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O caminho da felicidade por stela_silva

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Palavras: 6443
Acessos: 5949   |  Postado em: 12/09/2017

Notas iniciais:

Olha quem tá de volta... Rsrs... Leiam as notas finais! 

Capítulo 64

 

 

Capítulo 64.

 

Luiza estava deitada sobre o chão. Observou tudo em sua volta. Não reconhecia aquele lugar. Levantou-se e deu alguns passos, mas não sabia para onde ir. O céu estava muito azul e havia muitas flores em volta, uma mais linda que a outra, ela parou para admirar toda aquela beleza. 

 

-- Gostando da vista? 

 

Luiza levou um susto e encarou a pessoa. 

 

-- Marcelo! - disse assustada. 

 

O jovem sorriu

 

-- Olá, Ana Luiza. 

 

-- Mas você tá... Tá... - não conseguia falar. 

 

-- Morto? Eu sei - sorriu. 

 

-- Então eu também estou morta? 

 

O jovem passou a mão na barba rala. 

 

-- Não... Você acordará em breve. 

 

-- Mas então...

 

-- Isso é apenas um sonho. 

 

-- Por que eu sonharia com você? 

 

-- Eu não sei... - sorriu - Como está a minha filha? 

 

Luiza se surpreendeu com a pergunta. 

 

-- Ela está perfeita - disse sorrindo. 

 

-- Percebo que você gosta muito da Emily... Fico feliz em saber que minha filha é tão amada. Infelizmente eu não posso participar da vida dela, mas eu quero que ela sempre lembre de mim. 

 

-- Ela sempre lembra de você, Marcelo.

 

-- Fico feliz em saber disso... Tem uma pessoa que quer muito falar com você, aliás, são duas pessoas, na verdade é três. 

 

Marcelo fez sinal para se aproximarem. Luiza conheceu de imediato aquele senhor de cabelos grisalhos.

 

-- Vovô! - disse correndo para abraçá-lo. 

 

-- Minha doce criança... Como sinto falta de todos vocês. 

 

-- Vô... Você faz tanta falta – falou choramingando.

 

-- infelizmente a vida é assim mesmo, minha filha... Um dia todos nós temos que partir. 

 

-- Foi tão difícil Vô... Vovó Henriqueta ficou arrasada.

 

Os olhos do idoso ficaram triste. 

 

-- Ela ainda irá viver alguns anos... Mas eu espero por ela com uma saudade enorme, mas sei que isso é necessário. 

 

-- Sim, Vô... Agora eu consigo compreender mais as coisas. 

 

-- Sinto muito orgulho de você, minha neta... Aliás, de todos vocês - disse sorrindo. 

 

Luiza observou o casal atrás do avô. Não reconheceu. Eram dois adolescentes. O rapaz era mais velho e tinha uma barba bem rala, era branco e tinha os olhos negros e os cabelos castanhos claros. A moça era loira e muito branca, seus olhos eram verdes. 

 

O casal aproximou-se de Luiza. A médica percebeu as sardas espalhadas pelo rosto e corpo do garoto. Ele sorriu para ela. Luiza reconheceu aquele sorriso e finalmente percebeu quem eles eram. 

 

-- Vocês são os pais da Carol... 

 

O casal sorriu. 

 

-- Sim, somos - respondeu a menina - Você se tornou uma linda mulher, Luiza. Exatamente como eu imaginava. 

 

A médica sorriu.

 

-- A Carol é tão parecida com vocês. 

 

-- Sabemos o que você fez por ela - disse a loira - Sei o quanto deve ter sido difícil para você... Deve ser doloroso desistir do amor da sua vida.

 

-- Foi difícil sim... Mas a verdade é que eu faria tudo novamente.

 

-- Você é uma menina rara de encontrar... Tem pessoas que não acreditam que possa existir alguém como você. 

 

-- Mas eu existo.

 

-- Sim... Eu vejo uma jovem que só tem amor no coração. Às vezes acontece de você ter algum sentimento ruim, mas passa tão rapidamente... Você odeia a Daniela? – a loira perguntou.

 

Luiza ficou pensativa.

 

-- Não... Algumas vezes cheguei a odiá-la, mas é um sentimento passageiro. Não costumo guardar as coisas... Simplesmente passa. 

 

-- Você seria capaz de perdoá-la? - as duas estavam sozinhas. 

 

-- E porque não? 

 

-- Você é muito boazinha, Luiza. 

 

-- Eu também acho... Será que isso atrapalha? 

 

-- Não... Claro que não... Isso demonstra o tamanho da sua grandeza. Você é uma pessoa incrível. 

 

-- Obrigada.

 

As duas se sentaram na grama e ficaram observando as flores. 

 

-- Diga para minha filha... Que eu a amo muito! 

 

-- Eu direi - Luiza falou sorrindo. 

 

-- Agora tudo ficará melhor... Nem tudo nessa vida é fácil e eu sei que você consegue compreender isso.

 

-- Claro que consigo. 

 

-- Mantenha-se de pé... Não desista nunca! O tempo irá te ensinar muitas coisas.

 

-- Entendo... - falou atenta. 

 

A jovem loira sorriu. 

 

-- Felicidades para todas vocês! 

 

-- Obrigada.

 

-- Agora você precisa voltar... Aproveite, minha menina! 

 

Luiza sorriu emocionada e abraçou a jovem apertado. Finalmente parou de sonhar. 

 

********

 

Érika observava o movimento das pessoas no hospital. Estava com a cabeça apoiada no ombro de Karina. Às vezes enxugava as lágrimas que insistiam em descer. 

 

-- Vai ficar tudo bem. 

 

Érika sorriu. 

 

-- É só isso que você sabe dizer? 

 

-- Não sou muito boa com as palavras - fez careta. 

 

-- Tudo bem, Karina... Eu também não sou. 

 

-- Érika, Karina! O que aconteceu? - Rebecca perguntou aflita. 

