Capítulo 13:DE VOLTA À INVESTIGAÇÃO
Aquela foi a última vez que vi minha mãe antes que ela partisse de Nova Esperança. Foram no dia seguinte, foi o que eu soube pelo meu pai, que veio se despedir de mim, prometendo-me que era uma questão de tempo e paciência para que minha mãe aceitasse a situação e faria de tudo para nos reconciliarmos.
Marisa como se quisesse compensar redobrou o carinho comigo e no nosso aniversário de 1 mês de namoro, preparou-me uma surpresa linda. Levou-me para uma cabana na serra, a mesma que fomos pouco tempo depois que nos conhecemos, entretanto, a surpresa foi uma demonstração a parte de dedicação e carinho, que me marcou para sempre.
Vendou meus olhos, e apesar de saber que estávamos subindo a serra, minha ansiedade só se comparava a de uma criança indo a um parque de diversões. Ao chegarmos, Marisa me conduziu pela mão até o interior da cabana, tirou a venda dos meus olhos, e o que vi foi atmosfera mais linda e romântica que nem os filmes clássicos de Hollywood conseguiriam chegar aos pés.
A cabana inteira à luz de velas, o som tocava Maria Gadú, a mesa posta, com pratos elegantes, talheres de prata, taças alinhadas, e no centro da mesa um lindo arranjo de rosas vermelhas. Meus olhos brilhavam tanto, que mesmo diante daquela luz escassa, Marisa pode vê-los marejados.
- Meu amor...
Foi tudo que consegui dizer antes de deixar as lágrimas emocionadas banharem meu rosto. Marisa enxugou-as com o dorso da mão, e visivelmente comovida com minha reação chorou junto comigo, abraçando-me tenramente.
- Eu preparei tudo pra uma noite perfeita meu amor, quero que seja inesquecível. – Sussurrou Marisa.
- Já está sendo inesquecível meu amor.
Beijei seus lábios suavemente, estampando um sorriso mais do que sincero de agradecimento por aquele momento singular. Marisa serviu-me um cálice de vinho tinto, e à beira da lareira namoramos sem pressa, trocando carícias singelas, sem muitas palavras, elas não eram necessárias. Jantamos com calma, e como todo o resto, estava perfeito. Nossa troca de olhares apaixonados beirava o ridículo para a ótica dos descrentes no amor, mas para nós, era a confirmação de um sentimento que crescia a cada dia.
E quando eu achei que a noite já estava mais do que perfeita, Marisa continuou a me surpreender. No quarto, a cama coberta de pétalas de rosas me emocionou mais uma vez. Como se não bastasse, com muita sutileza, Marisa sentou-me no meio daquelas pétalas, retirou minhas sandálias, e ficou literalmente aos meus pés, retirou debaixo da cama uma bacia com sais aromáticos, os banhou, massageando meus pés e pernas com óleo perfumado.
Aquele gesto foi um dos momentos mais sublimes e sensuais da minha vida, sentia meu corpo vibrar, meu coração acelerar, e não conseguia esconder meu sorriso apaixonado. Marisa enxugou meus pés, beijou-os, e levantou-se, abrindo o zíper do seu vestido deixando que ele escorregasse ao chão, exibindo um espartilho de renda preta, cintas ligas na mesma cor, e uma calcinha fio dental do mesmo tecido.
Perdi o fôlego diante daquela visão. Não só pelo corpo de minha namorada que tanto me dava prazer, mas pelo clima, por saber que ela pensou em cada detalhe para me dar uma noite ainda mais especial. Marisa caiu sobre mim forçando meu corpo deitar-se na cama, e delicadamente despiu-me cobrindo minha pele de beijos.
Gradualmente as carícias suaves encheram-se de volúpia, e os beijos pelo meu corpo se transformaram em um passeio da língua de Marisa pela minha pele, que ch*pou meus mamilos eriçados, mordiscou a minha orelha,enquanto minhas mãos exploravam aquela lingerie sensual. Com dificuldade desabotoei o espartilho, a entrega de nossos corpos aconteceu instantaneamente, com movimentos sensuais, Marisa roçou seu sex* no meu, até senti-lo encharcado para assim, penetrá-lo, me levando a loucura.
