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A fortiori por Bastiat

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Palavras: 5133
Acessos: 9603   |  Postado em: 17/09/2017

Capítulo 39 - Ano novo

Verônica

 

    Frustração é a palavra que define a minha noite. Custava a Patrícia ter dito antes que ela e a Laura terminaram? Como eu poderia adivinhar, depois de tantos foras, que ela estaria me dando uma chance? Eu esperei tanto por esse momento e estraguei tudo.

    Depois de horas, trancada no meu quarto remoendo toda a raiva que estava sentindo de mim mesma, senti fome. Pelo adiantar da hora, minha irmã e sobrinhas já devem ter jantado. Meu desânimo foi tanto que eu nem tive a curiosidade de perguntar para a minha irmã se ela realmente conversou com a Patrícia e qual o conteúdo da conversa.

    Desci as escadas, passei pela sala e quando cheguei perto da cozinha vi que a luz está acesa. Camila fala com alguém pelo telefone e sua cara não está das melhores. Entrei de vez na cozinha quando a ouvi se despedir da pessoa que estava do outro lado da linha.

    - Oi, Cah. Estava falando com quem?

    - Com a dona Andreia. Vero... o Sérgio... ele... Sérgio faleceu.

    Eu deixei a vasilha com o peito de peru cair da minha mão.

    - O quê?

    - Ele sofreu um acidente de carro e parece que a Laura ouviu pelo telefone que ele estava morto, não entendi muito bem. O senhor Carlos foi no local, depois foi no IML e reconheceu o corpo do Sérgio. Agora ele está correndo atrás da papelada para o enterro.

    - Meus Deus! Que tragédia. Ele ajudou a Laura a levar a Marina, mas sei lá, é uma vida. A Laura deve estar arrasada.

    - O Sérgio era tudo na vida dela. Eles sempre foram bem unidos. É uma perda e tanto para a Laura que vai precisar ser forte.

    - Já sabe como contar para as meninas?

    Camila encostou a sua testa na mesa, impotente.

    - Eu não faço a mínima ideia de como dar a notícia, mas sei que terei que fazê-lo. Vou esperar amanhecer o dia e saber como as coisas vão se dar, depois contarei. Tão pequenas e já vão saber como é a dor da morte.

    - Falando assim é dolorido. Não fiquei pensando nisso agora, só amanhã.

    Camila sorriu triste para mim agradecendo.

    - Como foi o jantar?

    - Não foi - respondi frustrada. - Não teve jantar. Eu subi para o meu quarto e fiquei trancada por lá.

    - Ué, mas que estranho. Por que não teve jantar?

    - Patrícia disse que não estava no clima. Depois eu disse merd* e ela foi embora. Que dia, minha irmã. Que dia!

    - Que tipo de merd*?

    - Falei que você e a Laura trans*ram no Natal. Depois você já imagina. Patrícia ficou chateada pelo jeito que eu contei que foi meio grosseiro, devo confessar.

    - Ela e a Laura não estão mais juntas, Patrícia não deveria ligar.

    - É, mas eu não sabia que elas terminaram. Eu queria que ela esquecesse logo a Laura e ficasse comigo. Mas se tem uma coisa que eu admiro nela é a sua seriedade com as coisas. Se um dia ela me der uma chance não será para esquecer a Laura.

    - Parece que somos uma negação na questão do amor.

    Estranhei a frase da minha irmã. Só agora notei que ela está para baixo e com certeza o motivo principal não é a morte do Sérgio.

    - O que você e a Patrícia estavam fazendo na biblioteca afinal? Essa sua frase tem alguma relação com ela?

    Camila batucou os dedos na mesa, ficou pensativa e seus olhos se encheram de lágrima.

    - A Patrícia me fez enxergar algumas coisas que eu negava. Foi preciso uma estranha, alguém que nem estava relacionada com a história, para me colocar uma visão diferente. Vero, você também acha estranho que eu não tenha denunciado a Laura para a polícia? Acha que isso contribuiu para a fuga de anos dela?

    - Na época eu insisti para você denunciar, lembra? A polícia tem outros mecanismos, acho sim que seria mais fácil. Mas eu entendo que você não queria envolver processo com o nome das meninas, que não queria ver a Laura presa, essas coisas.

