A fortiori por Bastiat
Capítulo 38 - Feridas
Patrícia
Levei um susto ao ouvir uma voz dura, nervosa e de uma grosseria indescritível me pegando de surpresa quando estava olhando os desenhos da Verônica sobre uma mesa média cor mogno.
O cabelo, o rosto e o corpo são iguais, confundiria qualquer um. Mas o jeito é diferente. O olhar é diferente. A prepotência eu sentia de longe e aquele nariz empinado só confirma as minhas teses sobre ela.
Observei a Camila antes de responder a sua pergunta que não faz sentido. Ela está nervosa com a minha presença, mas não justifica pois eu nunca fiz nada para que pudesse ter algum tipo de raiva por mim.
- Bem, antes de tudo: boa noite. Eu estou esperando a Verônica, vamos sair para jantar. Agora, sobre abusar da boa vontade da Vero, nunca o fiz. Posso ter pedido muita ajuda sim, mas jamais abusei dela.
Camila deu risada. Para ela eu tinha feito graça para diverti-la, mas para mim soou como arrogância.
- Vai me dizer que não percebeu que ela é apaixonada por você?
- Ela já me contou e sabe dos meus sentimentos para com ela. Verônica não precisa dos seus cuidados, Camila - ela olhou assustada quando falei seu nome. - Sua irmã já está bem grandinha para lidar com um não. Porém, se a Verônica se sentir usada por mim, ela vai falar, como já fez.
- Por que você não deixa a Vero em paz? Tem que jantar com ela justo hoje? O que você e a Laura estão armando? Foi ela que te mandou vir aqui?
- Do que você está falando? Está louca? Por que a Laura me mandaria aqui?
- Para mostrar que ela também tem uma namorada. Vocês estão usando a Vero para me atingir, está claro isso.
Agora caiu a minha ficha. Camila não está aqui para somente defender a irmã dela. Camila está aqui porque sente ciúme da Laura. Ela não suporta a ideia de que eu exista na vida da sua ex. Vejo em seus olhos e em suas atitudes de possessão que ela ainda é apaixonada pela Laura. Eu sou o problema para ela, não a paixão da irmã dela por mim.
- O que você está falando não faz sentido nenhum para mim. Primeiro que eu e a Laura não estamos mais juntas, terminamos antes da minha viagem. Segundo que você está me julgando uma pessoa que eu não sou...
- Meu Deus! Como você é cínica. Mas não é surpreendente já que teve aula de manipulação com a melhor professora, a Laura.
Quem deu risada desta vez fui eu.
- Quem te manipulou? A Laura?
- Claro! Acorda Patrícia, ela me manipulou e garanto que te manipulou também enquanto estava com ela. Mas você parece ser mais esperta do que eu. Pelo menos caiu fora antes que ela te fizesse casar, ter filhos e depois desaparecesse do mapa com um deles.
- Você já se escutou alguma vez na vida? Assim, só para ter a certeza de que tudo que você fala é verdade?
Camila
Eu pensei que a Patrícia sumiria da minha frente em dois tempos. Eu não queria aquela mulher na minha casa. Ela representa a Laura que eu quero esquecer.
Laura conseguiu ter um relacionamento com ela. Por mais que me diga que terminou, não posso deixar de pensar que ela dividiu a mesma cama que a minha Laura por diversas vezes. Se a Laura me ama como disse mais cedo, então ela traiu o nosso amor ao se abrir para aquela mulher de voz rouca e sexy.
Olhei para ela tranquila e não acreditei na sua pergunta. É claro que tudo que eu falo é verdade.
- Agora quem não está entendo nada sou eu. Tenho certeza das minhas palavras. Espera, quem é você para me perguntar isso? Você não me conhece.
- Nos últimos meses o que eu mais tenho ouvido falar é de você. Parece até que já convivi com você. Eu sempre fui uma boa ouvinte e me orgulho disso. Ouvir as pessoas me ajuda a entender as histórias. São o que fazem vocês jornalistas, não é? Ouvi várias pessoas, todas as versões da história e colocá-las sobre uma mesa. Só que no meu caso, eu posso chegar a uma conclusão. Sem querer, cai de cabeça na sua história da Laura como uma espectadora VIP. De fato, posso não estar tão certa sobre você, mas eu conheço a Laura, sei das coisas mais profundas da alma dela. Eu sinto seus sentimentos e interpreto seus raciocínios. Foi então que comecei a perguntar de você para outras pessoas. Fiz uma espécie de investigação de toda essa história.
Senti vontade de tapar os ouvidos para não saber as besteiras que aquela mulher fala com tanga propriedade. Mas fiquei curiosa e fascinada pelas palavras dela.
- Parece que você não fez a sua apuração dos fatos da melhor maneira. Falta você ouvir os meus relatos.