- Isso amor... Fica dentro de mim... Mexe...
Gemia, e Marisa esboçava um sorriso safado remexendo-se sobre mim, e com aqueles movimentos deliciosos g*zei facilmente.
A noite poderia ter sido de paixão caliente por horas, pela noite inteira quem sabe, se não fosse o fato da atrapalhada aqui ser alérgica a flores, o contato com as pétalas espalhadas na cama, desencadeou uma crise de espirros incontrolável, meus olhos coçavam, minha garganta, meu ouvido, quebrando qualquer clima romântico que minha namorada com tanto esmero planejou.
Marisa retirou a colcha da cama, sacudindo as pétalas de rosas fora da cabana, enquanto eu procurava na minha bolsa o meu anti-alérgico.
- Mah desculpa... Estraguei tudo...
- Meu amor... A culpa foi minha... Que doutora é essa que você arranjou que não sabia que você era alérgica?
Sorri tímida, enquanto Marisa me abraçava com todo carinho, e meus espirros ainda me atormentavam, minha garganta irritada e meus olhos quase fechados não deixava que eu escondesse minha saúde débil ainda.
- Eu estou aqui para cuidar de você meu amor.
Aos poucos o meu mal estar foi dando espaço ao sono pacificador nos braços de Marisa, nem lembro ao certo em que momento dormimos, fomos acordadas pelo sol entrando pela varanda, Marisa beijou minha face e levantou-se, voltando poucos minutos depois ordenando:
- Você precisa de um café reforçado, vem comigo.
Na varanda da cabana, Marisa preparou uma mesa linda de café da manhã. A paisagem à nossa frente parecia um cartão postal bucólico. Serviu-me com o mesmo olhar apaixonado da noite anterior, e eu completamente bestificada com a mulher que eu tinha ao meu lado chegava a duvidar que aquele momento fosse real.
Depois do café nos aconchegamos na rede, abraçadas, trocando sorrisos e beijos carinhosos:
- Meu amor você é perfeita... Eu nem sei o que dizer para agradecer esse aniversário de namoro... Foi tudo lindo... Estou completamente sem palavras...
- Você sem palavras é algo bastante raro... -Marisa disse sorrindo.
- Mah eu te amo.
Nem me dei conta que aquela era a primeira vez que eu dizia isso a Marisa, que me olhou surpresa,mas logo em seguida abriu um sorriso largo beijando-me apaixonadamente.
- Está tudo maravilhoso meu amor, mas temos que ir embora, meu plantão começa meio-dia no hospital.
- Então vamos... Mas será que temos um tempinho para batizar essa rede?
- Hum... Batizar?
- É... Nunca fiz amor numa rede...
Marisa sorriu, enquanto minhas mãos já se perdiam por baixo de suas roupas. Naquele cenário paradisíaco nos amamos tendo apenas a natureza como testemunha.
Os dias se passaram tranqüilos, até eu receber do tal contato do Dan no Ministério das Relações Exteriores, um extenso arquivo sobre as investigações feitas na época da morte da família do embaixador. Não havia nada diferente do que eu já tinha descoberto pelos jornais, exceto por uma informação, o contato da família do motorista de confiança do embaixador.
Travando uma luta interior entre meu amor por Marisa e a confiança construída entre nós, e minha curiosidade não só jornalística, anotei os endereços expostos no arquivo a fim de investigar a fundo posteriormente.
Fernanda e Artur tentavam me convencer em apoiá-los na investigação da madeireira Ramos, revelando um grande furo de reportagem.
- Alexandra, você não pode nos proibir de seguir com essa investigação, ela pode nos dar visibilidade como jornalistas e colocar esse jornal no cenário nacional! – Exclamou Fernanda.
- Eu não posso permitir que vocês arrisquem assim a vida de vocês! O Daniel disse que a sorte de vocês foi a polícia ter prendido vocês, se os seguranças ao invés dos policiais tivesse flagrado vocês, vocês não estariam aqui para contar a história!
- Não foi sorte, nós avisamos a polícia... Sobre a invasão de estranhos em propriedade privada. – Artur esclareceu.
- Vocês são loucos! Nem me comunicaram nada!
- Nós sabíamos que você não permitiria... – Disse Fernanda desconfiada.
