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Palavras: 4590
Acessos: 1386   |  Postado em: 07/11/2017

Notas iniciais:

Música do Capítulo: Bubbly - Colbie Caillat 

Capítulo 17 - A única até você chegar

A segunda veio nublada, mas eu estava me sentindo melhor. Não decidida, mas melhor. Fiz meu ritual matinal e me arrumei para ir à galeria. Eu estava muito relapsa com meus compromissos com ela. Bom, outra coisa boa neste ano é que agora trabalho na galeria de Pierre. Basicamente coordeno tudo que acontece lá. Pierre não tem tempo e o antigo responsável se aposentou. No carro, meu telefone tocou e eu sorri ao ver o nome no visor.

 

-- Bom dia, Maya! -- Atendi com um sorriso na voz.

 

-- Bom dia, linda! Não te acordei, né? -- Sua voz estava receosa ao perguntar. Bufei e depois gargalhei.

 

-- Se o tivesse feito não receberia um bom dia tão animado. -- Respondi encostando o carro. -- Estou no carro indo para galeria. E depois tenho aula. -- Completei meio penalizada. Queria vê-la agora.

 

-- Almoça comigo? -- Ela falou tão rápido que quase não entendi. Degustei suas palavras senti o gostinho de cada sílaba na minha boca. Seu nervosismo foi a parte que mais agradou meu paladar. -- Você vai ter que almoçar mesmo, né? - Riu nervosamente.

 

-- Vou te dar o endereço da galeria onde eu trabalho. Tem um bistrô lá, a comida é ótima. -- Ri alto ao ouvir um "uhul" do outro lado da linha. -- Já te envio. Beijo. -- E desliguei.

 

Enquanto ligava o carro para seguir ao meu destino, agora eu assobiava e liguei o som do carro. Nesse clima alegre cheguei à galeria. Fui direto para o escritório sorrindo até para as paredes que estavam no caminho. Cumprimentei os poucos funcionários que tínhamos e vi que a obra estava quase pronta. Eu sugeri e Pierre aceitou, graças a Fernanda, integrar uma livraria ao espaço. Voltada para livros de arte e história da arte já que esses não são tão fáceis de achar. Fui em minhas primeiras reuniões de negócios para conseguir o patrocínio de algum ricaço amigo de Pierre. Confesso ter sido mais fácil que imaginei. Consegui além da licitação para ampliar o espaço, os fundos para obra e clientes para a galeria. Tudo feito com o escritório dos avós de Luiza.

 

Olhei o livro de registros e vi que vendemos seis quadros nas últimas semanas. Isso era bom. Dei algumas instruções ao funcionários e o mestre de obras me garantiu que estaríamos prontos para inauguração. Acredito estar na hora de voltar a pintar. Troquei de roupa e fui para o meu quartinho. De avental, comecei a pintar um quadro novo. Minha influência era minha confusão interior. A luz de Maya contrastava com a escuridão que Maria Luiza acrescentou a minha vida. A beleza das duas me deixavam sem ar.

 

Me perdi ali e só despertei com o celular tocando. Arregalei os olhos quando vi a hora em meu relógio de pulso. Como assim 13:30? Atendi o aparelho que berrava sem nem olhar o visor. Achei que Maya já estava no bistrô morta de fome me esperando.

 

-- Desculpa, desculpa, desculpa. Não desiste de mim, eu já estou indo. Pode ir pedindo o que quiser. -- Desembestei a falar. Não queria que meu atraso fosse confundido desinteresse.

 

-- Claro que eu desculpo. -- A voz gelada de Maria Luiza me cortou em duas. Ela percebeu que eu esperava falar com outra pessoa. -- Vai para faculdade hoje? -- Respondi um sim meio sem graça, num fio de voz ao que ela desligou. Gente, que grosseria. Resolvi pensar nisso depois.

