De volta...
Desculpem minha demora! Inumeros acontecimentos e muito trabalho me afastaram do site e dos contos!
Prometo ir ate o final deste agora e, ainda que nao consiga postar todos os dias, vou procurar ser o mais possivel.
Bjs a todas vcs,
Capítulo 16 - : "Quem tem a coragem de amar deve ter a coragem de sofrer!" (Ophélia Reberty)
Tomei um banho demorado e relaxante. Depois pedi comida chinesa.
Liguei para a casa de Márcia e ela não atendeu. Tentei seu celular... fora de área. Estranhei, mas devia estar com a turma em algum Happy Hour da vida. O jeito era tentar mais tarde.
Liguei a TV mas não consegui me concentrar. Desliguei. Liguei o som mas a música suave e melosa da FM me encheu de solidão. Desliguei o som.
Melhor seria dar uma olhada nas pastas que havia trazido do escritório e banir da minha mente todos e quaisquer vestígios de Marina... e de Márcia também.
Com certa dificuldade, finalmente, consegui me concentrar na leitura daqueles documentos e só me dei conta de que algumas horas haviam se passado quando fui interrompida pelo barulho do interfone me chamando.
Olhei para o relógio... 23 horas, em ponto. Quem seria àquela hora?
- Boa-noite, dona Valentina! - Elias, o porteiro da noite, cumprimentou-me.
- Boa-noite, Elias. - respondi.
- A senhora Marina Cintra está aqui e...
Surpresa com a visita não ouvi o resto do que o porteiro me falou.
"O que Marina queria comigo àquela hora da noite? Será que estava sozinha?" É claro que estava, pois se Guto estivesse com ela o porteiro nem me avisaria. Somente ele e Márcia não eram anunciados.
- Por favor, Elias... - disse-lhe depois de uns segundos - Peça para ela subir!
Por um momento fiquei sem saber para que lado ir nem o que fazer dentro do meu apartamento. Ajeitei rapidamente os papéis espalhados sobre a mesinha de centro e tentei me ajeitar um pouco também, alisando o pijama de camiseta e short em malha que eu usava.
"Bom, como eu não esperava ninguém..."
As três leves batidas na porta já estavam virando marca registrada de Marina.
Abri a porta disfarçando minha ansiedade.
- Boa-noite, Valentina! - Marina tinha um sorriso acanhado de canto de boca - Sei que é tarde mas... precisava ver você. Está sozinha?
Muda, fiz um gesto afirmativo com a cabeça e fiz sinal para que ela entrasse.
Ela me olhou dos pés à cabeça.
- Desculpa te receber assim, mas é que estava pronta para dormir... - gaguejei um pouco sentindo-me uma garotinha diante daquele olhar divertido e faminto.
Marina tem esse poder. Primeiro me deixa acanhada, depois faz brotar em mim um demônio faminto, voraz, insaciável.
- Você está linda vestida assim! - seu olhar se intensificou - Aliás, como sempre.
Senti meu rosto queimar.
Caminhei até o sofá e sentei-me. Ela fez o mesmo e, sem deixar de me olhar, sentou-se à minha frente.
- Meu voo está marcado para as oito da manhã, amanhã... - ela começou - Pensei em me despedir de você...
A sensação que me invadiu foi uma mistura de vazio e abandono. Não consegui disfarçar a tristeza que senti no olhar que lhe dei. E não tentei.
Aquela mulher, sentada à minha frente, que me olhava com ternura e intimidade e, ao mesmo tempo, parecia tão inatingível, era a dona do meu coração e disso eu não tinha a menor dúvida.
É claro que em nenhum momento Marina tinha prometido me amar. E, apesar de todo desejo que demonstrava ter por mim e de sempre me tratar com muito carinho, nunca pronunciou a palavra "amor".
Marina era uma mulher livre e solta e parecia querer continuar assim por um bom tempo. Pelo menos era o que demonstrava.
- Não ia se despedir de mim, não é? - sua voz saiu tão baixa que eu quase não ouvi.
Balancei a cabeça numa negativa, simplesmente.
- É, eu imaginei! - Marina falou em meio a um suspiro - Por que, Valentina?
Fixei meu olhar no dela. Minha vontade era beijá-la até sufocar meu amor e acabar com a sede insaciável que eu tinha daquela boca. Mas o que me fazia permanecer muda e sem ação era a impressão de que meu mundo desabaria em lágrimas se eu dissesse qualquer coisa.