- Eu não acho que seja tão necessário, conheço muito bem a sua posição de mãe que perdeu a filha. É muito cômoda para você e para a sua imagem. Mas cá entre nós, Camila, me responda uma coisa: por que você não denunciou a Laura assim que pegou a carta que ela escreveu? Não era tão difícil assim encontrá-la. Era só uma questão de se esforçar mais do que contratar detetives que você trocava sempre. Fiquei pasma quando a Vero me falou que foram muitos. Até um deu quase certeza de que elas estavam em Paris. A coisa mais óbvia era você acionar a polícia e abrir uma investigação.
- Está me acusando de não ter me esforçado? Eu tentei proteger as minhas filhas de um escândalo, a minha... - parei de repente. Eu me ouvi.
- Carreira? Você ia falar carreira? Parece que não é só a Laura que tem aversão a escândalos e que cultua uma boa carreira, não é? Aposto que você pensou na imagem que ia ficar da jornalista que tinha um problema na vida pessoal. No fundo você aceitou que a Laura fizesse o que fez.
Eu fiquei em choque. Isso não é possível. Pensei nas minhas filhas e somente nelas. A minha carreira é importante e minha imagem por eu ser âncora de um telejornal seria abalada. Mas eu não seria tão egoísta. Fui?
- Você não sabe como foi difícil tomar as decisões que eu tomei na época. Você não pode falar assim sem estar no meu lugar. A Laura não me deu escolhas!
- Você deu escolhas à Laura?
Patrícia continuava tranquila e o seu olhar passou a me incomodar por ser questionador demais.
- Aonde você quer chegar? A Laura escolheu fugir com a Marina. Ou seja, ela escolheu separar de mim e de quebra fazer a maior burrada da humanidade.
- Ou era você e as filhas de vocês ou o trabalho. Essa foi a opção dada por você, lembra-se? Você tem noção de que pode ter sido tão egoísta quanto a Laura ao dizer que ela teria que escolher entre as filhas e a profissão? Você usou as suas filhas para o seu casamento não acabar porque você não acreditava no amor dela. Você não acreditava e desafiou a Laura. Era isso que você queria, uma prova de amor. Eu não sei tanto assim sobre o seu passado, mas suponho que você teve uma decepção de amor daquelas que deixam marcas, - lembrei-me da Fernanda na hora - só uma decepção assim para não acreditar no amor que a Laura sentia. Ela quis provar de todas as formas que te amava. Casou-se com você, teve suas filhas lindas, te deu provas e mais provas que achava que você merecia. Ela queria que você enxergasse que te amava. Mas largar o trabalho por você teria sido o ápice de todas as provas.
- Ela sofreu um atentado! O que você faria no meu lugar? Você passou pelo que eu passei, sabe como é desesperador ver alguém que ama quase morrer.
- Eu teria ficado ao lado dela! Se ela quisesse continuar com o trabalho, eu a apoiaria de todas as formas. Se hoje ela virar para mim e disser que quer continuar a ser jornalista investigativa, eu tentarei convencê-la aos poucos para deixar isso. Jamais pediria o divórcio por causa disso. Eu jamais usaria as minhas próprias filhas para manter o meu casamento, para obter uma prova de amor. A pergunta que você deveria ter feito era: Ou eu ou o trabalho. Não, ou eu e as nossas filhas ou seu trabalho.
Nada do que ela fala faz sentido. Faz? Certo, talvez eu exagere quando falo que a Laura me manipulou para casar e ter filhos. Sim, eu sei que tudo não foi tudo tão preto e branco assim. Eu pincelei a tela com cores para que isso acontecesse também. Tive minhas vontades e sabia o que estava fazendo. Mas dizer que eu queria provas de seu amor... eu queria.
Eu fiquei quieta em bom tempo enquanto Patrícia me olhava. Tinha um olhar de quem queria me ajudar, não de julgamento. Ela não julgou a Laura. Patrícia não julga ninguém.
- Sabe o que ela teria escolhido se você fizesse a pergunta certa? Teria escolhido você! Ela te amava. Ou melhor e pior: ela te ama. Laura ficou com tanto medo das suas palavras, com o retorno dos traumas com a própria história com a mãe, que cometeu a burrice de dividir as filhas entre vocês. Já passou pela sua cabeça que ela fugiu de você? Com medo que cumprisse as suas ameaças?
- Já. Mas não justifica que ela tenha levado a Marina.
- Não, não justifica. Com isso, você vai carregar essa não justificativa para humilhá-la pelo resto da vida. Vocês duas erraram, mas por um erro quase imperdoável a Laura vai morrer como a única culpada da história. Você vai deixar isso acontecer?
Ela estava falando para eu perdoar a Laura.
- Eu posso assumir algumas culpas, mas o meu perdão nunca será capaz de apagar a coisa terrível que fez.
- Não estou dizendo para você perdoá-la. Você tem que se perdoar primeiro. Sabe que falhou por não ter compreendido e acolhido a Laura na sua maior fraqueza. Você a pegou pela jugular quando na verdade deveria cuidar, amá-la.
- Eu já entendi que você acha que eu não sou a certa da história. Mas achar que a Laura é a certa? Você está cega. Quando você tiver um filho você vai entender.