 

Tomei um banho rápido no banheiro micro que tinha ali e me vesti. Fiz um coque bem no alto da cabeça. Vesti o vestido que Fernanda me deu, preto e mais caro do que eu me permitiria comprar, scarpin vermelho como meu batom. Fui até a galeria. Ver como estavam as coisas. Havia um cliente na loja, fui conversar com ele e vendi um dos quadros mais caros que tínhamos. Enquanto me despedia e combinava a entrega para uns dias depois, senti olhos insistentes acariciando minha pele. Eram como pontas de dedos que passam por nossa pele deixando-a eriçada. Já me virei sorrindo para os mares castanhos que sabiam que iria encontrar.

 

Maya estava absolutamente estonteante em sua simplicidade. Cabelos soltos e vestido longo azul e sandálias sem salto. Ela parecia surpresa ao me ver inserida nesse ambiente e talvez por minhas roupas. Andei até ela devagar que sorriu pra mim, mas só um pouquinho. Parecia extasiada. Quando cheguei a abracei e fui correspondida. Segurei seu rosto com carinho e a beijei no rosto. Pedi que me esperasse no bistrô e fui terminar minha conversa com o cliente.

 

Não demorei mais que 10 minutos para encontrá-la no bistrô. Agora ela sorriu de verdade. Cumprimentei o maître e o garçom que passou por mim, antes de sentar a sua frente.

 

-- Oi, você! -- Ela me disse sorrindo. -- Desculpe o atraso, fiquei presa em um engarrafamento.

 

-- Tudo bem. -- Respondi simplesmente. -- Você está linda. -- Elogiei sincera. Eu estava perdida na presença calma de Maya. Era novidade coexistir tão pacificamente com outro ser humano.

 

-- Obrigada, mas parece que estou usando trapos se comparado é essa chiqueza toda. -- Apontou para mim que sorri leve e balancei a cabeça em negação. -- Demorei para absorver o impacto da sua presença tão magnífica, Srta. Bittencourt. -- Ela disse a frase toda bem séria, olhando nos meus olhos, mas no fim sorriu de lado. Um sorriso sexy. Meu coração acelerou, mas só um pouquinho.

 

-- Estou começando a achar que está flertando comigo, Srta. Lal. -- Lhe sorri e não sei bem como saiu. Seus olhos me eram dois enigmas nesse momento. -- Vamos pedir? -- Coloquei minha mão em cima da sua que estava na mesa.

 

Comemos numa conversa animada e a companhia de Maya seguia me fazendo muito bem. Eu me sentia numa paz absoluta nada me irritava quando eu estava com ela. Quando acabou, tivemos uma pequena "discussão" porque ela queria porque queria pagar a conta, a convenci que não era necessário e pedi um táxi pra ela que me confessou que até tinha um carro, mas odiava dirigir. Só o fazia quando voltaria muito tarde para casa. Insistir em levá-la que não aceitou. Descobri que morava em Santa Teresa mesmo.  Na despedida trocamos um selinho rápido e ela disse que ligaria para marcarmos algo. Sorri e acenei. O táxi partiu. Eu poderia estar confundindo as coisas, mas esse sentimento me parecia muito com felicidade. E pela primeira vez eu estava feliz e não havia ruína iminente. Era só uma felicidade estúpida e inofensiva. E eu adorava isso.



Maria Luiza


Desliguei o telefone e fiquei com um peso enorme em cima de mim. Será que Alice tinha feito isso para me provocar? Não, não pareceu. Ela achou realmente que fosse outra pessoa. Sua reação sem graça ao ver que se enganou foi sincera. Quem será que era? Era o babaca de sempre ou será que conheceu alguém? A essa altura do campeonato eu já não encarava Matheus como uma ameaça. Ele ainda me dava nos nervos, mas era pura implicância. Sei que são só amigos. Algo me dizia que eu teria problemas. Ela estava se afastando.


