A fortiori por Bastiat
Capítulo 37 - La douleur exquise
Camila
O barulho do meu celular tocando me surpreendeu. Estou com tanto sono que ao invés de olhar para quem está ligando, olho as horas no canto da tela do meu celular. Quatro da manhã. Nem para esperar meia hora para me ligar. Já estaria acordada para ir trabalhar pelo menos.
No automático, deslizei o verde para atender a chamada e botei o celular na orelha sem falar nada.
- Cah? Alô?
- Quem é? - Bocejei.
- Sua eu, a Helô. Não reconhece mais a minha voz?
- Ah, oi Helô.
- Você estava dormindo? Desculpa, pensei que você trabalharia hoje e por isso já estivesse acordada. Tentei te ligar ontem à noite, mas você não atendeu. Só me enviou uma mensagem.
- Eu vou trabalhar sim, mas só acordaria daqui meia hora, querida.
- Ai, desculpa. Desculpa, desculpa e desculpa. Calculei errado o fuso horário.
- Está tudo bem, Helô. Meia hora não faz diferença. Conte-me, como está a viagem?
Fechei os olhos e torci para não dormir.
- Maravilhosa, mas não tem você. Quando estivermos com algo mais oficial, quero que venha conhecer as minhas origens. Você vai amar a Eslovênia, meus parentes e a comida.
Quando ela falou algo oficial, minha cabeça acordou com um choque.
- É, tenho certeza de que vou adorar. Quando você volta, Helô?
- Hum... já está com saudade de mim? Eu também estou morrendo de saudade de você. Minha viagem ficaria muito melhor se tivesse a sua boca aqui junto a minha e em outras partes.
Heloísa é tão sexy. Esse é seu jeito natural. Despojado e livre. Mesmo uma pergunta boba como a que fiz, ela dava um jeito que me seduzir.
- Helô, você não me respondeu.
- Eu volto na primeira semana de janeiro. Você vai me buscar no aeroporto?
- Se eu não estiver trabalhando, posso buscá-la sim.
- Devo chegar no final da tarde. Vou te passar as informações do voo por mensagem. Vou adorar ser recepcionada por você.
- Quer que eu leve uma plaquinha? - Falei em um tom de brincadeira.
- Sim! Isso me deu uma boa ideia. Quero que você escreva nela se aceita ou não o meu pedido de namoro. Romântico.
Engoli seco. Eu não estou pensando na proposta dela. Não sei ainda se quero uma relação com ela.
- Eu vou pensar no seu caso.
- Sempre se esquivando da felicidade. Posso te fazer muito feliz, Camila. É só você me dizer que me quer.
Tentadora. Tanto Heloísa quanto a sua proposta são tentadoras.
- Quem não quer ser feliz, não é? Quando você chegar aqui conversamos sobre a nossa, digamos, relação.
- Opa, já temos uma relação. Já é alguma coisa.
- Heloísa, não confunde as coisas. Não prometemos ir com calma?
- Ninguém está com pressa, meu amor. Se eu estivesse com pressa, pegava um voo agora e passaria o réveillon com você. Por falar em virada do ano, você vai pular as sete ondinhas do mar?
Ela me fez dar uma risada contida.
- Quem me dera. Eu vou fazer a cobertura da virada.
- Nossa, que coisa mais desanimada. Trabalhar no ano novo, Camila? Cruzes.
- Sou jornalista, Helô. Minha profissão exige alguns sacrifícios. Já estou acostumada.
- E se eu quiser ficar com você, como quero, terei que me acostumar.
Fiquei sem graça mais uma vez e me sentindo culpada por nem ao menos pensar 5 minutos do meu dia nela.
- Tenho que desligar agora, Helô.
- Por quê?
- Nada demais. Eu tenho que começar a me ajeitar para trabalhar e vou aproveitar os minutos que acordei mais cedo para preparar um café.