- Camila, se alguém está caindo porque se jogou de um precipício não é covardia segurar a corda. Foi uma forma de pressão da qual a Laura não resistiu. O medo de virar a mãe dela era o ponto fraco. Tudo que a Laura mais teme é que as filhas dela sintam o que ela sentiu na infância. Ela se viu diante do maior medo que carrega na vida e se agarrou a ideia de que deveria ter uma ao invés de nenhuma. Laura sabe que foi errado, ela se arrepende profundamente.
Eu estava preparada para brigar com a Patrícia. Preparei-me para tentar ficar com uma raiva definitiva da Patrícia. Era lógico: Patrícia ia defender a Laura, declarar o seu amor por ela, dizer que estava com ela enquanto eu a tinha perdido. Mas não foi assim. Estamos conversando, dialogando como se fossemos amigas.
Em um momento que parecia em slow motion me fez refletir tudo que me falou. Algo fez meu corpo se contrair e eu explodi em lágrimas. Eu também errei. Escondi o meu rosto entre as mãos para não mostrar a vergonha que estou sentindo por me deixar jogar toda a culpa em cima da Laura. Eu também fui egoísta quando não a denunciei, quando usei as minhas filhas para ela escolher a mim, quando não deixei que ela me amasse do jeito dela.
Patrícia não se moveu do lugar, mas não olhava para o meu choro. Apenas quando cessei, ela se dirigiu a mim:
- Eu só quero que você pare de fazer da Laura um monstro para os outros. Eu sei que ela ainda gosta de você, vi no olhar dela. Se você não está disposta a amá-la depois de tudo, apenas fale e deixe isso bem claro. Ela vai entender se você for franca. Posso te garantir que ela amadureceu muito. Só não use as meninas para cutucar as feridas que ela também carrega. Deixe que ela siga a vida com todos os erros, mas em paz, se não puder amenizá-los. Não a humilhe mais como você tem feito nos últimos meses.
Passei a mão nos meus olhos e me lembrei da conversa de algumas horas atrás.
- Acho que é tarde demais.
Patrícia deu alguns passos para frente, mas parou.
- Por quê?
- Há pouco eu humilhei a Laura neste mesmo lugar. Eu disse coisas terríveis, coisas que ela jamais vai esquecer. Ela disse que me amava e eu afundei o dedo na sua ferida sem dó, sem piedade.
Vi muita preocupação nos olhos da arquiteta.
Patrícia
Vi o lado menina doce e frágil que as pessoas relatam que a Camila tem. No fundo ela estava misturando ódio ao amor. Ela não se perdoava pelas coisas terem acontecido da forma como aconteceu. Se eu não consegui abrir os seus olhos, paciência. Mas se eu o fiz, joguei a Laura nos braços dela.
Eu não sabia que elas conversaram. Na verdade, a Laura só me falou que foi bom o jantar e que quando eu chegasse me contaria todos os detalhes. Ela deveria estar desesperada para conversar com a Camila e fez isso esta tarde. Pelo jeito, sua ex deve ter descido até as últimas consequências quando foi confrontada pelo amor que sente pela Laura.
Quando queremos negar os sentimentos, não raciocinamos. A Laura deve estar arrasada e precisando de mim.
- Patrícia - Verônica chegou entrou na biblioteca, mas parou na porta. - Está tudo bem por aqui? Camila?
Sua irmã permaneceu de costas e murmurou:
- Estávamos apenas conversando. Vocês vão jantar, não vão? Não quero mais atrapalhar.
Ela não queria se mostrar para a irmã. Eu também não queria olhar para a cara dela mais. Dei a volta por ela e senti seu olhar me acompanhando por um momento.
- Patrícia? - Vero queria saber se estava tudo bem.
- Foi só uma conversa. Vamos?
Verônica sorriu e passou a mão pela minha cintura, levando-me para fora da casa.
Quando nos sentamos no banco e ela colocou o cinto de segurança, parei para olhá-la e minha cabeça associou a sua imagem com a da irmã.
- O que foi? Por que você está me olhando assim? Minha irmã te disse alguma coisa, ela te ofendeu?
- Eu não estou com cabeça para jantar, sinto muito.
Ela suspirou e notei que suas mãos seguraram o volante com força.
- O que foi que ela disse? Seja lá o que for, não ligue. Camila está numa fase de falar sem pensar nas consequências. Apenas esqueça.
- A Laura precisa de mim. Vamos remarcar o jantar para amanhã, hoje eu não posso.
Verônica deu um sorriso irônico para mim.
- Eu não acredito que depois de tudo que a Laura fez você vai correr atrás dela. Ainda não ficou claro que ela não gosta de você? Vai ficar correndo atrás de uma mulher que não sabe o que quer da vida?
Poderia ser a Camila falando na minha frente tudo aquilo. Eu não consigo desassociar a aparência das duas e a Verônica falando daquele jeito só estava piorando.
- Depois de tudo o quê? O que a Laura fez?
