Maktub por Dayramazotti
Capítulo 27
- Sobe comigo? - pedi olhando em seus olhos assim que o carro estacionou.
- Sentirei saudades de você, Ana. - disse sem responder a minha pergunta.
- Eu também minha querida, parece que se passou muito mais que um mês, vem suba comigo. - sai do carro abrindo o portão.
Entramos no elevador e ela me roubou um beijo, sorri com aquele gesto e ela me olhou como uma criança travessa, não demorou em chegar ao meu andar, abri a porta do meu apartamento e entrei jogando minha bolsa no sofá e agarrando Sophie antes mesmo de fechar a porta. Beijamo-nos demoradamente, então ela se soltou e pegou algo em sua bolsa, e o entregou a mim. Era uma caixinha branca amarrada com um laço vermelho, abri cuidadosamente, dentro havia um cartão, e Sophie pediu para que o lesse somente quando ela fosse embora, o coloquei de lado e me concentrei no conteúdo do embrulho. Meus olhos brilharam quando vi o cordão feito em ouro com um pingente do curso que eu fazia. Pulei em seus braços agradecendo o presente.
Sophie era uma pessoa única, sempre me deixando sem palavras com seus gestos.
- Obrigada, é tão lindo.
- Linda é você, isso é somente um mimo para que sempre se lembre de mim.
- Não sei o que dizer você sempre tão maravilhosa comigo.
- Mas tudo isso tem um preço. - disse passando as mãos em minhas pernas.
- Eu sempre pago minha dividas. - beijei sua boca, caminhando até meu quarto caindo pesadamente na cama atrás de mim, e fizemos amor por horas, até ficarmos exaustas. Não demorou muito e Sophie pegou no sono agarrada a mim, fiquei um longo tempo olhando sua feição tranquila enquanto ela dormia.
Estava quase pegando no sono, quando ouvi meu celular tocando, era Harriet.
- Alô. - disse com voz pesada de sono
- Oi sumida, te mandei varias mensagens e você nem as viu. Está tudo bem?
- Desculpe muito trabalho, nem tive tempo de olhar o celular, a Mary aprontou alguma coisa? - perguntei tentando parecer brava.
- Não, está tudo tranquilo, até demais eu diria, mas não é nada sério... Só saudades da minha amiga.
- Também estou, vamos marcar de sai amanhã.
- Vamos sim, então até logo, beijos.
- Beijos. - e desligamos.
Entrei em meu quarto e Sophie parecia estar dormindo ainda, minha barriga reclamou de fome, e fui ver o que tinha para fazer. Encontrei algumas coisas e resolvi fazer um macarrão para nós, estava distraída quando a ouvi trombar na cadeira, xingando algo que não entendi. Não segurei o riso e ela fechou ainda mais a cara.
- A cadeira não tem culpa, sente-se. Estou fazendo nosso jantar, quer vinho?
- Quero sim, o cheiro está muito bom.
- Espero que goste. - ela me olhava de maneira estranha. - Que foi?
- É a primeira vez que isso acontece. - respondeu pensativa.
- Eu sempre bato o dedo na cadeira, é um terror mesmo. - falei rindo.
- Não é isso, é a primeira vez que alguém cozinha para mim. - ela ainda estava com o olhar perdido, e eu pensando em que tipo de mulher ela ficava.
- Nossa então vou caprichar para que minha namorada goste ainda mais de mim. - disse rindo e a abracei.
- Vai me fisgar pelo estomago é? - sentou se na cadeira e me observou a cozinhar, quando acabei estava suada e precisando urgentemente de um banho.
- Toma banho comigo, senhorita Sophie. - sussurrei em seu ouvido.
- Será uma honra meu amor.
E juntas fomos para o banho, ensaboei todo o seu corpo com muita delicadeza, gravando cada pedaço dele em minha mente, ela ficou de costas para mim colocando suas mãos na parede, não resisti aquela posição, cheguei próxima a ela beijei seus ombros massageando seus seios, ela empinou ainda mais o bum bum deixando-me louca, desci minha mãos pelo seu corpo e penetrei em sua cavidade sentindo o calor de seu sex* em meus dedos e ela abriu mais a perna, gem*ndo baixinho, em estocadas cada vez mais forte eu penetrava ainda mais fundo, ela rebol*va ainda mais rápido, gem*ndo cada vez mais alto. Senti um liquido quente escorrer em minhas mãos no momento em que suas pernas tremeram, deixando seu corpo pesar em meus braços.
- Isso não vale, fui pega de surpresa. - Falou ofegante enquanto eu tirava uma mexa de cabelo de seu rosto.