- Se é por isso, tudo bem. Tchau, meu amor. Vamos trocando mensagens. Te ligo mais tarde.
- Está bem. Tchau, querida. Tenha um bom dia de passeios.
Encerrei a ligação e soquei o meu travesseiro de leve.
Laura
Acordei hoje disposta a procurar Camila para conversar. Deixei passar o dia de ontem e quase permiti que o medo se apoderasse de mim novamente. Eu tenho que correr atrás da Camila pois ela jamais vai me procurar para conversar. Se eu deixar passar muito tempo, ela pode entender que continuo uma covarde que não tem coragem de lutar pelo amor dela.
Senti que a sorte estava ao meu favor quando recebi uma mensagem da Verônica mais cedo perguntando se eu poderia levar as meninas para passear porque tinha surgido uma urgência no trabalho. Lembrei que a Patrícia ia chegar hoje e fiquei com o coração na mão.
" - É claro que eu não vou ficar chateada por você não poder me buscar no aeroporto. Suas filhas precisam que você cuide delas, eu entendo perfeitamente.
Ouvi a voz sempre compreensível da Patrícia no outro lado do telefone rindo da minha indecisão.
- Eu posso pegar as meninas e ir para o aeroporto te buscar...
- Não, Laura. É sério, querida. Não precisa. Eu posso muito bem pegar um táxi. Vai se divertir com as suas filhas. Eu te vejo mais tarde na casa dos seus pais. Você tem certeza que posso dormir por aí sem problemas?
- Claro que você pode. O quarto de hospedes é todo seu pelo tempo que precisar.
- Obrigada, Laura.
- Não me agradeça. Eu que tenho que agradecer todos os dias por ter uma pessoa especial com você na minha vida."
Tenho que agradecer mesmo. Muito.
Agora passeando com as minhas filhas em uma praça. Ensino Marina andar de patins e já deixei a Diana também arriscar alguns passos no presente da irmã. Não posso deixar de pensar que daqui a pouco eu posso reencontrar a Camila. Estou decidida, quando eu for deixar as meninas na casa que um dia já foi minha morada, pedirei para entrar com elas.
Camila
Logo depois de encerrar mais uma reunião para discutir a edição e já deixar as coisas ajeitadas para o jornal da tarde, recebi uma mensagem da minha irmã avisando que a Laura levou as meninas para passear. Já imaginei a cena da Marina com o patins e a Diana com a bicicleta felizes da vida com a mãe radical.
Não foi surpresa quando entrei em casa e dei de cara com a Laura sentada no sofá da sala. Ela me aguarda como imaginei que se aproveitaria do passeio. Pensei até que me procuraria ontem mesmo, o que também foi uma surpresa não ter feito.
A encarei e esperei o meu coração acalmar. É incrível o que a simples presença dela me faz sentir. Laura levantou-se do sofá e não deu nenhum passo. Coloquei minha bolsa em uma mesinha próxima do sofá e senti os olhos da Laura acompanhando todos os meus gestos.
- Boa tarde, Laura.
- Boa tarde, Camila - ela sorriu. - Desculpe a invasão, mas falaram na portaria que eu tenho autorização para entrar na casa.
- É, eu sei. Eu autorizei você entrar e sair da minha casa quando quiser. Será mais fácil para a sua convivência com as meninas. Você pode vir pegá-las para um passeio como hoje ou buscá-las para passar seus finais de semana com elas. Vamos deixar a Verônica descasar um pouco. Se pararmos para pensar, ela estava vivendo em função das sobrinhas e não é justo.
- A Verônica tem sido um anjo, merece o descanso. Obrigada, Camila. Nem sei como agradecer.
- Agradeça não fugindo com elas, já será um grande gesto vindo de você.
O sorriso que a Laura tinha no rosto foi se desfazendo até virar uma cara sem vida. Até a cor dos seus olhos sempre viva, agora está opaca.
- Eu sabia que você não tinha me perdoado de verdade.