Passei o dia pensando nisso, mas não quis ligar pra ela de novo. Esperei ansiosamente até o horário da última aula dela. Sim, era patético mas eu sabia todo o seu horário semanal de cabeça. Às vezes eu nem falava com ela, só ficava observando sair da sala conversando com algum amigo. Sentava em algum lugar discreto e ficava decorando incessantemente cada detalhe do seu rosto e corpo já decorados mil vezes. Hoje eu não sei o que faria. Fui até o bloco onde aconteceria sua aula e esperei. Foi quando a vi andando sozinha pelo corredor. Decidi que falaria com ela. Me aproximei até que ela me visse, antes que estivessemos muito perto seu telefone tocou.

 

Tinha outra pessoa, com certeza. Aquele sorriso não ficava no rosto dela. Eu me senti tão traída que nem percebi a falta de noção desse sentimento. Nós terminamos há muito tempo atrás e por minha culpa. Mas na hora não importou. Aquele sorriso era meu! Ele só existiu há dois anos atrás e era pra mim. Caminhei em passos rápidos e parei na frente dela.

 

-- O que está acontecendo, Alice? Não atendeu minha ligação ontem. Estava com quem? -- Disse numa altura considerável. Queria que a pessoa com quem ela estivesse falando ouvisse. Ela arregalou os olhos e pediu um segundo a pessoa do outro lado da linha. Tapando o telefone me disse:

 

-- Mas que palhaçada é essa? Você está maluca? -- Seu tom foi gutural. Me lançou um olhar tão bravo que eu dei uma parada. Ela me fuzilou, pareceu querer arrancar minha cabeça. Essa pessoa deve ser importante mesmo. A vi se despedir toda carinhosa e encerrar a ligação. Olhei nos seus olhos antes de me virar e sair. Como se ela fosse me deixar ir embora assim.

 

-- Eu e você. No estacionamento agora. Vai! -- E apontou o caminho como as mães quando mandam os filhos para o quarto de castigo. Apesar de me irritar com atitude, obedeci como de costume. Chegamos lá e paramos perto do carro dela. Só então reparei em como estava linda, toda clássica e bem arrumada. Deve ter vindo da galeria. -- Vem cá, me explica essa pré-disposição para showzinho ridículo? Ontem no parque e hoje lá no corredor? -- Ela despejou morrendo de raiva, segurou em cima do nariz como sempre fazia quando estava nervosa. Suas mãos tremiam.

 

-- Quem era? Não era só um jogo não é, Al? -- Perguntei olhando em seus olhos, ela desviou o olhar. Puta que pariu, ela desviou o olhar. Passei a mão pelo meu cabelo despenteando ele. De repente eu não quis que me falasse. Mas ainda assim esperei.

 

-- Não te interessa, Maria Luiza! Mas que palhaçada! Você dorme com meia cidade e quer saber com quem eu falo ou deixo de falar? Vai te catar! -- Alice riu toda arrogante depois de gritar na minha cara. Pra mim esse sorriso pra outra pessoa aquele sorriso todo doce. Ótimo. Se virou e entrou no carro. Ela estava realmente indignada.  Saiu cantando pneu tão alto que algumas pessoas tiveram que sair da sua frente para não virarem asfalto. Chutei o ar.


Alice


Eu estava no carro e dirigia tão rápido que as coisas pelas quais eu passava nem chegavam a ter forma, eram apenas borrões. Cheguei em casa tão irritada que bati forte a porta da sala. Fátima veio correndo e eu respondi que estava tudo bem. Entrei no meu quarto e tomei um banho longo. Luiza era muito cara-de-pau, sinceramente! Como ela OUSA me pedi explicações? Ah, faça me o favor. Idiota! E mais idiota sou eu por deixar tudo que vem dela me irritar assim. E o pior, eu estava me sentindo culpada! Vejam vocês, me sentindo culpada por estar me envolvendo com outra pessoa. Mas isso acaba aqui! Escuto batidas na porta quando acabo de sair do banho. Vesti um roupão.

 

-- Oi, Fátima. --Disse ao abrir a porta.

 

-- É que a Maria Luiza ligou e...--- Nem deixei que terminasse.

 

-- QUERO QUE A MARIA LUIZA VÁ PRO INFERNO! -- Bati a porta com força. Eu sei, sei que Fátima não tinha nada a ver com isso, mas eu me irritei. Tinha que vir falar de Luiza agora? Tenha paciência.

