Apesar de confiar na Italiana a aproximação dela com Pietra, me causou ciúmes, pois enquanto a procurava, lá estava ela conversando com sua ex-namorada, onde havíamos nos amado, aquilo me sufocou, meu ciúme falou mais alto e apesar dos conselhos da recepcionista pra eu conversar com Giulia quando ela voltasse não consegui me segurar e quanto mais perto chegava do local, mais meu coração disparava por imaginar cena que encontraria.

-o que esta acontecendo aqui?

As duas estavam sentadas no chão, Pietra com o braço por cima do ombro da minha Italiana. Minha maior surpresa foi ver os olhos de Giulia estavam vermelhos e úmidos.

-Me fala Giulia, o que esta acontecendo entre vocês?

Giulia me olhava sem emitir nenhuma palavra , seus olhos estavam vermelhos como se tivesse chorado .

-me falem o que está acontecendo aqui.

- não está acontecendo nada Sabrina!- Pietra e quem responde- Giulia queria conversar só isso!

-conversar sobre o que, e porque aqui, em um lugar tão isolado.

Meu ciúme falava mais alto, tudo bem, não vi nada comprometedor, mas então porque minha italiana parecia ter chorado.

-Sabrina não tenho nada com a Giulia...

-mas queria...

-quando vim pra cá a sua procura, sim queria, mas não quero mais. Percebi que a amizade dela e mais importante pra mim- ela parecia sincera e bem decidida em suas palavras- nos estávamos conversando sobre você, Giulia estava me falando, como tem medo de te perder, de ficar sem você.

Olhei direto nos olhos daquela que amava, ela parecia triste.

-é verdade Giulia?- ela apenas acena com a cabeça- então me conte o que está acontecendo!

- não está acontecendo nada meu amor! Pietra também queria conversar, por isso nos afastamos da pousada, ela está querendo voltar pra Itália, mas não consegue deixar Dayse.

-Giu você prometeu que não contaria pra ninguém sobre nós!

Pietra parecia constrangida, com certeza não sabia que minha italiana havia comentado o romance dela com a advogada.

- eu falei pra você que vimos vocês há dias atrás, e não gosto de esconder nada dela-Giulia se defende.

Acabamos mudando o rumo da conversa, as duas pareciam realmente amigas, ficamos ali por algum tempo, conversando sobre a partida de Pietra.

...

P/MARI

Desde o dia que conversei com Berta a respeito de meus pais, não pensava em outra coisa. Não havia conversado ainda com Mari, sabia que sua mãe deveria ter falado com ela a respeito do que conversamos. Não entendia porque ainda não me sentir pronta pra conversar.

Pra completar alguns dias depois fui ao supermercado a pedido de Sabrina, Ivan havia saído e Aline estava ocupada com Berta. Quando já estava a caminho da fila do caixa, vejo Marcio um dos meus irmãos,  ele era gêmeo com Marcos,  quando sai de casa os dois eram duas crianças,  sentia muita falta deles, nos éramos muito ligados. Ele não me viu, achei melhor assim, talvez tivesse na hora de procurar por minha família,  ia conversar com Amalia naquela noite.

Quando retorno para a pousada minha cabeça ainda estava na imagem de Marcio , quando sai de casa a coisa que, mas senti falta foi de estar com os dois, enquanto minha mãe fazia os afazeres de casa, eu ficava responsável pelos gêmeos , quando me meti com minha ex os dois tinham 6 anos e varias vezes em que sai pra encontra – lá tive que leva – lós, pois não tinha com quem os deixar.

-aconteceu alguma coisa minha filha?- Berta está ao meu lado e me olhava de maneira preocupada- te perguntei várias vezes se comprou tudo que pedi.

-me desculpe Berta, estava distraída.

-quer conversar minha filha?- a senhora me olhava com carinho, era tão bom se sentir querida. Por muito tempo me senti com a sensação de estar sozinha no mundo, mas desde que Amália entrou em minha vida, me sentia fazer parte de algo maior, uma família outra vez.

-vi meu irmão Marcos no supermercado- não tinha porque mentir ou esconder aquele fato da senhora, se ela foi quem desencadeou todo aquele dilema que me encontrava de procurar ou não, meus pais.

-você falou com ele?-sacudi minha cabeça em negação- ele te viu – outra vez a negativa por minha parte- sei que é difícil Mari, mas uma ora ou outra você vai ter que enfrentar esse fato de frente, seus pais apesar de não entenderem o modo que vive, te amam!

-vou conversar com a Amália, ainda não me senti a vontade pra conversar a respeito do que me falou.

-eu conversei com ela, só está esperando você se sentir pronta!- a cozinheira abre o sorriso, aquilo havia me passado pela cabeça, mas saber que Amália estava respeitando meu tempo, minha decisão somente fez que a amasse ainda mais. Queria muito conversar com ela, saber sua opinião, precisava de seu apoio, independente da decisão que tomaria.