- Por mais incrível que pareça, eu te perdoei sim. Perdoar não significa que eu vou esquecer tudo, Laura.
- Não estou falando para esquecer. É impossível isso. Eu só quero que você não fique pensando que vai acontecer de novo. Ou que você fique jogando o passado na minha cara.
Cruzei os braços e respirei fundo.
- O que você quer, Laura? Eu já cheguei e vou ficar com as meninas, já pode ir embora.
- Eu não quero brigar, Camila. Eu quero falar com você sobre o que aconteceu.
- Achei que tivesse sido bem clara quando disse para esquecer esse assunto. O que aconteceu foi um erro. Apenas puro desejo por sex*.
Laura olhou para as escadas, para os lados e depois para mim.
- Tem um lugar que podemos conversar sem que as meninas possam nos interromper?
Ela está pensando no meu quarto, tenho certeza disso.
- Vamos para a biblioteca, é um bom lugar para ter essa conversa chata que você insiste.
Laura
Camila está fria. Em um primeiro momento, quando ela me viu, seus olhos ainda mostravam alguma emoção. Mas sua boca começou a tomar conta do ambiente,. Afiada.
Eu sabia que não seria uma recepção calorosa. Porém, poderia ser ao menos mais simpática como sempre foi.
Ela abriu a porta da biblioteca que provavelmente está sendo usada pela Verônica como escritório pela quantidade de tecidos, papéis com desenhos e lápis diferentes.
Olhei para a estante de livros e procurei por algum meu. Nenhum título ali se parecia com os tipos de livros que costumava ler.
- O que você fez com os meus livros? Não estão na estante.
- Ocupavam um espaço muito grande, então os coloquei em uma caixa. Devem estar no meio da bagunça na salinha debaixo da escada. Vou procurar e depois você pega ou eu mando entregar na sua casa.
Ocupavam muito espaço? Ela não queria nenhuma lembrança minha pela casa, essa é a verdade. Aproveitei a ausência dela para dar uma olhada na casa. Tudo que fazia alguma referência a mim foi mudado. Desde uma decoração que eu escolhi, até o tipo de talheres que comprei.
Não tive coragem de entrar no quarto dela, mas abri a porta e notei que os móveis não são os mesmos. Talvez por isso mesmo que não entrei, não queria constatar que ela realmente me esqueceu.
- Eu quero falar sobre a nossa noite de Natal, Camila.
Camila parece não dar a menor importância para o assunto.
- Anda, vamos acabar logo com isso, fala o que você quer tanto falar.
Não me intimidei pela sua cara amarrada e sua voz dura. Estou aqui para falar dos meus sentimentos.
- Camila, eu sempre tive certeza de que você é o amor da minha vida. Eu te amo. Eu sei que pode parecer estranho eu te amar ainda, mesmo depois de tudo que eu fiz, mas essa é a grande verdade. Eu te amo muito. Eu não te beijei de caso pensado. Não planejei fazer amor com você aquele dia. Aconteceu e foi lindo. Ainda temos uma ligação muito forte. Foi um dos melhores momentos da minha vida, um dos melhores sex*s que já fizemos. Para mim significou muito.
Camila pegou o celular dela do bolso e digitou alguma coisa. Permaneci em silêncio a esperando guardar o celular novamente.
- Desculpe-me, eu tive que responder a minha namorada. Você falava que significou muito para você. O que significou muito? Não prestei muita atenção.
Toda a minha confiança foi por água abaixo. Me senti como uma bexiga cheia que recebeu uma agulhada e murchou na mão de uma criança feliz. Minha vontade é de chorar como a criança que perdeu a bexiga.
- Eu disse que o amor que fizemos significou muito para mim. Para você não?
- Não. Nada. Significou nada.
Será que eu escutei direito? Ela nem pensou para falar.
- Como não? Você correspondeu os meus beijos, os meus toques. Você amoleceu nos meus braços. Te fiz sentir prazer. Você me amou e tomou o meu corpo. Como pode ter significado nada, Camila?