- Alex, nós conseguimos provas que tem gente graúda acobertando as ações ilegais da madeireira Ramos. – Artur falou empolgado.
- Que tipo de provas? – Perguntei.
- Fotografei a entrega de uma maleta cheia de dólares, Adilson Ramos, filho do dono da madeireira, entregando pessoalmente o dinheiro a Carlão Melo.
- Quem é Carlão Melo?
- Braço direito do ministro do Meio Ambiente. Ele está envolvido num esquema de vendas de autorizações para desmatamento de áreas protegidas pelo IBAMA. – Respondeu Fernanda.
- Correm boatos em Brasília que ele substituirá o ministro próximo mês quando ele se afastará para concorrer ao senado.
- Como vocês conseguiram sair de lá com essas fotos? Não apreenderam o cartão de memória da sua câmera Artur? – Perguntei.
- Sim, mas não levaram minha caneta... – Artur respondeu com um sorriso nos lábios.
- E o que tem sua caneta?
- É uma caneta espiã... Maravilhas da internet... É uma câmera fotográfica disfarçada! – Falou Artur orgulhoso.
- Mas se vocês tinham essas provas por que não as entregaram à polícia?
- Por que não prova diretamente nada, precisamos de provas que a madeireira está extraindo madeira ilegal, e que estão sendo protegidos pelo alto escalão do Ministério. – Respondeu Fernanda.
- E eu posso saber como vocês vão conseguir a prova dessa ligação?
- Não posso revelar por enquanto, mas temos um contato, um ex-funcionário da madeireira, disposto a vingar-se dos donos que negaram seus direitos depois de um acidente com uma motosserra no qual ele perdeu um braço.
Andei de um lado para outro enquanto meus repórteres esperavam ansiosos minha decisão.
- Primeiro: quero saber cada passo dessa investigação. Segundo: ninguém mais pode saber sobre ela. Terceiro: Vocês vão me prometer ter todo cuidado do mundo nesses contatos, e com essas provas, e por último: boa sorte!
Artur e Fernanda festejaram me abraçando.
Meu web romance continuava fazendo sucesso, e Marisa me inspirava ainda mais, tornou-se uma leitora fiel, se derramando em elogios à minha escrita. Estávamos mais unidas do que nunca, nossa relação não era mais segredo para as línguas desocupadas da pequena cidade, apesar de se incomodar com isso, Marisa não mudou nossa rotina.
Descobri pesquisando na internet que o contato da família do motorista do embaixador era de um telefone de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, como eu teria acesso a essa família para mim ainda era uma incógnita.
Dois meses se passaram tranqüilos, minha mãe continuava insensível aos argumentos de meu pai, e assim, continuava sem falar comigo. Marisa me incentivava a manter contato mesmo assim, notava o quanto ela prezava por meu relacionamento com meus pais. Fernanda e Artur continuavam com a tal investigação sob minha supervisão e durante esse tempo praticamente esqueci-me da minha investigação particular até que, ouvi um telefonema estranho de Marisa:
- Não Larissa! Não vou colocar todo esse tempo de sacrifício em risco, você sabe o que está em jogo! Essa á única garantia que tenho, é a minha moeda de troca. Não, minha resposta é não! E já estou cansada, quero a certeza que ele está vivo, apresse isso, há meses não tenho notícias dele, preciso de informações o quanto antes. Larissa é a da vida do meu pai que estamos falando!
Arregalei os olhos e ao perceber que Marisa vinha em minha direção escondi-me atrás da cortina, atrapalhada como sempre, enrolei-me no tecido, derrubando um jarro colocado na mesa de cabeceira do quarto de Marisa que vinha da varanda com uma expressão preocupada:
- Alex eu vi você aí, deixa de palhaçada saí daí... E a propósito, você me deve um jarro de porcelana...
Saí com aquela cara de criança que tem certeza que vai ficar de castigo:
- Desculpa Mah... Eu ouvi sem querer... Derrubei sem querer também o vaso...
- Sei... Preciso sair meu amor, tenho uma reunião na universidade, você me espera aqui?
- Hurrum.