- Se não gostou é só devolver. - mordi o lóbulo da sua orelha, ela sorriu e desceu beijando meu corpo encostei na parede e apoiei uma perna no vaso, senti sua língua quente me invadir tomando para ela cada centímetro de mim. E eu gemia com aquele toque que me invadia. Quase cai no chão quando o orgasmo chegou vorazmente. Perdi completamente a força das minhas pernas e fui amparada por ela.
- Nossa uma hora ainda morro. - disse rindo, e ela me beijou.
Terminamos nosso banho, ela vestiu uma roupa minha, que lhe caiu perfeitamente, pois éramos quase do mesmo tamanho. Colocamos a mesa e aqueci o molho.
- Você comeu a sobremesa antes do jantar. - disse Sophie colocando a mesa.
- Não tive culpa, essa sobremesa é muito saborosa. - mordi de leve seu ombro.
E em clima de descontração jantamos terminando a garrafa de vinho, mas confesso que achei estranho afinal ela iria dirigir, e quase nunca bebia tanto. Não querendo ser inconveniente, fiquei calada diante essa observação, peguei em sua mão e juntas sentamos no sofá da sala. Liguei a TV e passava o filme que vi com Laura no dia em que ficamos pela primeira vez, e por um instante voltei meus pensamentos na época em que estávamos juntas e éramos felizes, senti uma saudade tão grande dela. Por mais que estivesse com outra pessoa, o amor que sentia por aquela mulher ainda era grande em meu peito.
- ANA? - era Sophie gritando meu nome, assustei e olhei para ela.
- Nossa, que susto. - meu coração estava aos pulos.
- Tem algum tempo que estou te chamando, mas você parecia estar em outro mundo.
- Desculpe, aconteceu alguma coisa?
- Não, só queria saber se posso dormir aqui, exagerei no vinho.
- Só se for dormir abraçada a mim. - me aconcheguei em seus braços aspirando ao seu delicioso perfume, tentando tirar a imagem de Laura da minha mente.
- Aceito os termos, podemos deitar, estou cansada.
Juntas fomos para meu quarto, deitamos e em pouco tempo estava dormindo. Acordei com meu celular tocando ao longe, levantei assustada procurando-o pela casa, quando o encontrei já havia parado de tocar, mas vi no visor que era minha mãe. Olhei as horas e já passava das nove. Mas como era sábado, resolvi voltar a dormir, porem o sono já tinha acabado, deixei Sophie dormindo e fui preparar um café para nós, coloquei tudo em uma bandeja e levei até o quarto.
- Acorda minha linda. - disse enquanto enchia seu rosto de beijos.
- Não quero, deixa-me dormir mais um pouquinho. - resmungou ela cheia de manha.
- Trouxe café na cama para você, mas não me importo em comer tudo sozinha. - rindo mordi uma maçã, Sophie sentou na cama e sorriu e meu coração se aqueceu, ela tinha esse dom sobre mim. Quando estava ao seu lado, esquecia um pouco a magoa que existia em meu coração.
- Obrigada pelo café, você é uma linda. Vou sentir falta desses seus mimos.
- Não vamos pensar nisso. Que você acha de levarmos o Bran para passear no shopping? - perguntei mudando de assunto.
- Ele vai gostar, podemos almoçar lá.
E assim terminamos nosso café regado a muito carinho, beijos e algumas mordidas. Arrumamo-nos e partimos para a casa de sua mãe. Ao chegar Bran já estava tomando café, dona Margareth nos convidou a sentamos com eles. Mesmo estando cheia sentei para não fazer desfeita, tomei apenas um suco. Antes mesmo da gente se manifestar sobre o passeio Bran perguntou:
- Tia, o que vamos fazer hoje?
- Você decide tá a fim de fazer o que? - ele fez uma carinha de quem estava pensando e disparou:
- Quero andar de bicicleta, tomar sorvete, brincar no parque, comer um hambúrguer... - parou para pensar, me chamando para falar algo em meu ouvido. - e comprar um presente para a vovó.
- Quanta coisa, estou cansada só de ouvir. - foi à vez de Sophie se manifestar.
- Deixa mamãe, amanha estaremos em casa mesmo, e não vou poder fazer nada disso... - saber que Sophie iria embora no dia seguinte me deixou ainda triste, mas sabia que sempre que possível iriamos nos ver.
Subi com Bran e o ajudei a trocar de roupa, ele estava empolgado e não parava de falar.
- Está com saudades de casa, meu pequeno? - perguntei carinhosamente para ele.