Ela me deu as costas e ali senti uma esperança. Minha mãe disse que não responder ou virar as costas também é uma resposta. Aproveitei para me aproximar dela e toquei o seu ombro.
- Não toque em mim!
Recuei com a sua fala. Ela voltou mais fria do que antes.
- Você é uma mulher atraente, Laura. E sabe disso. O que fizemos foi sex*. Por favor, não confunda as coisas. Você estava muito atraente naquele vestido, até provocante. Não foi à toa que chegou perto e acendeu o meu corpo, como qualquer mulher faria. Não significou algo para além de desejo.
Não é possível. O que ela está falando não pode ser verdade. Agora quem não tem coragem de olhar nos olhos dela sou eu.
- Eu não sou qualquer mulher, Camila. Você ouviu o que te disse? Eu te amo. Eu não posso ter me enganado tanto. Eu vi amor em seus olhos.
- Que amor, Laura? Você acha que tem alguma chance de eu te amar depois de tudo que você me fez passar? Acorda! Foi só sex*. Puro desejo carnal.
- O que eu fiz foi errado. Mas se a gente colocar o nosso amor...
- Não existe mais o nosso amor, Laura. Para de falar em amor. O nosso amor acabou no dia que você levou a Marina para longe. Se ainda não ficou claro, repito com o maior prazer: acabou. Eu segui a minha vida. Tenho uma namorada maravilhosa que eu gosto muito. Está aí outra coisa que eu me arrependo, de a ter traído com você. Mas sabe que foi até bom isso acontecer? Assim eu tirei qualquer dúvida se ainda sentia algo por você. Enquanto estávamos trans*ndo eu não senti nada. NADA!
Ela gritou com os dentes travados. Camila está se alterando, perdendo o controle. Não tive medo. Aproximei-me dela e enlacei a sua cintura para perto de mim.
- Vai me dizer que a sua namorada é melhor do que eu? Ela te faz goz*r como eu faço? Você faz amor com ela como a gente faz?
- Ela é muito melhor que você! - Soltei a sua cintura imediatamente. - Não tenho nem com o que comparar o sex* que a gente faz. Ela é uns 12 anos mais nova que você, sabia? Você acha que eu vou trocar uma garota leve, apaixonada por mim, cheia de fantasias e que sabe me fazer ter um orgasm* como ninguém fez, por você? Logo por você, Laura? Não, né?! Se enxerga! Você não teve a mínima capacidade de me dar prazer como um dia já fez. Pensando melhor, nem era tão bom assim. O que me faltava era conhecer uma mulher verdadeiramente gostosa.
Eu acabei derrubando o porta lápis da mesa na hora que senti uma leve tontura e tentei me apoiar. Eu fiquei sem norte. Fiquei sem chão. Sem rumo para a vida. A nossa noite foi uma piada para a Camila. Já imaginei ela rindo da minha cara quando chegou em casa.
- Camila... - faltou palavras.
- Espero que eu tenha sido bem clara dessa vez. Não temos nada além de duas filhas para cuidar. Estamos entendidas?
A voz dela foi bem doce. Por um momento eu pensei ter visto algum brilho no olhar dela, mas só pode ser meu cérebro me traindo com imagens impossíveis. Antes de respondê-la, a vi engolindo seco e morder o lábio inferior.
- Desculpe-me por ter insistido em conversar e pelo incômodo. Eu entendi tudo, não se preocupe. Acho que não temos mais nada para conversar, já que você disse que me perdoou. Passar bem, Camila.
Ergui a cabeça bem alto, coloquei o meu orgulho mentiroso para me guiar. Juntei a raiva que senti para me dar força de olhar aqueles olhos castanhos tão bonitos que eu amo e jurar para mim mesma que jamais pensaria nela de forma amorosa.
