Agora, vamos a leitura? :D
Capítulo 10
Caítulo 10
Alison's POV:
"Ali,
Assim que ler esta mensagem, me ligue. É importante, é sobre a Charlotte.
E."
Meus olhos percorreram as palavras por várias e várias vezes até que elas fizessem sentido em minha mente. Quando consegui processá-las, meus olhos, imediatamente, buscaram os de Emily.
- Você viu uma RedCoat ontem e Char-...
Mas a interrompi antes que pudesse concluir o pensamento. Eu não suportaria pensar que todo o pesadelo estivesse começando novamente. Quando viajei para a Califórnia, tudo estava sob controle. Não fazia nem uma semana que eu havia me afastado de Rosewood, a ideia de Charlotte ter uma recaída era aterrorizante.
Um filme passou pela minha cabeça. Um filme inteiro, sobre a minha vida. Do momento em que fui enterrada viva até a época em que mudava de paradeiro a cada doze horas, com medo de ser encontrada. Eu sabia que tudo aquilo não havia sido única e exclusivamente culpa de Charlie, mas, ao mesmo tempo, não poderia esquecer o fato de que ela também tivera sua parcela de culpa. Estaria sendo injusta se dissesse que Charlotte havia tido uma vida fácil, ela sofrera não apenas rejeição ou incompreensão, mas, também, passara boa parte da vida trancafiada em um hospício. Eu a amava, a amava incondicionalmente. Depois que perdi minha mãe, Jason e meu pai se afastaram, eles não queriam ter ligação com a responsável pelos piores anos de nossas vidas. Mas, eu não podia deixá-la. Agora, Charlotte era o mais perto que eu tinha de uma família. Por mais que as memórias do que ela fizera não apenas com Emily, mas todas as minhas amigas, mantivesse viva e forte em minha memória.
Peguei o celular e Emily concordou, se afastando, para que eu tivesse um pouco de espaço.
Eliott atendeu na terceira chamada:
- Eu estava preocupado com você! – O médico exclamou assim que atendeu.
- Eu...estou bem...- Achei melhor não contar a ele tudo o que havia acontecido na noite de Halloween. Pelo menos, não por telefone. – Por favor, me diga o que aconteceu! – Pedi, por mais medo que eu tivesse de sua resposta.
- Ali, eu acho melhor você voltar para Rosewood...- Elliot falou e quando me chamou pelo apelido, olhei na direção de Emily, torcendo para que ela não tivesse escutado nada. Suspirei aliviada quando constatei que ela estava ocupada demais com a louça do dia anterior.
Não era como se eu estivesse escondendo algo dela, eu não estava. Havia contado a ela que eu e Elliot chegamos a sair e ficamos uma vez. Nada demais. Por mais que eu tivesse dito a ele que eu não podia me envolver naquele momento, ele insistia em ser o cara certo para mim e, como ele cuidava da minha irmã, eu não conseguia simplesmente dar um "passa fora" de uma vez por todas.
Ok, talvez eu fosse a pior pessoa do mundo: deixando uma pessoa com esperanças, enquanto eu viajava com outra pela Califórnia. Mas, essa não era minha intenção.
Os olhos castanhos de Emily me encararam assim que ela sentiu meu olhar e então eu retornei ao telefone.
- Mas ela está bem? – Insisti.
Elliot hesitou e aquilo não soou como um bom sinal. Meu coração estava disparado e eu desesperada.
- Alison, volte para casa...- O homem pediu, docemente, mas não senti apenas a suavidade em sua voz e sim a pena.
Engoli em seco.
- Eu vou pegar o primeiro voo hoje. – Informei e Emily me encarou como se eu fosse louca.
No instante em que desliguei o telefone, ela caminhou na minha direção. Mais do que chateada, ela estava irritada.
- Ali...o que você está fazendo?
- É minha irmã, Em, eu não posso abandoná-la...
- Ele sequer te disse o que aconteceu com Charlotte? – Emily perguntou.
Comecei a juntar as coisas em minha mala. Eu sabia que desta vez, estava arrumando as coisas para valer. Eu voltaria para Rosewood.
- Não...- Falei, sem desviar meus olhos da pilha de roupas que eu guardava. – Ele não me disse nada, ele falou que não queria falar sobre isso no telefone...
- Alison!
- Em, eu não posso, ok? Não agora...
Senti sua mão segurar meu braço, não com força, mas firmemente, como se quisesse ter minha atenção por mais um segundo. Encarei-a com meus olhos azuis, mas não deixei que ela dissesse o que precisava. Eu não estava pronta para escutar.
- Desculpe, Em. Eu sei que você tinha um plano completamente diferente para essas semanas. Eu também tinha, acredite em mim. Mas eu não posso lidar com isso agora, não com todo o resto acontecendo.
- "Isso", significa a gente?
Foi a única coisa que ela perguntou. Vi seus olhos se enchendo de lágrimas, mas eu sabia que não era capaz de fazer as coisas diferentes naquele momento.
