A fortiori por Bastiat
Capítulo 35 - Adeus?
Laura
Camila desfez o sorriso que estava dando para a minha irmã e me olhou de forma dura.
- Nós não temos nada para conversar – pude perceber o fogo saindo dos seus olhos.
Lívia se afastou um pouco nós. Não aguento mais esperar por alguma atitude da Camila de falar comigo, eu tenho que tentar.
- Camila, por favor! É só uma conversa.
- A única coisa que temos em comum são as nossas filhas e não precisamos conversar sobre elas porque já temos um acordo, Laura – estremeci ao ouvir o meu nome saindo da boca dela.
- Precisamos falar sobre tudo, Camila. Você não tem perguntas sem respostas? Não gostaria de esclarecer tudo? Eu só te peço uma chance para podermos conversar.
Esperei que ela abrisse os olhos após respirar fundo. Para a minha surpresa ela balançou a cabeça positivamente.
- Vamos para o meu quarto, acho que precisamos de privacidade.
No mesmo instante que virei, senti que ela me seguia com passos tão apressados quanto os meus.
Verônica
- Você está vendo o que estou vendo? – Perguntei boquiaberta para o Sérgio.
- Meu Deus, elas vão conversar! Não acredito.
- Acho melhor a gente ir lá e ficar por perto. Vai que sai uma briga?
- Não terá briga, não da parte da Laura. Vamos logo, não quero perder nem um minuto dessa conversa.
Sorri para ele. Assim que elas viraram o corredor para os quartos, saí de fininho com o Sérgio atrás de mim. Espero que dê para ouvir tudo atrás da porta.
Camila
Quando Laura me chamou para conversar, parece que o tempo parou e alguma coisa me empurrou para ela. No fundo, agradeci a coragem dela. Eu estava doida para conversar, mas não queria ser quem tomasse a atitude. Meu orgulho jamais permitiria que eu pedisse a sua atenção para uma conversa. Meus pés criaram vida e me levaram sem hesitação para o seu quarto antigo.
Pisar naquele cômodo tão dela - com o seu cheiro, com a sua organização impecável - foi como se eu estivesse entrando em um ambiente conhecido e ao mesmo tempo novo. Conhecido por sentir o passado de volta, o nosso tempo de namoro. Novo por não saber o que o futuro nos aguardava e se a Laura ainda é a mesma.
Aproximei-me do espelho e me olhei por alguns instantes. Tantos anos se passaram. Nós duas estamos mais velhas, mas agindo como duas adolescentes que não sabe lidar com a presença uma da outra. Busquei o olhar da Laura quando, finalmente, me virei para ela. Percebi que ela está louca para abrir a boca e foi o que fez em seguida quase se aproximando de mim.
- Qual é a sua primeira pergunta?
Laura manteve a sua postura séria que sempre teve. Seu olhar indecifrável.
- Eu já nem sei se quero saber o porquê de você ter feito tudo isso, mas é inevitável perguntar. Por que você foi embora? O que você fez com a sua vida, Laura?
- Eu fiz tudo isso que você já sabe. Eu fiz uma tragédia. Fiz o que só uma pessoa desesperada faz quando perde o controle e passa a agir por impulso. Um medo irracional de perder tudo na vida foi mais forte do que eu. Foi tudo rápido, entrei no quarto das meninas apenas para me despedir e tudo ficou confuso na minha cabeça.
Laura
Minha cabeça lembrava com dificuldade do momento que eu destruí tudo e todos. Relembrar é como voltar a um pesadelo que as pessoas querem esquecer quando acordam.
“ 01:01 da manhã marcava o relógio em forma de girafa no quarto das minhas filhas. Já fazia mais de meia hora que chorava baixo entre o berço delas. Lágrimas eu já não tinha mais. Era apenas um choro de desespero e dor.
Eu só pensava em como me despedir das minhas filhas. O que dizer para elas.
- Como vai ser meu dia a dia sem vocês, hein? Será que se lembrarão de mim nas datas comemorativas do ano? Ou serei uma estranha na vida de vocês?
Elas não acordaram com o meu sussurro. Olhei para os dois remédios que a Diana estava tomando por indicação médica e me senti horrível por não poder acompanhá-la ao médico. Onde eu estava? No trabalho, é claro. Eu sou igual a minha mãe.
- Eu falhei com vocês – Marina começou a abrir os olhos lentamente e passou a me encarar. – Falhei com a mãe de vocês. Sabem o que é isso? Significa que ela vai tirar vocês de mim e que vão viver longe de mim assim como eu vivi longe da minha mãe.
