abordando-os em sua ideia inicial para o projeto de Pós-doutorado.

Outra característica que a encantava ainda mais, era o fato de que aquele livro havia sido escrito por duas mulheres do século XVII, momento em que as mulheres tinham pouquíssimo acesso à educação formal, o que evidenciava claramente que ambas pertenciam a famílias nobres e influentes da França dos fins da Idade Média. ‘’Fascinante!’’

Como se já não bastasse toda a riqueza contada naquele livro, ele não tinha sido a única coisa que lhe foi entregue naquele dia. Junto a ele, havia um outro artefato fantástico: O diário de uma das escritoras. Sim! Aquela raridade pertenceu à Melanie Verguer, uma mulher que fascinava Cosima cada vez mais, todas as vezes em que relia suas histórias, sua vida. Ela tinha a certeza que Melanie seria alguém de quem ela certamente gostaria e teria como amiga. Sorriu para aquele devaneio, era muita loucura e cronologicamente impossível.

Entretanto, o que mais atraia e deslumbrava Cosima naqueles relatos tão íntimos que só os diários recebiam, era a história de um amor impossível. Um amor entre elas, as autoras do livro antigo; um amor digno do mais delirante conto de Shakespeare. Uma história mística, mágica, única e surreal, descrevendo tudo o que enfrentaram em nome do que sentiam uma pela outra. Tinha a certeza de que jamais havia visto uma história de amor e de entrega tão intensa como a que lia. A energia do que elas tinham vivido pulsava nas páginas amareladas daquela relíquia.

Cos já havia cogitado várias vezes a possibilidade de publicar o diário. Sentia em seu íntimo que deveria enaltecer uma história de amor tão extraordinária e encantadora como aquela. O mundo precisava ler aquilo! Porém, essa ideia teria de esperar, já que seu foco no momento era a obtenção do seu título de pós-doutorado com a ajuda do incrível conteúdo que aquele livro carregava.

Tratava-se de uma riquíssima e fantástica fonte de pesquisa para seus planos, porém, era necessário legitimá-la, o que não foi e continuava não sendo uma tarefa nada fácil, uma vez que Cosima encontrou pouquíssimas informações sobre a tal Ordem e mesmo assim, todas elas remetiam a períodos anteriores ao ano do livro, mas ainda assim, serviam como embasamento. ‘’Melhor do que nada...’’ Surpreendeu-se por não ter encontrado nenhum dado ou qualquer informação na grande rede de computadores, já que tudo deveria estar lá, não é? Exasperada, concluiu que tratava-se de uma Sociedade realmente muito secreta, o que acentuava o frio em sua barriga e era absolutamente compreensível, dado o contexto da época em que surgiu, uma vez que, desde que o mundo é mundo, a sociedade vem sendo assolada e controlada pelo mais velho dos sistemas: O  patriarcado. A boa e velha imposição e manutenção do poder masculino.

Como nem tudo na vida são flores, Cosima vivia um dilema terrível sobre o aproveitamento do livro, visto que a pessoa misteriosa havia pedido sigilo sobre ele e seu conteúdo e o mesmo caia como uma luva – valiosa - em sua pesquisa. ‘’mantenha-o em segredo até a hora certa. Você saberá quando o momento chegar... ‘’ Que raio de momento certo era aquele? Seria possível que a tal pessoa soubesse dos planos de Cos para a temática de seu pós-doutorado? Como possivelmente ela iria saber? Que droga!  Além do mais, Cosima era adepta de que todo conhecimento é válido e deve ser propagado, principalmente tratando-se de uma instituição milenar voltada para as questões do feminino e de tudo que representava. Sem contar o fato de que desde sempre ela batalhava por um mundo mais igualitário e tolerante para mulheres.