Girei meus calcanhares e apressei meus passos para fora da casa. Meu andar foi tão rápido que não demorou e eu estou dentro do meu carro. Não sei como liguei, só senti que estava dirigindo quando o meu pneu cantou no rumo para a portaria do condomínio.
Camila
Assim que a Laura saiu, corri para o meu quarto. Ainda ouvi o cantar de um pneu que provavelmente foi ela do seu veículo ao sair com pressa.
A última vez que chorei tanto foi no dia da minha separação da Laura. Meu rosto está banhado em lágrimas e meu coração está em pedaços. A dor é física também. Meu peito se aperta cada vez que me recordo da cara de desalento que a Laura fez enquanto eu acabava com suas esperanças.
Eu pensei inúmeras vezes que falharia. Pincipalmente depois da declaração de amor que ela fez. Mas eu tenho que me afastar e até que ela fosse embora, não iria parar de falar até alcançar o meu objetivo.
Infelizmente eu tive que chegar ao fundo do poço para alcançar o meu objetivo. Quando a Laura abraçou a minha cintura, fiquei desesperada e acabei baixando o nível, ferindo-a de morte.
Foi duro ver a Laura lutando contra o nosso destino que é viver separadas. Não posso fazer mais nada. Está feito, conhecendo bem a Laura como conheço, sei que ela nunca mais vai olhar na minha cara se puder.
É melhor assim. Eu não conseguirei amá-la como antes. Não sou capaz de passar por cima dos acontecimentos para reconstruir a nossa história.
Agora, deitada em posição fetal na minha cama, tento encontrar um jeito dessa dor passar. Sei que hoje foi mais uma separação para nós.
Verônica
Foi com grande surpresa que ouvi a minha secretária me perguntar pelo telefone se eu autorizava a entrada da Patrícia na minha sala.
Ela entrou no meu espaço como um raio de sol que ilumina a vida e fez o corpo aquecer com o calor da sua presença.
- Que surpresa boa!
Nos abraçamos com verdadeira saudade uma da outra. Eu posso falar por mim, em como senti saudade do seu cheiro, seu carinho e principalmente desse sorriso que arrasa corações.
- Combinamos de nos ver, não foi? Como você disse que estava presa na empresa e não poderia pegar um sol na praia, resolvi passar para te ver.
- Ah, mas eu não vou perder a chance de te convidar para jantar.
- Podemos ir assim que você terminar por aqui. Vou dar uma passadinha na minha empresa que por acaso é aqui do lado para verificar uns papéis e quando você puder sair, avise-me.
- Está bem. Eu só tenho que ajeitar mais algumas coisinhas chatas e já te ligo.
...
Não demorou muito e eu liguei para a Patrícia. Não tive mais cabeça para trabalhar depois que marquei o jantar com ela.
Olhei para a minha cara e eu não me achei tão bonita para sair.
- Eu vou dar uma passada em casa antes para tomar um banho e trocar de roupa, tudo bem? - Falei assim que colocamos o cinto de segurança do meu carro.
- Você está linda, Vero. Não precisa passar em casa.
Patrícia está mais à vontade, mais leve. Parece até que ela está me dando mole. Impossível, não posso confundir as coisas.
- Você que está linda, querida - aprovei a calça branca e a blusinha azul com o olhar. Simples e elegante. - Eu preciso realmente de um banho. Prometo que não vou demorar.
- Hum... está bem, vai.
...
- Entra, Patrícia. Deixa de ser boba. Vai ficar me esperando no carro? Não faz sentido. Você fica me esperando na sala ou na biblioteca, é mais confortável.
- E se a Marina me ver? Ela não gosta de mim. Acho melhor não, Vero.
- Ela é só uma criança de 9 anos que implica com as pessoas. Bobagem, Pati. Eu vou ficar muito chateada se não quiser me esperar sentada toda confortável.
- Certo, você me convenceu. É perigoso eu derreter com esse calor dentro do carro e depois quem vai precisar de um banho sou eu.