 

Resolvi ocupar minha cabeça com uns textos da faculdade ou eu iria simplesmente me jogar pela janela de tanta raiva. Na verdade era a raiva por toda essa situação com Maria Luiza. Eu a amava tão profunda e absolutamente quanto a odiava.  Não aguentava sua presença por mais de 15 minutos sem brigar. Desisti de ler qualquer texto um tempo depois já que não conseguia me concentrar. Mandei um sms de boa noite para Maya e reafirmei tanto minha presença no bar em que ela costumava tocar amanhã quanto minha felicidade em vê-la hoje. Não sei bem em que ponto adormeci.

 

Acordei cedo novamente e segui o mesmo ritual do dia anterior. Logo estava na galeria, observei o andamento da obra, pintei e depois almocei. Dessa vez sozinha e bem mais tarde. Não tinha aula, então saí da galeria sem pressa. A fechei junto com os outros funcionários e fui para casa me aprontar. Tinha marcado com Maya às 18hrs então não tive muito tempo para me arrumar. Coloquei uma calça colada vermelha com botas e blusa pretas. Deixei meu cabelo ondulado solto e fiz uma maquiagem nem leve e nem forte. Destaquei bastante meus olhos. Chamei um táxi e desci quando ele chegou.

 

Maya tinha me mandado o endereço do bar, era na Lapa. Me enchi com as lembranças da época que vinha aqui com Matheus o tempo todo. Quanto tempo tinha passado desde então. O quanto nós dois mudamos, crescemos e nossa relação junto. Que bom que não perdi Math apesar de tudo que o fiz passar e que nos fizemos passar naquela época. Éramos almas perdidas.

 

Chegamos ao bar e Maya já estava sentada numa mesa perto do palco. Passei a mão no cabelo, jogando para o lado numa última arrumada básica e fui ao seu encontro. Eu estava com uma bolsa de tamanho médio que coloquei numa cadeira ao lado dela sorrindo. Ela levantou a cabeça sorrindo de volta. Dessa vez não teve cerimônia. Me beijou e me abraçou como se fossemos namoradas mesmo. Eu correspondi sem pensar duas vezes. Ainda não entendo como a figura de Maya me deixa tão à vontade. Até esses contatos que sempre considerei invasivos estavam acontecendo naturalmente. Ainda não partia de mim a maioria dos carinhos físicos , mas eu correspondia tranquilamente. Sentei ao seu lado e conversamos com sua mão em minha perna o tempo todo. Foi gostoso. O seu sorriso era tão lindo que nem doía. Nada em mim doía. Maya era meu anestésico em forma de gente. Eu estava tentando, mas era impossível não viciar. O lugar não estava muito cheio, nem sabia se encheria afinal era uma terça-feira.

 

-- Que horas você vai começar a cantar? -- Perguntei enquanto observava sua mão subir e descer na minha perna. Ela sorria, mas agora alargou o sorriso. Alargou tanto que parecia querer saltar do seu rosto. Enruguei a testa desconfiada. -- Tá rindo de quê? -- Disse cruzando os braços.

 

-- Ei, não fica bravinha! -- Ela pediu segurando meu queixo e dando um selinho no meu bico. -- Só achei sua confusão engraçada, linda. Eu toco aqui, mas não hoje. Canto aqui nas sextas, hoje só vim pra te ver e pra ver como estão as coisas por aqui também. -- Completou me olhando e eu desfiz a cara de brava e sorri pra ela. -- Bem melhor assim. Como recompensa a cada sorriso que der hoje eu te darei um beijo. -- E assim o fez, me fazendo sorrir de novo e ganhar outro beijo.

 

Depois de um tempo e por toda a movimentação em torno dela, descobri que Maya era a dona do bar, ela não apenas tocava nele. Admirei sua humildade em não falar isso, muitas outras pessoas não teriam perdido a oportunidade de exibir suas posses, mas ela não. Os chopps me deixavam cada vez mais solta e eu e Maya conversamos por mais de uma hora até que meu celular tocou. O visor mostrava o nome Fernanda. Perguntei a Maya se ela se incomodaria se eu atendesse. Diante de sua resposta negativa o fiz.