Marina olhava muito atenta, como se entendesse a minha dor. Ela era muito apegada a mim. Talvez sofresse mais.
Comecei a imaginar os meus dias longe daquela casa. Longe da Camila. Longe das minhas filhas. Tudo ficou escuro na minha cabeça. Eu não enxergava nenhuma solução. Só me via sem ninguém por perto.
Neste instante que coloquei o ato mais egoísta na cabeça: se eu não veria mais a minhas filhas, então as levaria para longe comigo. Por que a Camila tem mais direito sobre elas do que eu? Eu sou tão mãe delas quanto ela.
Olhei mais uma vez para a Diana e ela ainda dormia. Se eu a levasse e acontecesse alguma coisa, jamais me perdoaria.
Dividir as nossas filhas entre eu e a Camila parecia a única saída para que a minha vida.
Peguei uma caneta, papel e escrevi uma carta. Não sei direito o que escrevi, a minha cabeça parecia virada. Só coloquei as palavras que vinham e pronto.
Fui ao meu quarto, peguei algumas peças de roupas, voltei para o quarto das minhas filhas, peguei algumas roupas da Marina e enfiei em uma bolsa.
Com muita dor no coração olhei para a Diana que dormia.
- Só espero que você me perdoe um dia.
Se eu a olhasse mais uma vez, não conseguiria deixá-la para trás. Fechei meus olhos e só abri quando estava com a cabeça virada para outra direção.
Vi Marina esticar os braços me pedindo para pegá-la. Não pensei em mais nada. Quando voltei a consciência de fato, já estava no Espírito Santo sem saber o que fazer da minha vida.“
Olhei para a Camila e notei que ela estava quieta, esperando as minhas próximas palavras. Meu coração acelerou e eu comecei a tremer.
Camila
- Quando me vi no Espírito Santo e me dei conta do meu ato, achei que voltaria em uma semana. Era só um tempo. Depois comecei a achar que voltaria dentro de alguns meses, porque comecei a ficar com medo de retornar quando o Sérgio me relatava da sua raiva. Quando eu estava instalada em Paris e vi a Marina crescendo, comecei a achar que aquela minha atitude não tinha volta. Todos os dias eu pensava em como voltar, mas não encontrava uma saída. O tempo passou e ainda bem que as nossas filhas fizeram o que fizeram, porque eu vou ser sincera com você, eu não tinha coragem de voltar. Foi isso que fiz, covardia.
Laura tentava disfarçar, mas estava tremendo e começou a esconder as mãos entre elas. Não desviou os olhos e sua voz saiu firme. Parecia cansada de tudo, cansada de ter engolido essas palavras durante anos.
- O nosso casamento não estava acabado, você poderia ter lutado por mim ainda. Eu te amava tanto, tanto, tanto, tanto... – uma lágrima rolou quando eu disse que a amava.
- E eu quis fugir desse amor – foi a primeira vez que ela abaixou a cabeça, mas logo levantou tentando segurar as lágrimas. – Eu vi naquele dia que te amava mais do que tudo na vida e tive medo. Tive medo de te amar. Desculpa, na verdade tive medo de não conseguir te amar como você queria. Tive medo de você ter cansado de mim. Tive medo de perder as nossas filhas para o trabalho. Tive medo da gente levar o nosso o divórcio adiante. Por mais que a gente se amasse, naquele momento, Camila, você sabe, naquele exato momento te feri de morte. Eu menti, te traí com o meu trabalho. Traí a sua confiança e a nossa promessa. Eu posso não ter nem sequer olhado para outra mulher, mas eu traí o nosso amor. Ou eu traía meu trabalho ou eu traía o nosso casamento.
- Você escolheu não trair o seu trabalho – sorri fraco, deixando toda mágoa velada rolar pelo meu rosto em forma de lágrimas.
- Eu errei – ela disse finalmente deixando algumas gotas grossas caírem.
Eu soltei um riso abafado com aquela resposta. Laura me olhou assustada. Talvez não fosse a reação mais adequada para o momento.
- Errou? Não me parece ter errado neste ponto. Você escolheu o seu trabalho e ele te fez feliz. Você é uma jornalista de nome. Uma grande profissional da área. Sempre foi o seu sonho fazer da sua profissão um trabalho que contribuísse para um mundo melhor. Hoje você é aclamada por isso, está nas principais capas de jornais e revistas. Escreveu um livro que será um sucesso de vendas porque você é fantástica. Você acertou na escolha.