    - Eu pensei na minha carreira também. E não pensei pouco, pensei muito.

    - Pensou?

    - Sim. Eu critico a Laura por amar a profissão, mas não quis abrir mão da minha para denunciá-la. Eu pensei no escândalo que seria na minha vida, na vida das meninas e mais uma vez dei uma de Laura com aversão à imprensa marrom. É claro que eu pensei no bem-estar das meninas e em tudo. Mas eu mentia quando dizia que não pensei na minha carreira. Fui egoísta. Patrícia me fez ver isso.

    Já tinha pensado nisso, mas é estranho ver a minha irmã assumir assim. Mesmo que eu tivesse falado isso, seria acusada de defender a Laura.

    - Não se sinta culpada, foi uma pressão muito grande na época. Agora a Marina está aqui, te chama de mãe, te ama, tudo vai ficar bem.

    - Eu também errei quando fiz a Laura escolher entre a profissão e as meninas. Você já tinha meio que deixado no ar que a minha atitude de fazer a ameaça de não deixar a Laura ver as meninas foi um erro. Mas eu fui de um egoísmo ridículo por querer que a Laura provasse para mim que me amava largando a profissão e usei as nossas filhas para isso. Diana e Marina não tinham nada a ver com o nosso casamento, foi horrível o que eu fiz.

    - É, a Patrícia te fez refletir sobre tudo isso. Foi boa a conversa então. Agora você já sabe o porquê me apaixonei por ela.

    Camila conseguiu dar um sorriso sincero.

    - Enxergando uma mulher por dentro, Verônica? Quem diria que um dia ainda veria esse milagre. Antes da conversa eu enxergava a Patrícia como uma mulher muito bonita e bobinha já que mesmo sabendo o que a Laura fez ainda estava com ela. Mas agora... - Camila teve medo de admitir que gostou dela.

    - Eu já entendi, minha querida irmã. Você vai tentar falar com a Laura? Sei lá, mesmo que você não a queira mais, seria legal se vocês duas conseguissem dialogar sem ir para a cama depois. Lavar roupa suja, sabe?

    - Eu fiz merd* também, Vero. Essa tarde a Laura veio conversar e eu disse coisas horríveis para afastá-la.

    - Tipo o quê?

    - Tipo que eu não senti nada enquanto fazia amor com ela, que eu me senti atraída por sex*, dei a entender que eu a usei só para isso. Depois foi ficando pior porque eu enfiei a Heloísa no meio da conversa, menti que ela é minha namorada, que ela é melhor que a Laura. Foi horrível, a Laura saiu daqui arrasada. Ela ficou sem chão e me olhou com raiva. Eu a humilhei.

    - Eu disse para você tomar cuidado. Caramba, Camila, eu te avisei para não fazer merd*. E agora?

    - Eu me arrependo da maneira que afastei a Laura e acho que complicou mais ainda a nossa relação. Conheço a Laura, acho difícil ela querer conversar. Meus sentimentos estão mais confusos do que nunca. É como disse para a Patrícia: eu posso assumir alguns erros, mas não dá para apagar o que a Laura fez. Eu também não consigo me perdoar, não sei.

    - Você é dura na queda. Talvez quando você quiser mudar as coisas, vai ser tarde demais. Olha o Sérgio, tão novo e morreu. Ele não tem mais a chance de viver, de encontrar um amor, de ser feliz. A morte é um dos jeitos de dizer que as coisas não têm mais volta. Um outro jeito é guardar rancor, não perdoar. Isso é pior porque vai matando aos poucos em vida.

    Camila levantou-se da cadeira e dei um beijo no meu rosto.

    - Que dia, minha irmã. Que dia!

    Dei risada quando notei que ela estava dizendo o que eu disse antes. Mais uma reflexão para ela fazer.

 

 

Patrícia

 

    Deitei-me na mesma cama que já dividi com a Laura no quarto dela e a abracei por trás. Mais cedo ela me ligou desesperada relatando todo horror que tinha vivido no telefone com o Sérgio. Imediatamente subi a serra para buscá-la antes que inventasse de descer correndo para o Rio de Janeiro. Ela estava arrasada. Não o tinha a mínima condição de dirigir. Veio o caminho todo chocada no banco do passageiro. Seus olhos cor âmbar estavam arregalados o tempo todo. Laura não falava nada, respondia algumas perguntas se maneira automática e com poucas palavras.

