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ACONTECEU VOCÊ por contosdamel

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Palavras: 8485
Acessos: 8196   |  Postado em: 21/11/2017

Capítulo 6: DEPOIS DA CRISE...VEM MAIS CRISE

Era a própria: Marisa, segurando os risos tapando sua boca, fingindo intimidação com meu olhar irritado. Como ela conseguia ficar mais linda a cada dia? Eu sequer conseguia lembrar o porquê de estar tão mal humorada.

- O que foi? Está se divertindo?

- Muito... Você fica ainda mais adorável com esse bico sabia?

O comentário de Marisa me desarmou, ela era sem dúvida uma sedutora. Relaxei os ombros, ajeitei meus cabelos assanhados pela sequência de trapalhadas, abri um sorriso tímido enquanto Marisa prosseguia:

- Como foi a entrevista?

- Foi boa, o Dr. Ernani é um médico bastante experiente e careca...

- Han?

O último adjetivo saiu despercebido, bem típico da minha distração. Nem consegui remendar o comentário descabido, gaguejei, e Marisa interrompeu:

- Ficou decepcionada com a falta de cabelo do Ernani?

- Não... Na verdade minha decepção foi por outro motivo.

- Posso saber qual?

- Pensei que a entrevista seria com você...

Inesperadamente, Marisa ruborizou, nem sei de onde saiu a coragem para dizer isso, mas a reação de Marisa compensou o risco.

- Como posso compensar sua decepção?

Essa foi a vez de eu experimentar o rubor na pele. Marisa se aproximou um pouco mais, gesto suficiente para fazer minhas pernas tremerem, os olhos dela provocavam em mim uma espécie de hipnose, eu era incapaz de fugir deles.

- Você não vai me dizer como posso compensar você?

- É... Eu não sei... Outra entrevista?

- Eu topo... Mas o lugar da entrevista eu escolho.

- Eu concordo.

- Então, me dá a chave do carro... O lugar que vamos é surpresa para você.

Entreguei a chave do carro, e ainda extasiada pela presença de Marisa perto de mim, não desgrudei meus olhos dela, como se não pudesse evitar contemplá-la. Antes de sairmos, Marisa ligou o som do carro, foi mexendo como se procurasse a trilha certa, da sua bolsa tirou um pen drive, e escolheu Maria Gadú:

Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta
Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, né?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta


A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta
Você passa, eu paro
Você faz, eu falo
Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem
Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate
Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas trilhas caminham pra gente se achar, viu?
Eu ligo no sentido de meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta

 

Parecia feita para nós a tal composição da Gadú.  Mas afinal o que estava acontecendo comigo? Procurando detalhes românticos entre eu e uma mulher? Mas ficar imune ao jeito sedutor de Marisa, era uma tarefa impossível. Sem contar com a voz da Gadú que soava afrodisíaca naquele momento. No percurso para o local desconhecido para mim, fantasiei várias vezes que Marisa pararia o carro para me tomar com seus beijos ardentes ali mesmo dentro do carro, pela estrada cercada de altas árvores, no clima serrano que inspirava.

Marisa parou num descampado, com uma vista maravilhosa... Parecia um mirante, da lá vimos o anoitecer chegar, e as luzes da cidade lá de cima davam o clima especial, especialmente pelo friozinho que nos obrigava a ficar mais perto uma da outra.

- Gostou da vista?

- Sim, é lindo aqui... Você vem sempre?

- Sim, sempre venho.

- Acompanhada?

Marisa sorriu e de frente para mim, com aqueles olhos encantadores respondeu com uma indagação:

- Isso importa?

- Não quero ser só mais uma...

- Se isso te tranqüiliza... Quando venho aqui, venho sozinha, para pensar, quando estou precisando de calma, para tomar decisões importantes, para repensar atitudes... É em suma, meu refúgio.

A resposta de Marisa inexplicavelmente me encheu de confiança. Ousei me aproximar ainda mais dela, que estava encostada no carro. Quando parecia inevitável nosso beijo, Marisa perguntou com ar de malícia:

- Então o que você quer de mim?

Roçando meus lábios na face dela, eu disse bem perto de seu ouvido:

- Você nem suspeita?

- Estou me referindo a entrevista que você solicitou... O que você quer saber de mim?

A resposta pareceu um balde de água fria nos meus propósitos que eu julgava tão claros pelo calor de nossas peles grudadas.

- O que eu quero saber? Você me trouxe aqui para ser mesmo entrevistada?

- Claro Alexandra.

Como aquela mulher me deixava confusa! Como se fosse possível eu ficar mais atrapalhada ainda, as palavras dela me atordoaram. Afastei-me bruscamente, abri a porta traseira do carro buscando meu gravador. Lancei mão dele, apertei o REC e perguntei:

- Dra. Marisa, a senhorita está me fazendo de palhaça?

A cara de surpresa de Marisa diante do meu gesto foi impagável. E eu insisti:

- O que a senhorita pretende comigo afinal?

- Alexandra, eu não sabia que o teor da sua entrevista era esse...

Tomada de uma irritação surreal, eu me afastei ainda mais de Marisa que me olhava com cara de interrogação, e disse:

- Já tenho material suficiente para editar, vamos embora.

Entrei no carro, dei partida, e com as mãos na cintura Marisa me olhava com um ar de riso. Dei a ré no carro e fiz sinal para que ela entrasse no banco do carona.

- Vai ficar aí? Acho que aqui não passa táxi.

- Alexandra desça aqui! Agora! Vou responder suas perguntas!

Sem me dar chances de escapatória, Marisa abriu a porta, puxou-me pelo braço, me pressionou contra o carro e me beijou de uma maneira tão quente, tão intensa que meus gemidos foram inevitáveis. Minhas pernas não tremiam mais, elas simplesmente perderam as forças. Marisa encaixou uma de suas pernas entre as minhas, e a roçou enquanto sugava meus lábios desejosos de mais da boca, da língua dela saboreando da minha. Eu segurava sua nuca demonstrando minha intenção de não deixá-la se afastar de mim.

As mãos de Marisa já invadiam minhas pernas por baixo do vestido, minha pele eriçava inteira, meu sex* já estava molhado, como eu desejava aquela mulher! Nenhum toque, nenhum beijo me provocou essas reações antes dela. Marisa me suspendeu me colocando em cima do capô do carro, facilitando o acesso aos meios seios, eriçados de prazer. Sentia-me fora do chão, flutuando, até sentia meu corpo de movimentar suavemente, quando subitamente Marisa interrompeu as investidas me perguntou:

- Você puxou o freio de mão?

- Não quero frear nada, continua...