‘’Aaaah, dane-se!’’ Foi o que Cosima pensou naquela ocasião, debruçando-se sobre o livro com o afinco e a paixão que lhe eram característicos e, assim que pôs o ponto final em seu projeto, teve a certeza que havia escrito algo realmente diferenciado e de suma importância, ainda mais levando em consideração a vaga almejada por ela: Ser orientada pela PhDeusa Delphine Marie Cormier e ter a oportunidade única de trabalhar com uma das mentes mais brilhantes do campo sociológico e antropológico que compõem o universo feminino.

Certamente é o sonho de todo pesquisador poder trabalhar com as pessoas que lhe serviam de fonte e, sem a menor dúvida, Cosima havia bebido muito de Cormier. Em sua tese, usou nada menos do que 4 livros da autoria de Deplhine, escolhidos em meio ao árduo sofrimento de precisar deixar os outros de fora, uma vez que a coleção de Cormier era vastíssima e de uma riqueza incomparáveis, o que por si só já era totalmente impressionante. Num insight, um pensamento lhe ocorreu.

Mais apressada do que deveria, foi em direção à mesinha de centro da sala onde seu notebook estava, com muito cuidado ao se aproximar do ainda odiado sofá. Agarrou o computador e seguiu em direção ao quarto, aconchegando-se na cama. Entrou na página oficial do Programa da Área de Humanas da Sorbonne, clicando no ícone do Corpo Docente. Suspirou extasiada com a lista de sumidades contidas ali: Um verdadeiro panteão¹ de deusas e deuses da História, Antropologia, Sociologia e Filosofia. Clicou em alguns que também foram suas referências, notando uma característica que todos tinham em comum, exceto a sua orientadora. Todos aqueles gênios listados ali eram pessoas de uma idade já mais avançada, demonstrando obviamente que toda a erudição e conhecimento que possuíam havia sido construído ao longo de vários anos.

Completamente concentrada, Cosima clicou no nome de sua orientadora e ali constava algo que não parecia combinar. ‘’Além da beleza incrivelmente surreal dela.’’ Delphine era a mais jovem professora titular não somente da Área de Ciências Humanas, mas de toda a Sorbonne. – Gente... como isso? – Saiu como um sussurro, verdadeiramente intrigada. Como tanto brilhantismo e erudição cabiam em tão pouco tempo de vida? Correu para ler o breve resumo biografia de Delphine, constatando que se tratava de um verdadeiro gênio. Delphine era claramente superdotada, terminando sua graduação com apenas 18 anos e como se não fosse humilhante o suficiente, emendou o mestrado e doutorado, terminando o seu primeiro pós-doutorado – dos cinco que tinha – aos 27 anos de idade. Antes dos 30???  - Tá de sacanagem...?! – O tom de surpresa em sua voz era explícito e ultrajante.

 “Como diabos isso é possível? ” – Essa mulher certamente deve ter vivido e ainda viver em função dos estudos, só pode! Vida pessoal pra que? Não deve nem saber o que é isso. – Reclamou! A voz saindo um pouco mais alta do que deveria. Cosima permanecia incrédula e se pegou ainda mais curiosa a esse respeito, muito além do recomendado. ‘’Segura o facho, Niehaus!’’

Fato era que não conseguia tirar aquela mulher do pensamento desde a noite em que se conheceram. Desde quando colocou os olhos naquela figura inacreditavelmente... Deusa e foda e sensacional e elegante e absurdamente tentadora e linda e tentadora e... já foi falado o quanto ela era tentadora??! Meu Deus!... Quando menos esperava, seu pensamento traidor vacilava e corria em direção à Delphine, mergulhando em tudo que Cosima pôde absorver. E era muita coisa.

“Hum...solteira” suspirou pesadamente – e esperançosamente??? - ao ler a informação no perfil de sua professora.

- E que importância isso tem, Cosima? Que inferno de importância isso tem pra você? Não seja ridícula! - Esbravejou consigo mesmo, repreendendo-se, embora já estivesse digitando o nome dela na área de pesquisa de um grande site de buscas da internet. Uma extensa lista de artigos, prêmios e livros se desenrolou diante de seus olhos, muitos dos quais já havia lido e relido mais de uma vez. O teor das obras de sua orientadora era realmente extraordinário.