    Quando chegou em casa, eu mesma pedi para que a deixassem sozinha, chorando as suas dores no quarto. Dei um tempo e subi para ficar com ela. Laura deitou na cama com a roupa que estava. Pela sua cara, tinha chorado o que guardou o caminho todo. Talvez se ela soubesse quem foi o Sérgio de verdade... mas como eu vou contar isso em um momento como este?

    - Você não quer tomar um banho, meu amor? - Perguntei e por força do hábito a chamei de amor.

    - Não.

    - Certo, tudo bem. Eu vou dormir aqui com você, está bem?

    Ela virou-se para mim e me abraçou colocando a cabeça sob o meu peito.

    - Eu matei o Sérgio, Patrícia. Se eu não tivesse o chamado...

    - Laura, eu te disse que ele estava completamente bêbado, não foi culpa sua.

    - Eu sei, mas eu não deveria ter deixado aquele maldito recado. Que droga, eu só sirvo para destruir a vida de todo mundo.

    Não é o momento de falar mal do Sérgio. Mas que merd*! Aquele covarde tinha que morrer justo agora?

    - Laura, escuta: a culpa não é sua. Acredite em mim, as coisas não parecem realmente como são.

    Laura não respondeu e me abraçou ainda mais. Fiquei fazendo carinho nela até que adormecesse. Eu não dormi, fiquei em alerta para o sono agitado da Laura. Até que amanhecesse o dia e a Laura fosse obrigada a encarar a realidade, amenizei a sua dor com toda a minha dedicação.

 

 

--31 de dezembro--

 

 

Patrícia

 

    - Laura, pelo amor de Deus, levanta dessa cama. Suas filhas vão chegar daqui a pouco e é assim que você vai conforma-las pela morte do tio delas?

    Se passaram três dias desde o enterro do Sérgio aconteceu. Laura está em total luto pelo amigo. Aquela fase de depressão que a pessoa fica reclusa tentando aceitar a morte.

    - Elas só vão chegar no meio da tarde, Patrícia.

    - Eu sei, mas você tem que almoçar, acordar de verdade, pentear o cabelo. É véspera de ano novo e as meninas vão passar a virada aqui. É melhor já ir se animando.

    - Vou me animar com o quê? Meu ano já vai começar uma bosta. A Camila me odeia, meu melhor amigo morreu, não tenho um trabalho de verdade e não consigo escrever uma linha do meu novo livro.

    - Camila não te odeia e você vai voltar a escrever o seu livro, não se preocupe. Eu entendo essa sua fase depressiva, mas a vida tem que continuar. Suas filhas precisam de você hoje. Se continuar a pensar que seu ano vai ser uma bosta, elas também vão pensar assim. Camila e Vero estão fazendo um ótimo trabalho com elas para que a dor da morte não as atinja de forma cruel. Não estrague isso.

    - Você está certa, eu não posso estragar o ano novo das minhas filhas. Vou tomar um bom banho e descer para almoçar. Obrigada, Patrícia.

    Dei um abraço na Laura como faço sempre e ela me agradeceu mais uma vez.

 

 

Camila

 

    - Amanhã eu as pego para almoçarem comigo, certo? Agora dá um beijo na mamãe que eu vou ficar morrendo de saudade das minhas preciosidades.

    Marina e Diana me deram um beijo de cada lado e me abraçaram em seguida.

    - Feliz ano novo, filhas. Eu ligo para vocês depois da meia-noite.

    - Feliz ano novo, mãe - Marina sorriu para mim.

    - Ah, não se preocupe com a gente, ficaremos bem e entendemos que é o seu trabalho. Feliz ano novo, mãe - Diana colocou a mochila dela nas costas e chamou a Marina para entrar na casa quando a Patrícia abriu a porta.

    Marina parou de frente para a Patrícia depois da Diana dar um beijo no rosto dela e disparou:

    - Patrícia, a tia Vero falou que você e a minha mãe terminaram. É verdade?