- Alex, o freio de mão do carro, ele está descendo!

Não que as sensações que meu corpo experimentava não pudesse me fazer flutuar, mas os movimentos que senti do meu corpo, era mesmo o carro se movimentando... Marisa soltou-me rapidamente, e saiu correndo atrás do carro a fim de consegui freá-lo, eu sem forças nas pernas escorreguei e me espatifei na grama e do chão, vi Marisa alcançar o carro, e pará-lo antes que ele despencasse serra a baixo.

Ao me ver estatelada no chão, Marisa correu para me ajudar:

- O que aconteceu? Eu te empurrei?

- Não, eu só escorreguei, está tudo bem... Ainda bem que você é rápida... A essa hora meu carrinho teria virado farofa lá em baixo...

Marisa me ajudou a levantar, posicionou seu braço em volta do meu ombro, e me conduziu até o carro, e disse:

- Vamos pra um lugar menos perigoso, terminar essa entrevista...

Eu me contentei em apenas concordar com Marisa com um sorriso tímido. No trajeto de volta, o olhar hipnotizante de Marisa já não era só sedução, percebi um carinho que me deixava ainda mais encantada por ela. Reconheci a estrada de terra, e enfim chegamos ao lugar da troca do nosso primeiro beijo: a casa de Marisa.

Muito atenciosa, ela me convidou para entrar, pediu licença para acender a lareira, e em poucos minutos apareceu na sala com duas taças de vinho. Sentou-se perto de mim, no sofá próximo a lareira e perguntou:

- Certeza que não se machucou na queda?

- Sim, tenho, obrigada.

- Nossos encontros deveriam ser patrocinados pela Gelol...

Sorri confirmando o comentário jocoso de Marisa, beberiquei o vinho, sem me perder do olhar fixo de Marisa.

- Então, vamos continuar com a entrevista? – Perguntou Marisa.

- Esqueci o gravador no carro, vou buscar. – Respondi com ar decepcionado.

- Mas tenho certeza, que as respostas que vou te dar, você vai gravar na mente...

Senti nesse momento a sensação de ter engolido uma centena de borboletas, Marisa até sem querer esbanjava sedução. Meu coração acelerou, a boca ficou seca, entornei a taça de vinho em um só gole com tanta sede que acabei me engasgando, derramando o vinho tinto na minha roupa.

- Ai que desastrada! Olha só o que fiz com meu vestido!

- Calma Alexandra, nada que sabão não resolva... Venha comigo, te dou um roupão, e coloco na máquina de lavar agora mesmo seu vestido, logo estará sequinho, pronto para você vestir.

Segui Marisa até seu quarto que como ela, era elegante, sóbrio, com uma cama espaçosa, as paredes em cores claras, uma poltrona de camurça com apoio para os pés, a janela do quarto tinha a vista do jardim lateral da chácara, um closet amplo, com uma porta que dava acesso ao banheiro, nele uma banheira no canto. Observei tudo enquanto me trocava, e Marisa se ocupava em lavar meu vestido.

- Pronto, daqui a pouco seu vestido está no seu corpo de novo... Se você quiser, claro.

Devo ter ficado mais que vermelha com a sugestão de Marisa, acho que fiquei multicolorida...

- Vamos para sala, a lareira está acesa, e você vai estar mais aquecida.

Quando voltamos à sala, Marisa tinha colocado na mesinha de centro alguns petiscos, e na lareira, espetos de marshmallow. Sentou-se no chão, perto da lareira, virando os pedaços da guloseima e convidou:

- Sente aqui perto de mim... Está mais quentinho aqui.

Não hesitei, não tinha dúvidas que meu corpo queimava perto dela, independente do fogo da lareira. Fiquei de frente para ela, esfregando minhas mãos perto do fogo, observando cada gesto dela, até ser flagrada por Marisa, se eu fosse um personagem de desenho animado, ela veria naquele momento dezenas de corações saindo pelos meus olhos...

- Quer um?

- Um o quê?

- Marshmallow... Você está olhando com tanta vontade...

Sorri e balancei a cabeça positivamente. Marisa entregou o espetinho advertindo:

- Toma, mas cuidado, está quente...

O aviso de nada adianta para uma pessoa “habilidosa” como eu. Mordi o pedaço de mashmarllow, e pelo calor que me queimou a língua, fui obrigada a cuspi-lo, derrubando o resto do espeto quente por cima de mim, e um deles, desceu pelo decote do roupão, provocando uma sucessão de abanos com as mãos e sopros. Marisa por mais que tentasse me ajudar, não conseguia conter os risos.

Depois de enfim conseguirmos controlar o “incêndio”, eu já estava praticamente com o colo desnudo, o que naturalmente atraiu a atenção de Marisa, e como eu gostava disso... Sentir-me olhada e desejada por ela.

- Você me disse que ia me trazer para um lugar menos perigoso e, no entanto, em menos de uma hora, estou sem roupas e queimada...

- É... Concordo com você, nesse momento, você está correndo grande perigo.

Marisa mordeu os lábios, baixando os olhos para meu colo, isso foi para mim, o gesto mais provocativo que eu já tinha sido alvo. Uma gota do marshmallow derretido escorreu pelo meu colo e delicadamente, Marisa deslizou o dedo indicador recolhendo o líquido, se deliciou lambendo o próprio dedo, e isso inexplicavelmente me excitava.

Respirei fundo como se isso fosse me trazer o auto-controle diante dela, mas foi inútil, até mesmo porque, Marisa se aproximou de mim com uma expressão faminta que me desestruturou ainda mais. Na aproximação Marisa desceu com sua boca pelo meu colo sugando o que ainda restava do marshmallow derretido, não contive o gemido, meu corpo queimava, minha respiração forte tentava compensar as batidas aceleradas do meu coração e minha pele se eriçava mais na medida em que Marisa subia com a língua entre os lábios beijando meu pescoço.

O inevitável aconteceu, nossas bocas se encontraram num desejo avassalador. A intensidade do beijo só aumentava e mais uma vez, percebi minhas mãos adquirirem vida própria e se perderem nas curvas do corpo de Marisa que se inclinava sobre o meu. As mãos de Marisa no meu corpo pareciam decifrar o meu desejo, tocavam e acariciavam exatamente no ponto certo me excitando de uma maneira absolutamente insana.

Os movimentos de Marisa em cima de mim, me davam um prazer inédito, o que desencadeou em mim uma série de questões sexuais... Só eu mesmo pra inventar uma crise sexual bem naquele momento... Aquele movimento de vai e vem era tudo que existia no sex* entre mulheres? Estava muito bom, mas eu sentia falta de algo...