- Como um ser humano normal consegue produzir seis artigos de altíssimo nível em um ano? Um fucking ano! – Cosima falava sozinha sem nem se dar conta, tamanha era sua incredulidade. Ela conseguia, porque era simplesmente brilhante. Era ridículo! Com certeza era a mulher... não, a PESSOA mais inteligente que Cosima já conhecera e toda essa genialidade ainda era mortalmente acompanhada de uma beleza mitológica. ‘’Puta que pariu, viu?!!!!’’

Novo suspiro. ‘’Engraçado né? A senhorita vem suspirando muito ultimamente. Por que será, hein, sua idiota?’’  Hesitava em clicar nas imagens que acompanhavam as informações. Quase nada. Pouquíssimas fotos e mesmo assim, a maioria era de artigos de jornais ou de revistas acadêmicas. – Huum.. - Uma delas lhe chamou a atenção. Clicou e ampliou a imagem.

Cos precisou segurar seu queixo, engolindo em seco.

A foto em questão trazia uma imagem de corpo inteiro de Delphine Cormier numa premiação na ONU. Ela não havia posado para a foto, era espontânea demais, sem contar que ela claramente não fazia o tipo que gostava de ser fotografada. Aquela deusa estava sozinha, andando... – não - desfilando... - ainda não -, deslizando – agora sim! - sobre um extenso tapete vermelho. Soberana em toda a sua grandeza e magnetismo, capturando os olhos e flashs de todos os presentes.

A respiração de Cosima vacilou e ela precisou fazer um puta esforço para que o ar entrasse em seus pulmões, dada a velocidade em que seu coração batia sempre que seus olhos percorriam o corpo escultural e congelado naquela imagem. Cormier usava um longo vestido preto com um leve brilho fosco, frente única e preso ao seu esguio pescoço. O “problema” era que ele deixava toda – TO-DA - a extensão das costas de Delphine a mostra, revelando uma verdadeira constelação de pintas que salpicavam a pele muito branca e de músculos firmes e definidos. Como seria explorar a fascinante galáxia que era o corpo daquela mulher?

Antes que pudesse assimilar qualquer coisa, um úmido calor se espalhou pelo ventre de Cos, fazendo ela morder os lábios com mais força - e desejo - do pretendia. “Inferno...Controle-se, Cosima Niehaus”. Como? Coooomo?

Então, ela ousou ainda mais, ampliando a imagem e destacando um pequeno detalhe que olhos menos atentos não veriam, entretanto, Cosima estava atenta a cada maldito pedacinho daquela mulher e... lá estava. Um vislumbre mínimo, quase ridículo, mas poderoso o suficiente para fazer com que o úmido calor que outrora lhe incomodava o estômago, descesse até o meio de suas pernas.... Ata! Só podia ser brincadeira e de muito mal gosto, inclusive! Ela estava excitada? Sim... indecentemente excitada.

Uma pequena extensão do seio direito da PhDeusa estava a mostra e somente uma sombra causada pelo vestido protegia aquela intimidade. Não era uma imagem vulgar, muito longe disso... Era absurdamente sensual e surpreendentemente torturante. Cosima se pegou imaginando como deveria ser a textura daquela pele e assustou-se com aquele pensamento, afastando o computador de sua frente e levando as duas mãos ao topo de sua cabeça! Aquilo não podia estar acontecendo.  – Merda... o que é isso?  - As palavras mal saíram da boca dela.

Exasperada, retirou o casaco marrom que tanto adorava na tentativa de diminuir o calor que sentia, mas, se conhecia muito bem para saber que aquela sensação não passaria de forma tão simples. Não mesmo.

Estava com tesão em sua professora?? Sim. Chocou-se mais do que deveria diante daquela certeza. ‘’O que você está fazendo, Niehaus?’’ Tentou buscar algo que a reconfortasse e que fosse lógico e uma ideia lhe ocorreu. Sacou seu celular do bolso e imediatamente discou para Shay. ‘’Minha namorada, isso.. É dela que eu preciso.’’ Ham-ham.

