a quem está chegando na história agora, seja muito bem vindo/a! <3
Bora ler?!
Tenham uma ótima leitura
Capítulo 12
Capítulo XII
Alison's POV:
Quando cheguei no quarto de Charlotte na clínica a porta de madeira ainda trazia seu nome: "Charlotte DiLaurentis". Por mais que eu lesse e relesse aquela placa não doeria menos ou faria parecer mais real. Eu não conseguia acreditar, não conseguia acreditar que havia perdido-a também.
Minha mão estava tremula, mais pálida do que o normal, quando a levei até a placa, tocando-a e contornando cada letra de seu nome com a ponta de meus dedos. A cerveja que eu ingerira mais cedo, não havia caído bem e a todo instante sentia seu gosto amargo no fundo de minha garganta. Olhei na direção do quarto, as janelas estavam abertas, mostrando o lindo luar. Mas, que naquele momento, só pareceu triste, dolorido, vazio...
Mais uma vez, esse sentimento me definia: vazio.
Senti uma mão em meu ombro e fechei os olhos. Eu sabia a quem os dedos longos e pesados pertenciam.
- Elliot...- Disse seu nome e então abri os olhos. O médico estava parado bem ao meu lado, encarando-me.
- Sinto muito, mais uma vez...
- Eu sei...- Suspirei, pesadamente, lembrando-me de quando Charlotte havia confessado que estava apaixonada pelo médico, apenas dois dias depois de eu tê-lo beijado – claro que, desta parte, ela não sabia.
- Você precisa de alguma coisa? Um café? Um chocolate quente? – Perguntou, solicito.
- No momento, meu estômago não está sabendo lidar nem com a cerveja que tomamos mais cedo. – Confessei.
- Um remédio para o estômago, então? – Ele insistiu, com toda a gentileza exagerada.
- Estou bem, de verdade. – Falei, roboticamente. Eu ainda estava em choque.
- Eu posso...
Respirei fundo, estava a um passo de perder a paciência. Eu não queria ninguém ali comigo, queria ficar sozinha.
- Elliot...- Tentei usar o tom mais delicado possível. – Por favor, eu só quero ficar sozinha...
- Mas...
- Por favor! – Pedi. – Eu vou entrar nesse quarto agora e preciso fazer isso sozinha. – Falei, firmemente.
O Dr. Rollins concordou com a cabeça e suspirei aliviada por ter me livrado – momentaneamente – dele. Assim que ele se afastou, decidi que era hora de encarar o antigo quarto de Charlotte.
Ao entrar no leito, que não era muito grande, na verdade, um pouco maior do que quartos de hospital, suspirei pesadamente. O cheiro de Charlotte ainda estava impregnado ali, era como se a qualquer momento, ela fosse entrar, me abraçar e dizer que tudo aquilo não passava de uma grande brincadeira. Mas não era uma brincadeira.
Andei até o armário e o abri, as roupas de Charlotte ainda estavam ali e misturadas a elas, algumas de minhas próprias peças, que eu havia emprestado à ela. Cenas de quando conheci Charlotte, ainda como CeCe, correram por minha mente. Mesmo que fossemos amigas naquela época e eu não soubesse de toda sua história, era como se eu já a visse como uma irmã mais velha. A irmã que eu nunca havia tido.
Passei os dedos pelas peças que estavam ali, da primeira a última, e então fechei o armário que parecia novo. Caminhei até o criado-mudo, acendendo a luminária. Lembrei de todas as noites que dormira na clínica com ela, todas as vezes em que por mais grogue que Charlotte estivesse, eu continuara ao seu lado, lendo e relendo suas histórias favoritas: contos de fadas.Passei a mão pelo livro que estava em sua cabeceira: Irmãos Grimm.
Sentei na cama que estava impecável e tive a certeza de que eles já haviam trocado os lençóis. Suspirei pesadamente e então as primeiras lágrimas começaram a escorrer por meu rosto e, uma vez libertadas, o choro veio todo de uma vez. Peguei o porta-retratos que havia em cima do criado-mudo. Uma foto minha e Charlotte antiga, mas que eu, particularmente, adorava. Estávamos abraçadas e de óculos escuros no campus da Hollis em uma das várias festas que fomos lá. Abracei a foto junto ao meu peito e deixei que toda a dor fosse liberada. Quando consegui me acalmar, peguei o telefone e disquei o número de Emily. Não conseguia pensar em nenhuma outra pessoa para falar, que não ela:
- Ali...- Escutei sua voz do outro lado da linha. Parecia estranha, como se tivesse outra preocupação em mente, mas fiquei aliviada por ela me chamar carinhosamente pelo apelido.
- Em...- Respondi, engolindo um choro que repentinamente subiu por minha garganta.
Céus, como que desejava o abraço e as palavras de Emily agora.
- O que foi, Ali? – Sua voz tornou-se mais baixa e desesperada. Ela me conhecia, de certo, sabia que do outro lado da linha eu estava chorando.
- Eu preciso de você. – Foi tudo o que consegui falar.
- Alison, por favor, me fale o que...- Emily tornou a dizer, mas eu a interrompi.
- Charlotte está morta...- Era a primeira vez que eu assumia isso em voz alta e dizer aquilo fez a coisa toda parecer muito mais real.
Charlotte realmente havia partido.