Mesmo assim sentia meu sex* molhando pulsar a cada investida mais forte de Marisa que a essa altura já abrira meu roupão por inteiro. Com habilidade abriu meu soutien e sugou meus seios de forma tal que me fazia ter a certeza que as lésbicas deviam fazer um curso técnico sobre as zonas erógenas da mulher, não era possível que uma boca provocasse aquilo sem uma técnica secreta...

E pra minha surpresa senti a mão de Marisa descer entre minhas pernas, e seus dedos se movimentarem como se massageasse entre meus pequenos lábios, isso despertou um gemido rouco e na medida em que ela alternava os movimentos junto com o peso do seu corpo aquele prazer ia inundando meu sex*. Encharcada senti Marisa penetrar dois dedos na minha vagin*, devo ter feito cara de interrogação, por que Marisa me olhava sorrindo como se me dissesse, relaxe, é assim que se faz...

Dedos? Sério? Isso substituía o super membro masculino? Minha expressão de dúvida logo deu lugar a uma expressão de gozo iminente, quando Marisa intensificou as estocadas entre movimentos leves e fortes, rápidas e lenta, como se ativasse uma zona de prazer desconhecida para mim, a tal ponto que sem muito esforço o orgasmo se desenhou e se confirmou com meu corpo se arqueando e liberando um gemido que parecia estar preso dentro de mim a vida toda.

Sem forças, jogada no chão, ainda senti o carinho de Marisa acariciando meu rosto, como se contemplasse a minha expressão de prazer evidenciada por um sorriso abobado.

- Você está bem? – Perguntou Marisa.

- Acho que nunca estive tão bem em toda minha vida...

Acariciei o rosto de Marisa, ainda mais encantada por ela. Ela fechava os olhos com um sorriso sereno nos lábios, depois do prazer que ela me proporcionara, Marisa conseguiu a proeza de ficar ainda mais linda para mim. Puxei seu rosto para perto de minha boca e beijei-lhe com paixão, ousando deslizar minhas mãos por suas pernas e bumbum, apertando seu corpo contra o meu.

Subi minhas mãos por baixo da blusa de Marisa, sentindo sua pele arrepiar. Tirei sua blusa, e o soutien meia-taça deixava os seios dela protuberantes e lindos! Olhei para eles com um desejo estranho, nunca me imaginei beijando, apertando peitos! Apressei-me em desabotoar o soutien, ansiosa para ter na minha boca aqueles seios. Infelizmente e como era esperado vindo de mim, eu não tinha a mesma habilidade de Marisa para abrir soutiens... Atrapalhei-me toda, o que lógico provocou risos em Marisa, que logo veio em meu socorro, abrindo a peça habilmente, me dando espaço para aquela doce tarefa de me deliciar nos pequenos seios firmes de Marisa.

No início achei esquisito, mas a reação do corpo de Marisa diante dos meus beijos molhados em seus seios, acompanhados do passeio de minhas mãos no seu corpo me excitava de uma maneira que qualquer sensação de estranheza caiu por terra facilmente. A pele macia e com um perfume incrível me estimulava a deslizar minha língua por ela, sentindo o calor que emanava daquele corpo.

Como se estivesse vivendo um episódio do seriado que assisti, desci com minhas mãos e tentei abrir o botão da calça de Marisa... Doce ilusão que eu conseguiria com a mesma facilidade que as personagens da série... Marisa mais uma vez me ajudou, abrindo a calça e colocou minha mão sobre seu sex*, posicionando o que eu acreditei ser seu ponto mais sensível.

Imitei os movimentos que Marisa fez comigo, e como me deu prazer senti-la molhada, gem*ndo ao meu ouvido, penetrei meus dedos e deixei que as reações do corpo de Marisa me conduzissem naquele momento inédito para mim. Fiz meus quadris se movimentarem sobre Marisa enquanto investia nas estocadas, provocando nela o gozo que surtiu em mim o mesmo efeito do orgasmo por ela me dado.

Ficamos abraçadas ali, e que visão magnífica... O corpo nu de Marisa sob a luz do fogo da lareira. Lembrei-me da música do Jota Quest “vai dizer que o tempo, não parou naquele momento...”. Para mim o tempo tinha mesmo parado ali.

- Está com fome? – Perguntou Marisa.

- Na verdade sim... – Respondi com timidez.

- Vou preparar algo para nós.

Observei Marisa se levantar, como se assistisse a um espetáculo sensual, de fato, era isso que ela era. Não pude evitar olhar para ela bestificada não só pelas suas qualidades visíveis, mas também por suas habilidades inacreditáveis que ela acabara de me mostrar. Relembrei as sensações e suspirei alto... O que dedos talentosos eram capazes de fazer! O que para mim seria uma masturbação antes, naquele contexto foi uma expressão do sex* mais prazeroso que conheci. Entendi enfim, por que a minha amiga Renatinha me chamava de reprimida sexual, mal falava desses assuntos com ela, fazendo cara de espanto com as aventuras delas. Minha experiência sexual não era ampla, conheci Fernando na universidade, e ele foi o único homem com o qual eu consegui me entregar, na verdade o conceito de entrega na cama acabara de mudar...

Alguns minutos longe de Marisa se transformaram em uma eternidade. Fui ao seu encontro na cozinha, onde ela estava envolta em um hobbie de seda, com os cabelos presos, como ela conseguia ficar mais linda? Abracei-a por trás, roçando meu rosto no seu pescoço, sentindo-me enfeitiçada pelo seu perfume.

- A fome apertou? – Perguntou Marisa.

- Sim... Estou faminta de você.

- Ui...

Marisa sorriu mordendo os lábios, virou-se para mim e beijou-me lentamente, sugando minha língua arrancando meu gemido. Sujou minhas bochechas com a farinha do molho branco que preparava, abrindo um sorriso arrebatador para mim.

- Sossega... Ainda temos muito tempo para saciar essa sua fome... Primeiro o macarrão, depois...

- Acho que posso esperar. Mas se acontecer algo comigo, tenho uma médica competente aqui pra me salvar não é?

- Claro, não é esse meu segundo emprego? Salvar donzelas em perigo?

- Donzelas? No plural?

- É...

- Eu pensei que essa tarefa você só exercia comigo...

- Quanto egoísmo Alexandra!

Fiquei de bico... Uma expressão que Marisa já conhecia muito bem.

- Esse bico é covardia vai... Não resisto a ele.

Marisa desligou o fogão, e veio em minha direção novamente, puxando-me pela cintura sussurrando:

- Depende de você a exclusividade dos serviços.