 

-- Oi, Fernanda. -- Disse torcendo para ser ela mesmo. Não queria brigar com Luiza agora.

 

-- Oi, minha querida. -- Suspiro aliviado ao ouvir sua voz. -- Farei uma pequena reunião aqui em casa pra você na sexta. Faremos  um almoço só para algumas pessoas próximas e não aceito não como resposta. Seu aniversário não irá passar em branco dessa vez. Beijos! -- E desligou sem me dar a chance de responder. Eu sorri com o jeito dela.

 

Passei uma noite tranquila com Maya. Não conseguimos nos ver no dia seguinte e senti saudade da sua pintinha em cima da boca no meu dia. Senti falta da sua voz, do seu porte de mulher, da sua maturidade... Senti falta da principalmente da onda de paz que tomava conta de mim quando estava na sua presença. Quando eu estava com Maya quase sempre Luiza ficava longe dos meus pensamentos e isso estava me viciando na companhia dela. Eu tentava resistir, queria que fosse saudável. Não queria repetir o mesmo erro. Na quinta- feira ela me ligou enquanto eu estava na galeria e me convidou para conhecer sua casa. Ela faria um jantar para nós. Eu respondi que se estivesse disposta a me esperar até às 21hrs eu estava dentro. Na quinta eu tinha aula à noite. Ela disse que sem problemas. Fiquei tão nervosa por esse encontro, por estar com Maya em um lugar privado, por conhecer sua casa que meu dia se arrastou. Nem prestei atenção nas aulas.

 

Quando acabou à última aula, liguei para Maya e disse que estava indo. Encontrei Marcos na saída e ele desembestou a tagarelar sobre um gato que estava pegando etc. Ainda insistiu para que eu fosse ao barzinho com a galera, desviei educadamente dele e corri para o meu carro.

 

Cheguei ao seu endereço rapidamente pelo horário já não tinha mais trânsito naquela direção. Era uma casa de dois andares, com portão de madeira e muro branco. Toquei o interfone e ela veio me atender.  Estava bem simples de short jeans e camiseta. O cabelo preso num coque. Linda como sempre. Sorri pra ela e lhe entreguei o espumante que eu trouxe. Ela deu espaço para que eu passasse. Depois que fechou o portão me joguei em cima dela a enchendo de beijos. Ela sorriu e seguimos para sua casa de mãos dadas.

 

Abrimos a bebida e brindamos ao nosso encontro. Nos sentamos na sala e conversamos um pouco antes de ir jantar. Sua casa era linda com grande influência da cultura indiana. Muitas cores e poucos móveis. Era uma casa de espaços bem aproveitados o que fazia com que parecesse grande. Na sala ficava seu altar. Maya tinha me dito que era budista em nosso último encontro. Achei a decoração linda e como a dona a casa passava paz. Maya fez comida indiana para nós.

 

Comemos enquanto eu contei para ela do meu dia na galeria e na faculdade, Depois passamos a falar sobre nossas vidas. Sabíamos apenas o superficial. Por incrível que pareça, eu que comecei com as perguntas íntimas.

 

-- Você já foi casada, Maya? Ou teve um relacionamento muito sério? -- Perguntei sem olhar em seus olhos.

 

-- Já sim. Na época em que eu morava em São Paulo. Minha família foi morar lá quando eu tinha 16 anos. O fato deles descobrirem sobre uma namoradinha influênciou bastante. Acabou que me aceitaram com o tempo. Enfim, tive algumas namoradinhas, principalmente na época da faculdade. Cursei administração e lá conheci minha ex-mulher. Fomos morar juntas 2 anos após o término da faculdade. Tínhamos ambas 25 anos. Durou 4 anos até que ela me traiu. Foi quando voltei para o Rio de Janeiro buscando uma vida nova. Depois disso, só casinhos sem compromisso. Até que você apareceu. -- E então beijou minha mão. Eu sorri encabulada, mas feliz. -- E você? O que é essa tristeza que toma conta do seu olhar às vezes? -- Ela perguntou ainda segurando minha mão.