Marisa agiu com naturalidade, evitando assim explicar sua expressão preocupada e o teor tenso da conversa que ela sabia que eu ouvi. Fiquei no seu quarto, perdida entre minhas hipóteses, e minha curiosidade voltou a me atiçar. Marisa falou de seu pai, sobre a vida dele, entretanto, ela me deu a entender quando nos conhecemos que ela era órfã de pai e mãe. Do que ela estava falando afinal? Moeda de troca? O que seria essa moeda de troca? Como assim ela não sabia se ele estava vivo? Ele seria seu pai? Eu precisava reler meus arquivos, e agora, eu precisava ir à tal cidade gaúcha investigar a família do tal motorista do embaixador.
Nos dias posteriores, Marisa acordava com pesadelos freqüentemente, algumas vezes gritava pelo pai, eu sempre a abraçava sentindo seu corpo trêmulo, chorava sem me dar explicações, assustada, ela me abraçava forte, até voltar ao sono e no dia seguinte nada falava, fugindo de minhas perguntas sobre os pesadelos, ela respondia apenas:
- Foi um sonho ruim apenas, nada mais.
Entretanto, Marisa na maior parte do tempo aparentava preocupação, sentia sua angústia, e eu me sentia impotente por não poder ajudá-la e magoada por sentir que ela não confiava em mim para compartilhar o que a afligia tanto.
Reli meus arquivos, constatando o que eu lembrava sobre o tal motorista do embaixador, que seu corpo nunca fora encontrado, deduzi então, que Marisa poderia ser filha do motorista desaparecido, e de alguma forma ela o protegia. Mas como? O que aquelas fotos que encontrei no seu quarto tinham haver com todo esse mistério? Se eu pudesse ver as fotos mais uma vez... Quem sabe fazer uma cópia delas...
Em certa ocasião, aproveitei que Marisa cuidava do jardim, fingi que dormia para ficar a sós no seu quarto, e sorrateiramente procurei o tal álbum que encontrei por acaso meses atrás. E o pior aconteceu, Marisa entrou de surpresa no quarto enquanto eu mexia no seu guarda-roupa:
- Perdeu alguma coisa aí Alexandra?
Pálida, olhei para Marisa procurando alguma desculpa em minha mente confusa:
- Você tem absorvente interno amor? Onde você guarda?
- No armário do banheiro... Você sabe disso... Mas você está menstruada de novo? Semana passada você estava...
- Pois é, acho que está desregulada.
Marisa me olhou desconfiada, adiantando-se em fechar a porta do guarda-roupa, percebi então, que não seria fácil encontrar as tais fotos, tinha que seguir outra pista, e decidi visitar Calhetas, a cidade gaúcha da família do motorista do embaixador.
Procurei meu amigo de confiança, o Dan, para pedir folga de dois dias para viajar até a cidadezinha, combinando com ele de dar uma desculpa que estava me enviando para alguma reunião ou congresso da área de cultura. Mesmo não gostando da idéia de eu arriscar meu namoro com Marisa por essa curiosidade absurda, ele consentiu advertindo:
- Saiba que se Marisa descobrir os extremos que você está atingindo para descobrir o mistério que ela esconde, ela não vai te perdoar, você está preparada para isso?
Senti um aperto no peito quando ele me perguntou isso, por que no fundo eu sabia o quanto eu estava arriscando com esse tipo de atitude:
- Dan, eu só quero ajudar. Saber mais da mulher que eu amo, e provar que ela pode confiar em mim, contar comigo para tudo...
Não consegui convencer nem a mim mesma nessa argumentação, eu tinha sim isso como motivação, mas minha curiosidade, meu faro jornalístico tinham grande influência nas minhas ambições. Dan balançou a cabeça negativamente e disse:
- Não concordo com isso, mas como sei que não vai adiantar tentar te convencer do contrário, pode deixar, eu te cubro... Até mesmo por que adoro romances policiais, de mistério, mas amiga, prefiro histórias com finais felizes... Então cuidado com o amor que a vida te presenteou.
Engoli seco, e saí da sala dele depois de me despedir. Fui para casa arrumar minhas malas quando Marisa chegou:
- Oi amor, está ocupada? – Perguntou-me depois de selar meus lábios com um beijo.
- Um pouco, estou fazendo minhas malas.
- Malas? Aonde você vai?
- Para um congresso de cultura brasileira em Porto Alegre, volto em dois dias.