 

Érika encarou a ruiva e viu as outras pessoas, enxergou Beatriz.  

 

-- Bia... - sussurrou, se levantando e abraçando a mulher. 

 

-- Érika - Bia a apertou. 

 

-- Olha, a gente não quer atrapalhar a cena de vocês, mas queremos saber o que aconteceu! - Carol falou nervosa. 

 

Érika afastou-se de Beatriz e suspirou. A médica narrou tudo o que havia acontecido, todos escutavam atentos. 

 

-- E a Luiza? -  Rebecca. 

 

-- Não sabemos de nada... Ela foi levada para a sala de cirurgia. 

 

-- Ela estava muito ruim? 

 

-- Sim – Érika falou com pesar.

 

-- Eu vou acabar com a Daniela! - a ruiva disse nervosa. 

 

-- Não será mais preciso... - sussurrou a loira. 

 

Antes que alguém a questionasse, Júlio e Marta entraram no hospital. O homem caminhou diretamente até Érika. 

 

-- O que você fez?! - gritou furioso. 

 

-- Júlio, não faz isso - Marta tentou intervir. 

 

-- Cala essa boca, mulher! Minha conversa é com essa garota! 

 

-- O que o senhor quer? - Érika perguntou indiferente. 

 

-- Você o matou! - Júlio acusou a jovem. 

 

-- Eu não matei o Fernando - disse séria. 

 

-- Claro que matou! Você  e a infeliz da Ana Luiza! 

 

-- Respeita a minha filha! - Pedro falou alterado. 

 

-- Se sua filha se desse ao respeito não estaria nessa situação. 

 

-- Seu desgraçado! - Pedro tentou avançar, mas Rosana o segurou. 

 

-- Senhores respeitem! Aqui é um hospital! - uma enfermeira falou. 

 

Érika aproximou-se de Júlio e Marta. Encarou o homem profundamente. 

 

-- Parte do que o Fernando se tornou foi culpa de vocês! Tudo o que aconteceu durante nossa infância. Vocês fingiram não enxergar os problemas do seu próprio filho! Fernando fazia mal aos animais, matava gato, passarinho e vocês não faziam nada! Ele não precisava de brinquedos caros! Nem um de nós precisava! Você sempre soube que ele precisava de ajuda - disse encarando Júlio com os olhos úmidos - Tantas desgraças poderiam ter sido evitadas... Tantas mortes... Mas vocês nunca souberem lidar com a doença do próprio filho! 

 

-- Meu filho não era doente! - Júlio gritou. 

 

-- É claro que era... E você mais que qualquer um, sabia disso... O Fernando pode ter apertado aquele gatilho... Mas pode ter certeza que vocês contribuíram bastante para isso... Se Fernando não está mais aqui... Fique sabendo... Você é um dos culpados! – disse apontando para o homem.

 

-- Sua... 

 

-- Chega Júlio! 

 

Todos observaram aquela senhora autoritária que se aproximou do homem. 

 

-- Mamãe... 

 

-- Eu tenho vergonha de ter um filho como você! - Vovó Henriqueta falou séria.

 

-- É tudo culpa delas, mãe... – falou nervoso.

 

A velhinha negou com a cabeça. 

 

-- Eu nunca entendi onde eu errei com você... - disse triste - Como você consegue ser tão cruel com essa menina? 

 

-- Ela merece! 

 

Henriqueta encarou a loirinha e aproximou-se da mesma. 

 

-- Érika minha doce menina... 

 

-- Vovó...

 

A senhora fez um carinho no rosto da neta. 

 

-- Graças a Deus você é diferente da sua mãe - suspirou - Acho que está na hora de você saber a verdade sobre seu passado. 

 

-- Meu passado? - sussurrou. 

 

-- Sim, meu amor. 

 

-- Não ouse...

 

-- Cale-se, Júlio! - vociferou - O Júlio e sua mãe se conheceram quando ainda eram adolescentes... Se apaixonaram e namoraram... Então um dia a Isabel o deixou, pois o Júlio não tinha dinheiro suficiente e sua mãe era movida pela ganância... Ela conheceu o Mateus... Seu verdadeiro pai, um jovem bom e ingênuo... Mateus tinha problemas em uma das pernas, pois havia caído do cavalo, mas sua mãe não ligou para isso, o importante é que ele tinha dinheiro. Eles casaram um tempo depois e seu pai fez o mesmo com a Marta. Então eles tiveram os gêmeos e sua mãe ficou grávida de você um tempo depois, era o golpe perfeito. Mas Isabel não imaginava que seu pai estava falido. Um ano depois de seu nascimento as coisas em sua casa estavam um inferno. Mateus dava a vida para não deixar falta nada para vocês duas, mas para Isabel isso não era o suficiente. Ela e o Júlio se encontraram nesse tempo e por fim se tornaram amantes. Isso durou alguns meses até seu pai descobrir - Henriqueta fechou os olhos e suspirou - Eu nunca quis falar disso pra você, mas você tem o direito de saber tudo. Já está grande o suficiente... Um dia seu pai acabou descobrindo. Sua mãe não negou... Então o pior aconteceu... Mateus a matou e depois se suicidou.

 

Érika fechou os olhos e começou a chorar. Beatriz a abraçou. 

 

-- Eu sinto muito, minha neta. 

 

-- Por que eu fui adotada, por quê? – disse desesperada.

 

-- Você não tinha parentes vivos - foi Marta que falou - Sua mãe era órfã, assim como seu pai... Você ficou sozinha no mundo e foi mandada para um orfanato. Eu pedi para o Júlio te adotar... Eu nunca consegui sentir raiva de você... Apesar de você ser filha dela... Você era só uma criança... E eu te quis desde a primeira vez que te vi... No colo da sua mãe... Você era tão perfeita.

 

-- Eu só fiz isso porque queria salvar meu casamento - Júlio - Você nunca foi importante para mim... Tem o sangue do covarde do pai e da vagabunda da mãe! 