- Ah é?

- Acho que você leva vantagem... Afinal você deu um grande passo hoje.

- Também acho que devo ter alguma vantagem nisso... Seria injusto concorrer com o monte de mulheres que te cerca.

- Que monte de mulher?

- Ah fala sério Marisa! Eu vi lá no churrasco, o monte de alunas te secando, e você babando por elas.

- Não vi nada disso... Se tivesse visto teria me aproveitado...

O ar de riso na face de Marisa me irritava, meu ciúme dela era completamente insano. Ela se divertia com isso.

- Da próxima vez te aviso. – Disse irritada.

- Pra quem era virgem nesse mundo de relacionamentos femininos, você até que é bem ligada.

- Virgem?

- É... Creio que sou a primeira, não?

- Claro que não!

Eu ainda não sei por que continuei nessa mentira inocente... Com a experiência de Marisa, era lógico que ela perceberia sem esforço que ela era minha estréia no mundo lésbico, e diga- se de passagem, estréia triunfal. Mas eu me irritei com o ar de superioridade dela beirando soberba por me desvirginar...

- Então você já esteve com outras mulheres sexualmente falando?

- Sim, já. Eu sempre vivi numa grande cidade, fiz faculdade de jornalismo, você acha mesmo que nunca tive uma experiência homossexual?

Marisa me olhava incrédula. E eu tentava disfarçar minha cara deslavada de mentirosa beliscando um pedaço de queijo cortado sobre o balcão da cozinha.

- Então, me enganei redondamente...

- Ainda vamos discutir o contrato de exclusividade de serviços?

Marisa me olhou desconfiada e repetiu:

- Depende de você. Vamos comer... O macarrão está pronto.

Marisa serviu o macarrão à carbonara na mesa da cozinha, e o vinho branco acompanhando. Além de tudo ela ainda cozinhava bem... Que covardia! Não economizei elogios para esse dote da médica, que tranquilamente como se dissesse: - É eu sei que sou muito boa nisso também – agradeceu e sorriu para mim.

Voltamos para a sala, Marisa trouxe um edredom, ligou o home theater, e abraçadas sob o edredom, deitadas no sofá, ouvimos Vanessa da Mata “nos dias frios em que nós estamos juntos, nos abraçamos sobre o nosso conforto, de amar...”. Conversamos muito durante a noite ao som do bom gosto musical de Marisa, que ainda incluiu Lenine, Isabela Traviani, Ana Carolina e Cazuza.

De longe, aquele foi o momento mais delicado, romântico e sensual de toda minha vida. Marisa tinha um jeito de tocar minha pele de uma maneira singular, suave e quente ao mesmo tempo. A voz dela perto do meu ouvido me arrepiava inteira. Eu sorria encantada com cada história que ela narrava sobre sua profissão, sobre sua vida. Revelou-me a falta que sentia de seus pais, já que os perdera há algum tempo, e evidenciou sua admiração por sua avó materna que era seu referencial de família.

Descobri que Marisa era muito mais do que aquele poço de beleza e sedução. Era uma mulher forte, inteligente, bem humorada, enfim, apaixonante, e eu, logo entendi que a paixão já mostrava sua cara para mim.

O vinho acabou, a noite ia avançando fria, mas o corpo quente de Marisa me mantinha aquecida e acordada. Naquela noite, fui dela mais uma vez. Marisa me levou para seu quarto, e com urgência me despiu novamente, jogou seu corpo sobre o meu em sua cama, cobrindo cada espaço de minha pele com seus beijos, até alcançar meu sex* molhado, invadindo-o com sua língua sugando com voracidade e movimentando-a em círculos me levando a loucura. Quando eu julgava não haver possibilidade de goz*r mais uma vez, Marisa introduziu seus dedos no meu sex* e massageou meu clit*ris com sua língua, acho que tive orgasmos múltiplos. Arqueei meu corpo segurando com força os cabelos de Marisa, deixando escapar um grito de prazer.

Exausta, relaxei meu corpo, enquanto Marisa se deitava sobre mim, descansando, respirando forte.

- Alex... Eu tenho que dizer isso: você é deliciosa!

- Eu? Mas você é que... É incrível.

Pegamos no sono abraçadas, e como fazia tempo que eu não experimentava a paz de um sono tranqüilo. Os sonhos eróticos que me perseguiram nos últimos dias não me atormentaram, acho que até meu inconsciente se convenceu que não era mais preciso fantasiar.

Acordar nos braços de Marisa era mais que a realização de um desejo... Era tão bom que me deixou tonta a visão que tive: aquela mulher linda com a face tão serena. Espreguicei-me sem perceber que estava na pontinha da cama, virei da cama para o chão. O barulho da minha queda despertou Marisa que se sentou imediatamente na cama, assustada com minha ausência ali me chamou apreensiva:

- Alexandra? Onde você está?

Ainda sem forças para levantar, apenas acenei com a mão dizendo:

- Aqui... No chão.

- Ai meu Deus! Alex você já começa seu dia assim? Você já caiu?

- Não, não caí, estou aqui estatelada no chão fazendo meu alongamento matinal...

Marisa riu com meu mau-humor, veio em minha direção, ajudou-me a levantar, deu-me um selinho dizendo com um sorriso que me desarmou:

- Bom dia pra você também...

Retribui o sorriso acariciando o rosto dela que mesmo recém-acordada, ainda esbanjava beleza. Sentou-me na cama novamente, certificou-se que não havia me machucado na queda e propôs:

- Que tal um banho quentinho?

- Ai, você acha que estou fedendo?

- Nossa Alexandra! Você só toma banho quando a fedentina sobe?

Sorri fazendo careta pra ela em seguida.

- Rapidinho preparo a banheira para nós?

- Nós?

- Sim... É um problema para você?

- Não nenhum, só não sabia que banho era um programa a duas... Vamos?

Estendi minha mão para Marisa, e ela me conduziu até o banheiro. Enquanto ela preparava nosso banho, eu continuava a observá-la com desejo pelo espelho, enquanto improvisava uma higiene oral.

- Venha, está pronto. – Avisou Marisa.

Abriu seu hobbie de seda, exibindo seu corpo impecável, me puxou pela cintura e tirou o laço do roupão me deixando como ela, nua e beijando-me, conduziu-nos até a banheira. O toque de Marisa na minha pele, junto com a espuma me excitava profundamente. Ela beijava meu pescoço, deslizava a esponja delicadamente, enquanto outra mão já se posicionava entre minhas pernas, provocando uma onda de tesão em todo meu corpo.

