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  • Capítulo 4: Lição N.º 2: Ignore a felicidade dos outros

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MANUAL NADA PRÁTICO PARA SOBREVIVER A UM GRANDE AMOR por contosdamel

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Palavras: 2422
Acessos: 5351   |  Postado em: 21/11/2017

Capítulo 4: Lição N.º 2: Ignore a felicidade dos outros

Se eu achava que estava progredindo no meu processo de superar Beatriz, naquela manhã, regredi uns dois passos. Passei o dia rememorando nossa discussão, o clima instalado entre nós e o “gran finale” com a chegada de Alicinha.

 

                A mágoa foi tomando de novo aquele gosto amargo. Esse é um momento delicado, por que o título de “mal amada” e “mal comida” acertam em cheio a carapuça. A felicidade dos outros começa a te incomodar, quando falo de outros, estou falando até mesmo dos personagens de filmes e novelas. Amarguei meu retrocesso naquela tarde, e pensei, uma, duas, três vezes antes de simplesmente não aparecer na casa de Clarisse na reunião de amigos que ela promoveria logo mais.

 

                Como se pressentisse minha atitude covarde, Ed me ligou no começo da noite:

 

-- Amapô, rola uma carona para a casa da Clarisse hoje? Meu bicha-móvel está em retiro espiritual com Pedrão.

 

-- O que?

 

-- Meu carro tá na oficina, mona, afff, tá lenta heim?

 

-- Ai Ed... Quer vir e pegar meu carro? Eu não estou afim de ir não.

 

-- Estou indo para sua casa, e a senhorita vai sim!

 

Ele desligou o telefone na minha cara, não me deu chances de argumentar. Em meia hora já estava no interfone anunciando sua chegada.

 

-- Vamos dar um jeito nessa cara de atriz pornô em fim de carreira! Vou tomar um banho e você faça o mesmo!

 

Ed disse se espalhando no sofá ao meu lado. Encarou a sala com cara de interrogação e disparou:

 

-- Racha, o que houve aqui? Algum ladrão de mau gosto fez uma limpa na sua sala?

 

-- Só resolvi tirar tudo que me lembrava a Beatriz nessa casa, resultado: sobrou quase nada...

 

-- Amapô... Que orgulho de você! Estou todo arrepiado, olha! Além de se livrar daquela cafonice que você decorava essa casa, ainda deu mais um passo pra afastar aquele vudu da sua vida!

 

Ed chamava assim as amigas mulheres: “Amapô”, não faço a menor ideia do significado, aliás, nesse universo gay, algumas expressões não fazem o menor sentido para mim, parece um código secreto entre eles, na tarefa de tentar entender você corre o risco de virar piada ou continuar com uma grande cara de “han?”, então, eu parei de desbravar esse dialeto há tempos.

 

 

-- Ai Ed, como você é falso! Você vivia elogiando as peças que Beatriz me dava, virava um verdadeiro crítico de arte, enchendo a bola sobre o bom gosto dela nas escolhas!

 

-- Luiza, isso se chama seleção natural, só sobrevive no meio social os mais fortes. Você não imagina o quanto fui forte pra segurar minha opinião sobre os quadros e peças sem qualquer sentido que ela fazia você comprar, pior, os que ela tinha no apartamento dela! Mas, você está evoluindo muito, parabéns.

 

-- Pois é, mas, vou te decepcionar. Depois dessa sessão de exorcismo, tive uma discussão com a Bia na universidade, encontrei aquela” Barbie falsificada” da Alicinha lá também, regredi uns três passos na minha reabilitação...

 

Resumi para Ed os acontecimentos daquele sábado, e surpreendentemente meu amigo ouviu sem suas tradicionais interrupções jocosas.

 

-- Sabe o que eu acho, Lu?

 

-- Em um momento raro, sim, quero saber o que você acha, Ed.

 

-- Essa sua aura nebulosa está afetando a minha cheia de gliter! Já estou meio abalado escutando você, cruz credo! Bicha você deu um “olé” naquela intojada e agora tá se queixando exatamente de que?