 

-- Cala esse boca, seu verme! - Bia gritou furiosa. 

 

-- Sai daqui agora, Júlio! -  Henriqueta ordenou. 

 

-- Com todo o prazer - disse se afastando. 

 

Marta aproximou-se de Érika.

 

-- Não importa o seu passado, Érika... Você é uma menina incrível e eu soube disso desde a primeira vez que te vi... Desculpa por tudo. 

 

-- Agora é tarde, Marta... - a loira sussurrou.

 

A mulher sorriu sem emoção. 

 

-- Sei disso... Fui covarde, não apenas com você, mas com todos os meus filhos - disse com a voz embargada - Sinto muito. 

 

Marta afastou-se e caminhou em direção a saída. Érika ficou abraçada com Bia até adormecer. 

 

-- Pensei que a senhora nunca fosse falar disso a ela - Pedro comentou depois de um tempo. 

 

-- Ela precisava da verdade, por mais doída que seja - Henriqueta falou pensativa. 

 

******

 

Érika observava o jardim do hospital. A médica estava perdida em pensamentos.

 

-- Ei, eu estava procurando por você. 

 

-- Eu precisava ficar um pouco sozinha, Bia. 

 

A jovem tocou levemente no ombro da loira. 

 

-- Sei o quanto tá sendo difícil pra você. 

 

-- Muito - Érika se encostou na parede e ficou de frente para Bia - Desculpa por não ter falado a verdade.

 

-- Tudo bem - Bia sorriu amável. 

 

-- Não ficou chateada? 

 

-- Um pouco, mas eu consegui te compreender.

 

-- Eu precisava disso, Bia... É complicado essa coisa de se sentir culpada por algo que aconteceu no passado. 

 

--  Agora tudo ficará bem, amor. 

 

-- Eu espero sinceramente que sim - sorriu.

 

-- Seu passado é mais louco que o meu -  disse divertida. 

 

-- Verdade... Mas eu fico feliz em saber dele, apesar de tudo e do momento... Eu precisava tirar essas dúvidas. 

 

-- Sim, você precisava muito disso. 

 

O silêncio reinou por alguns minutos. 

 

-- Sabe alguma notícia da Luiza? - Érika perguntou tranquila. 

 

-- Não... Fiquei te procurando... Faz tempo que não vou por lá.

 

-- Vamos ficar um pouco aqui. Eu gosto dessa paz - disse fechando os olhos. 

 

-- Eu também gosto - Bia falou sorrindo.

 

 

******

 

Todos esperavam nervosos por alguma notícia de Luiza. Érika estava abraçada a Bia, Pedro conversava com Rosana, Rafael e a Susana, os pais de Victoria. A pediatra segurava na mão de Rebecca e Carol segurava a outra mão da ruiva. Karina apenas observava tudo em silêncio. 

 

Letícia aproximou-se deles com uma cara cansada. Todos se levantaram e a encararam tensos.

 

-- Como ela está? - perguntou Pedro.

 

-- A Luiza chegou aqui em um estado deplorável. Várias faturas pelo corpo, ossos quebrados, mas a pior parte era a hemorragia causada em seu abdômen. Foi difícil reverte-la... Muito complicado. Ela teve três parada cardíacas, mas graças a Deus nós conseguimos trazê-la de volta. Não posso dizer que ela está fora de perigo, as próximas horas serão decisivas. Estamos fazendo tudo o que é possível. Nesse momento ela precisa de sangue, pois perdeu bastante, quem puder doar seria de grande ajuda, pois nossos estoques estão baixos. A enfermeira irá acompanhá-los - disse se afastando - Ah... Desde que esteja tudo bem com vocês, todos podem doar, pois a Luiza e receptora universal... E mesmo que seja difícil, como médica eu digo, a Luiza já passou pela fase mais delicada, agora é só ter paciência e ver como ela irá reagir. Eu acredito que tudo ficará bem, Luiza é uma guerreira, igual você a Vick - encarou a menina sorrindo - Preciso ir... Tenho muita coisa pra fazer ainda. 

 

Ficou um silêncio por alguns segundos. 

 

-- Irei doar! - Rebecca falou decidida.

 

-- Eu também! - Érika disse firmemente. 

 

-- Só se for pras duas serem confundidas com cadáveres por aí... Já se olharam no espelho? Vocês estão horríveis! - Carol falou debochada.

 

Pedro encarou as duas. 

 

-- Carol tem razão, vocês não tem condições alguma de doar. Tenho certeza que não se alimentam bem há dias. Eu e o Rafael iremos.

 

-- Mas pai... Eu também quero ir... 

 

-- Você não pode, Carol... Somente pessoas acima de 50 kg e esse não é seu caso – a baixinha fez uma careta de desagrado.

 

Os dois seguiram a enfermeira e as jovens não disseram mais nada. Bia também decidiu doar. A enfermeira precisava de mais um voluntário e Karina foi a mais opta de todas.

 

*****

 

Luiza passou dois dias na UTI e surpreendeu a todos com sua rápida melhora. Foi levada ao quarto e pôde finalmente receber visitas. Ainda dormia por causa das medicações. Os pais foram os primeiros a entrarem no quarto e ficaram por lá durante alguns minutos. Carol também queria ver a irmã, mas percebeu o quanto Rebecca estava necessitada em vê-la, decidiu deixá-la ir primeiro. A ruiva sorriu agradecida. 

 

A jovem empresária emocionou-se assim que entrou no quarto. Aproximou-se de Luiza e tocou suavemente em seus cabelos escuros. A ruiva observou sua amada atentamente. Ainda dava para ver as marcas no rosto e a médica estava pálida, pois havia perdido muito sangue devido a hemorragia. Rebecca deslizou seus dedos pelo rosto de Luiza e pousou em seus lábios tocando com carinho em seu ferimento. 