- Boa noite, minha linda. – Atendeu a loira do outro lado da linha. Seu tom expressava expectativa e saudade. – Que surpresa maravilhosa...  – Deu uma risadinha. – Só você mesmo pra alegrar esse raio de madrugada.

- Droga Shay, acordei você? – Preocupou-se, esquecendo de todo o fuso-horário que separava Paris de São Francisco.

- Para a nossa sorte, não. – Outra risadinha – Estou de plantão essa noite, não se lembra?

- Ah é... – fingiu uma falsa recordação. A verdade era que Cosima havia pensado muito pouco em sua namorada desde que tinha chegado à França e se recriminou por isso. Ela merecia muito mais.

- Só fazem três dias que você partiu e já está se esquecendo de mim? – dramatizou.

- Três dias de solidão e saudade de uma certa médica americana – Mentiu descaradamente e de maneira muito manhosa.

- Huum... Saudades de mim, então? – O tom de voz era baixo e provocativo. Shay entendeu a intenção de sua namorada e entrou na onda. Naquele momento, Cos agradeceu a percepção aguçada que a loira tinha. Shay continuou – Não mais do que eu de você... Inclusive, eu estava aqui, pensando no que estávamos fazendo a essa hora a exatamente uma semana atrás. – Suspirou mais profundamente, fazendo Cosima viajar até aquela lembrança. Shay realmente tinha entrado no clima, mesmo Cosima não tendo clareza do que queria, exatamente.

- Hum... minha memória não anda lá aquelas coisas... – Provocou. – Estou com dificuldade de lembrar certos momentos... Sabe como é, uma semana é um tempo considerável...  – Cos soltou um riso baixo e muito sensual – Será que você me ajudaria a lembrar? – Shay gargalhou do outro lado da linha, deliciada com a provocação de sua namorada e Cosima continuou. - A única coisa que me vem à cabeça agora, foi o quanto você ficou sexy com a minha camiseta, porém ainda melhor sem ela... – Naturalmente sensual, Cos deu a largada para a brincadeira erótica que rolava entre elas.

A medida que Shay se mostrava excelente em recordar memórias, Cosima relaxava cada vez mais, escorregando na cama e apoiando-se nos travesseiros, não demorando a ficar à vontade. Começou tirando o short curto e folgado que vestia, uma vez que o casaco já estava longe, ficando apenas com seu top de crochê vinho e uma calcinha branca que, naquele exato e oportuno momento já estava encharcada.

Shay, por sua vez, correu até a sala de descanso dos médicos, torcendo para que estivesse vazia e agradecendo as deusas por não haver ninguém lá naquele momento. Andou até a o beliche mais distante, deitando-se dobre ele, sem deixar de falar e provocar Cosima, que já começava a soltar pequenos gemidos.

- Ei mocinha... espere por mim – Exigiu, fazendo Cos sorrir.

- Estou tentando, Doutora... mas confesso que está difícil me controlar... sou puro tesão nesse exato momento. – E aquilo era verdade. O grande problema estava na origem dele.... Shay soltou um gemido baixo.

- E por quê esse tesão louco agora, Cosima Niehaus?

PUTA MERDA! Ela tinha mesmo que perguntar aquilo? Não era um questionamento, estava mais para uma provocação, mas mesmo assim! Cosima parou para pensar na resposta àquela pergunta, cessando imediatamente a massagem que fazia em um de seus mamilos. Era bem verdade que sempre teve muito tesão em Shay. Nunca forçou nada e nem muito menos precisou se esforçar demais. Era sempre espontâneo entre elas, mas, naquele momento, não era o corpo perfeito de Shay, nem suas caricias ou mesmo suas palavras provocantes que impeliam seu sex* a pulsar e se contrair – deliciosamente. – Apertou os olhos com força. ‘’Segura a onda, Niehaus’’. Voltou a focar sua atenção na voz de Shay e, temendo a resposta àquela pergunta, tratou de desviar a atenção dela.