    - Sim, Marina - Patrícia deu risada da situação.

    - Então o que você está fazendo aqui ainda? Vai continuar morando com ela?

    - Marina! - chamei atenção da minha filha.

    - Eu estou aqui como amiga da sua mãe, querida. Não vou morar para sempre, já já eu vou me mudar para um apê. Mas sinto muito, você não vai se livrar de mim porque não namoro mais a sua mãe.

    Eu dei risada do bico que a Marina fez. Patrícia passou a mão pelo rosto dela, foi bem carinhosa com a minha filha.

    - Nos últimos meses você tem sido bem legal, acho que podemos ser amigas se você não namorar a minha mãe nunca mais.

    - Eu vou adorar ser sua amiga - Patrícia estendeu a mão para a Marina.

    Marina apertou a mão dela e correu para dentro acenando para mim como uma despedida.

    - Desculpe-me por isso. Mas você conhece a Marina, não é?

    - Criança fala o que vem na cabeça, isso é natural. Eu nunca liguei para isso. Não fui uma criança quieta também.

    Sorri para a Patrícia e não pude deixar de me lembrar da nossa conversa. Não a vejo desde o enterro do Sérgio. A Laura nem olhou na minha direção aquele dia e nem eu me aproximei. Patrícia e Laura ficaram juntas o tempo todo. Abraçadas e conversando.

    - Eu achei que a Vero que traria as meninas. Cadê ela?

    - Ela me disse que vai passar a virada de ano em uma festa por aí, deve estar se arrumando.

    - Ah, certo.

    Percebi que ela ficou sem graça. Será que a Vero é correspondida?

    - Ela está louca para entrar em contato com você, mas está sem graça com que fez. Verônica agiu sem pensar. Se puder, conversa com ela.

    Patrícia acenou positivamente para o meu pedido. Quero ver a minha irmã feliz e se a felicidade dela é a ex da Laura, vou dar força do mesmo jeito.

    - Como a Laura está? - perguntei.

    - Ainda muito abalada com a morte do Sérgio. Hoje que ela está levantando da cama pelas meninas, não quer estragar o ano novo.

    - Eu imagino que ela esteja fazendo um esforço enorme pelas nossas filhas. Se eu pudesse ficava com elas, mas infelizmente não posso.

    - Não se preocupe, vai ser bom para ela estar com as filhas. Quem sabe assim ela não se recupera mais rápido desse luto e volte a ser a mesma de antes.

    - Certo, qualquer coisa é só entrar em contato comigo.

    - Pode ficar tranquila, será um ano novo lindo. Camila, você não quer falar com a Laura?

    Quero. Quero muito. Quero abraçá-la e dizer que estou aqui para o que precisar. Queria estar fazendo o papel que a Patrícia está desempenhando.

    - Não. Eu tenho que ir agora, já estou atrasada. Tchau, Patrícia.

    - Tchau, Camila. Bom trabalho.

 

 

Patrícia

 

    Liguei para a Verônica no começo da noite e pude sentir que ficou bem feliz por convidá-la para vir na pequena festa de réveillon que a mãe da Laura promove. Como não tinha muito clima, dona Andreia fez uma coisa mais para a família como no Natal, só que a festa contava com a presença de alguns amigos da Lívia e do Bento e foi toda para o belo jardim da casa.

    Laura conseguia sorrir com a presença das filhas. Marina e Diana conseguiram fazer a Laura voltar a viver, e mais que isso, confortaram a mãe com as mesmas palavras que a Camila usou para conforma-las.

    Verônica acaba de passar pelo portão e eu quase babei quando meus olhos percorreram o corpo dela. Vero está usando uma saia longa com duas aberturas do lado, uma camiseta branca transparente pela renda e a parte de cima do biquíni. Linda. Depois que ela foi recepcionada por quase todos da festa, ela veio na minha direção sorrindo e jogando os cabelos castanhos para o lado.

    - Você está usando o vestido que eu fiz para você.

    - É uma noite especial, tinha que usar uma roupa maravilhosa. Obrigada por ele.