 

-- Oi amor... É difícil começar a falar e não chorar, estou me segurando. Todos esses dias foram tão difíceis, não apenas para mim. Eu senti um medo tão grande de te perder... Sabe, quando você terminou comigo, eu desejei sua morte, eu estava com raiva, com dor, mas nunca em nem um momento esse meu desejo foi verdadeiro, pois eu me arrependi um segundo depois. Eu sofreria bem mais se você tivesse partido. Eu queria ser um pouco mais forte, eu queria com todo o meu coração ter te ajudado, mas eu estava fraca, sem forças... Me sinto mal por não ter feito nada... Se eu encontrasse a Daniela teria matado ela com minhas próprias mãos, infelizmente eu não  estava lá... Eu queria ter protegido você... Eu queria estar no seu lugar... A culpa foi minha... Eu me envolvi com essa maldita! - disse chorando. 

 

-- A culpa não foi sua... - mesmo com dificuldade Luiza conseguiu falar. 

 

Rebecca abriu os olhos e percebeu que a jovem havia acordada. 

 

-- Amor.... - sussurrou. 

 

Luiza tentou sorri, mas ainda sentia alguma dores, o máximo que conseguiu foi fazer uma careta. 

 

-- Que bom que você não estava lá - continuou a falar, mesmo que fosse apenas um sussurro - Não valeria a pena sujar suas mãos por causa dela.

 

-- Mas... 

 

-- Shiii - Luiza finalmente conseguiu sorri - O importante é que estamos bem... E livres, sem medo. 

 

-- Sim, amor... Tudo que importa é que estamos bem e estamos juntas - Rebecca apertou a mão de sua mulher e a beijou no rosto com carinho.

 

-- Eu sempre soube que a gente voltaria a andar no mesmo caminho, juntas. 

 

-- E para sempre juntas, nunca mais te deixo sozinha, você pode até tentar me expulsar, mas eu não vou! 

 

-- Expulsar você da minha vida e a última coisa que eu quero - Luiza gem*u fazendo uma careta. 

 

-- Como você está, amor? - Rebecca perguntou preocupada. 

 

-- Viva... - sussurrou Luiza. 

 

Rebecca sorriu, fez uma carinho em sua amada e saiu para procurar um médico. 

 

******

 

Um mês depois. 

 

-- Vick, eu tenho um filme ótimo pra gente assistir! - Carol falou beijando a namorada e mostrando um DVD.

 

Victoria fez careta. 

 

-- Um DVD, Carol... Sério isso? 

 

-- Sim ué... Por quê? - disse sentando ao lado da pediatra. 

 

-- Porque isso é tão ultrapassado, sabias que hoje em dia existe a opção de assistir online? 

 

-- Curto essas paradas não... Pra mim é no bom e velho DVD. 

 

Vick revirou os olhos. 

 

-- Ok, o que você tem aí? 

 

Carol levantou animada e colocou o CD no DVD, pegando o controle. 

 

-- Vamos assistir uma homenagem a Daniela - disse sorrindo e voltando a sentar ao lado da pediatra. 

 

Victoria apertou os olhos. 

 

-- Qual o nome do filme?

 

-- É bem óbvio né... A morte do demônio. 

 

Vick até tentou segurar o riso, mas não aguentou. 

 

-- Você não existe, Ana Carolina - disse rindo. 

 

-- Claro que existo, meu amor. 

 

-- Ai ai... Odeio filme de terror - disse olhando pra TV. 

 

-- São os melhores! - a baixinha falou animada.

 

-- Você é anormal... Às vezes me pergunto como pude me apaixonar por você. 

 

-- Sou irresistível, baby. 

 

-- Esqueci de dizer que também se acha - disse revirando os olhos. 

 

-- Sim... E que morango é melhor que chocolate!

 

-- Nos seus sonhos né, querida - disse levantando-se e seguindo para o quarto.

 

-- É claro que é... E você sabe muito bem disso. 

 

Vick voltou alguns segundos depois com uma toalha na mão e os olhos apertados. 

 

-- Quantas vezes eu tenho que te falar para não deixar a toalha na cama! 

 

-- Eu esqueci - fez uma careta. 

 

A médica bufou.

 

-- Você sempre esquece! Vou começar a fazer bilhetes em toda essa casa..."não esqueça a toalha na cama "," não deixe roupa no banheiro, coloque no cesto", "não deixe a porta da geladeira aberta" e sei lá mais o que... 

 

-- Tu é mó velha, Vick. 

 

-- É você é idiota.

 

-- Olha a ofensa hein. 

 

-- Vai a merd*, Carol. 

 

-- Grossa! 

 

-- Folgada! 

 

-- Insensível! - Carol levantou. 

 

-- Mal educada! 

 

-- Antipática! - disse se aproximando. 

 

-- Lerda! - Vick também se aproximava da baixinha. 

 

-- Velha! - disse bem perto. 

 

-- Criançona! -  falou sorrindo. 

 

-- Bora trans*r? 

 

-- Bora! 

 

As duas gargalharam e seguiram para o quarto e esqueceram do filme. O resto dia foi bem produtivo. 

 

*****

 

Érika observava o mar, o dia estava lindo. Ventava e seus cabelos eram bagunçados conforme a força do vento. Ela sorria, um sorriso doce. Estava de olhos fechados apenas sentindo aquele momento. Bia aproximou-se dela, sentando ao seu lado. 

 

-- Sua água de coco, amor. 

 

Érika sorriu para ela.

 

-- Obrigada, Bia. 

 

-- Tá curtindo né?

 

-- Bastante... Eu gosto dele - disse se referindo ao mar.

 

-- Seus olhos ficam lindos - Beatriz falou encantada - azuis! O mais belo azul. 

 

-- Você acha? 

 

-- Claro, amor! 

 

-- Eu estava precisando disso mesmo... Um pouco de sossego.