Marisa movimentou os dedos sobre meu sex* antes de penetrá-los arrancando meus gemidos enquanto ela sussurrava:

- Você me enlouquece sabia?

- Não pára... Vai...

Marisa me obedeceu e intensificou os movimentos de seus dedos dentro de mim, alternando as estocadas num ritmo que variava do forte ao suave, lento e rápido como se lesse o que me dava mais prazer.

Tomamos café juntas, sentadas no balcão da cozinha, trocando carícias e sorrisos. Não houve conversa sobre nossa condição, mesmo que eu estivesse ansiosa como uma adolescente que espera um pedido de namoro, eu contive minhas expectativas. Deixei-a na faculdade e cheguei ao jornal com um sorriso de orelha a orelha, chamando atenção de todos.

Sentei-me para a reunião de praxe no início do dia, não poupei elogios para minha equipe, entreguei minha entrevista com o Dr. Ernani a Luiza, para que ela transcrevesse. Encaminhei alguns últimos assuntos e segui para sala do Dan para saber a resposta dos patrocinadores.

- Tem gente que viu passarinho verde hoje... Ou será perereca?

Dan soltou uma gargalhada com o próprio comentário... Em outra circunstância eu teria me envergonhado, me feito de ofendida, mas naquele dia, nada ia interferir no meu humor.

- Vi nenhum bicho não... Quem gosta de bicha é você! Só acordei com a mulher mais linda do mundo...

Daniel sem dúvida se surpreendeu com a leveza da minha expressão ao responder sua piada.

- Quer saber tudo!

- Não mesmo! Sou uma dama, e damas não saem espalhando suas intimidades sexuais assim.

- Que mona fresca! Fala racha!

Dessa vez eu gargalhei, fiz cara de paisagem e disse:

- Daniel! Isso é um ambiente de trabalho, vamos me fala, tem resposta dos patrocinadores?

- Tenho, mas só falo quando você me contar sobre sua noite...

- Dandan!

Ele assoviou disfarçando sua chantagem até eu me entregar:

- Tudo bem... Foi uma noite maravilhosa, a mais incrível da minha vida, Marisa é perfeita em tudo...

- Estou boba! Menina que paixão é essa nesses seus olhinhos brilhando?

O comentário do Dan dessa vez despertou minha timidez, A surpresa dele era sincera, disfarcei insistindo sobre o assunto dos patrocinadores:

- Agora me fala... Os patrocínios?

- Então, conseguimos quatro bons patrocinadores, que gostaram da proposta, então essa edição, poderemos duplicar os números!

Abracei meu amigo e chefe, saboreando minhas pequenas vitórias na minha nova caminhada profissional. Nova Esperança estava de fato me renovando em todos os aspectos. De volta a minha sala, me concentrei num entrave: ligo ou não ligo para Marisa?

Dúvida cruel! E detalhe básico: nem ao menos o número do seu celular eu tinha. Meus dedos caminharam pela mesa até o aparelho de telefone dezenas de vezes, rabisquei todos os papéis disponíveis, imaginei mil motivos para justificar meu telefonema para Marisa, mas nenhum era seguro o suficiente para não me entregar como uma nova admiradora da melhor médica da cidade.

Lembrei do gesto de Marisa depois da noite do nosso primeiro beijo, e achei a idéia de retribuir a gentileza do lanche, perfeita. Claro! Levar o almoço para Marisa no hospital seria uma delicadeza e serviria para agradecer a melhor torta de morango do mundo. Chamei Berta e quase como se perguntasse uma informação secretíssima indaguei:

- Berta, qual o melhor restaurante da cidade?

- Deve estar com fome não é... Pode deixar Alexandra, eu providencio seu almoço.

- Não Berta! Eu estou apenas querendo saber qual o melhor restaurante da cidade, para quando eu precisar, saber onde ir.

- Ah claro... – Berta disse desconfiada.

- Então, você saberia me informar?

- Claro Alex! Bom, depende do seu gosto, se você quer comer uma boa massa, a Cantina das Massas é o melhor local, fica pertinho daqui, na rua de trás. Mas se quer algo mais requintado, o Julio’s tem uma culinária sofisticada, ah! Tem comida chinesa também, fica perto da universidade, no China na Caixa, coisa de estudante mesmo, fast food, mas é deliciosa a comida.

- Obrigada Berta.

- Você não quer mesmo que eu vá comprar? Vou rapidinho...

- Não Berta, eu mesma vou quando eu estiver com fome.

Ansiosa, mal esperei Berta sair da sala, peguei minha bolsa e saí em disparada, decidindo o que comprar para meu almoço com Marisa. Para não errar o cardápio, optei pela massa, já que ela mesma cozinhara um spaguetti na noite anterior. Como não conhecia profundamente o gosto dela, escolhi uma lasanha ao molho funghi, e segui para a universidade.

Equilibrando o depósito térmico com a comida, entrei no prédio do centro de ciências da saúde, à porta da sala de Marisa, pedi a secretária que me anunciasse.

- Desculpe senhorita, mas a Dra. Marisa está no hospital universitário.

- Você sabe me informar a que horas ela volta?

- Hoje ela não volta mais.

Decepcionada, voltei para meu carro e pensei: ela deve almoçar no hospital, vou até lá, acho que não terá problema. Só mesmo uma cabeça enlouquecida e apaixonada pensaria que não haveria problemas em levar almoço para diretora do centro de ciências da saúde no hospital universitário.

Mas eu estava privada de razão. Fui para o hospital e ansiosa afim de não servir o almoço frio para Marisa, andei rápido com o depósito solicitando informação à recepcionista sobre a localização da Dra. Marisa no hospital.

- Dra. Marisa está no ambulatório com os internos. A senhorita quer deixar algum recado ou entregar alguma encomenda?

A recepcionista simpática disse isso olhando para minhas mãos, sem graça respondi:

- Não obrigada.

Constrangida nem tive coragem de perguntar sobre a possibilidade de falar com Marisa, de repente me dei conta do papel que estava fazendo seguindo o rastro de Marisa pela cidade. Saí apressada como se todos reconhecessem o que eu acabara de me dar conta. Não ouvi o funcionário com as mãos lotadas de pacotes de algodão e gazes vindo em minha direção apesar do pedido insistente dele:

- Com licença senhorita.

Eu estava longe, formulando um plano no corredor e decidi: vou deixar o almoço para ela na recepção e um recado, assim ela me procurará depois. Infelizmente o coitado do funcionário não conseguiu desviar-se de mim diante da minha repentina parada. Resultado: o choque entre nós me empurrou para frente e nos levou ao chão, o funcionário por cima de mim, bati a cabeça na parede, e depósito térmico voou e ao cair sobre mim se abriu, espalhando a lasanha pelo meu cabelo.