    - Não precisa agradecer. Ele caiu direitinho no seu corpo, acertei em cheio.

    Eu dei uma voltinha para provocá-la. Verônica me aplaudiu enquanto seus olhos percorriam todos  os meus detalhes.

    - Pati, eu queria te pedir desculpa por aquele dia. Você está certa, eu não tinha o direito de me meter assim.

    - Tudo bem, Vero. Eu estava nervosa aquele dia. Também errei por sair sem me despedi, sem tentar conversar.

    - Por que você não me disse antes que tinha terminado com a Laura?

    - Bem, pensei que você soubesse. Não era segredo e você tinha jantado aqui com a Laura, sei lá.

    - Um grande mal entendido. Estamos desculpadas? Está tudo bem, então?

    - É claro querida! Vamos curtir a festa, vem.

 

...

 

    Verônica e eu nos divertimos a festa toda. Ela foi outra que conseguiu animar a Laura com suas conversas loucas e suas piadas. Vero leva a vida como a coisa mais divertida do mundo. Nunca conheci uma pessoa como ela. Vai ver a Laura estava certa quando disse que me apego as pessoas que tem problemas. Verônica não tem problemas para eu me preocupar por ela. Eu posso começar a viver de verdade uma relação de cuidado mútuo.

    - A amiguinha da Lívia tá que tá em um papo ali com a Laura, hein? - Verônica comentou dando risada.

    - Reparou também? A Laura parece não estar muito interessada.

    - Acho que ela nem percebeu que uma fedelha está dando em cima dela. P que deixa tudo muito mais engraçado.

    - Essa menina já deu em cima da Laura quando ainda estávamos casadas. Ela sabe do interesse. Só espero que ela não faça nenhuma besteira.

    - Está com ciúme?

    - Não, Vero. Eu disse isso porque a sua irmã machucou muito a Laura e uma pessoa machucada pode se meter nas maiores furadas.

    - É, você tem razão. Mas ela não me parece interessada mesmo, só está sendo gentil.

    Quando deu 1:00 da madrugada, Laura me avisou que estava subindo com as meninas e que iria dormir com elas no seu quarto para não me tirar no de hóspedes. Nos despedimos e fiquei surpresa quando a Marina me deu boa noite e um beijo no rosto.

 

 

Laura

 

    Por fora eu estou sorrindo, mas por dentro eu não consigo parar de pensar no meu melhor amigo. Era para ele estar aqui do meu lado. Sinto falta do seu abraço, dos seus conselhos, do seu carinho. Se tem alguém que gostou de mim de verdade nesta vida, esse alguém era o Sérgio. Nunca vou me perdoar por ter deixado aquele recado. Mesmo com todos me falando que ele estava bêbado e que eu não tenho culpa, não consigo deixar de sentir raiva por ter causado a morte dele.

    Depois de chorar no banho, saí do banheiro já pronta para dormir, mas encontrei as minhas filhas ainda acordadas.

    - Vocês não estão com sono? Comeram muito, não foi? Eu disse para vocês não abusarem.

    - Estamos te esperando, ué. - Diana sorriu.

    - Certo, mocinha. Então vamos dormir agora. Abram um espaço para mim na cama.

    Quando eu estava entrando no meio das duas, meu celular tocou. Estiquei o braço por cima da Marina o peguei.

    - Mãe, será que vai sobrar um pedaço daquela torta de limão? - Marina perguntou.

    Dei risada da sua comilança e distraída atendi o celular sem olhar direito para a tela.

    - É chamada de vídeo, Laura. - Arrepiei ao ouvir a voz.

    Devagar tirei o celular do ouvido e olhei para a tela. Camila sorri do outro lado e eu fiquei paralisada.

    - Oi - ela continuou sorrindo e eu sem reação. - Eu acabei de ligar para a Verônica e ela me disse que as meninas já estão deitadas com você. Ela me deu o seu número e eu resolvi arriscar. Posso desejar feliz ano novo e falar com elas?

    Dei o meu celular para a Marina e saí da cama falando:

    - A Camila quer falar com vocês. Eu vou beber um copo d'água e já volto.