 

-- Sim... Foi bom você ter tirado essas férias. 

 

-- Foi ótimo! - voltou a observar o mar e suspirou - A primeira vez que vi o mar foi incrível... Senti uma emoção diferente.

 

-- Você tinha quantos anos? 

 

-- Uns treze, eu acho. 

 

-- Nossa, você morava a poucas horas da praia, sabias? 

 

-- Eu nunca fui muito ligada nisso. E eu sempre tive problemas familiares, então eles não se importavam com essas coisas. Um dia a Daniela me convidou e eu decidir ir... Foi a melhor coisa. 

 

-- Estranho você já ter sido amiga da Daniela.

 

-- Às vezes eu penso nisso também. Sei que ela nunca foi totalmente verdadeira, sua personalidade mudou muito... Mas eu sei também que não era totalmente falsa. 

 

-- Acredita que ela gostava de você? 

 

-- Sinceramente falando? - disse a encarando - Sim.

 

-- Ahh - Bia não sabia o que falar. 

 

-- Mas isso foi antes... acho que quando o lado psicopata dela não estava tão apurado... Daquela menina não restou mais nada. 

 

-- Entendo. 

 

-- De tudo que eu planejei em minha vida...  Você foi o melhor desviou que me aconteceu. Você me tirou daquela vida regrada e chata... Você me mostrou o diferente... Você me ensinou o valor de um sorriso... Eu só tenho que agradecer por te ter em minha vida - a loira falou doce. 

 

-- De todas as coisas que eu não planejei em minha vida... Você foi o melhor planejamento que eu tive... Na verdade, você é a melhor coisa que me aconteceu... Sempre fui livre... Mas nunca fui completa... Faltava você. 

 

Érika tocou no rosto de sua esposa. 

 

-- Eu amo você, Beatriz. 

 

-- Eu também te amo, Érika. 

 

Se beijaram com carinho e amor. Um beijo doce e delicado, repleto de significados. 

 

*******

 

-- Tia Luiza!

 

Emily correu animada e pulou no colo de Luiza, que tentou segurá-la, mas acabou sentindo dores. 

 

-- Filha! Eu já disse pra você não pular desse jeito na Luiza... Ela ainda está se recuperando - Rebecca a repreendeu.

 

-- Desculpa, tia - disse de cabeça baixa - É que às vezes eu simplesmente esqueço. 

 

Luiza sorriu. 

 

-- Tudo bem, meu amor... Sei que você não faz por mal. 

 

-- Não faço mesmo. 

 

-- Emily... Vá trocar de roupa e se preparar para almoçar, depois quero escutar você tocando. 

 

-- Tá bom, mamãe! - falou animada - Vou tocar umas novas músicas que aprendi - saiu correndo em direção a casa.

 

-- Tenha cuidado! - Rebecca disse um pouco mais alto - Você realmente gosta do jardim - encarou a médica. 

 

-- Sim.... É muito lindo - Luiza falou com os olhos fixos em um girassol. 

 

-- Como está se sentindo? 

 

-- Um pouco melhor... As dores estão diminuindo. 

 

-- Fico feliz em saber disso... - Rebecca a abraçou delicadamente, apoiando a cabeça no ombro da jovem - Sente falta de trabalhar né...

 

-- Bastante, mas logo estarei na ativa novamente. 

 

Ficaram um tempo em silêncio encarando as flores. 

 

-- Quando eu estava no hospital... Tive um sonho estranho. 

 

Rebecca afastou-se e a encarou. 

 

-- Que tipo de sonho? 

 

Luiza contraiu os lábios. 

 

-- Sonhei com o Marcelo, com meu avô... Com os pais da Carol... Sei lá... Foi tão real... Meio louco né. 

 

-- Talvez, Mas foi apenas um sonho - sorriu carinhosa. 

 

-- Sim... Um sonho diferente, porém, interessante. 

 

-- O que tinha de interessante? 

 

-- Todos me falaram coisas interessantes. 

 

-- Quer falar sobre isso? 

 

-- Quem sabe em outro momento - a médica disse sorrindo - Vamos almoçar? 

 

-- Claro, amor. 

 

Emily não se calou durante todo o almoço. Falou animada sobre a escola, as aulas de músicas, sobre as novas canções que estava aprendendo. Luiza e Rebecca prestavam atenção em tudo que a ruivinha falava, sorriam com a animação da menina. Emily tinha aula de piano e Anne foi levá-la. Rebecca ficou sozinha com Luiza. As duas estavam sentadas no sofá enorme da sala. A ruiva tocava carinhosamente na perna de Luiza, que ainda tinha alguns machucados. 

 

-- Você é tão forte - a empresária sussurrou.

 

-- Você acha? 

 

-- Com toda a certeza... Tenho algumas novidades - disse animada. 

 

-- Pode falar, amor.

 

-- Eu contratei a Karina, ela irá trabalhar em Londres, obviamente também vai estudar. Ela ajudou bastante, eu acho que ela precisava disso. 

 

-- Uau... Isso é incrível! - Luiza beijou levemente os lábios da ruiva. 

 

-- Tenho outra coisa para te falar... - disse hesitante. 

 

-- Fale... 

 

Rebecca suspirou. 

 

-- Eu consegui isso aqui para você... - entregou uma carta para médica, que a encarou curiosa - Estive falando com algumas pessoas e bom... Eu consegui um trabalho para você em um laboratório em Nova York... 

 

-- Nossa! - ficou pasma. 

 

-- Com o currículo que você tem Luiza, você conseguiria trabalhar em qualquer lugar do mundo... Sua inteligência é muito grande para ser gasta em um simples hospital... Você pode fazer bem mais pelas pessoas, eu acredito em você... E as pessoa que vão  trabalhar com você também acreditam. Não sei porque você nunca quis ir para Harvard... Sei que você foi convidada, enfim... Quero saber sua opinião. 