Não sei exatamente quanto tempo fiquei naquele quarto, mas permaneci sentada ali até que minhas lágrimas fossem capazes de secar. Emily tentou me ligar outras vezes, mas não fui capaz de atender. O telefone continuou tocando e tocando e meus olhos continuaram fixos no rosto de Charlotte, em como ela parecia feliz naquela foto.
- Se eu pudesse, teria te feito feliz como naquele dia, todos os outros dias que você viveu...- Sussurrei para a foto, chorosa, como se ela estivesse ali.
Quando criei forças o suficiente, puxei o livro que estava em cima do criado-mudo, o dos Irmãos Grimm, e no instante que fiz isso, um recorte de papel caiu.
Meu coração disparou.
Eu não queria olhar, pois temia exatamente o que meus olhos encontraram:
"Se a irmã nº 1 é uma vaca, posso apostar que a irmã nº 2 também é. Você é a próxima. O único 'felizes para sempre' que te aguarda é o embaixo da terra. Até logo."
Meu corpo inteiro tremeu ao ler cada uma das palavras escritas em letra de forma. Aquela tortura não poderia estar acontecendo de novo. Peguei o celular pronta para ligar para Emily, mas desisti, não querendo colocá-la em perigo. Guardei a anotação em meu bolso e peguei o livro. Meus olhos varreram cada canto daquele quarto, eu estava sozinha, não havia ninguém ali.
Tentei processar hipóteses possíveis. Será que existia outra "A" além de Mona e Charlotte? Bom, Charlotte estava morta, então, eu tinha que riscá-la da lista de suspeitos. Mona? Será que Mona estava de volta ao jogo?
Quanto mais eu pensava, mais tonta ficava. Decidi que o melhor era deixar aquele quarto, pelo menos por hora.
- Senhora...- Uma voz me chamou, assim que me viu sair. Estranhamente, pareceu uma voz conhecida. Congelei, será que o responsável pelo bilhete estava me esperando na porta?
Criei coragem e me virei, mas respirei aliviada ao ver que era apenas uma enfermeira. Quer dizer, o "apenas" valia, não é? Eu não esperava ser surpreendida pela mulher que cuidara da minha irmã esse tempo todo.
- Senhora, DiLaurentis...- A moça tornou a falar. – Assim que a polícia autorizar, podemos começar a tirar as coisas de...?- A mulher hesitou, percebendo que aquilo não era nem um pouco delicado da parte dela. – Charlotte...- Completou depois, com um pouco de dificuldade.
Encarei-a nos olhos, mas engoli todas as palavras desagradáveis que desejava proferir a ela. Antes mesmo que eu tornasse a abrir a boca, senti uma mão pesar em meu ombro.
- Só desmontaremos o quarto com ordens da senhora DiLaurentis...- Elliot falou atrás de mim.
Olhei para ele, grata pela atitude.
- Tudo bem. – A enfermeira concordou e se afastou.
- Obrigada...- Pedi, segurando o papel que havia em meu bolso.
- Você precisa que eu te leve para casa?
Mordi meu lábio inferior, sentindo o bilhete em pedaço de papel que estava em meu bolso. Mas eu não queria que ele confundisse mais as coisas, além do mais, a ideia de Rollins perguntando a cada instante se eu precisava de alguma coisa era perturbadora.
- Eu passo essa, prefiro ir para casa sozinha. – Falei, embora parte de mim temesse pelo que eu lera no bilhete.
- Certeza?
Concordei com a cabeça.
- Posso só pegar emprestado seu carro? – Perguntei.
Elliot nem sequer hesitou.
- Sem problemas! – O rapaz entregou as chaves e eu segui para o estacionamento.
A cada passo, era como se eu estivesse fugindo novamente. Meus olhos estavam atentos a cada movimento, a cada balançar de folhas. Entrei no carro sem delongas e imediatamente liguei-o, girando a chave no contato. Manobrei o veículo e peguei o caminho que levaria para minha casa. Já era tarde da noite e as ruas estavam ainda mais pacatas do que costumavam ser em Rosewood. Escutei o celular tocar em minha bolsa, no banco de trás, mas não ousei atendê-lo. Preferia manter toda a atenção no caminho. Estacionei na entrada de casa, pegando a bolsa e o livro. Destranquei a porta, observando a minha volta. Até então, tudo parecia normal.
Abri a porta e acendi a luz do hall, a casa parecia exatamente como eu havia deixado.
- Ok, Alison, você está ficando paranoica...está tudo bem! – Tentei afirmar a mim mesma.
Atravessei a sala para guardar a chave no potinho de cerâmica que ficava em cima do piano, porém, na metade do caminho, algo rangeu. Olhei para trás, mas o caminho estava livre atrás de mim. Foi então, que reparei que não havia ninguém atrás de mim, mas a minha frente. A poltrona onde meu pai costumava ler o jornal toda manhã girou lentamente conforme meus olhos a acompanharam. Abri a boca, prestes a gritar, mas minha voz se perdeu no instante em que escutei.
- Por que demorou tanto, vadia?
Fim do capítulo
Hahahahahahha
e aí? De quem será o bilhete?
será que Ali finalmente encontrou a nossa odiada nº1? :O
E agora que a Em está longe, quem vai salvar a Ali em perigo? X_X
Alguém pode mandar o Elliot calar a boca, por favor? Não aguento mais ele hahahaha
O que vocês acharam do capítulo? Dúvidas, comentários, sugestões, críticas? Vamos lá, fiquem a vontade!
beijos e até o próximo capítulo!
obrigada <3
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