 

-- Me relacionar nunca foi muito fácil, entende? Era como se me faltasse uma peça crucial. -- Comecei a falar e tentei não pensar nisso. As palavras simplesmente brotavam e eu não as reprimi. Confiava em Maya. -- Eu não interagia, nada despertava nenhum sentimento meu. Acredito que isso se deve ao trauma de ver minha mãe ser assassinada. -- Respirei fundo e Maya apertou minha mão. -- Eu não me lembro apesar de ter idade para lembrar. O fato é que eu não deixava ninguém se aproximar muito de mim e estava bem com isso. Até que conheci Maria Luiza há mais dois anos atrás. Com ela foi diferente, ela mudou alguma coisa dentro de mim sabe? Me abri um pouco mais e desenvolvemos uma relação pouco saudável. Eu estava envolvida com drogas e não sabia lidar com um sentimento daquele porte. Luiza vinha de uma traição e não confiava em mim. No dia do meu aniversário de 18 anos ela quase me matou por ciúmes de um amigo que eu ficava antes de conhecê-la e no sábado depois a peguei trans*ndo com uma menina no banheiro de uma boate. Ela que tanto me acusou de traição. -- Sorri triste. Meus olhos estavam cheios de lágrimas que não deixei cair.

 

-- Quase te matou? Como assim? -- Maya perguntou espantada.

 

-- Entrou na minha casa e apertou meu pescoço até que eu quase perdesse a consciência. -- Involuntariamente passei a mão no pescoço com a lembrança. Os olhos descontrolados de Luiza me vieram a mente. -- Ela foi a única que me causou qualquer sensação, mas não era fácil. Sempre foi extremamente desgastante amar Luiza. A única até você chegar. -- Sorri carinhosa. Ela se levantou e me abraçou carinhosa.

 

Acabamos de comer e fomos para a varanda. Maya levou as taças e espumante para lá. Tinha duas cadeiras bem confortáveis nos sentamos em uma só, pois ela me puxou para o seu colo. Deitei minha cabeça em seu ombro e recebi carinho em meus cabelos. Seu cheiro era tão bom. Ficamos assim por um tempo até que Maya me tirou de meus devaneios.

 

-- Alice? -- Ela disse doce.

 

-- Hmm? -- Respondi me aconchegando mais ao seu corpo.

 

-- Parabéns, minha linda! -- Beijou o topo de minha cabeça e me apertou em seus braços. -- Fico muito feliz em fazer parte da sua vida agora. Te desejo tudo de bom, pequena. -- Eu me agarrei a ela, beijei seu pescoço e agradeci suavemente. Ela se mexeu. -- Peraí, vou te dar seu presente. -- E se levantou. Enchi outra vez minha taça e esperei seu retorno.

 

-- Pronto. -- Me entregou um embrulho e sentou ao meu lado. Quando abri vi uma foto do nosso primeiro contato. Maya estava linda me estendo a mão que eu aceitava sem relutar. Nossas expressões estavam muito bem retratadas. Nossos rostos pareciam se reconhecer.

 

-- Mas como? -- Perguntei enquanto acariciava seu rosto na foto, sem perceber que o fazia.

 

-- Estavam tirando fotos para o site do bar e fizeram essa. Encontrei depois e achei que gostaria de ter. Ficou linda né? --Beijei sua boca em resposta.

 

O beijo foi se intensificando e eu senti as mãos firmes de Maya por todo o meu corpo. Seus beijos desceram por meu pescoço deixando um rastro de incêndio por onde passava. Nossas peças de roupas foram sendo tiradas de uma forma que eu não sabia e nem queria saber. A pele morena de Maya brilhava sob a luz da lua que entrava pela grande janela da sala. Meu corpo foi jogado no sofá e coberto com o seu. Goz*mos algumas vezes ali antes de irmos para seu quarto. Lá nos amamos até de manhã.