 

-- Isso é tão intenso... Nem sei o que falar... - disse confusa. 

 

-- Você vai aceitar? 

 

Luiza ficou pensativa durante alguns minutos. 

 

-- Acredito que eu nasci pra isso... Fazer algo a mais... A medicina sempre me atraiu... Mas eu sempre quis algo bem mais do que operar as pessoas... Eu quero fazer pesquisas! Quero ajudar as pessoas... Quero entender mais sobre algumas doenças... Eu quero poder ajudar na busca de novos remédios... Eu quero fazer a diferença... Não quero ser lembrada por isso... Eu só quero poder ajudar! Obviamente que irei aceitar! - disse animada. 

 

Rebecca abriu um lindo sorriso. 

 

-- Sério que você vai? 

 

-- É tudo que eu sempre quis, Rebecca! 

 

-- Então vamos para Nova York? 

 

-- Acho que sim... 

 

-- Você não acha! Nós vamos! - afirmou a ruiva animada. 

 

-- Achei que você não gostasse de lá... 

 

-- Não sou muito fã... Mas é onde eu nasci, é um bom lugar para criar uma família. 

 

-- Família? 

 

-- Claro, amor! Quero que a Emily tenha uma boa educação e tenha segurança... O Brasil é bom, mas aqui tá cada vez mais difícil. 

 

-- Concordo com você. 

 

-- Além disse, temos que ter um lugar tranquilo para criar nossos outros filhos. 

 

-- Outros filhos? - arregalou os olhos. 

 

-- Óbvio! Quero mais uns dois - disse sorrindo. 

 

-- Sério? 

 

-- Claro, Luiza... Ou você não quer? 

 

-- Não! Longe disso... Quero e muito! Para mim é  um sonho - disse sorrindo. 

 

-- Que com certeza vamos realizar! Sempre quis ter uma criança parecida com você. Quando a Emily nasceu fiquei revoltada por causa da cor dos olhos dela... Lembrava a você... Esse verde doce... Delicado... Às vezes eu olhava para ela e lembrava de ti. 

 

-- Sou inesquecível mesmo!

 

-- Você já foi mais modesta - falou rindo. 

 

-- Convive com a Carol pra você ver! 

 

-- Sua irmã é uma figura! 

 

-- Você não imagina o quanto. 

 

Rebecca aconchegou-se no colo de Luiza. 

 

-- Lu... 

 

-- Humm... 

 

-- Você é linda! 

 

A médica sorriu. 

 

-- Olha quem fala! 

 

-- Eu te amo, Luiza! 

 

-- Também te amo, Rebecca! 

 

-- Muito? 

 

-- Muitão bem grandão! 

 

A ruiva sorriu e a beijou levemente.

 

********

 

-- Ruiva safada! Então você vai levar mesmo minha irmã? 

 

-- Sua irmã está indo por vontade própria - disse rindo.

 

-- Oras, eu sei que você a subornou! - disse apertando os olhos. 

 

-- Carol... Você sabia que um dia a Luiza teria que ir. 

 

-- Aff! Pra quem eu vou ligar quando ficar doente? 

 

-- Esqueceu que agora você é casada com uma médica? 

 

-- Putz, verdade isso – disse pensativa.

 

-- Você ficará bem sem a Luiza... Tem a Vick pra cuidar de ti. 

 

-- Verdade - falou sorrindo - Sabe ruivis, eu sentirei falta da minha irmã, mas tenho absoluta certeza de que ela será muito mais feliz lá do que aqui... Ela terá você e  também a Emily.... E ainda vai trabalhar naquilo que ela sempre sonhou... Apesar dela ir pra longe... Eu estou feliz por vocês. 

 

-- Obrigada, Carol. 

 

-- Trate de fazer minha maninha muito feliz... Senão, vou arrancar cada fio desse seu cabelo de fogo. 

 

Rebecca riu. 

 

-- Carol você não assusta ninguém. 

 

-- Cadê o respeito, ruivis? 

 

A empresária revirou os olhos. 

 

Estavam na casa de Rebecca. Já havia se passado três meses. No dia seguinte viajariam para os Estados Unidos. Haviam marcado um almoço de despedida. Érika, Bia, Carol, Vick, Murilo e Felipe foram convidados. 

 

Érika estava sentada em um banco e observava o jardim da casa. Bia conversava com Vick. Luiza aproximou-se da prima, sentando ao seu lado.

 

-- Aqui é legal né? - puxou assunto. 

 

-- Muito legal! 

 

Ficaram em silêncio por alguns minutos. 

 

-- Sentirei sua falta no hospital - confessou a loira. 

 

-- Eu também sentirei falta de tudo e também de você.

 

-- Você está realizando um sonho Luiza, fico feliz por você.

 

-- Eu sempre desejei isso, você sabe.

 

-- Claro que sei, Lu - disse sorrindo. 

 

-- Obrigada, Érika. 

 

A loira a encarou. 

 

-- Pelo que? 

 

-- Por tudo... Eu aprendi muita coisa com você. 

 

-- Também aprendi muita coisa com você. 

 

-- Desculpa. 

 

-- Você não teve culpa... Hoje sou madura o suficiente para saber disso.

 

-- Eu não queria, Érika.

 

-- Eu sei que não... Isso faz parte... Acho que a maioria das pessoas passam por isso um dia... Aprendi muito... E hoje eu tenho a Bia, com certeza a melhor coisa que me aconteceu. 

 

-- Eu fico feliz por vocês duas! 

 

-- Eu também fico feliz por vocês Luiza... Eu gosto da Rebecca... E sei que ela é sua felicidade... Seu caminho... Meio complicado, mas no fim... É isso mesmo. 

 

-- Posso te dar um abraço? 

 

-- Você deve! 

 

Luiza sorriu e abraçou a prima apertado. Érika também sorria. O abraço durou um bom tempo. 

 

-- Te desejo a felicidade - sussurrou a loira. 