     As deixei conversando pelo celular e desci para a cozinha. Fiquei sem reação com a cara dela aparecendo na minha tela. Desde a nossa última conversa, que é outra coisa que está me deixando para baixo, eu decidi que a deixaria em paz, que evitaria ao máximo algum contato. No enterro do Sérgio, não a vi direito. Pensei até que fosse a Verônica. Aquele dia eu só queria me jogar no túmulo junto com o meu amigo.

    Subi depois de uns vinte minutos torcendo para a conversa ter sido encerrada. Para o meu alívio, já tinha. Diana entregou-me o celular e disse que a mãe as buscaria onze horas da manhã. Saber o horário foi bom para não cruzar com ela.

    Peguei o meu celular a fim de desligá-lo. Para outra surpresa, há uma mensagem dela no aplicativo de mensagens instantâneas.

    "Feliz ano novo, Laura. Que a paz, a saúde e a sabedoria estejam presente todos os dias neste ano que se inicia"

    Li aquilo dez vezes seguidas.  Saí do aplicativo, desliguei o meu celular e o coloquei em cima da mesa de cabeceira quando levantei para apagar a luz.

    Não entendi a Camila.

    Deitei e minhas filhas me abraçaram. Fechei os olhos e tentei dormi sem pensar naquela mensagem.

 

 

Verônica

 

    A festa ainda acontecia e a meninada que comandava agora. Patrícia cansou de ficar observando o mico que eles estavam pagando e me chamou para o fundo da casa.

    - Eu gosto daqui porque as estrelas parecem mais perto - ela segurou a minha mão.

    - É lindo o céu daqui.

    Eu que já teria agarrado qualquer mulher que estivesse sozinha ali, estou travada.

    Patrícia se virou de frente para mim e olhou nos meus olhos.

    - Eu gosto de você desde que chegou perto de mim me oferecendo aquele copo de cerveja no carnaval.

    - Pati, tudo bem, não precisa mentir.

    - Não é mentira. O que eu quero dizer é que naquele dia eu senti algo diferente por você e venho sentindo desde então. Eu fui sim apaixonada pela Laura, mas eu acredito que acabei me apegando mais a ela para ajudá-la, entende? Eu dei esses foras todos em você porque acreditava que a minha vida era com a Laura, eu sou fiel. Neguei e fiz de tudo para ignorar o sentimento que surgiu por você quando te conheci. Não foi fácil perceber como percebo agora que você é a minha luz. Eu acho estou te amando, Vero.

    - Eu tenho certeza que estou te amando, Pati.

    Os lábios da Patrícia não eram como eu imaginei e nem o beijo. É muito melhor do que nos meus sonhos. O meu corpo todo está arrepiado só com os leves toques de sua língua na minha. Eu poderia ficar horas beijando aqueles lábios carnudos e pegando na sua nuca macia.

    Quando nos separamos, tanto ela quanto eu sorrimos uma para a outra. Eu queria sair pulando e dizer para todo mundo que tinha encontrado o beijo da minha vida, mas apenas fiquei vidrada em seus olhos que brilham.

    Avancei de novo contra ela e dessa vez coloquei mais fogo no beijo. Ela gostou e correspondeu na mesma altura, não deixando de se aproveitar da minha blusinha transparente e solta para passar a mão pela minha cintura, toda carinhosa.

    Ficamos um bom tempo só nos curtindo, aproveitando o tempo perdido e fazendo brincadeiras e provocações.

    De repente quem apareceu por lá foi a Lívia e algum dos meninos que estavam por ela. Ela já chegou sendo beijada pelo garoto e ficou super sem graça quando percebeu que eu e a Patrícia estávamos lá.

    - Opa, desculpa. Eu não sabia que vocês estavam conversando por aqui.

    Sorri, aquele não era um lugar para conversas definitivamente.

    - Não se preocupem, podem ficar à vontade. Eu e a Patrícia já estávamos de saída, aproveitem o lugar.

    Patrícia começou a dar risada no meio do caminho da situação.

    Fiquei na dúvida se chamava ela para outro lugar ou se ia embora morrendo de vontade de vê-la sem o vestido que fiz. Resolvi falar que vou embora e ver qual seria a reação dela.

    - Bom, está tarde, tenho que ir.