- Vai me dizer que sua querida esposa não te contou? Tudo bem, ninguém conta mesmo, não esperava outra coisa da Laura.
- Verônica, pare com ironias. Olha, eu sei que você está frustrada por não podermos sair, mas é que hoje não vai rolar mesmo.
- Patrícia, a Laura transou com a minha irmã na noite de Natal. A Laura te traiu, entende isso? Elas foram para a cama! Rolou de tudo lá, inclusive sentimentos. Você vai continuar com a Laura depois disso?
Verônica está sentindo prazer em contar isso? Será que não passou pela cabeça dela que isso me machucava de alguma forma?
- A Laura não pode ter me traído porque não estamos mais juntas. Nós terminamos antes da minha viagem. Estamos solteiras e ela vai para a cama com quem quiser.
Observei a Verônica fechar os olhos e respirar fundo.
- Eu não deveria ter contado, não é?
- Você estava doida para fazer isso, Verônica. Queria ver a minha reação quando soubesse que a Laura não me ama. Você não tinha esse direito.
- Eu queria te proteger de uma decepção.
- Eu não sou uma panaca, Verônica. Você achou o quê? Que eu cairia nos seus braços assim que soubesse? É assim que você me quer? Uma pessoa que foi traída por outra que você se aproveitaria da situação? Você é muito maior do que isso, por favor.
Tentei abrir a porta do carro, mas estava travada. Verônica apertou um botão no painel que destravou na hora. Seu rosto é vermelho de vergonha.
Não nos despedimos, apenas saí do automóvel e andei a pé para a portaria. Pedi para chamarem um táxi que não demorou muito para chegar.
...
Liguei para a casa da Laura, precisava saber se ela estava lá. A Lívia só soube informar que ela chegou e saiu sem falar com ninguém. Onde será que a Laura se meteu? Sérgio! Ela só poderia ter corrido para a casa do amigo. Liguei para ele, mas ó chamava, chamava, chamava e caia na caixa postal.
Falei mais ou menos o caminho para o taxista que muito paciente conseguiu me levar até a casa dela. Agradeci e desci do táxi com pressa para encontrar a Laura.
Sérgio
"Eu vou conquistar a Camila, Sérgio. Eu vou lutar por ela. Vou na casa dela e tentar mostrar o quanto eu ainda a amo. Mesmo que hoje ela não queria conversar, vou tentar amanhã, semana que vem, mês que vem. Uma hora eu sei que vamos recomeçar o nosso amor."
Laura disse isso na hora do almoço. Eu liguei na tentativa de almoçar junto com ela, mas me arrependi na mesma hora porque ela não parava de falar da Camila. Minha amiga está certa de que vai reconquistar a ex e eu já não sei se aguento mais esconder tudo o que sinto.
Ultimamente as pessoas me olham com pena. Como eu não percebi que todos sabiam dos meus sentimentos? Até os pais da Laura me aconselharam a seguir com a minha vida. A única que não percebe é a própria Laura.
Não voltei para o trabalho. Pedi uma bebida forte no restaurante mesmo. Depois de cinco doses, senti o meu corpo mais leve. Saí do estabelecimento com os meus pés tropicando pelas ruas que me levaram até em casa. Ainda nem tive tempo de ajeitar minhas coisas. Laura tinha me prometido que viria no meu apartamento só para isso. Eu estou esperando.
Tropeçando e procurando uma caixa específica, encontrei o meu vinho chileno. Abri com uma certa dificuldade, mas nem procurei nenhum copo. Bebi metade da garrafa de uma vez sentado no meu sofá. Permiti que eu chorasse pensando na Laura.
Deixe a garrafa de lado, meus pensamentos estavam confusos. Eu só conseguia pensar na Laura e me lembrar que naquela hora ela poderia estar feliz com a Camila. A única pessoa que conseguiu despertar a Laura para o verdadeiro amor.
Eu não sei ao certo quanto tempo se passou, mas ouvi a campainha do meu apartamento e com muita dificuldade fui até a porta. Abri e levei um susto.
- Patrícia?
- Oi, Sérgio. A Laura está?
Olhei confuso para ela. Por que a Laura estaria aqui? Talvez ela não soubesse que Laura ia procurar a Camila, pensei.
- Não, infelizmente ela não está.
- Você está bem? Parece-me bêbado.
Eu olhei para ela e comecei a chorar. Patrícia me carregou até o sofá com alguma dificuldade e ficou preocupada.
- O que foi, Sérgio? Aconteceu alguma coisa? Está me deixando preocupada.
- A nossa Laura, que nunca foi e nem nunca será nossa, resolveu mais uma vez voltar para a maldita da Camila.
Patrícia
Sérgio está completamente bêbado. Angustiado, mal controla as suas palavras. Eu nunca o vi assim, tão exposto e mostrando seus sentimentos. Quando o conheci, demorei para perceber que sua dedicação a amiga não era um simples gesto de amizade. Na verdade, ele me deixou em dúvidas muitas vezes, até a Verônica confirmar um dia em uma das nossas conversas.