Despeço-me da senhora e vou atrás daquela que já se tornará uma parte importante de minha vida. Ela não estava na recepção como de costume.

-Cadê a Amália, Ivan?- o rapaz estava conversando com uma moça, conclui que fosse alguma hóspede.

-Ela saiu um pouco, só não sei pra onde!

Estranha Amália sair no meio de seu expediente, ainda mas que sabia que havia saído pra Sabrina e logo retornaria para a pousada .

-Sabe me informar se Sabrina está em seu escritório?-ia conversar com ela, pediria uns dias de folga queria sair um pouco da ilha, ia conversar com meu amigo, precisava de sua opinião, de seus conselhos e queria que Amália fosse comigo, não conseguiria passar muito tempo longe dela.

-também não, Amália saiu logo após Sabrina ter ido procurar pelas Italianas.

Como assim pelas Italianas? Pensava. Será que aconteceu alguma coisa? Fui em direção que Ivan me indicou que as duas seguiram no meio do caminho encontro Amália, ela caminhava tão pensativa que somente me viu, quando já estava a seu lado.

-oi amor, já retornou?

-aconteceu alguma coisa, Ivan me falou que saiu atrás de Sabrina, e cadê ela?

Amália me olha como se indecisa se falava algo ou não.

-ela esta na Gruta conversando com Giulia e Dayse! Vi quando ela veio atrás de Giulia e sabia que ela estava conversando com a Pietra só não sabia que era na gruta, então resolvi segui-la pra evitar qualquer problema. Só que cheguei La antes dela, não vi nada demais e resolvi ficar escondida pra ver qual era delas, faz algum tempo que elas se aproximaram tanto , que se dizem amigas que achei estranho, mas escutei uma conversa antes da Sabrina chegar que não me sai do pensamento.

-quer conversar sobre isso?- ela parecia ainda distraída, pensativa.

-ainda não, ate porque escutei coisas que não fazem sentido pra mim. Deixa primeiro tirar algumas coisas a limpo ai ti falo.

P/AMALIA

Depois que Sabrina foi atrás de Giulia, pedi que Ivan ficasse pra mim na recepção da pousada e praticamente corri pra ver se alcançava a italiana antes de minha amiga, tinha escutado quando Pietra sugeriu que conversassem na gruta.

Quando cheguei lá encontrei a seguinte cena, Giulia chorando e Pietra tentando acalma – lá.

-ela não irá me perdoar quando souber a verdade! -ia me fazer presente, mas fiquei totalmente sem ação “ será que estão tendo algo” meu único pensamento foi esse. Não era possível que depois de tudo que passaram , Giulia estivesse traindo Sabrina.

-acalma Giu, você não teve culpa de nada, quando veio pra cá não sabia a verdade- que verdade! Minha cabeça estava confusa- Vivian deveria ter contado toda a verdade assim que chegou na ilha.

“O que Vivian tinha haver com isso?” a conversa parecia mais sem sentido ainda.

-ela queria tempo pra se aproximar de Sabrina, não posso culpa – lá ela esteve tanto tempo longe dela, que queria aproveitar sua companhia.

-mas ela não deveria ter te envolvido sabendo que estava namorando sua filha.

Minha cabeça rodou quando escutei aquilo, “será que a filha que Pietra insinuou seria Giulia?” afinal a senhora a criou como uma filha, mais o modo como ela pronunciou as palavras dava a entender outra coisa. Vejo Sabrina se aproximar e preferi sair dali antes que notassem minha presença.

Sigo pensativa em tudo que escutei somente uma coisa vinha a minha cabeça, coisa que me negava a acreditar- não é possível que o destino estivesse brincando com as duas! –estava tão distraída que não percebo Mari ao meu lado, somente noto sua presença quando essa fala comigo.

Ela percebendo minha distração quer saber o que houve pra que estivesse assim, aérea. Desconverso, não seria certo falar de algo que nem eu mesmo ate o momento não havia entendido.

Voltamos para pousada caladas, percebo que Mari parecia triste, por causa de minha distração, somente percebi quando ela já estava se despedindo de mim na recepção da pousada.

-você me parece triste. O que aconteceu?- os anos que passei só a observando sem coragem de me declarar, resultaram de conhecê-la mais profundamente, seus gestos, sua fala, seu modo de agir, eram atitudes que conseguia decifrar somente de olhar.

-quando fui ao supermercado para Sabrina, encontrei o Marcos!-conhecia bem os irmãos dela, os gêmeos quando eram mais novos, sempre estavam na presença da guia, que tinha uma adoração pelos irmãos fora do comum.