 

-- Eu te desejo o mesmo, Érika! 

 

-- Desculpa atrapalhar esse momento gay... Mas eu posso falar com minha irmã? 

 

As duas se afastaram e Érika revirou os olhos, falou alguma coisa com a baixinha e se afastou. 

 

Carol sentou ao lado da irmã. 

 

-- Você vai me abandonar! – acusou.

 

Luiza bufou. 

 

-- De novo com isso? 

 

-- Só queria fazer um pouco de drama, Luh! -  fez careta. 

 

 

-- Eu sei - Luiza passou o braço pelo ombro da irmã e sorriu. 

 

-- Luh... Você é uma pessoa incrível... Te agradeço... Se não fosse por você, eu nem estaria aqui agora. Você foi capaz de abrir mão do amor da sua vida... Sei o quando deve ter sido complicado... Agora eu te entendo um pouco mais, pois eu também amo. 

 

-- Foi... Mas eu faria de novo se fosse preciso. 

 

-- Eu imagino que faria mesmo, mas por sorte não é mais preciso né. 

 

-- Não mesmo! - disse apertando a baixinha.

 

-- Ai Luh! Me solta! 

 

-- Coisinha fofa e pequena!

 

-- Para, Luh! - Carol falou sorrindo. Luiza a largou - Tenho uma coisa para você - disse pegando um envelope de dentro do bolso da calça -  Tá um pouco amassado. 

 

-- Sua carta! - Luiza pegou da mão da baixinha. 

 

-- A Letícia me entregou depois que tudo ficou bem... Eu queria ter trocado o envelope, mas acho que não teria graça... Então ficou esse mesmo... Com as marcas da vida - Carol se referia ao amarelado do tempo e também ao sangue de Luiza, já que o papel estava sujo com pequenas gotas.

 

Luiza observou o papel por um tempo. 

 

-- Acha que está na hora de abrir? - a médica perguntou encarando a irmã. 

 

-- Você que deve saber, Luh - disse com um sorriso singelo. 

 

-- Então não existe um momento melhor - Luiza passou a mão pelo envelope e o rasgou delicadamente. Retirou a carta e fixou os olhos na caligrafia difícil da irmã. 

 

 

"Querida, Luh... Hoje eu sonhei com você... Um sonho diferente... Isso me fez refletir por algum tempo. Vivemos cada momento de nossas vidas e procuramos aproveitar o máximo dele, obviamente que cada pessoa a sua maneira. 

Nascemos

E tem a infância ( fase boa!) 

Adolescência... 

Fase adulta ( Tenso) 

A velhice... E morremos. 

 

Algumas pessoas não alcançam essas fases... No meu caso corro um risco de não me tornar adulta. Não sou revoltada nem nada disso... Eu apenas sei que isso faz parte da minha vida... 

 

Você sabe que a vida é um caminho? Sim, ela é! 

 

E sabe o que a gente procura durante toda a nossa vida? Ela mesma a tão falada felicidade.

 

Percebeu que tudo depende dela? 

 

Vejamos: Você ganha um presente e fica feliz! Você ganha um sorvete de morango e fica feliz! Você conquista aquilo que sempre sonhou e fica feliz! Você ama e é correspondida, o que você sente? Isso mesmo! Felicidade! 

 

Então existe um caminho para felicidade? Sim, existe!... E esse caminho se chama vida... A sua vida!

 

Difícil falar da nossa vida né? 

 

Caminho doido esse... Bonito em alguns momentos... Nublado em outros... Felizes em uns... Tristes em outros. 

 

A verdade é que você percebeu que ninguém é feliz o tempo todo, não é? 

 

A felicidade é momento... Alguns inesquecíveis... Outros apenas bons. 

 

Perdemos em alguns momentos e ganhamos em outros. 

 

Choramos em uns... Sorrimos em outros. 

 

Estressada em uns... Amorzinho em outros. 

 

É assim que é a vida, Luh. 

 

Nem sempre você terá o que quer, mas em muitos você conquistará o que deseja. Você terá que fazer escolhas, que talvez mudem o percurso da sua vida... Você pode se machucar, cair... O importante é sempre levantar... Você pode sorrir e claro, sempre sonhar! 

 

No final de tudo... Você nunca estará sozinha.

 

Sempre terá pessoas contigo... Você é apenas a protagonista da sua própria história de vida e nos somos os coadjuvantes. 

 

Sei que esse é um momento triste, não apenas para mim, mas para vocês também. Não posso pedir para vocês serem felizes e que fiquem sorrindo... Não agora... Eu sinto dor... E também consigo entender a dor de vocês, afinal, nossas vidas tão interligadas, nossos caminhos cruzados. 

 

Mas em algum momento eu sei... Tudo ficará bem novamente... Não importa qual seja o desfecho dessa história. 

 

Eu só quero te dizer, Luh... Obrigada por fazer parte do meu caminho... Meus momentos com você estão eternizados nesse órgão que se chama coração... E neles eu posso pensar com a certeza do quanto eu fui feliz.

 

Nesse momento não sinto a felicidade... Sinto dor, sinto tristeza, sinto medo... Mas também consigo sentir todo o afeto em volta de mim... Todo o amor que vem de vocês, e isso para mim é o que me mantém com esperança de dias melhores. 

 

Não sei exatamente quando você irá ler essa carta, mas tenho certeza que quando isso acontecer... Você estará bem melhor do que está hoje. 

 

Luh... Eu só te desejo uma coisa... Tenha muitos momentos felizes!

 

Arrisque o que tiver que arriscar, viva o que tiver de viver! 

 

Seja intensa! Na sua forma de intensidade. 

 

Tenha coragem!  

 

E jamais desista. 

 

A sua felicidade depende exclusivamente de você, pois não importa o quanto tenha te causado dor.... Tudo passa. 

 

Então você segue em frente... Com a certeza que dias melhores virão. 