Marina levantou e sentou-se ao meu lado. Tocou meu braço e pegou minhas mãos entre as suas.
Gelei.
- A noite está tão quente e você... - ela sorriu -... está tão gelada! Esta com frio?
"Porque ela me torturava tanto? Será que não percebia o quanto mexia comigo?"
Continuei muda viajando com o olhar, de seus olhos para sua boca e de sua boca para seus olhos.
Com a delicadeza de sempre, ela tocou meu rosto.
- Você me enfeitiçou, garota! - sua voz sussurrada e seu hálito de um leve perfume de vinho me excitou.
Com as costas da mão, fez um carinho tão gostoso em meu queixo e com o dedo indicador, desenhou a linha do meu nariz... depois meus lábios... Foi um momento tão delicado, tão sublime que, suspirando, fechei meus olhos para me deliciar com aqueles toques suaves, lentos, calmos.
- E é tão linda, Valentina! Linda ... - senti sua aproximação e o toque suave de seus lábios junto aos meus.
Aquilo era flutuar... e o momento me pareceu tão mágico que, por um milésimo de segundo, pensei se tratar de um sonho e tive medo de acordar.
Senti Marina se afastando e, lentamente, abri meus olhos para mergulhar num olhar profundo, quente, devorador.
- Márcia não virá esta noite?
A pergunta feita num fio de voz, demonstrando a insegurança de Marina, chegou aos meus ouvidos de forma confusa. No momento, não consegui entender onde ela queria chegar.
- Por que pergunta? - respondi com outra pergunta, desconfiada.
- Porque não gosto dessa ideia.
De forma indireta, ela declarava seu ciúme por mim.
- Não gosta? - minha voz saiu tremida, mistura do tesão e da emoção que sentia.
- Não! - murmurou - Não gosto de saber que você está com outra mulher quando a quero só para mim.
Alegria e descrença misturaram-se dentro de mim. Busquei seu olhar e, notando seus lábios inferiores começarem a tremer, soube que não havia mais razão para me calar.
- Não sei o que está pretendendo, Marina, mas se isso for algum jogo, quero que saiba que estou cansada de jogar. Não acha que já está na hora de nos rendermos? De se render?
Marina me deu a impressão de mal conseguir falar, quando, num sussurro rouco, disse:
- Sim! - e no mesmo instante ela me tomou em seus braços e começou a me beijar.
O primeiro toque de seus lábios pareceu queimar-me como fogo. Ouvi-a gem*r de satisfação quando coloquei meus braços ao redor de seu pescoço, trazendo-a para mais perto de meu corpo. Então, aprofundei o beijo e me entreguei à vontade daquela boca que me devorava.
Num esforço sobre-humano, Marina afastou seus lábios dos meus e olhando-me nos olhos, transbordando de desejo, pediu:
- Me ama, Valentina! Me faz sua... - sua voz não passava de um sussurro - Me toma com a força do seu desejo e deixe em meu corpo sua marca, seu cheiro, seu sabor!
Palavras são poderosas fontes de excitação. Ouvir aquele pedido, daquela forma tão carregada de tesão, quase me levou ao êxtase.
Se aquela era a maneira que eu tinha para ficar próxima à mulher de minha vida, então, que eu conseguisse, também, me fazer presente em suas lembranças... já que no coração parecia ser mais difícil.
Levantei.
Caminhei até o som e escolhi o CD do Eros Ramazotti. Era um dos preferidos de Marina e a faixa "I Belong To You", em que ele faz parceria com Anastácia, uma de minhas preferidas. Os primeiros acordes invadiu a sala. Deixei só a luz do abajur acesa e, uma atmosfera romântica espalhou-se pelo ambiente.
No sofá, seguindo-me com seu olhar atento e ansioso, a mulher dos meus sonhos me esperava completamente entregue aos meus desejos.
Aproximei-me lentamente e seus olhos brilhavam me indicando o caminho.
- Eu te amo, Marina, e está noite não quero apenas trans*r com você! Essa noite eu quero fazer amor com você! Tem certeza de que é isso que você quer? - perguntei tentando me fazer entender de que uma outra rejeição, como aquela que eu tinha sofrido, quando declarei meu amor por ela, me partiria a alma.
- Sim! - sua voz suave soou convicta. - Isso é tudo o que eu quero!
Fim do capítulo
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