-você falou com ele?- não queria vê-la assim triste. Era a primeira vez que comentava algo sobre eles, em nossas conversas ela sempre desconversava quando o assunto era sua família.

-ele não me viu- seu suspiro me cortou o coração, ela estava sofrendo, precisava fazer alguma coisa.

-sei que não tocamos nesse assunto Mari, minha mãe falou que conversou com você sobre eles, não acha que já esta na hora de procurá-los.

Ela me olha como uma criança indefesa, sem saber o que fazer.

-vai pra casa comigo depois do seu expediente, preciso de você! – aquilo era mais do que meu coração pedira, saber que fazia parte de sua vida ao ponto de ser seu porto seguro, me fazia ama-la ainda mais.

-não precisava nem pedir, é lógico que vou!Espera-me a noite pra irmos juntas.

-queria preparar algo pra comermos antes de você ir.

-não precisa, compraremos uma pizza no caminho. Quero somente chegar, te dar um banho e ficar bem agarradinha contigo a noite toda- Ela sorrir, aquele sorriso que amava.

-esta bem, depois nos  falamos! Vou ajudar Geovane, que desde ontem pediu minha ajuda com uma nova técnica de massagem que quer aplicar nos hospedes.

-é bom mesmo, quem sabe assim você relaxa!- me da um beijo no rosto e segue a procura de meu irmão.

Preciso fazer alguma coisa pra ajudá-la, sentia seu medo em procurar sua família e ser novamente rejeitada, só que dessa vez ela teria a mim pra se apoiar, não ia deixar que ninguém a magoasse outra vez.

Estava conversando com um casal que havia acabado de chegar e pediam algumas dicas sobre passeio na ilha, quando vejo Sabrina , Giulia e Pietra retornarem, as coisas pareciam terem acalmado elas conversavam civilizadamente.

-Amália sabe me dizer se Vivian esta em seu quarto- minha amiga se aproxima perguntando, era incrível como ela confiava na senhora que conhecia há tão pouco tempo.

-não vi Sabrina, tive que resolver algo e sai alguns minutos, não sei te informar se ela saiu ou se esta em seu quarto.

-obrigada Amália, se por um acaso vê-la peça que vá a meu escritório Geno ira chegar amanha e dessa vez faço questão de ir com elas recebê-lo.

-já falei que não precisa amor, não quero te atrapalhar. Se tiver alguma coisa pra fazer irei com minha tia.

-faço questão de ir pessoalmente recebê-lo, já conversamos sobre isso.

A italiana sorri pela teimosia de sua namorada, Sabrina estava ligada literalmente a família de sua amada. Outra vez me vem à mente a conversa que escutei, teria que tirar aquilo a limpo, só não sabia como fazê-lo.

À noite quando sai Mari já me esperava. Passamos em casa para que pegasse roupas limpas, pois queria dormir com ela, queria dar-lhe carinho que merecia mimá-la e fazer suas vontades, ela estava precisando ser amada. Passamos em uma pizzaria e seguimos para sua casa. Já em casa, seguimos para o banho, não sentia necessidade de fazer amor, não que não desejasse, mas queria que ela soubesse que nosso relacionamento se baseava não somente no ato sexual, queria que ela tivesse confiança em falar comigo, sobre seus fantasmas e medos.

No banheiro  ensaboo seu corpo, alisando delicadamente sem tocar em suas partes sensíveis que conhecia muito bem, ela ainda tenta fazer com que nossas caricias tomem outras direções mais a parei.

-Não amor, hoje quero que você relaxe, quero somente conversar contigo sobre o que aconteceu no supermercado, quero que me fale o que esta sentindo realmente, eu te amo Mari, e não vou permitir que ninguém te magoe outra vez.

 Lagrimas rolam em seu rosto a principio, mas da feita que a acolho em meus braços seus soluços se fazem mais altos, ela estava desabando em meus braços, anos de sofrimentos que calaram, sem alguém para compartilhar com ela. Naquela noite a coloquei para dormir ainda com lagrimas nos olhos, aquilo sim era doloroso de se ver, uma mulher estabilizada, dona de seus atos, chorar feito uma criança.

Pela manha saímos cedo, insisti com ela que a acompanharia em sua visita a seus pais, a principio ela não aprovou, mais minha insistência foi maior. Marcamos de no dia seguinte fazermos uma visita.

Como sempre fazia fui direto para cozinha, Mari resolveu tomar café com os hospedes que acompanharia. Estava chegando quando escuto mais de uma voz além da de minha mãe na cozinha, era Vivian.

-Vivian quando vai conversar com Sabrina, sabe quanto mais demorar, mas sua filha achara que todos a enganaram!

-então não estava delirando, com que escutei ontem.

As duas me olharam assustadas, e eu mais ainda em saber que minha mãe escondia a verdade daquela que dizia amar como uma filha.

Fim do capítulo