 

 

Te amo até mesmo depois da morte, minha adorável e eternamente irmã perfeita! 

 

Com amor de sua irmã magnífica, Ana Carolina Medeiros Guimarães... Carinhosamente chamada de Carol. "

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas... Voltei... Demorei... Mas tô aqui.. O importante é não desistir. 

Esse foi um capítulo difícil de escrever por muitas questões... Ele é o último capítulo dessa história, obviamente que ainda teremos o epílogo, para vcs saberem um pouco mais da vida das meninas. 

Espero que vcs tenham gostado... Obrigada pela compreensão de todas durante todo esse tempo. 

Sentirei uma saudade grande disso... Essa capítulo não ficou do jeito que eu queria, mas foi o que conseguir escrever no momento. 

Um beijo a todas!

Até o epílogo.. E ao grande final. 

PS: postarei na sexta ou no sábado. 

 

 


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Comentários para 64 - Capítulo 64:
lay colombo
lay colombo

Em: 22/09/2017

Cara é tanto tempo lendo essa história q não parece verdade q acabou, sei lá parecia q ia durar pra sempre, não sei nem oq dizer agora.

Só qria agradecer pela história incrível é por ser essa autora foda é nunca ter abandonado a história não importa qnt tempo tenha passado, obrigada por tudo Stelinha e até uma próxima história tal !? Bjos minha linda, vc arrasa


Resposta do autor:

Foi tanto tempo escrevendo... Que parece que falta algo, mas sei o quanto terminá-la era necessário, uma necessidade enorme. 

Lay... Muito obrigada por suas palavras! Foi tão difícil chegar aqui... Aprendi que pra escrever, tem que ter planejamento e muita tranquilidade tbm, coisa que me faltou ao longo dos anos. 

Valeu, Lay. 

Espero te ver em uma próxima história. 

Vocês me emocionam! 

Beijos! 

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mtereza
mtereza

Em: 16/09/2017

Amei a sua história parabéns por concluir e compartilhar conosco bjs

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perolams
perolams

Em: 13/09/2017

Quando Marcelo disse que algumas pessoas queriam falar com Luíza logo imaginei que a mãe e o pai da ruiva fossem pedir perdão à morena, mas o encontro dela com o avô e os pais de Carol foi muito mais tocante.

Falar em Carol, ela e Vick são umas figuras, meu OTP é muito fofo, daria um ótimo spin off (leitora apelativa kkkk, desculpa não resisti!)

Júlio é muito nojento e Marta é uma personagem para a qual nem consigo pensar num adjetivo. Como ela pode colocar tanta pressão para o marido adotar a criança com essa desculpa de "te amei desde a primeira vez" e permite que o verme trate a menina como um ser desprezível? Esse povo tem uns conceitos meio deturpados sobre o amor. E essa carta? Sem palavras...

Essa é uma da minhas xodozinhas, vou sentir saudades das aventuras e desventuras de Carol e sua turma, mas fico feliz que vc tenha conseguido finalizar o projeto.

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patty-321
patty-321

Em: 13/09/2017

Foi um ótimo capitulo. Emocionante. Adaniela e o Fernando tiveram um fim merecido. E agora tudo está nos eixos. Poderão ser felizes, cada uma com seus respectivos amores. Parabéns pela estória, obrigada por postar e não desisti. Te aguardo no epílogo. Bjsss

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Morena perfeita
Morena perfeita

Em: 13/09/2017

incrível ! Essa é a palavra. Talvez não tenha ficado do jeito que você queria, mas para nois ficou mais que perfeito. Parabéns! Esse capítulo realmente mexeu com o velho coração (rsrs). Emocionante demais. Confesso que fiquei triste pela história ter parado por um tempo, mas enfim, que bom que voltou e desde já quero falar que mais uma vez estou com o coração apertado pelo fim. Fazer o quê, né? Esse é o resultado de um bom texto; de uma ótima história afinal. Passar emoção, cativar; prender mesmo seu público leitor ,e isso, você fez de sobra meu bem (rsrs).

Parabéns parabéns parabéns... Hehe

bjs até!

 

 

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JeeOli
JeeOli

Em: 12/09/2017

A historia ficou incrivel... 

Cada uma conquistou algo importante para a vida tanto amorosa quanto profissional, cada uma teve seus problemas e seus recomeços..

Erika se reencontrou em Bia que acho que no final conquistou o coração dela, mas um pedacinho dele ainda tem um pouco do sentimento pela prima, mas talvez um sentimento diferente mas que sempre vai ficar ali e o carinho entre as duas é evidente...

Vick e Carol demoraram tanto para assumir o que sentiam, mas sempre foram as mais engraçadas e fofas.

Karina e Julia são aquelas que nunca tiveram um amor realmente delas, onde amam e são amadas.

Rebecca e Luiza passaram por mt coisa até conseguirem viver o amor delas sem nada para atrapalhar, o amadurecimento da Luiza como pessoa é incrivel e com isso ajudou Rebecca a melhorar quando essa começava a se tornar alguem nao mt boa...

 

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Mille
Mille

Em: 12/09/2017

Oi Stellinha já estou com saudades!!!!!

Tudo em paz so a chegada do Júlio e no final soubemos que a Erika é filha da antiga namorada!!! Pensei que ela era filha do Júlio esse homem não tem coração.

Luh vai viajar e com certeza terá sucesso em suas pesquisas e ainda terá mais filhos.

Carol e Vick nessa brincadeira de brigar mais se amam de verdade.

Erika e Bia se descobriram e juntas venceram alguns conflitos que existiam.

Minha linda autora, desejo que seu caminho seja repleto de felicidades, e se por ventura tiver momentos tristes lembre das pessoas que te amam, não sou a Carolina que falou bonito. Desejo que você nunca desista daquilo de goste, e claro esperando por novas aventuras suas não nos abandone.

Um forte abraço e até o próximo capítulo.

Sucesso querida.

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