 

-- Ed, você não ouviu que quase aconteceu uma recaída? Eu desejei a Bia... Nós quase...

 

-- Ah! Parou!

 

Ed levantou num pulo, estalou os dedos em volta de mim e ordenou:

 

-- Sai desse corpo! Você disse bem: QUASE! Não aconteceu nada, exceto você tirar esse peso que você arrastava na sua pesquisa! Agora levante-se desse sofá, e vá tomar um banho, lave esse cabelo que está fedendo a cachorro molhado, e eu vou dar um jeito nele!

 

-- Ai Ed, deixa de exagero, já lavei hoje, mas é que levei chuva... E como assim você vai dar um jeito nele? Você sempre se recusa a isso fora do salão...

 

-- Tenho meus motivos né, mona? Passo o dia aguentando as peruas... Mas, hoje vou abrir uma exceção, acho que assim, ganho mais uma vaga no céu.

 

Ed fez pose de santo, desenhando com as mãos uma aureola sobre sua cabeça. Acabei de rendendo. Vinte minutos depois, Ed estava envolvido em uma toalha na altura no tórax, como se precisasse cobrir os seios, e outra toalha enrolando os cabelos. Não pude evitar o riso quando ele entrou no meu quarto.

 

-- Vamos lá, ficar lindas e poderosas!

 

Tenho que dar o braço a torcer: meu amigo entendia mesmo de dar poder a uma mulher. Gostei do resultado final, acabou por dar um up na autoestima. Seguimos para a casa de Clarisse, sair do meu casulo social, finalmente aconteceria.

 

Clarisse era uma excelente anfitriã, ao menos, eu sabia que comeria bem naquela noite. Minha apreensão se configurou em realidade, quando algumas amigas, na maioria, casais, puxaram assunto comigo:

 

-- Lu, ainda bem que você resolveu sair de casa, estávamos preocupadas com você, sumiu! Amiga, se isolar nunca é a solução. – Jane falou.

 

-- É, eu até disse: amorzinho vamos dar um pulo na casa da Lu, dar uma força pra ela. Mas, meu amorzinho resolveu me dar de presente uma viagem de lua-de-mel, e foi tudo muito corrido para ajeitar tudo. – Elisa completou.

 

Jane e Elisa eram namoradas, e viviam juntas acerca de um ano. Se eu já achava as duas um enjoo de tão melosas que eram uma com a outra, agora então, elas quase me provocam náuseas. As carícias e os apelidinhos doces me irritaram, mas disfarcei como minha polidez permitia:

 

-- Estou bem meninas, obrigada pela preocupação.

 

-- Ah que bom saber disso! Só quem perdeu foi a Bia, você é uma pessoa incrível, Lu. Né amoreco? – Jane disse abraçando Elisa.

 

-- Concordo plenamente! Lu, estamos tentando oficializar nossa união, queremos dar uma festa maravilhosa, adoraríamos que você fosse uma das nossas madrinhas, aceita?

 

O convite de Elisa me despertou uma revolta insana. Minha educação e bom senso quase me abandonaram, contei até dez mentalmente, enquanto o estômago embrulhava, beberiquei um gole de vinho e respondi:

 

-- Será uma honra. Com licença meninas, preciso falar com a Lúcia e o Rodrigo, que acabaram de chegar.

 

A chegada dos meus amigos foi uma desculpa perfeita para sair daquele mar de açúcar e felicidade.

 

-- Oi Lucinha, Oi Digo. – Cumprimentei dando dois beijinhos de comadre.

 

-- Luiza, que saudades de você! – Rodrigo abraçou-me – O Ed não exagerou, você está linda.

 

-- Está mesmo Lu, eu também estava com saudades. Essa história de manter amizade por whats up e facebook, quando moramos na mesma cidade não faz sentido! – Lúcia comentou.

 

-- Ah gente... Saudades de vocês também.