- Você ama a Laura, não é? - perguntei.
- Amo. Amo mais que a minha própria vida. Amo tanto que deixei de viver a minha vida. Amo-a loucamente.
- Ela não sabe desse amor. Não era mais fácil contar para ela e tentar seguir a sua vida?
- Eu me apaixonei por ela quando tinha 15 anos de idade. Fiquei com vergonha dos meus sentimentos e por ela me considerar tanto seu amigo. Pensei que era uma paixão que passaria. Quando estávamos em São Paulo, morando juntos, resolvi que iria me declarar. Eu ensaiei no espelho, escrevi minhas falas, comprei seu chocolate favorito, arrumei o nosso apartamento, fiz o jantar... eu estava pronto. Ela chegou toda feliz em casa, nem notou a mesa arrumada e sentou-se no sofá. O sorriso no seu rosto estava iluminado e quando perguntei qual era o motivo da felicidade, ela confirmou o que eu já desconfiava há muito tempo. Ela disse com medo da minha reação que era lésbica e que tinha trans*do pela primeira vez com uma mulher naquela tarde.
- E você a apoiou de imediato com medo de perder a amizade dela.
Sérgio balançou a cabeça confirmando o que eu disse.
- Falei que já desconfiava e que por acaso eu tinha feito um jantar. Eu disse poderia servir de comemoração - riu. - Laura ficou tão feliz e aliviada por poder compartilhar com alguém. Aquele dia eu chorei no meu quarto tudo o que tinha para chorar e prometi que jamais choraria de novo pelo amor não correspondido.
Sérgio queria falar. Sentia nele uma necessidade enorme de falar tudo o que escondeu durante anos. A bebida o ajudava.
- Ela não namorou essa menina e nem outras. Laura era livre e eu coloquei na minha cabeça que se me mantivesse ao seu lado, uma hora ela ia acabar me notando e talvez a mãe dela estivesse certa de que só era uma fase. Eu não conseguia esquecê-la, Patrícia. Me apeguei a ideia de que eu teria a Laura um dia. Um tempo depois, quebrei a promessa de que jamais voltaria a chorar por ela. Foi no dia do seu casamento. Quando ela falou da Camila pela primeira vez, vi que tinha algo diferente. Depois começou a não parar mais de falar da Camila. Laura estava apaixonada, amando de verdade, amando alguém como eu a amava.
Sérgio esfregou as têmporas com uma mão só, como se fizesse força para tentar esquecer e não se deixar falar.
- Eu tentei separá-las.
- Não entendo, Sérgio.
- Eu sempre pilhei a Laura na sua maior paixão, o jornalismo investigativo. Eu sabia que a Camila era ciumenta. Não foi difícil arranjar diversas brigas entre elas. Enquanto eu distraía a Laura com o trabalho, ao mesmo tempo alimentava o ciúme da Camila armando encontros com algumas mulheres que eu contratava para falar que ainda mantinha contato com a Laura. Era perfeito: insinuavam para a Camila que a Laura a traía e a minha melhor amiga não suportava ser cobrada. Mas quanto mais eu separava, mais elas se juntavam. Até que se casaram. No casamento eu senti que tinha acabado as minhas esperanças.
As coisas são piores do que eu poderia imaginar. Nunca pensei que o melhor amigo da Laura era o sabotador da sua felicidade. Agora, preciso chegar até o fim.
- E depois que elas se casaram? Você deixou a Laura em paz?
- Não, claro que não. Eu vi que a Laura tentou mudar no começo, tentou trabalhar menos. Mas não foi difícil fazê-la se interessar pela investigação sobre o prefeito. Ah, mas eu não perdi tempo, voltei a pilhar a Camila. Eu estava bem próximo dela na época. Poderíamos nos considerar amigos, o que foi ainda mais fácil. Ainda mais com a Vero detestando a Laura. Sem querer a idiota ajudava a Camila a ter um pé atrás com a Laura.
- Sérgio, você quase levou a Laura para a morte. Ela sofreu um atentado por causa dessa investigação.
Ele se sentia culpado. Chorou por alguns minutos de cabeça baixa.
- Eu sei. Eu sei.
E mais choro. Eu não fiquei com pena dele. Sérgio é um covarde quase sem escrúpulos.
- Então depois do atentado e do nascimento das meninas, você resolveu deixá-las em paz.
- Depois que a Marina e a Diana nasceram, eu sofri um duro golpe. Eram para aquelas meninas serem minhas com a Laura. São as meninas da mulher que eu amo, como não me afeiçoar, não é verdade? Mas a Camila continuava no meu caminho e estava tendo a família que eu sempre sonhei com a mulher que eu amo. O casamento delas ganhou uma nova força e eu resolvi pegar mais pesado do que antes. Laura recusou todas as matérias de investigação por meses, estava realmente disposta a mudar. Mas eu mexi com a vaidade dela. Uma investigação nacional, um presidente corrupto, Laura pirou quando eu a coloquei a par de tudo. Eu abri a porta da minha casa para ela trabalhar escondida da Camila. Coloquei uma menina que conheci como estagiária da Laura para deixar a Camila louca de ciúme. Era como uma bomba relógio prestes a explodir e jogar todo aquele amor pro alto. As coisas saíram do planejado quando a Laura apareceu desesperada com a Marina nos braços. Eu dizia para ela que as meninas deveriam ficar com ela, senão ia acontecer o que aconteceu com ela. Mas eu jamais imaginei que a Laura tomaria aquela atitude.