    Nem reparei que a dona Andreia estava se aproximando de nós. Estava tão entorpecida olhando para a, agora, minha Patrícia.

    - Imagina, Verônica, temos um quarto de hóspedes sobrando. Está muito tarde e é um perigo voltar para a casa essa hora, fica por aqui.

    - Não precisa, dona Andreia.

    - Verônica, eu não vou deixar você sair daqui. Você fica, está decidido.

    Patrícia sorriu e deu de ombros. Seguimos com a dona Andreia para o quarto que será ocupado por mim esta noite.

 

...

 

    Deitei na cama e não consegui dormir. Passei a mão diversas vezes pela minha boca, não estou acreditando que beijei a Patrícia diversas vezes. Peguei o meu celular e ampliei uma foto que tiramos nesta noite. Minha Pati.

    A porta se abriu de repente e uma Patrícia de baby doll vermelho provocante se materializou sorrindo na minha frente.

    - Me disseram que tem uma gata por aqui que pode realizar alguns desejos que eu estou tendo hoje.

    Patrícia definitivamente faz o meu tipo. Que mulher!

    - Ela pode realizar todos os desejos que você tiver para o resto da vida. É só pedir.

     Pati aproximou-se de mim e tirou o edredom que me cobria.

    - Apenas de lingerie, Verônica? Já estava me esperando?

    - Na verdade, não. Não trouxe roupa para dormir e resolvi que dormiria assim, está calor.

    - Está com calor, é? Se prepare para pegar fogo.

    Fiquei louca por ouvir aquilo. Agarrei a cintura da Patrícia e a joguei na cama beijando os seus lábios. Tirei o seu baby doll enquanto trabalhava tentando já descobrir os seus pontos fracos e a deixei apenas de calcinha. Patrícia ficou  nua na minha frente, totalmente entregue. Eu nunca estive com uma mulher por amor, queria curtir cada momento. Já estaria terminado um oral se fosse outra, mas com a Patrícia eu estou curtindo o seu corpo como se fosse a coisa mais preciosa que eu tenho na vida.

    Patrícia me fez sua e eu cheguei a um orgasmo que nunca tive na vida. Fiquei emocionada com seu carinho, com o seu jeito intenso e soube no fim que eu e ela fizemos amor. Amor e simples amor. Amor como algumas pessoas falam que fazem. Eu quero fazer amor pelo resto da minha vida.

 

...

 

    - Eu vou ficar só mais um pouco, tudo bem?

    - Por quê? - Olhei para Patrícia estranhando-a.

    - É falta de respeito, sabe? Sou hóspede aqui e vou ficar sem graça se descobrissem o que fizemos aqui. É melhor que eu amanheça no meu quarto caso alguém nos procure pela manhã.

    - Se é só isso, tudo bem. Também ficarei sem graça.

    - Você pensou que eu ia falar que era por causa da Laura, não é?

    - Sim... - fiquei de frente para ela.

    - Eu acho que você vai entender se nós não anunciarmos por enquanto que estamos juntas. Acho melhor eu sair daqui e alugar um apartamento primeiro. É tudo muito recente. Minha separação, a morte do cretino, essas coisas.

    "Estamos juntas", isso me soou tão bem.

    - Tudo bem, para quem esperou meses por esse dia, esperar mais um pouco não terá problema. Mas que cretino?

    - Cretino?

    - Você disse a morte do cretino. A única pessoa que morreu foi o Sérgio.

    Patrícia ficou sem graça e começou a gaguejar.

    - É que... cretino... eu falei... cretino... no sentido... deixa para lá.

    Eu adorei o beijo que ela me deu em seguida, mas queria saber o porquê da minha namorada chamar o Sérgio de cretino.

    - Pati, não enrola. Por que você chamou o Sérgio de cretino?

    - Eu peguei foi leve. É uma longa história, depois eu te conto.

    - Depois não, agora.

    Levantei-me e vesti a minha roupa íntima. Patrícia fez o mesmo. Sentamos na cama. Notei que ela ficou nervosa, não sabia por onde começar.

    - Eu estive com o Sérgio no dia da sua morte, como já te contei.

    - Sim, você disse que estava atrás da Laura e o encontrou totalmente bêbado.