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx



Acordei me sentindo absolutamente feliz. Plenamente feliz. Na verdade eu tive que olhar para ver se estava mesmo na cama, achei que estava flutuando. Definitivamente, eu estava apaixonada por Maya. Procurei sua presença na cama e não encontrei. Senti um vazio imediato, mas nada opressor ou perturbador. Sabia e sentia que estava perto. Levantei da cama e logo a vi na varanda do seu quarto. Lá tinha uma mesa e duas cadeiras. Maya estava sentada com o violão no colo. Às vezes escrevia algo e depois tocava de novo. Me enrolei num lençol e fui até a porta de vidro que separava os cômodos em que estávamos. Dei uma batidinha. Ela olhou sorrindo. Levantou e abriu a porta pra mim.

 

-- Bom dia, linda! -- Me deu um selinho com gosto de café. Delícia.

 

-- Bom dia, meu bem. -- Respondi pegando seu café que estava na mesa. -- O que está fazendo? -- Perguntei e depois dei um gole em seu café. Estava gostoso então dei outro gole.

 

-- Te acordei? -- Fiz que não com a cabeça. O tempo estava estranhamente frio para essa época do ano. -- Está frio,  vamos entrar que te mostro. -- Voltamos para a cama e nos sentamos. Apesar do frio, o ar condicionado estava ligado e Maya estava arrepiada. A cobri com um outro lençol, o coloquei em seus ombros. Ela deu um pulo. -- Ahá, é isso!. -- A olhei intrigada com essa reação.

 

-- O que foi, meu Deus? -- Ela pegou o papel e rabiscou alguma coisa. Depois cantarolou baixinho. -- Pegou o violão e sentou na cama.

 

-- Eu estava fazendo uma música pra você. -- Disse numa simplicidade que parecia anunciar ter feito um café. Meu queixo caiu. -- Quer ouvir? -- Forcei minha cabeça a dizer que sim. Fiquei sem reação. Ela pegou o violão e começou a cantar em inglês para minha surpresa.

 

Will you count me in?

I've been awake for a while now
You've got me feeling like a child now
'Cause every time I see your bubbly face
I get the tingles in a silly place

It starts in my toes
And I crinkle my nose
Wherever it goes
I always know

That you make me smile
Please, stay for a while now
Just take your time
Wherever you go

The rain is falling on my window pane
But we are hiding in a safer place
Under covers staying dry and warm
You give me feelings that I adore

It start in my toes
Make me crinkle my nose
Wherever it goes
I always know

That you make me smile
Please, stay for a while now
Just take your time
Wherever you go

What am I gonna say
When you make me feel this way
I just...

And it starts in my toes
Makes me crinkle my nose
Wherever it goes
I always know

That you make me smile
Please, stay for a while now
Just take your time
Wherever you go

I've been asleep for a while now
You tucked me in just like a child now
'Cause every time you hold me in your arms
I'm comfortable enough to feel your warmth

It starts in my soul
And I lose all control
When you kiss my nose
The feeling shows

'Cause you make me smile
Baby, just take your time now
Holding me tight...

Wherever... Wherever...
Wherever you go
Wherever... Wherever...
Wherever you go

Wherever you go
Always know

'Cause you make me smile
Even just for a while


Quando ela acabou eu sorria tanto que nem parecia eu. Só percebi que estava chorando quando ela secou minhas lágrimas. Beijei todo seu rosto sussurrando "obrigada" e a abracei. Ficamos na cama de chamego e Maya reclamou de fome. Fiquei pensativa com essa última frase. Olhei para o relógio na mesa de cabeceira. Depois de um tempo ela me perguntou:

 

-- No que você tanto pensa? -- Disse me encarando.

 

-- Que temos que correr ou nos atrasaremos para meu almoço de aniversário. -- Respondi carinhosa.

 

Como seria o encontro de Maya e Maria Luiza? Não quero nem pensar no que vai acontecer.

 

Fim do capítulo


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