O Sérgio colocou coisas na cabeça da Laura. Trabalhou com o seu medo e manipulou toda a situação. Engoli a minha raiva e continuei ali sentada como uma ouvinte.
- Você deve estar se perguntando se eu levei a Laura para Paris, não é? Sim, eu fiz ela pensar que queria ir. Fiquei trabalhando na cabeça dela dias e dias, até ela pedir para mim como se fosse uma ideia que surgiu da cabeça dela. Laura ficava apavorada toda vez que eu relatava que a Camila queria vê-la morta. Era mentira, Camila queria que ela voltasse e que tudo não passasse de um mal-entendido. Mas, imaginar eu, a Laura e a Marina como uma família em Paris. Você entende, não é? Eu vi a melhor oportunidade da minha vida ali. O meu amor longe de todos. O meu amor vulnerável, carente, sem ninguém. Toda via, ela não olhou para mim, Patrícia. Laura passou anos em Paris e nunca me notou. Foi difícil mantê-la lá, eu fiz de tudo. Mesmo eu sendo a única pessoa do mundo que estava com ela... nada. Nem um beijo quando estava bêbada.
- Você é ridículo, sabia? Você diz que ama tanto a Laura, mas não conseguiu suportar a felicidade dela.
Ele deu risada de bêbado.
- Patrícia, você também se apaixonou pela Laura. Não ama como eu a amo, mas do seu jeito você gosta dela. Você é como a Camila. Eu pensei em separar você e a Laura, mas eu já estava cansado. 23 anos dedicados a uma mulher que nem sequer percebeu até hoje que eu tenho o amor mais bonito que alguém poderia ter. Mais da metade da minha vida destruída por um amor incondicional.
- Você não ama a Laura. O que você sente por ela é doença. É obsessão. É nojento. Seu amor por ela destruiu a vida de duas crianças e um casamento.
- Se eu não tivesse feito o que fiz, você não teria conhecido a Laura.
- Cala a boca. Eu preferia mil vezes não a ter conhecido do que você ter feito o que fez.
- O casamento delas estava condenado, a Laura jamais deixaria a paixão pelo trabalho de lado por causa dela. Eu só mostrei isso para elas.
- Você não sabe. Não deixou que o destino cumprisse o seu caminho. Você interferiu em tudo. Jogou sujo com as peças que tinha. Você é baixo.
- Sou, Patrícia. Eu sou baixo. Eu só fiz o que uma pessoa desesperada por amor consegue fazer, lutei por ela. Agora vai lá correndo contar para ela. Laura jamais vai acreditar em você. Eu sou uma das poucas pessoas que ela confia.
- Eu nem sei se tenho coragem de falar isso. Você que deveria fazer uma coisa certa na sua vida e contar para ela que a ama e o que fez. Amenize um pouco da culpa dela, Sérgio.
Sérgio voltou a chorar e logo me levantei do sofá. Estava com nojo de olhar para aquele vitimismo dele. Não olhei para trás e bati a porta da sua casa com força. Tive medo de me descontrolar e bater nele. Vontade não me faltou.
Agora preciso ir atrás da Laura. Minha loira deve estar precisando mais do que nunca de mim.
Sérgio
Ouvi o estrondo da porta do meu apartamento e tive a certeza de que minha vida está acabada. Eu não tenho muito controle no momento. Mal consigo me lembrar das minhas palavras. Só consigo pensar na Laura.
Com algum esforço, consegui me levantar do sofá. Algo caiu do meu bolso, foi o meu celular. Agachei-me para pegar e demorei para conseguir focalizar na tela. Uma mensagem de voz da Laura me chamou atenção. Coloquei minha digital, desbloqueei meu celular e fui direto para ouvir a mensagem.
"-Sérgio, por que você não está atendendo? Eu estou precisando tanto de você. Deu tudo errado, eu estou me sentindo um lixo. Sérgio, cadê você? Eu estou na casa dos meus pais em Angra. Estou sem chão. Se você puder vir aqui... estou precisando de um ombro amigo. Beijos, me liga."
A Laura precisa de mim. O que eu estou fazendo aqui?
Narradora
Sem pensar muito, Sérgio pegou a chave do carro em cima de uma caixa no canto da porta e se dirigiu ao elevador. Com alguma dificuldade, como todo bêbado, deu sorte ou azar que conseguiu ligar o carro.
Na rua tranquila onde mora, conseguiu acelerar a 78km/h com pressa de encontrar Laura. Não chegou muito longe. Perdeu o controle rapidamente, subiu na calçada e se chocou contra o muro de uma loja de roupas.