    Ela pegou o celular e mostrou para mim.

    - Eu queria te contar uma coisa. Não é o momento mais adequado, mas eu não estou aguentando guardar mais esse segredo.

    - Segredo? Segredo seu com o Sérgio?

    - Eu tive uma conversa reveladora com ele e resolvi gravar quando percebi que ele ia fazer algumas revelações. É uma coisa absurda, sabe? Eu tenho que te mostrar isso e preciso da sua ajuda para saber o que faço com isso.

    - Mostre-me, Patrícia. Seja o que for, nada mais me surpreende na vida.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Verônica e Patrícia!


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Comentários para 39 - Capítulo 39 - Ano novo:
rhina
rhina

Em: 10/03/2019

 

No ponto.....Patrícia e Veronica 

Delícia. 

Rhina

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Ada M Melo
Ada M Melo

Em: 20/09/2017

Camila, ta hora de vc correr atras, porque a Laura esta traumatizada com tanto humilhação....então agora é sua vez de reconquistar a moça...quero mais capitulos!!!

 

abraço!!

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preguicella
preguicella

Em: 17/09/2017

Não tô acreditando que Pati e  Vero estão juntas, ai que virada de ano maravilhosa!

Agora, Camila vai ter que rebolar mais um pouquinho pra chegar junto de Laura. Como já disse, não sou grande fã da Laura, ela vacilou horrores, sempre meteu os pés pelas mãos em um monte de situações, masssss, a Camila tb teve os vacilos dela. Enfim, Laura errou mas tá tentando acertar, então ela merece uma chance, e Camila já percebeu isso. E nessa altura do campeonato, as duas estão merecendo uma chance, né! Vamos ver as cenas dos próximos capítulos. 

Caraca, pior que vem a chegada da Heloisa aí, isso não vai prestar! 

Bjãoo


Resposta do autor:

Pode acreditar, esse é o momento de quem shippou desde quando elas se conheceram haha.

É legal ver alguém sentir que a Laura pode e está se esforçando para acertar as coisas. Mesmo quem não gosta dela, é bom ter essa visão de que todo mundo tem uma nova chance na vida.

Vamos com calma haha.

Sim, ainda temos a Heloísa :O. Hahahaha

 

Beijos.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 17/09/2017

Ai q maravilhoso! Vero e Pati. Tudo de bom. Perfeitas. Pati é a Mulher. Que sorte, vero. A vero e maravilhosa tb. Caraca! Ela gravou tudo. Eu acho q a vero vai se surpreender. Ai meu core. Trabalhar a ansiedade até o próximo é foda. Boa semana autora maravilhosa. Bjs


Resposta do autor:

Vero e Pati casal mais aguardado haha.

Ah vai se surpreender mesmo.

 

Boa semana para você também, querida.

Beijos.

Responder

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Mille
Mille

Em: 17/09/2017

Olá que coisa boa Verônica e Pati juntas amei

Menina que mulher esperta a Patrícia por isso que amamos ela, gravou tudo do falso amigo. 

Camila se chegando logo ela derruba as barreiras e vai procurar a Laura.

Bjs e até o próximo capítulo


Resposta do autor:

Merecem o amor uma da outra,né?

Achou que a Patrícia ia dormir no ponto? Logo ela?! haha

Hum.. Camila procurar a Laura? Vamos ver.

 

Beijos, até quarta-feira.

Responder

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zilla
zilla

Em: 17/09/2017

Aêêê Vero e Pati juntas até q fim!

Tomara q elas mostre essa gravação  pra Laura e Cami!

E essas duas vão deixar d ser cabeças dura e orgulhosas quando?

Amando sua historia parabéns!

N demore muito pra postar o proximo cap autora, to mega ansiosa já!

Bjs


Resposta do autor:

Demorou, mas aconteceu haha.

Acho que nunca viu?! :P

Obrigada. Posto quarta-feira.

 

Beijos.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 17/09/2017

Amei Pati e Vero!

Agora é entregar a gravação à Laura e desmascarar esse cretino

Abraços fraternos procê!


Resposta do autor:

Vai que a gravação some hahahaha.

 

Abraços.

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