O acidente chamou atenção dos que estavam próximos, inclusive da recepcionista que foi simpática comigo, e foi dela a iniciativa de chamar Marisa, uma vez que eu permanecia no chão, tonta pela batida da cabeça na parede. Um enfermeiro me ajudou a levantar, e na cadeira de rodas me levou até a emergência. O molho funghi escorria pelo meu rosto enquanto a mussarela se grudava no meu ombro. Eis que o Dr. Ernani, o mesmo que entrevistei no dia anterior surgiu, simpático me cumprimentou:

- Como vai Alexandra?

- Sentindo-me atropelada por um restaurante italiano...

O médico sorriu, e foi interrompido por uma técnica de enfermagem que cochichou algo com ele, em seguida, Dr. Ernani avisou:

- Foi um prazer revê-la apesar da circunstância Alexandra. A Fátima vai te levar para ser examinada.

Não entendi o motivo dele mesmo não me examinar, mas nem argumentei a tal técnica empurrou a cadeira de rodas até um consultório, bateu à porta, e Marisa abriu.

- Deixe-me adivinhar: outra queda?

Enquanto o molho funghi pingava da minha testa, tive a visão do paraíso: o sorriso de Marisa. A técnica de enfermagem empurrou a cadeira para dentro da sala, e saiu em seguida deixando-me a sós com Marisa no consultório.

- Outra queda e você não estava lá para me segurar... Cansou da função de minha salvadora?

- Olha que para esse emprego tem que ter mesmo competência...

- A Dra. Marisa está pedindo arrego?

Marisa sorriu e disse com uma cara safada:

- Já consegui o que queria... Não preciso mais salvar você pra te conquistar.

- Ah é assim?

Levantei-me indignada, acreditando que Marisa era apenas uma sedutora que colecionava conquistas. Mas me esqueci que estava numa cadeira de rodas e tonta como levantei tentei me apoiar na cadeira e ela andou para trás, e aí Marisa foi obrigada a desempenhar mais uma vez seu papel de heroína, puxou-me evitando minha queda e colando seu corpo no meu, quase encostando sua boca na minha.

Sentir o cheiro de Marisa já despertou em mim o mar de sensações que me acompanharam fielmente nos últimos dias. Marisa deslizou um dedo pelo meu rosto em seguida o lambeu e disse com olhar malicioso:

- Alex, tenho que te dizer: você está deliciosa, literalmente.

Abriu aquele sorriso desconcertante, e não resisti, sorri com ela, esquecendo-me do comentário cafajeste que ela fez antes de me salvar. Delicadamente, Marisa me levou até a maca, me fez sentar, e com compressas umedecidas limpou meu rosto, meus ombros, meu pescoço, e eu precisando que ela limpasse também minha baba que escorria pela boca olhando praquela mulher linda e delicada cuidando de mim.

Depois de melhorar um pouco minha aparência de travessa de massa, Marisa me perguntou:

- Onde você bateu?

- Bati? Onde?

- Sim Alexandra, me disseram que você bateu a cabeça na queda, onde?

- Na cabeça oras!

- É sua cabeça já não era tão boa, a batida deve ter piorado... – Marisa sorriu. – Estou perguntando onde sua cabeça bateu Alex.

- Ah! Na parede do corredor... Bati aqui de lado.

Esfreguei minha mão no galo que tinha subido logo após a queda. Marisa palpou minha face, fez alguns testes de reflexos, pediu que eu acompanhasse uma caneta com os olhos posicionando-a na frente dos meus olhos, mas eu mal via a caneta, nenhuma conseqüência da batida na cabeça, só a conseqüência de uma paixão avassaladora, não conseguia tirar os olhos dos olhos de Marisa.

- Alex? Você não está conseguindo acompanhar a caneta?

- Caneta? Que caneta?

- Essa aqui Alex!

Marisa exibiu a caneta e eu voltei à realidade.

- Ah claro, a caneta, o que tem ela? Preciso assinar algo?

- Deixa pra lá Alex, eu estou vendo que você está no seu estado normal...

O sorriso de Marisa era tão perfeito que nem fui capaz de me irritar com as piadas dela sobre meu jeito distraído e atrapalhado.

- Mas o que você veio fazer aqui antes de cumprir seu ritual de quedas?

- Você é tão engraçada...

- Ai adoro esse bico, já te disse isso?

Marisa me desarmava completamente com esse ar sedutor tão natural dela. Não conseguia impor minha indignação com ela, por não ser levada a sério.

- Eu vim trazer almoço para você... Procurei você na universidade e me disseram que você estava aqui...

- Então você estava me perseguindo com essa lasanha?

Balancei a cabeça positivamente tímida.

- Então ainda tenho tempo pro almoço... O que temos para comer?

- Marisa você não está vendo o que aconteceu com a lasanha? Que foi? Minha cabeça tonta passou pra você?

- Eu vi o que aconteceu com a lasanha... Você utilizou seu corpinho pra servir o almoço não é?

- Marisa!

- Vamos almoçar então, estou com fome e você abriu meu apetite ainda mais com esse cheiro de molho.

- Já está tarde, preciso voltar para o jornal.

- Então você vem me provocar, atiça minha fome e vai me deixar assim? Faminta?

- Mas eu pensei que você não estava mais interessada... Já que conseguiu o que quer...

- E quero muito mais...

Marisa tomou minha boca invadindo-a com sua língua, sugando a minha em um beijo intenso, longo e pleno. Devo ter ficado de boca aberta de olhos fechados depois que Marisa se afastou da minha boca, por que ela estalou os dedos como se me despertasse de um transe hipnótico:

- Alex? Alex?

- Han? Eu, sou Alex.

- Então, vamos ou não almoçar?               

- Vamos.

Eu nunca em minha vida me permiti ser irresponsável a ponto de matar uma tarde de trabalho, seja qual fosse o motivo, mas diante de Marisa, e especialmente depois de ser beijada daquele jeito, era querer demais de mim, recusar qualquer convite dela. Observei atentamente cada gesto dela tirando o jaleco, soltando os cabelos, até nesses gestos banais eu enxergava sensualidade.

Saímos do hospital e mais uma vez, Marisa pediu as chaves do meu carro. Sem questionar as entreguei, enquanto ligava para Luiza no jornal, adiando a reunião com a equipe para o dia seguinte. Não conhecia aquele caminho, mas eu inexplicavelmente confiava em Marisa cegamente. Ela parou à frente do restaurante China na Caixa , que logo deduzi ser o fast food o qual Berta me falou, fiz menção de descer, mas ela me impediu:

- Aguarde aqui, não demoro.