- Se você quiser tomá-lo junto comigo eu não vou achar ruim.
Esperei um corte, mas ela sorriu. Saímos do carro juntas e passamos pelo jardim da minha casa. Jogamos conversa boba fora enquanto não chegamos na biblioteca. Eu sabia que ela ia preferir me esperar lá.
Saltitando, flutuei até o meu quarto para tomar banho. Faria tudo o mais rápido possível só para passar mais tempo perto dela.
Camila
Demorei um pouco mais de uma hora para me recuperar. Será uma noite difícil, mas tenho que seguir em frente. Está feito, não tenho do que me arrepender.
"Só se lembre que quem vai viver as consequências no futuro é você, minha querida". Lembrei da frase que a minha irmã me disse ontem. A consequência que escolhi foi nunca mais me relacionar com a Laura e acredito que posso conviver muito bem com isso. São tantos anos separadas que já me acostumei com a ausência.
Senti fome e imaginei que as minhas filhas também. Assustei-me quando olhei para o relógio e vi que já são quase sete e meia da noite. Preciso preparar o jantar.
Na passagem para a cozinha, vi a luz da biblioteca acesa e estranhei. Será que a Vero está em casa ou as meninas estão lá? Só indo lá para saber.
Quando me aproximei, não contive a surpresa ao ver a figura que está dentro da minha casa. Essa é a Patrícia! O que diabos essa mulher está fazendo na minha casa? Será que ela veio atrás da minha gêmea? Lembrei que nos últimos dias a Verônica reclamou que se sentiu usada por ela. Alguém tem que colocar essa namorada da Laura no lugar. Quem ela pensa que é para entrar na minha casa sabendo que faz a minha irmã sofrer? Talvez ela tenha descoberto que a Laura a traiu comigo, terminou o namoro e agora vai correr atrás da minha irmã. Verônica não é brinquedo de ninguém e eu vou deixar bem claro para ela.
- O que você faz aqui na minha casa? Veio abusar da boa vontade da minha irmã mais uma vez?
Fim do capítulo
Não é querendo dar um spoiler não, mas já dando: Vai ser uma conversa... intensa.
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Ada M Melo
Em: 12/09/2017
gente a Camila ta chata demais, acho que agora é a Laura deixar pra la e ela que corra atras, a Laura errou mas a moça ja se abaixou demais.....e é serio estou com raiva da Camila..rsrsrs agora as pequenas anjas bem que poderiam entrar nessa nessa campanha para ajudar a Cabeçuda da Camila. E Patricia ja esta partindo pra outra o que é otimo...
abraço!!!
Resposta do autor:
Não fica com raiva da Camila, procure entender hahahaha.
Talvez as pequenas queiram ficar longe da confusão.
Partindo naquela né...
Abs.
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Morena perfeita
Em: 11/09/2017
Vish! O negocio vai ficar feio rsrs...
A cah vai sofrer muito mais agora. Espero que dessa vez a verônica tenha mais sorte (rsrs) com a patrícia. Ela merece.
Sei que não é nada fácil essa situação da Cah, mas a laura mudou. Quer saber? Vai namorar muito laura kkkk pq a cah já fez a escolha dela rsrs.
aaaah! Acho q o perdão da camila foi mais da boca pra fora. Fuga! Creio que a camila só vai aprender sobre o perdão com os próprios erros.
Amando a história. Bjs e já ansiosa pelo próximo capítulo;)
Resposta do autor:
Sim, pode ser que fique um pouco feio.
Olha o conselho que você dá para a Laura hahahaha.
É aquela coisa, perdoar tem que vir de dentro, Camila no fundo sabe que ainda não o fez.
A torcida é grande para o casal Verônica e Patrícia, mas está caminhando... haha.
Beijos, até! Obrigada.