- Você não me disse nada sobre esse congresso...
- O Dan pediu que eu fosse representá-lo, hoje de manhã.
- Hum... Se soubesse há mais tempo, poderia ir com você...
Beijei-lhe com carinho e disse:
- Teremos outras oportunidades de viajarmos juntas meu amor...
- Vou ficar morrendo de saudades, dois dias serão uma eternidade!
- Vai passar rapidinho... Mas o que você acha de... Uma despedida gostosa...
Disse isso descendo minhas mãos pelas pernas de Marisa, roçando meus lábios nos dela. Marisa sorria enquanto seu corpo arrepiava:
- Que horas é seu vôo?
- Daqui a quatro horas...
- Então temos tempo para nos amar!
Empurrou-me para a cama, caindo por cima de mim, roubando-me beijos urgentes, famintos acompanhados de mãos sedentas que exploravam meu corpo acendendo ainda mais o desejo de ambas. Marisa despiu-me rapidamente, praticamente rasgando as roupas do meu corpo, sentindo a umidade abundante do meu sex*, penetrou-o com a autoridade de quem conhecia o prazer que proporcionava ao meu corpo. Gemi alto com os movimentos dos dedos de Marisa dentro de mim, arqueando meu tronco me oferecendo à sua boca, enquanto me penetrava, Marisa sugava meus mamilos levando-me à loucura e ao ápice.
Desejava o corpo quente de Marisa, tomei sua boca ofegante, apalpando seu bumbum, seus seios, deslizei minha língua por seu pescoço, descendo pelos seios, barriga, umbigo, até encaixá-la entre suas pernas, lambendo toda extensão da vulva, sorvendo aquele líquido quente que se derramava. Suguei com vontade, usando minha língua para massagear o clit*ris de Marisa que se oferecia ainda mais à minha boca, segurando minha cabeça como se me guiasse aos seus pontos mais sensíveis, remexendo-se e gem*ndo Marisa se entregava:
- Vai meu amor, me faz goz*r na sua boca...
Penetrei meus dedos sem parar de ch*pá-la, sentindo o orgasmo de minha namorada se anunciar pela vibração do seu sex* e o tremor de suas coxas:
- Aaai...Alex...
Jogada na cama, Marisa respirava rápido, com um sorriso nos lábios. Abracei-a sentindo seu coração acelerado e sussurrei:
- Vou levar seu gosto e voltar correndo pra te amar mais uma vez minha mulher...
- Eu te amo Alexandra.
Meu coração quase salta pela boca ouvindo essa declaração de Marisa, e um misto de felicidade e apreensão tomou conta de mim, minha consciência pesou por estar mentindo assim para a mulher que eu amava e que acabara de se declarar a mim, e por colocar em risco esse amor em detrimento de uma curiosidade, as palavras de Dan ecoaram na minha cabeça e deixei que meu coração se entregasse aquele momento:
- Eu também te amo Mah, como nunca amei ninguém.
Marisa me deixou no aeroporto da cidade vizinha, e segui para Porto Alegre com minha consciência pesando uma tonelada, vendo minha namorada acenar para mim com um sorriso tão sincero. Antes de embarcar ainda recebi uma mensagem de texto dela:
- Volte logo para mim meu amor.
Desembarquei em Porto Alegre no fim da noite. Segui para o hotel protegendo-me do frio intenso que fazia, a primeira coisa a fazer ao me acomodar na suíte foi ligar para minha namorada, namoramos por telefone até adormecermos com o fone no ouvido.
No dia seguinte, acordei cedo, ansiosa para cumprir a minha missão. Aluguei um carro e segui para Calhetas, segundo informações e o mapa que eu tinha, seriam três horas de viagem. Foi uma viagem tranqüila, e cheguei no horário previsto, a partir daí a maratona para chegar ao endereço começou. Duas horas depois, identifiquei a tal rua, e cheguei à casa, sem saber direito o que perguntar, afinal não tinha formulado nenhuma história para justificar minha presença ali, apertei a campainha estalando os dedos nervosa.
Era uma casa grande, portões de ferro que guardavam uma arquitetura tradicional, ao quais lembravam os moldes de casas alemãs com suas portas de madeira, telhado alto e varanda. Sem muita demora, uma senhora baixa, de pele alva, com seus 60 anos, atendeu à porta.