- Queria tanto ver você agora... – Ousou...Era arriscado? Pra cacete! Mas ambas não tinham problemas nenhum com aquele tipo de situação. Já fizeram sex* por telefone outras vezes e até já trocaram imagens mais provocantes. Shay mordeu o lábio com aquele pedido, afinal, ela estava no trabalho! Antes mesmo que pudesse calcular os riscos, a vídeo chamada de Cosima já piscava na tela de seu celular. O que fazer? Shay seria capaz de recusar?

- Que se dane... -  Aceitou a chamada e, após alguns breves segundos, contemplou a visão que tanto amava. A cara safada de Cosima a encarava com tanta intensidade que fez seu corpo tremer. Nada mais precisou ser dito entre elas, apenas visto e sentido.

Shay delirou ainda mais ao acompanhar a mão de Cosima erguer o top dela, revelando os seios absurdamente lindos e que já estavam com os mamilos enrijecidos num tom mais escuro. Sua respiração vacilou quando vislumbrou os dedos de sua namorada abandonarem o que estavam fazendo e convergirem para os lábios dela, observando-a coloca-los na boca de forma enlouquecedora e devolve-los para um dos mamilos. Claramente uma insinuação para que Shay imaginasse que aquele liquido era a sua saliva ali.

A loira contraia suas pernas com força, tentando ao máximo segurar o orgasmo apressado que insistia em vir à tona. Cos era uma loucura de mulher.

     - Você é tão linda, Cosima... e quando você... – A frase ficou sem conclusão. Shay mal acreditava no que via. Cosima desceu sua mão, espalhando a saliva abdômen abaixo e enfiando-se dentro de sua calcinha, tirando-a de um jeito dolorosamente sexy. Estremeceu ao ouvir o som dos gemidos roucos e tão característicos de Cos enquanto ela acariciava seu centro de prazer, latejante e totalmente molhado. Instintivamente, desceu sua própria mão, enfiando-a por sob a calça azul do uniforme médico, assistindo o arfar dos seios tão amados do outro lado da vídeo chamada. Shay conhecia muito bem as reações de sua namorada e aquela expressão mergulhada em prazer estampada na cara Cos denunciava que a ápice estava próximo. Aquela morena era um verdadeiro pecado.

- Nossa, Cos... Como eu queria tocar você agora... saboreando você se derreter em meus dedos... na minha boca... – Um suspiro pesado seguido de um forte gemido foram as respostas do corpo de Cosima ao ouvir aquilo. Extasiada, Shay prosseguiu. – Quer goz*r pra mim? Então... MERDA! Desculpe Cos. – A imagem que outrora mostrava sua namorada havia sumido, restando apenas o papel de parede de seu celular de Cosima.

- Shay?? O que?  É sério isso? – Protestou chorosa e incrédula. Certamente alguem deve ter entrado lá. As Deusas estavam de palhaçada! – INFERNO!! – Praguejou alto. Shay sumiu justamente quando Cosima estava prestes a explodir. Todo aquele maldito tesão a fazia tremer sobre a cama e o que ela menos queria naquele momento, aconteceu. No segundo seguinte em que a imagem de sua namorada sumiu, outra ainda mais poderosa invadiu sua mente. Era impossível. Aquela mulher era uma intrusa contra qual Cosima não pôde mais lutar naquele momento. A avalanche de sensações a invadiam com uma impetuosidade surreal.... era uma força bruta da natureza.

Tomada pela emoção e pela intensidade louca do tesão, Cosima esticou sua mão alcançando o computador e o trouxe para mais perto, o que fez com que a tela de descanso desse lugar à imagem causadora da agonia que a açoitava. Ela.

Era certo ou errado aquilo? Ela era sua professora! E Shay? Puta que pariu! ‘’Errado, Cosima! Totalmente errado... loucura, insanidade, pelo amor de Ártemis!’’