- Não vamos almoçar aqui?

- Não aqui, mas daqui...

Marisa desceu e em poucos minutos voltou com embrulhos na mão, os guardou no banco de trás e seguiu por um caminho ainda mais desconhecido para mim, eu que deduzia que ela estava me levando para sua casa, logo percebi que não era esse nosso destino.

Numa trilha de estrada de terra, avistei um prédio escondido, portões protegidos por sombras de grandes árvores e uma placa vistosa escrito: “Eros Motel”, certamente não soube disfarçar minha cara de espanto ao me dar conta onde estávamos indo, a ponto de Marisa perguntar:

- Algum problema pra você?

- Não... Nenhum...

Eu estava profundamente constrangida, obviamente já tinha estado em motéis com o Fernando, mas com uma mulher? Muito surreal para mim. Minha vontade era de me abaixar no banco do carro tamanha era a vergonha que estava sentindo, só consegui erguer meus olhos quando Marisa estacionou o carro e o portão da cabine se fechou automaticamente.

- Pode respirar Alexandra, agora somos só eu e você e nosso almoço...

Saímos do carro, e Marisa teve a delicadeza de me conduzir pela mão até a suíte, a qual eu só conhecia naquele nível das cenas de novelas globais... Cama redonda típica, mas essa estava coberta de pétalas de rosas, banheira de hidromassagem, uma elegante mesa com dois lugares, onde Marisa colocou os embrulhos que guardavam no almoço. Ao lado da mesa, um carrinho com balde de gelo abrigando uma garrafa de proseco.

- Relaxa Alex, não há câmeras escondidas aqui... Quer tomar um banho antes de comermos?

- Devo estar cheirando a molho funghi ainda não é?

- Seu cheiro de qualquer sabor é maravilhoso Alex... Só quero que você fique mais à vontade...

Ruborizada caminhei pelo quarto, mexendo nos botões ao lado da cama, enquanto Marisa desembrulhava as caixas com nosso almoço. Ao sentir o cheiro do frango xadrez, lembrei-me imediatamente de minha mãe, que fazia esse prato frequentemente... Ótimo Alexandra! Lembrar justamente de sua mãe em quarto de motel com uma mulher! Tinha mesmo que ser eu para “trazer” a mãe para um motel...

Acho que falei alto isso... Percebi a gafe quando Marisa indagou:

- Como? Você levou sua mãe para um motel?

- Eu?

- É, você acabou de falar isso...

- Você está ficando maluca Mah... Claro que não falei isso! Imagina...

- Mah?

- Desculpa, só uma abreviação do seu nome, não gostou?

- Claro que gostei... Achei fofo na verdade, ninguém nunca me chamou assim...

Nem preciso dizer o quanto me derreti quando Marisa me disse isso. Aproximei-me da mesa que ela preparou e sentei-me ao seu lado,teríamos que comer nas próprias caixas, e aí, esperar que justo eu, dominasse os hashis era até uma atitude inocente... Depois de muito tentar e derramar molho xadrez pela minha roupa já suja de molho funghi, e de muito risos discretos de Marisa, suspirei cansada desabafando:

- Jura que você não pediu talheres descartáveis?

Marisa gargalhou, e com os seus hashis me serviu do seu frango e do arroz habilidosamente, levando a comida a minha boca, recompensando meu esforço com um beijo delicado nos lábios sugando o molho que sujava meus lábios. Aquela foi a refeição mais saborosa que eu tinha tido até então, não só pelo sabor da comida, que ainda me fazia lembrar de minha mãe, mas pelo carinho de Marisa impresso a cada vez que me servia o prato.

Terminado nosso almoço, trocamos carinhos suaves, mas pelo menos para mim, aqueles carinhos bastaram para me acender e desejar jogar Marisa naquela cama redonda e ser dela mais uma vez. Minhas fantasias se misturavam com a insana presença de minha mãe nos meus pensamentos, trazida pelo frango xadrez, me peguei imaginando o que minha mãe me diria se soubesse o que eu estava fazendo naquele momento.

Chegava a balançar a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos. Marisa se aproximou de mim e com movimentos delicados, beijando minha nuca, levantou-me e me despiu lentamente me dizendo:

- Hora de tirar esse cheiro de molho desse corpo...

Estremeci diante das palavras de Marisa, exalando sensualidade, permitindo que ela deslizasse o dorso de sua mão pela minha pele desnuda. Sentindo meu corpo arrepiado, Marisa investiu ainda mais na habilidade de suas mãos envolvendo-me naquele clima e me jogando na cama. Com seu corpo sobre o meu Marisa movimentou seus quadris de uma maneira tão ritmada e intensa, que senti meu clit*ris ser massageado encharcando meu sex*.

Como se a umidade do meu sex* desse o sinal verde para avançar, Marisa impôs o mesmo ritmo enquanto penetrava seus dedos em mim tornando evidente o meu prazer expresso em sons, movimentos e expressões. Não sei que tipo de proeza Marisa executava com aqueles dedos, mas o meu corpo reagia instantaneamente, e não me restava alternativa que não fosse me entregar.

Não demorou até o óbvio acontecer, fato que no meu retrospecto sexual era difícil, orgasmo para mim era que nem o décimo terceiro, aparecia uma vez por ano e as vezes era dividido em duas parcelas, como eu sempre aceitava o título de reprimida sexual, achava que a culpa disso era toda minha, mas sem grandes esforços Marisa me deixava à vontade na cama, entregue e realizada.

Marisa repousou sobre mim e eu só conseguia acariciar seu rosto enquanto recuperava meu fôlego, trocamos olhares que falavam por si. Eu desejava o corpo dela, apertei-o contra o meu e fui despindo-a com voracidade, me perdendo na pele macia de Marisa. Desejei sugar e me deliciar no sex* molhado de Marisa, mas eu não me permitia isso ainda, detive-me em explorar com meus dedos a cavidade ensopada, deixando-me guiar pelas orientações que Marisa ditava:

- Vai... Mais forte... Isso... Continua aí... Rápido, vai vai...

Dar prazer a Marisa provocava em mim uma satisfação inenarrável, e inexplicavelmente o gozo a estimulava iniciar tudo de novo e sem que eu percebesse, ela já estava com as mãos no meu corpo acendendo-o ainda mais com seus beijos e toques. E quando nos preparávamos para mais uma vez dar lugar à paixão, o inesperado aconteceu, olhei para Marisa e a coisa mais esquisita me ocorreu: alguns traços do rosto dela me lembraram um rosto mais familiar, e não me contentei em guardar essa impressão só para mim, e no momento que Marisa começava a mexer seus quadris sobre o meu olhei para ela e disse:

- Mah... Você se parece com minha mãe.