Não morreu na hora. Ainda teve tempo de ligar para uma pessoa.
- Alô? Sérgio?
- Laura... - sua voz saiu fraca, estava quase perdendo os sentidos. Fechou os olhos e colocou o celular no viva voz - Sou eu, meu amor. Escuta, eu sofri um acidente e sei que vou morrer.
- Sérgio? Que voz é essa? Que brincadeira é essa?
- Laura, eu só quero saber se você me perdoa.
- Sérgio, não tenho o que perdoar. Para de brincadeira.
- Por favor, Laura. Só diga que me perdoa. Eu estou morrendo.
Laura começou a ficar apavorada no outro lado da linha. Piorou quando ouviu as sirenes de ambulâncias.
- Seja lá o que for que eu tenha que te perdoar, esteja perdoado. Mas você não vai morrer, eu estou ouvindo a ambulância. Você não pode morrer. Não você.
Sérgio sentia suas forças se esvaindo e sabia que sua respiração cortaria a qualquer momento. Imaginou o sorriso da Laura na sua frente. Uma lágrima se misturou ao sangue que descida da sua testa que algum vidro cortou.
- Eu te amo, Laura. Você é e será para sempre o amor da minha vida. Seja feliz. Te amo.
Ele parou de falar.
- Sérgio? Sérgio? - chamou a Laura ainda na linha.
Não existia mais Sérgio.
- Sérgio, não me deixe sozinha. Sérgio?
Laura ouviu algum movimento, algumas vozes.
- Está morto. Não adianta trazer os aparelhos, não chegamos a tempo. A vítima não resistiu.
A jornalista ouviu uma pessoa dizer. A informação veio de uma enfermeira que estava na ambulância.
Laura desligou o telefone. Estava em choque. Perdera o amor da sua vida mais cedo e acaba de perder o seu melhor amigo.
Fim do capítulo
Por hoje é isso.
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rhina
Em: 10/03/2019
Eu até questionei o Sérgio. ....senti uma certa.energia nada favorável vindo dele.....Mas jamais imaginei tanto lustre nas suas façanhas. ....To chocada. .....
Mais chocada ainda com.sua habilidade de conectar os fatos.e acontecimentos com requintes de detalhes e profundidades
Rhina
Morena perfeita
Em: 15/09/2017
Tive que ler novamente kkkk por que esse cap. Foi incrível! Que droga! Sério que o sérgio morreu sem esclarecer tudo pra laura??! E agora? Será se a Laura vai acreditar na Patrícia? Eita eita... Tenho que concordar com os comentários acima, a vero pisou feio na bola com seu love (rsrs).
cara ontem eu li aqui e iria comentar. PHA, celular vai e descarrega bem na minha cara kkkkkk Que frustação na hr kkkk. Fiquei com tanta raiva ! Vim comentar hoje.
Aah, já ansiosa aqui pelo próx. Capítulo. Parabéns!
bjs ;)
Resposta do autor:
Sério, Sérgio morreu mesmo e sem ajudar a Laura como a Patrícia pediu.
Será? :|. Veremos.
Verônica parece não conhecer seu love ainda haha. Foi aquele momento que você fala e depois pensa.
Que bom que você não esqueceu e veio comentar hoje :D.
Obrigada, beijos.
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patty-321
Em: 15/09/2017
Vou falar q eu desconfiei q o Sérgio era um FDP obsessivo. Juro q réu imaginei. Mas ele fez coisas bem piores q a minha imaginação não alcançou. Ainda bem q morreu e o melhor vq contou tudo pra Patrícia. E essa mulher? Que mulher! Qye caráter! Que personalidade! To apaixonada por ela. Vero pisou na bola, nas e humana, e tao apaixonada e pela primeira vez, eu dou desconto pra ela. Camila ouviu verdades q não queria. E pelo jeito aceitou essas verdades. A cada capítulo, fico agonizando por outro, kkkk. Essa é uma das melhores estórias q já li por aqui. Parabéns e obrigada por postar. Boa noite. Bjs
Resposta do autor:
A personalidade e o jeito que o Sérgio falava foram algumas pistas, você captou. E sim, ele foi bem cruel. Ainda bem mesmo, imagina se ele leva tudo com ele? haha
Como não se apaixonar pela Patrícia? Maravilhosa haha. Vero foi com muita sede ao pote e fez a Patrícia recuar.
Camila tem na cabeça agora toda as reflexões que a Patrícia colocou, vamos ver o que ela fará.
Obrigada :). Beijos.
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BiancaLaneska
Em: 14/09/2017
Opa pera... sou nova aqui comecei a ler faz 2 dias e caaaaraaa que historia maneira! Parabens moça!
Olha esse Sérgio, lobo em pele de cordeiro.
E o pior de tudo é que o embuste morreu, e não contou a verdade para a amiga, nao foi nem homem pra isso.