 

Comentei enquanto caminhávamos para a mesa de petiscos. Rodrigo era um dos melhores amigos de Ed, mas, era bem mais discreto do que meu amigo afetado, era advogado, tinha sua sexualidade assumida, era militante da causa gay. Lúcia era professora como eu, mas no ensino médio. Tivemos um affair na faculdade, apesar de cursarmos diferentes cursos, nos conhecemos em uma festinha de uma amiga em comum, e tivemos um rápido romance. Nem lembro ao certo porque não demos certo. Lúcia era inteligente, companhia bastante agradável... Ah! Lembrei, Lúcia fumava que nem uma chaminé, isso me dava nos nervos, tirava o gosto do beijo, e brigávamos por esse hábito dela, não suportava o cheiro que ficava na minha casa quando ela estava lá. Pode soar como uma desculpa esfarrapada, mas, na época foi o suficiente para terminarmos. Entre eu e o cigarro, ela escolheu o cigarro, fazer o que né?

 

-- Então Luiza, está tudo bem mesmo? – Rodrigo quis saber.

 

-- Acho que estou melhor, me sentindo como um membro do AA: um dia de cada vez. – Brinquei.

 

-- Exagerada como sempre... – Lúcia disse baixo – Mas, pensando bem, aquela Beatriz era mesmo uma droga, uma praga, você precisa mesmo se desintoxicar.

 

-- Olha quem fala em se desintoxicar... Você já deixou aquele vício horroroso de fumar?  - Impliquei.

 

-- Estou parando... – Lúcia respondeu sem graça.

 

-- O que o amor não faz né, Luiza? Foi exigência do novo alvo da nossa amiga aqui. – Rodrigo interviu.

 

-- Sério? Quando eu te pedia isso, você me mandava à merd*, agora, pra conquistar outra você está deixando de fumar finalmente? – Comentei um tanto amargurada.

 

-- Não é só por isso! Bicha fofoqueira! Está absorvendo as manias do Ed heim? – Lúcia encarou Rodrigo irritada. – Estou fazendo isso por minha saúde, eu estou ficando afônica constantemente depois das aulas, estou ficando velha, daqui a pouco as doenças aparecem, e tabagismo é fator de risco pra tudo!

 

-- É verdade. – Rodrigo concordou

 

-- O que é verdade? Que ela está ficando velha? – Continuei a implicar.

 

Gargalhamos, até Lúcia encher com outra dose minha taxa de amargura:

 

-- Estamos ficando velhos, todos. Mas, mesmo que não tivesse outro motivo, faria isso só para agradar minha florzinha de maracujá...

 

Fiz cara de nojo, foi inevitável. Só podia ser um complô do universo, todo mundo ao meu redor, estava irritantemente feliz e apaixonado. Aquilo me irritava de maneira insana. Tomei outra gole de vinho e me refugiei na minha amiga anfitriã, ao menos ela, eu sabia que estava sofrendo uma decepção amorosa como eu.

 

Para minha surpresa, nada agradável confesso, Clarisse estava mais avançada na reabilitação. Conversava intimamente com uma loira linda, e ao me ver foi se apressando em nos apresentar:

 

-- Lu! Vem cá, quero que você conheça a Maira. Ela é assistente social no hospital universitário. Maira, Luiza é professora na mesma universidade que eu.

 

Fui simpática, com muito custo é verdade. Mas, meu desconforto não permitiu que eu trocasse mais do que algumas palavras com a tal Maira. Onde estaria o Ed? Só me restava ele, já que a Cris não tinha dado as caras até aquela hora. Não encontrei o Ed, aquela atmosfera de arco-íris estava me incomodando o suficiente para fazer eu me arrepender de estar ali. Sorrateiramente, deixei a casa de Clarisse, mandei uma mensagem para Ed, avisando que estava indo embora.

 

Enquanto caminhava para o carro, ouvi a voz familiar:

 

-- Ei gata, aonde está indo com tanta pressa?

 

Era Cris, com as roupas um tanto quanto amarrotadas, encostada no seu carro.