- Pois não?
- Bom dia senhora, estou à procura da família do Sr. João Marcos Pimentel. A senhora é parente dele?
- João Marcos Pimentel? Não, não conheço.
- A senhora mora aqui nessa casa há muito tempo?
- Não, moro aqui acerca de oito anos, antes morava na zona rural da cidade.
Decepcionada por ter viajado em vão, não consegui disfarçar minha frustração, a senhora desceu os degraus se aproximou do portão e perguntou:
- Como você chegou até minha casa?
-Recebi informações que esse endereço é da família do Sr. João Marcos Pimentel, ele trabalhou na embaixada do Brasil em Honduras, estou fazendo uma pesquisa sobre a morte do embaixador Alcides Muniz Campos.
- Essa casa ficou fechada muito tempo, mas não conheci quem morava aqui antes. Meu filho comprou e me deu de presente, mas ele mora na capital.
Todos aqueles nomes pareciam não ser familiares àquela senhora. Minha viagem e minha mentira para Marisa foi mesmo um esforço inútil. Agradeci a educação da senhora, e me despedi. Quando voltava para o carro, ouvi o chamado de outra senhora no portão da casa vizinha:
- Moça!
Caminhei até ela quando a vi acenando para mim.
- Eu ouvi você falando com minha vizinha, sobre a família do Joca, você é parente dele?
- Não senhora, estou fazendo uma pesquisa da faculdade, sobre a morte da família do embaixador Alcides, o senhor João Marcos trabalhava para ele na época, nos arquivos constava esse endereço como sendo da família dele.
- Ah... Entendi... Pensei que você tivesse alguma notícia do Joca.
- A senhora o conhece?
- Conheci ainda meninote... Era amiga de sua mãe, depois que ela morreu, o Joca ficou morando aqui nessa casa - apontou para a casa vizinha – com a mulher dele, depois arranjou emprego em Brasília, mudou-se, mas a mulher dele e os filhos continuaram a morar aqui.
- Quando eles foram embora? A senhora lembra?
- Já faz muito tempo, primeiro o Joca sumiu, logo depois do assassinato de um embaixador e a família dele num país que não lembro o nome...
- Honduras?
- Acho que é isso, ele trabalhava com esse figurão. Depois que o Joca desapareceu, muita gente importante visitou a casa de Marta, a mulher do Joca. Ela era muito elegante, reservada, então não comentava muito sobre o sumiço do marido, o que se sabe é só boato, fofoca do povo...
- O que comentaram?
- Teve gente que comentou que o Joca estava devendo a pessoas perigosas, mas gente do governo estacionou aí muitas vezes com carros oficiais... Depois de algum tempo, Marta e os meninos se mudaram daí, a casa ficou praticamente abandonada, depois de uns dois anos uma imobiliária da capital a colocou à venda.
- Nunca mais apareceram?
- Não.
- A dona Marta, ela tinha quantos filhos mesmo?
- Eram dois, um casal, a menina era a mais nova, uma criança muito linda, o menino era muito esperto, parecia um homenzinho, talvez por que seu pai não morava com eles, sentia-se responsável pela mãe e pela irmã.
- A senhora lembra o nome deles?
- Nossa... Faz tanto tempo... Como era mesmo... O menino se chamava... Leonardo, chamávamos carinhosamente de Lelo, a menina tinha um nome pequeno, deixe-me lembrar... Lisa! Era o nome dela: Lisa.
Lisa! Era o nome que ouvi Larissa chamando Marisa, quando as flagrei num galpão. Então Marisa, se chamava na verdade Lisa, e era filha do segurança e motorista do embaixador, desaparecido desde a morte do seu chefe.
- A senhora não teve mais nenhuma notícia deles?
- Não minha filha, nunca mais soube nada deles.
Agradeci e deixei com ela o número do meu telefone, caso ela se lembrasse de mais alguma informação. Ao menos eu descobri a relação de Marisa ou Lisa com o assassinato de Alcides Muniz e de sua família. Voltei para Porto Alegre, tentando organizar meus pensamentos para determinar meus passos a partir daquela nova informação.