- Só dos meus amiguinhos, lá a mamãe vive triste e trabalha o dia todo. - respondeu ele em sua inocência. - às vezes ela me deixa com a senhora Judy e sai, mas isso quase nunca acontece.
- Bom, sua mãe tem os motivos dela, agora vamos passear. - mal terminei a frase e ele saiu correndo pelo corredor.
Fomos ao parque, ele na frente em sua bicicleta e Sophie e eu atrás sem trocar muitas palavras, cada uma de nos absorta em nossos pensamentos. Sentamos no mesmo banco de antes, toquei delicadamente em sua mão e ela virou o olhar para mim, parecia estar sofrendo por algo que eu não sabia.
- Ana amanhã voltarei a minha cidade, e gostaria de saber se posso vir te visitar sempre que sentir saudades. - sua face era um misto de vergonha e medo.
- Claro que sim, você é minha namorada. Minha casa sempre estará aberta a você. - disse tentando não parecer eufórica demais.
Ela sorriu para mim, pegou minha mão e levou ate sua boca, beijando-a de forma delicada. Senti um frio na barriga quando seus lábios quentes tocaram a minha pele, ela parecia não ter vergonha de demonstrar em público seu carinho por mim. E esse pequeno gesto fez com que me lembrasse de tempos atrás, onde tudo que eu fazia tinha que ser o mais escondido possível. Bran veio correndo interrompendo nosso momento, já havia se cansado de andar de bicicleta.
- Mamãe, que horas vamos comprar o presente da vovó.
- É só o tempo de irmos para casa deixar sua bicicleta, tudo bem? - ele piscou os olhinhos como se estivesse pensando e concordou. Juntas voltamos para casa da mãe de Sophie, pegamos o carro e partimos em busca do presente para a avó de Bran.
Fomos até um shopping não muito longe de onde estávamos Bran queria dar a ela um perfume e pediu nossa ajuda para isso. Sophie sabia qual era a fragrância preferida de sua mãe, então essa tarefa foi fácil, passeamos pelas lojas olhando as vitrines com suas cores vivas e brilhantes. Vez ou outra minha mão esbarrava com a mão de Sophie e eu sentia um calor gostoso no peito, não era nenhum sentimento avassalador, porém era algo bom e que fazia bem a nós duas. Um pouco mais a frente avistei algo que chamou minha atenção de tão delicada que era não tive duvidas, a compraria de presente para a loira ao meu lado, porém não queria que ela descobrisse então contei com a ajuda de Bran. Chamei o menininho e cochichei em seu ouvido o queria fazer e mais que depressa ele pediu para ir ao banheiro.
- Enquanto vocês vão ao banheiro e vou comprando nosso almoço.
Bran entendeu o recado e saiu sorrindo, apressada entrei na loja.
- Oi, vou levar aquilo ali, embrulha para presente, por favor?
A moça vendo minha inquietação pegou rapidamente o objeto, levando-o até o caixa onde paguei e retirei meu pequeno pacote, coloquei em minha bolsa para que Sophie não o visse e fui até a hamburgueria. Estava na fila ainda quando eles surgiram em meio ao corredor, Bran me olhava com carinha de interrogação, sorri para ele fazendo sinal de ok. Eles se juntaram a mim e logo chegou nossa vez, fizemos o pedido e sentamos em uma mesa próxima.
- Tia, você bem que podia nos visitar, não é mamãe? - perguntou ele, me deixando sem reação.
- Eu apoio filho, mas temos que saber se não é ruim para a tia Ana. - falou olhando para mim esperando minha resposta.
- Sempre que der eu vou, tá? - respondi e ele sorriu. Nossos lanches ficaram prontos e Bran fez de questão de ir comigo buscar, enquanto sua mãe ficou esperando na mesa.
- Tia sentirei saudades. - disse o pequeno com as bochechas coradas.
- Eu também irei meu amor, mas prometo te visitar. - sorrindo de maneira tímida ele foi à frente e só então percebi o olhar de Sophie sobre mim, sorri e ela devolveu com uma piscadela.
Ficamos conversando e não vimos o passar das horas, quando percebi já era tarde. Se eu pudesse pararia o tempo só para ficar mais com eles, aos poucos descobria o quanto mãe e filho eram cumprisses, existia ali um amor tão grande que era impossível não se contagiar. Sentiria falta deles, em pouco tempo me apeguei a aquela criança, e a sua família. Acho que estava carente de mãe. Fui tirada de meus pensamentos por Bran que me puxava pela mão, chamando-me para irmos embora, e ainda de mãos dadas saímos para o estacionamento.
Fim do capítulo
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