A reação foi instantânea, Marisa parou seus movimentos, franziu a testa e exclamou:

- É o quê Alexandra? Você está lembrando-se da sua mãe nesse momento?

Tardiamente percebi o tamanho da bobagem que eu tinha dito... Certamente não havia nada mais brochante do que isso... Depois de arregalar os olhos e me vê sem palavras para justificar tal atitude, só me sobrou mesmo um sorriso desconfiado, depois de alguns segundos Marisa balançou a cabeça e sorriu divertida comentando:

- Só você mesmo Alex... Então eu pareço com sua mãe? Eu preciso me preocupar em recomendar terapia pra você? Está tentando compensar alguma carência materna comigo?

- Não! Claro que não! Desculpa, é que o frango xadrez... Lembrou minha mãe e agora prestando bem atenção, seus traços lembram minha mãe na juventude dela... Ai desculpa Mah!

Marisa me beijou suavemente e cochichou:

- Tem gente demais nessa cama, que tal ficarmos a sós ali na banheira?

Achei a idéia perfeita e eu mesma a puxei pela mão até a banheira de hidromassagem. Para compensar minha gafe tentei impor um clima sedutor, servindo uma taça de proseco para Marisa, mas o detalhe de não saber abrir a garrafa deu o tom de comédia aquele momento. Eu agarrada com a garrafa empurrando a rolha sem me dar conta que balançando a garrafa aumentava a pressão do espumante.

Percebendo minha pouca habilidade, Marisa veio me ajudar, e quando se aproximava, a rolha saiu da garrafa com toda pressão, acertando em cheio a testa de Marisa.

A pancada deixou Marisa tonta, larguei a garrafa e a segurei, ajudando-a a sentar-se. Preocupada eu perguntava:

- Mah, você está bem? Fala alguma coisa...

Peguei alguns cubos de gelo do balde colocando-os sobre o galo na testa de Marisa que fechava e abria os olhos esfregando a mão na testa sem nada responder, aumentando meu pavor:

- Marisa! Fala comigo!

- Não estou enxergando nada Alex...

A frase de Marisa me apavorou, a tal ponto que deixei os cubos de gelo cair pelo corpo nu dela, o que logicamente causou alvoroço no corpo dela.

- Alex!

Marisa levantou-se rapidamente olhando para mim.

- Desculpa Marisa, eu sou muito desastrada mesmo... Ei... Espera um pouco... Você está me vendo?

Marisa sorriu e se entregou:

- Claro sua boba... Estava brincando com você apenas. Mas esse gelo no meu corpo me deu uma ótima idéia.

Marisa pegou um dos cubos e me empurrou de volta para cama, deslizou o gelo pelo meu corpo e quente de excitação como estava, derreteu o cubo rapidamente enquanto eu me arqueava com o passeio do gelo pelo corpo acompanhado pela língua de Marisa roçando na minha pele.

Não havia como eu controlar as sensações do meu corpo diante dos movimentos de Marisa, ela me dominava por inteiro, e era mais seguro que ela conduzisse tudo... E assim enfim entramos na banheira de hidromassagem, e lá Marisa me cobriu de carinho, massageando minhas costas, seios, deslizou a espuma entre minhas pernas antes de invadir meu sex* mais uma vez com seus dedos hábeis arrancando novamente meu gozo previsível.

Devidamente refeita e livre do cheiro de molho funghi, recostei-me entre os braços de Marisa, experimentando a sensação inédita de paz. No final da tarde saímos do motel, eu marcada pela tarde de prazer que Marisa me proporcionara e ela, marcada pela rolha do proseco na testa...

Deixei-a no estacionamento do hospital ao lado de seu carro, me despedindo contendo a vontade de beijá-la:

- Marisa, desculpe-me pelo galo na testa... Eu estou tão envergonhada...

- Não precisa se envergonhar... Está tudo bem.

- Posso fazer algo para recompensar?

- Nossa... Recompensa? Preciso pensar nisso...

Sorri sem graça, mordi os lábios preparando-me para perguntar sobre nosso próximo encontro, quando o celular dela tocou, ao conferir no visor de quem se tratava, apressou-se em se despedir e se afastou em direção ao seu carro, evitando que eu escutasse a conversa.

Tal atitude dela me deixou desorientada, fantasiando mil hipóteses, e o principal, tomada de ciúmes. Voltei para casa intrigada com a atitude de Marisa no telefonema, além de curiosa senti uma insegurança infundada, já que não existiam compromissos entre mim e Marisa.

Sentei-me diante do meu notebook, e inspirada pelos contos que li nos sites lésbicos especializados, comecei a escrever como nunca, ou pelo menos como eu tinha o hábito na época da faculdade, mas nunca com essa temática: o amor entre mulheres. Mergulhei nos personagens inspirados na vida real que acabara de criar, misturando minhas fantasias sexuais e literárias às lembranças de meus momentos raros, mas, intensos com Marisa.

Nem vi a hora passar, saí do transe literário com o meu celular tocando: Dan.

- Sardenta onde você se meteu? Procurei por você no jornal, seu celular desligado a tarde toda...

- Oi Dan, desculpa, eu estou em casa, aconteceu algo?

- Preciso saber da nova edição do jornal, afinal amanhã preciso mandar para a gráfica.

- Amanhã cedo a gente fecha a edição, até meio dia entrego.

- E você foi trabalhar em casa por quê?

- Por que... É... Assim...

- Fala logo, você fugiu do trabalho para encontrar a Marisa não foi?

 

Confirmei quase cochichando um sim, o suficiente para o Dan gargalhar, disfarcei com um assunto qualquer e desliguei o telefone, meu pensamento que estava viajando no meu conto, agora se voltava de novo para Marisa, e como desejei ter o número de seu telefone para lhe desejar boa noite e ouvir sua voz antes de dormir.

Fim do capítulo


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Comentários para 6 - Capítulo 6: DEPOIS DA CRISE...VEM MAIS CRISE:
Loui138
Loui138

Em: 26/12/2017

Nunca vi personagem mais atrapalhada que a Alex kkkk

 

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Lmjs
Lmjs

Em: 23/12/2017

Estou amando essas duas personagens!

Às vezes dá até um pouco de medo da Alex causar algo mais sério com esse jeito desastrado dela!

Mais à frente farei mais comentários. 

Vamos p os próximos capítulos! rsrsrsrsrs

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cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 21/12/2017

No Review

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