- Me desculpe. – Fechei a mala e a morena soltou meu braço. – Eu te amo, por mais difícil que isso possa parecer agora...
Falei, mas não houve resposta. Caminhei em direção a porta e Emily apenas me observou. Comecei a descer os pequenos lances de escada do apartamento e as lágrimas tornaram-se mais intensas. A viagem de volta foi tranquila, porém, meu interior estava turbulento, como se eu estivesse passando por uma área de instabilidade. O que, no fundo, era verdade.
Quando pousei na Filadélfia, não havia mensagens de Emily no meu celular e isso esmagou ainda mais meu coração que já estava em pedaços. Eu não a culpava, sabia quantos anos Emily havia me esperado, havia acreditado que eu estava viva e mantido seus sentimentos por mim vivos.
- Alô, você pode vir me buscar no aeroporto? – Falei, assim que a voz do outro lado atendeu.
- Eu já estou a caminho. – Elliot falou.
Entrei no carro de Elliot me sentindo exausta. A maior parte do caminho, permanecemos em silêncio. Percebi as bolsas escuras ao redor de seus olhos e a respiração pesada, como se tivesse atingido um nível de estresse altíssimo. Por algum motivo, isso me deixou ainda mais preocupada.
Um pouco antes da entrada em Rosewood, ele estacionou o carro no Pancake House, um restaurante de beira de estrada especializado em panquecas. Que, apesar de ser imundo, tinham as melhores panquecas da região.
- Pancake House? – Perguntei quando ele estacionou o carro.
Seus olhos estavam misteriosos e Elliot demorou a me encarar.
- Nós precisamos conversar. – O rapaz falou, depois de algum tempo.
Respirei aliviada, soltando toda a tensão que meu corpo contraíra nos últimos instantes.
- Nós podemos conversar...- Sorri de canto, certa de que sabia sobre o que Elliot queria tratar. – Mas antes podemos falar sobre a Char...
- É exatamente sobre isso que quero falar. – O homem me cortou.
Saímos do carro e assim que ele trancou o veículo, seguimos lado a lado até a velha casa onde funcionava o Pancake House. Quando Elliot empurrou a porta de vidro, um sininho caindo aos pedaços tocou. Éramos os únicos no local àquela hora e os três funcionários olharam em nossa direção, disputando quem atenderia nossa mesa. Sentamo-nos em um dos bancos com o acolchoamento furado que ficava próximo da enorme janela de vidro que cercava todo o ambiente, assim, Elliot podia manter os olhos no carro. A região havia sido notificada há algum tempo por casos de roubo e furto.
A atendente de sardas e aparelhos nos dentes se aproximou. Seu cabelo ruivo não devia ser lavado há duas semanas e os cachos estavam ensebados, mas tentei não pensar o quanto isso poderia influenciar nas panquecas.
- Uma cerveja e uma panqueca tripla. – Elliot foi o primeiro a pedir.
Olhei para o cardápio de apenas uma página, incerta do que deveria pedir. Eu não comia nada desde o lanche que Emily havia feito para mim, mas frente as condições higiênicas da atendente, pedi apenas uma cerveja.
Estávamos sentados frente a frente e os olhos castanhos de Elliot estavam fixos em meu rosto. Em geral, ele tinha expressão amigável, mas eu estava começando a assumir que hoje o médico estava me dando medo.
- Elliot...- Pedi.
O moreno entendeu, assentindo com a cabeça. Pousou ambas as mãos na mesa e então começou a falar.
- Eu sei que devia ter adiantado o assunto no telefone, mas, eu não podia...
- Elliot...- Pedi, desejando que ele se apressasse.
- Não é como se eu desejasse ser quem vai te contar isso...- Ele continuou com rodeios.
- Elliot...- Pedi novamente.
O rapaz abriu a boca e estava prestes a tornar a falar quando a atendente se aproximou novamente com nossos pedidos.
- Aqui estão...- Ela disse, colocando uma cerveja na minha frente e outra na dele e a pilha de três panquecas de Elliot.
- Obrigado. – O médico agradeceu e a moça se afastou. – Ali...- Seu tom tornou-se sombrio quando voltou a falar comigo.
- Hm? – Foi tudo o que eu consegui dizer. Minha mão havia congelado na tentativa de abrir a garrafa, enquanto meus olhos o encaravam fixamente.
- Charlotte está morta.
Fim do capítulo
Vamos lá, primeiro as perguntas:
Será que Emily vai perdoar Ali?
Será que Elliot realmente está falando a verdade?
Se ele está, será que Charlotte está de fato morta ou deu um jeito de enganar a todos e retornar a vida de "A"?
E, se Charlotte realmente está morta, quem era a RedCoat?
quem quiser chutar alguma das perguntas.... :P HAHAHAHA
No mais, comentários, sugestões, críticas, fiquem à vontade!
E até o próximo capítulo! :)
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