Minha mente formulava hipóteses fantásticas, colocando o pai de Marisa como assassino do embaixador, outras vezes como vítima. Muitas lacunas estavam abertas, onde estaria a família de Marisa, ela estava protegendo quem afinal? E aquele filme que encontrei no álbum? O que tinha ali afinal?
Como se sentisse que meus pensamentos estavam nela, Marisa me ligou quando cheguei ao hotel:
- Amor quando você volta? Já estou morrendo de saudades!
Meu coração acelerou ouvindo sua voz carregada de carinho, abri um sincero sorriso e respondi:
- Hoje mesmo meu amor, não agüento ficar longe de você.
- Jura? Mas e o congresso?
- Está muito chato... Já marquei presença, cumpri minha obrigação, daqui a pouco vou para o aeroporto.
- Que notícia maravilhosa! Antes de embarcar me avisa, vou te buscar em Serra Linda.
Ouvir Marisa me chamando de amor com aquela voizinha melosa, deu-me a certeza que eu já não tinha o que fazer ali, peguei o primeiro vôo de volta, chegando quase de madrugada à Serra Linda e como combinado, Marisa estava lá me esperando: linda, segurando uma boneca de pano, fofa, na camisola da bonequinha havia uma frase: “Minha vida é uma delícia com você”.
Abri um sorriso largo e a abracei forte. Ela me entregou a tal boneca, pulei feito criança que ganhara brinquedo novo.
- Ela está com meu cheiro... Dormi abraçada com ela ontem...
Cheirei a boneca confirmando o que Marisa disse, sorri e a abracei mais uma vez. Marisa dormiu em minha casa, evitei qualquer comentário sobre minha rápida viagem para não ser pega em pequenas mentiras.
Senti o tamanho da nossa saudade, quando Marisa começou a acariciar minhas pernas ainda no trajeto de volta dentro do carro, despertando o arrepio da minha pele. Mal entramos em casa e Marisa me agarrou por trás segurando meus cabelos com força, investindo sua boca sedenta no meu pescoço, deslizando suas mãos por minha cintura, habilmente desabotoou minha calça respirando forte junto ao meu corpo:
- Amor calma... – gemi
- Dá pra mim meu amor...
O sussurro de Marisa me excitou profundamente, facilitei o acesso de minha namorada abrindo minhas pernas, e ela empurrou-me contra a parede, intensificando os movimentos dos seus dedos dentro de mim inundando meu sex*. Marisa impunha mais força e velocidade nas suas estocadas dando-me mais prazer e antecipando meu gozo. Enquanto eu descansava contra a parede, Marisa despiu-me por completo, sedenta não me deu descanso, virou-me de costas e me conduziu até o sofá:
- Fica de costas amor... E dá pra mim.
Marisa disse passando a língua nos lábios. Mesmo não muito convicta que queria isso, obedeci, ela me dominava na cama, me encharcava de prazer. Deitou-se sobre mim, roçando seu corpo no meu, beijando minhas costas, deslizando sua língua até meu bumbum, e sem que eu percebesse sua mão estava entre minhas pernas, com seu corpo abriu espaço entre elas, e penetrou com dois dedos meu sex* e com o polegar meu ânus, alternando movimentos suaves, dando-me um prazer inédito.
- Vai amor, não páraaa.
Cada momento de paixão com Marisa parecia inédito, ela despertava em mim um prazer inexplicável, e mais uma vez ela me deu um orgasmo surpreendente, repousando sobre minhas costas, ofegante.
Aquela noite eu evitei minha própria consciência, também não queria continuar a divagar com minhas suposições, queria aproveitar aquele momento com a mulher mais incrível que eu já conheci, fosse ela Marisa ou Lisa, seja qual fosse o mistério que a cercava, era ela que tinha me mostrado o amor, e tinha me devolvido o brilho do meu sorriso, ou melhor, dando o sentido real dele.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Zildinha
Em: 27/11/2017
Oiee, boa noite! Eu simplesmente amo essa história, parabéns pelo ótimo trabalho. Mas só uma coisa, não tá faltando uma parte dela não?
Forte abraço!
Resposta do autor:
Está? Não sei, pode me apontar? Como estou postando simultaneamente outros contos, posso ter me confudido.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]