Nenhum desses argumentos era páreo para o poder que emanava daquela  simples imagem. ‘’Por favor... não..!’’ Cos relutava, mas seu corpo simplesmente não obedecia! Não era somente aquela foto... era toda a presença esmagadora e sufocante que fluía daquela mulher, fazendo a mente de Cosima viajar até a noite em que se encontraram pela primeira vez. Não era possível impedir! Ela nem sabia se queria mais controlar aquele desejo.  As lembranças e sensações a dominaram  como poderosas ondas, afogando qualquer resquício de razão e bom senso que pudesse ter. Naquele momento, sua mente era dela.

O andar felino e cadenciado... dedos em seus lábios....

A magnitude e soberania que dominava qualquer um... Unhas arranhando suas coxas....

O perfume inebriante que invadia e aguçava seus sentidos... Suas mãos acariciando seus seios...

O profunda intensidade e mistério daquele olhar .... Mordida com vontade nos lábios...

 A tentação de boca esculpida pelas deusas... Dedos deslizando em seu sex* molhado....

 A voz absurdamente sedutora, um pecado sussurrado dizendo seu nome... “Srta Niehaus”... Descarga elétrica...primeiro espasmo.

A pressão e o calor do corpo dela colado ao seu... Gemido involuntário....Perda momentânea da coordenação. ‘’Puta merd*...’

Ser envolvida por seus braços... Corpo totalmente eletrizado... Cosima estava entregue em sua cama, enlouquecia de prazer.

O andar, a voz, o olhar, o cheiro, o poder, o calor, aquela boca... ‘’Meu Deus....’’ Cosima gemia indecentemente, explodindo num orgasmo avassalador, anestesiando seus sentidos por segundos intermináveis, lançando-a num delírio de sensações que impeliam sua consciência a gravitar em direção a ela... Aquela Deusa fascinante e misteriosa. Perdida em meio aos espasmos que iam e viam, mal percebeu seu telefone tocar.

Como era possível conhecer alguém a tão pouco tempo e ter todo o bom senso e discernimento roubados daquela forma? Parecia que Delphine estava em todos os lugares ao mesmo tempo... usurpando toda a atenção de Cosima e destruindo sua concentração. A insistência do celular que vibrava na cama a aborreceu.  Que saco! Certamente era Shay querendo continuar de onde pararam ou se mesmo para se desculpar, mas Cosima não tinha certeza se seria capaz de falar com sua namorada... não depois de ter tido um orgasmo épico e alucinante pensando em outra mulher. Era oficial: Cos estava tremendamente fodida! Ela sentia isso e principalmente sabia que Shay não merecia aquilo, mas tão pouco merecia ser ignorada.

- MERDA! – Cuspiu entre os dentes enquanto alcançava o celular, preparando o tom de voz mais amistoso possível quando atendeu a chamada, torcendo para que Shay não percebesse sua voz ofegante, levantando qualquer desconfiança referente ao o que tinha acabado de acontecer.

- Oi, minha linda... – Cos se esforçou, pressionando os olhos. Um breve silêncio do outro lado da linha a alertou. O que estava acontecendo?

- Oiu... Srta. Niehaus? – PUTA QUE PARIU!  Era tudo que ela definitivamente NÃO precisava! A intrometida que invadiu seus pensamentos e acendeu seus desejos estava ali, do outro lado da linha!. Parecia que seu coração tinha sido mergulhadoo em um balde de gelo, para em seguida ser aquecido nas caldeiras do inferno.

 - A-alô... Professora Cormier. – Pigarreou. A voz tremida era uma evidência clara de que não estava em seu normal, sem contar sua respiração que estava longe de estar normalizada após a intensidade daquele orgasmo e voltou a acelerara ainda mais com aquele telefonema. Delphine ponderou por poucos segundos do outro lado.

- Espero não estar atrapalhando nada – Era incerteza o que Cosima pensou ouvir naquela voz sempre tão segura? Frio na barriga. O que tinha aquela voz? Não era possível!