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Mille
Em: 11/09/2017
Ola autora
Não sei quem estou mais preocupada mais acho que a Patrícia vai dar um choque de realidade na Camila, vai baixar a crista dela em dois tempo. Por enquanto ninguém sabe que o relacionamento dela com a Laura acabou e ouvir acusações da Camila vai fazer ela falar e falar coisas que a Camila não vai gostar mais que será preciso.
Sei que a Laura por mais errada ela se arrependeu, a Camila foi dura mais acho que a Laura não deve desistir da um tempo e vai chegando devagar.
Bjs e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá!
Talvez a Patrícia fale coisas, mas a Camila tem que estar disposta a ouvir também.
Laura tem uma terrível fraqueza quando o lado é emocional, foi um golpe duro para ela. Vamos ver se ela vai desistir.
Beijos.
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patty-321
Em: 10/09/2017
Pqp!! Porra Camila, não precisava disso tudo. E a Patrícia como vai reagir? Será q vai contar q ela términou com a Laura? Camila mais uma vez foi cruel com a Laura. Foda. Ela machuca a Laura mas se machuca tb. Boa semana. Bjs
Resposta do autor:
"Ela machuca a Laura mas se machuca tb", sim, boa percepção.
Camila queria afastar a Laura e encontrou um jeito. Talvez errado, mas foi um jeito.
Patrícia não sabe dessa conversa delas, então vai ser cega em um tiroteio. Veremos.
Boa semana para você também, beijos.
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Bia08
Em: 10/09/2017
A Camila pegou pesado, ela mesmo sabe disso,mas poxa ainda está difícil pra ela,foram 9 anos de dor e tristeza. Sei que não está sendo facil p Laura tbm,mas eu acho que a Laura está desistindo um pouco rápido.
Tomara que a Camila não coloque os pés pelas mãos nessa conversa com a Pati.
Bjs
Resposta do autor:
Depois de tudo que a Camila falou você ainda tentaria alguma coisa? Talvez a Laura não desiste por completo, mas isso a cortou totalmente.
Colocar os pés pelas mãos, acredito que não.
Beijos.
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preguicella
Em: 10/09/2017
Eita, eita, eita. O pior é imaginar que a Camila vai acabar comprando uma briga com a Vero.
Tá, eu sei que é difícil perdoar a Laura, aceitar que ela tenha mudado e que não vai mais fugir, mas ela maltratou a bichinha, e olha que nem sou a maior fã da Laura não, viu, mas que ela pegou pesado, ah isso ela pegou.
Mas vamos ver o que vem por aí!
Bjão e até o próximo! Ah valeu pelos dois capítulos! ;)
Resposta do autor:
É, Patrícia para a Vero é quase uma coisa sagrada haha.
Olha, se você que não é fã da Laura acha que a Camila pegou pesado, agora acredito que tenha pegado mesmo.
É, vamos ver.
Beijos, obrigada!
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NovaAqui
Em: 10/09/2017
Toma, Laura! Você merece cada palavra que te machuque da Camila. Fico imaginando o quanto a Camila sofreu por causa de você. Eu sou mãe e no lugar da Camila, Laura, teria te detonado. No dia seguinte jogaria tudo na mídia.
Espero que Vero chegue antes delas brigarem literalmente. Seria engraçado isso kkkk
Abraços fraternos procê!
Resposta do autor:
Haha. Ai a Laura ia presa, viraria oitnb e a história não seria essa hahahaha.
Briga de agressão física? Não, não terá isso.
Abraços.
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Suzi
Em: 10/09/2017
Estou em choque, nossa as palavras da Camila foram muito cruéis. Nunca imaginei que ela faria algo assim. Laura não merecia isso.
E agora vai com as duas mãos cheias de pedras pra cima da Patrícia. Gzusssss Camila tá louca.
Vou ler novamente pra acalmar o coração.
Bjs
Resposta do autor:
Camila queria afastar a Laura de qualquer jeito e optou por ser "cruel", infelizmente.
E mal se recuperou do que fez, ela agora quer tacar mais pedras. Mas calma.
Beijos.
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