 

-- Ai, você também?

 

-- Eu o que? – Cris disse se aproximando de mim.

 

-- Você também vai esnobar sua noite de sucesso de pegação? Está aí toda amarrotada, levou alguma pro abate dentro do carro mesmo não foi?

 

Meu tom irritado, amargurado, despertou estranhamento na minha amiga que franziu o cenho.

 

-- O que deu em você? Estou com as roupas amarrotadas, porque a caminho daqui tive que trocar o pneu do meu carro. Sujei a camisa, e acabei vestindo uma limpa que estava dentro do carro, mas, está amassada... Mas, se você pensou isso, todo mundo vai pensar também, prefiro que pensem isso do que outra coisa, vamos entrar?

 

-- Ah não Cris. Já estava me mandando, não tenho mais estômago para esse mundo cor de rosa que está aí dentro. Se você pensa que vai espezinhar a Clarisse pela francesa que a roubou, tá perdendo seu tempo, ela já está muito bem acompanhada hoje.

 

-- Você está nessa beca toda, e vai embora, se enfurnar de novo em casa? Não senhora! Se a casa da patricinha está insuportável, vamos pra outro lugar!

 

-- Apoiadérrima Cris! Vamos sair daqui! - Ed chegava arrumando a roupa.

 

-- Onde você estava bicha? – Perguntei curiosa.

 

-- Perdendo meu tempo... Estava na posição, prontinho para o abate, mas, o bofe piummm....

 

Ed fez um gesto com o dedo indicador, abaixando-o lentamente.

 

-- O cara brochou? Sério?

 

Cris perguntou antes de gargalhar.

 

-- Gente, saiam vocês, se eu for, vou acabar estragando a noite de vocês, não estou no clima não. A felicidade dos outros está me incomodando.

 

-- De boa Luiza, vamos levar esse recalque pra passear? Já tá na hora! – Cris disse passando o braço nos meus ombros.

 

-- Pense mais na sua felicidade, e menos na dos outros mona!

 

Com os argumentos dos meus amigos, aceitei o convite e seguimos para um barzinho que costumávamos frequentar, eu fazia isso com mais assiduidade antes de namorar Beatriz, meio que abandonei o hábito quando namoramos, ela não simpatizava com o lugar.

 

Reencontrar o “Parada” me fez lembrar muitos momentos bons, pareciam lembranças de outra pessoa, ou, a memória de um filme que eu tinha visto há muito tempo atrás. “Parada” foi inaugurado justamente após o movimento da “Parada do Orgulho Gay” da cidade, os donos eram um dos organizadores da parada, e viram uma oportunidade de negócio para esse público. Cris foi logo se animando pedindo uma rodada de tequila, eu recusei de pronto.

 

-- Olha eu sei no que isso vai dar, e gente, de boa, não dá ainda! Vou ficar na água tônica mesmo, ou no suquinho...

 

Falei empurrando o shot para o centro da mesa.

 

-- Luiza fala sério! Não vai dar é pra aguentar você odiando a felicidade alheia sóbria! – Cris disse indignada.

 

-- Cris, eu sei das minhas limitações, vocês sabem exatamente o que vai acontecer se eu beber, vou acabar naquele choro sem fim. Eu fico como motorista da rodada, táxi aqui sempre demora a chegar... Bebam por mim!

 

-- Você manda racha abusada!

 

Ed disse e sem cerimônia virou a dose dele e a minha em seguida. Fez uma careta, balançou a cabeça e disse:

 

-- Esqueci o brinde! Ow garçom outra rodada aqui!

 

 

Eu sabia como aquela noite seria, mas, a companhia dos meus amigos me bastava para amenizar a amargura que eu sentia, ao menos a felicidade deles não precisava ser ignorada para eu me sentir melhor.

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - Capítulo 4: Lição N.º 2: Ignore a felicidade dos outros:
jake
jake

Em: 02/10/2024

Adoro o Ed....

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jake
jake

Em: 02/10/2024

Adoro o Ed....

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