- NÃO! – Mais alto e incisivo que o necessário – Imagina... Nada demais – Pausa para buscar o fôlego que tanto precisava – Estava... eh... estudando. – ‘’Que imbecil! Isso não vai colar, vai?’’ Nova pausa do outro lado da linha. Com certeza sua professora estava analisando aquela situação. Não tinha como ela saber, né? Cosima mal era capaz de raciocinar com coerência. Entretanto, a ausência de palavras a incomodava demais – O que posso fazer por você, professora?

- Hum... É sobre a nossa reunião de orientação marcada para amanhã. Infelizmente tive um imprevisto pessoal e precisarei me ausentar. – Delphine pausou, esperando por uma resposta que não veio. Prosseguiu – Todavia, precisamos dar início a sua pesquisa com brevidade. Sendo assim, solicito que prepare uma breve apresentação de seu projeto que deverá ser exposto em minha aula na próxima quarta-feira.  – Cosima processava as informações com dificuldade, estava numa puta situação extremamente embaraçosa. Encontrava-se nua, jogada na cama, o corpo todo ainda completamente trêmulo... tremor esse que fora provocado justamente por quem estava do outro lado da linha. “Timing perfeito!” – Srta. Niehaus? Ainda está ai?

- Sim... er, me desculpe. – Cos pigarreou, piscando várias vezes, se esforçando para puxar a manta da cama e se cobrir, como se Delphine pudesse vê-la naquelas condições. – A apresentação também será para seus estudantes? – Tentou imprimir um tom formal na voz.

- Exato. Todos os meus demais orientados receberam as mesmas instruções. – O tom de Delphine era impassível. Cosima não conseguia distinguir a composição daquelas palavras. A cordialidade e até a gentileza presentes na outra noite, não estavam ali e Cos suspirou baixinho. De repente, uma surpresa. – E... como está o seu pé? – Seus olhos semicerraram involuntariamente. Ela jamais esperaria por aquela pergunta, pelo menos não naquele momento. Perguntou por mera educação ou por sincero interesse?

- Bem melhor, graças ao Dr. Morin – Breve silêncio dramático – O que me lembra que eu... eu preciso, éh... gostaria de agradecê-la.  – Novo pigarro. Aquilo já ultrapassava o limite do ridículo. - Felix foi muito gentil e fui extremamente bem atendida no hospital. Eu... Não sabia que sua mãe era médica. – O que? Cosima enlouqueceu, só podia! Quem ela pensava que era para estabelecer qualquer tipo de conversa informal com a PhDeusa? No mesmo segundo, constatou que havia ido longe demais em sua tentativa de quebrar o gelo quando imaginou ter ouvido sua professora hesitar do outro lado, mudando o rumo da conversa.

- Fico contente em saber. Bom, nos vemos na quarta, então. Tenha um bom domingo, Srta. Niehaus – As palavras eram amistosas, mas o tom era sério. Delphine ainda aguardou a despedida de Cosima, desligando em seguida.

‘’Que Ártemis me ajude!’’ Cosima finalmente soltou o ar preso por tempo demais em seus pulmões. Sentiu aos pouquinhos o coração voltando ao normal e pode finalmente tentar processar tudo aquilo.

Jamais havia passado por nada parecido. Que poder era esse que aquela mulher exercia sobre ela? Que inferno era esse? A coisa tava séria num ponto que só em pensar na desorientadora tudo em seu corpo se inflamava. Aquilo definitivamente não estava certo. Bufou, claramente estressada.

Sentou-se na cama, encarando novamente a imagem de sua professora, analisando-a com olhar suplicante, exigindo algum tipo de explicação seja lá o que tivesse acontecendo. Que atração avassaladora era aquela e como diabos ela conseguiria encará-la depois do que tinha feito pensando nela?

- Quem é você, Delphine Cormier? – Um novo toque em seu celular a fez estremecer. Era Shay! – Aaah! Eu mereço! – Desabou na cama, cobrindo a cabeça e abafando seu grito.

 

*****

Glossário:

¹ Panteão: Lar dos Deuses e dos Heróis.


Fim do capítulo


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