Porque duvido a Laura acredite na Patrícia e manche a imagem de bom moço dele ainda mais agora depois de morto, afinal ele era seu melhor amigo... difícil acreditar em algo assim.
Acreditar que seu melhor amigo, alguém em que vc acreditava piamente te manipulava tão cruelmente desse jeito... tadinha da Laura...
Tomara que Patricia conte pra Camila caso a Laura nao acredite nela... quem sabe nao amolece o coração da Camis ai ai
Até o proximo! Ansiosa aqui *-*
Abraços!
Resposta do autor:
Bem vinda!
Lobo em pele de cordeiro é ótimo.
Patrícia vai precisar de muita coragem para expor o Sérgio agora. Vamos ver.
Abs, obrigada!
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Mille
Em: 14/09/2017
Caramba autora
Olha eu tinha o pé atrás com o Sérgio mais descobrir que ele foi sujo foi um golpe agora imagina que a Laura nunca saberá disto.
E Patrícia mandou bem com a Camila no final abaixou a crisma dá Camila? e abriu os olhos dela. Espero que ela toma a iniciativa de terminar com a Heloísa e depois procurar a Laura.
Bjs e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Quem percebeu algo de estranho no Sérgio desconfiava já. Não posso dizer nem que sim e nem que não se a Laura saberá. Tem também a reação dela.
Sim, Patrícia soube usar as palavras e dar a volta na Camila que foi para ataca-la.
Olha, na verdade a Cah não tem nada oficial com a Heloísa. Ela disse que quando a Helô chegar, vão conversar. Lembra?
Beijos, até domingo.
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marcellelopes0
Em: 14/09/2017
Como alguém tem dom de escrever tão maravilhosamene? 100or..
Apaixonada nessa hist. Parabéns, capítulo surpreendente.
A Cah foi um pouco cruel mesmo, com Laura. Mas espero que ela não desista dela.
Patrícia té gostei dela nesse cap. por mexer com a Camila. Pena que deixou a Vero de lado de novo.
Ansiosa pelos prox cap.
Resposta do autor:
Camila quis ser cruel para afastar a Laura. Coube a Patrícia fazâ-la refletir sobre a atitude.
Verônica também vacilou, né? Patrícia só queria ajudar a Laura e ela não entendeu. Até porque nem sabia o que estava acontecendo direito. Pareceu telefone sem fio.
Abs!
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Suzi
Em: 14/09/2017
Estou sem palavras, sério Bastiat!!!
Ao longo da história você sempre dava a entender que o Sergio tinha culpa de alguma coisa na separação das gurias, mas não me passou pela cabeça que ele tivesse sido tão cruel e baixo em suas atitudes para colocar asa duas na situação que culminou em toda esse drama que foi o casamento, separação e ainda agora quando elas poderiam se entender.
Patrícia a cada dia mais apaixonante, ameiiiiii tudo que ela disse a Camila e a maneira como ela se comportou. Lindo demais, pena que a Vero pisou feio na bola heim??!!
O que será que Patrícia vai fazer com a confissão de Sérgio?? E agora o infeliz ainda me morre???!!!! Pobre da Laura, que doidera.
Bem vou parar de escrever senão vou ficar de trela até amanhã kkkkkkk
bjs docinho
Resposta do autor:
Sim, deixei algumas dúvidas em relação ao comportamento dele. Sérgio foi uma peça importante para que a história da Camila e Laura desandasse e de fato foi cruel, mas as somas de todos os lados terminaram por acarretar todo o ocorrido na vida das protagonistas.
Patrícia é uma pessoa ímpar, não? haha. Olha a Verônica dando brecha ai, hum?
Boa pergunta. Patrícia tem algo precioso nas mãos.
Beijos, querida.
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NovaAqui
Em: 14/09/2017
É! Quem diria que o Sérgio era do mal.
Agora Patrícia vai ajudar Laura
Se Laura fosse do Orange já teria feito várias investigações.kkk
Abraços fraternos procê
Resposta do autor:
Dei algumas pistas, vai rsrs.
Patrícia sempre ajudando a Laura.
Vdd hahahaha.
Abraços para você também.
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preguicella
Em: 14/09/2017
Eita, eita, eita! Até imaginava que o Sérgio era o bandidinho da história, mas não com tantos requintes de maldade.
E eis que Camilla talvez tenha acordado pra vida, mas será que vai ter coragem de procurar Laura, será que Laura a perdoaria nesse momento.
E minha gêmea favorita, Vero, tb vacilou com a Patrícia, como será que essas duas vão ficar?
Tanta coisa pra acontecer ainda! E sigo eu super curiosa com as cenas dos próximos capítulos!
Bjão
Resposta do autor:
De fato, o Sérgio foi cruel e teve uma colaboração importante para o termino do casamento das protagonistas.
Depois da conversa com a Patrícia é bom ela refletir, não é? É, procurar a Laura vai depender só dela e dessa reflexão.
Calma, foi só um vacilo.
Sim, vários acontecimentos ainda haha.
Beijos.
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