- Não! Não! Não! Eu errei quando escolhi o meu trabalho, quando te afrontei fazendo uma nova investigação. Errei por ter fugido com a Marina. Eu errei porque eu perdi... você.
Balancei a cabeça concordando com aquilo.
- Não percebemos a tempo que tínhamos sonhos completamente diferentes. Eu queria casar, ter uma família, uma vida tranquila. Pensei que tinha encontrado isso quando te conheci, porque o amor nos prega essas peças. Às vezes nos apaixonamos por aquilo que idealizamos e como me apaixonei por você no primeiro olhar, idealizei o meu sonho em você. Só que a realidade foi cruel conosco.
Laura balançava a cabeça e fechava os olhos. Parecia que minhas palavras a cortava por dentro e causava dor na alma.
- Eu realizei o seu sonho. Me casei com você, começamos a construir nossa família. Você me realizou quando me deu a chance de ser mãe. Falhei em não te dar a sua vida tranquila. Você não me compreendeu. Eu não sei explicar o que me impulsionava a querer trabalhar, trabalhar e trabalhar. Eu não consigo explicar isso. Sei que sou uma espécie de workaholic, só que antes eu não sabia o que era limite. A Marina me ensinou o limite. A nossa pequena me fez rever muito o meu tempo. A nossa filha me deu limite, Camila. Talvez eu tenha falhado com ela alguma vez, mas eu tentei fazer o meu melhor. Deixei de fazer viagens por ela, saí mais cedo do trabalho para assistir alguma apresentação da escola. Talvez eu não tivesse me tornado a Laura que sou hoje se não tivesse tomado a responsabilidade de tomar conta dela. Se eu tivesse ficado, colocaria a criação delas nas suas mãos e trabalharia como louca, não sei. Talvez se você tivesse me dado mais uma chance, eu mudaria pelas nossas filhas, como eu mudei pela Marina. Mas as coisas aconteceram de outra forma e eu me arrependo muito.
Cruzei os braços e vi que aquela conversa estava estranha. Laura vai tentar realmente justificar ter levado a nossa filha para longe daquela maneira?
- Está usando a Marina para justificar o sequestro? O que você fez foi um crime, Laura! Você roubou a minha filha e me fez sofrer todos esses anos. Você deixou a Diana aqui...
Laura começou a se desesperar e me interrompeu:
- Não foi isso que eu disse, Camila. O que eu disse sobre a Marina foram as consequências dos meus atos – ela jogou os ombros tensos para baixo, cansada. Deu alguns passos para frente. – Eu não posso mudar o passado. O que eu fiz está feito. Saí como uma louca. Fugi para Paris. Se você quer usar a palavra sequestro, tudo bem. Eu assumo todos esses erros. Eu errei, caramba! O que você quer que eu faça? Eu estou arrependida. Talvez o meu arrependimento não signifique nada para você, mas eu quero que saiba que me arrependo do fundo da minha alma. Eu vou sentir essa culpa pelo resto da minha vida. EU ERREI PORRA! – Ela continuou caminhando para mais perto e parou. – Desculpe-me por ter gritado, eu não vou perder o controle como aquele 29 de outubro. Acredite em mim, Camila, essa culpa é uma dor inenarrável e eu fui condenada a essa prisão perpétua.
Quando dei por mim estávamos perto demais uma da outra. Um palmo era o espaço entre a gente. Laura gritou aquilo para que eu entendesse de uma vez por todas que ela estava assumindo toda a culpa.
Como fiquei em silêncio, assimilando cada frase, ela resolveu falar:
- A única coisa que eu quero na vida é o seu perdão. Você me perdoa, Camila?
Balancei a cabeça negativamente e olhei para o chão. Aqueles olhos castanhos âmbar tão perto, tão sinceros, estão me deixando confusa.
Senti o toque macio da sua mão no meu rosto. Laura ergueu o meu queixo e me fez olhá-la novamente nos olhos. Senti que ela tirou mais ainda do nosso espaço. A sua respiração veio de encontro com a minha.
- Eu ainda te amo, Camila.
Nossos olhos não se desgrudaram nem por um segundo. Ela chegava cada vez mais perto e eu não recuei. Parecíamos dois imãs de polos magnéticos opostos que se atraiam uma para a outra de forma inevitável e fácil.
A vi hesitar por um momento e quase recuar. Depois, olhou para a minha boca. Voltou o seu olhar penetrante para mim e pediu permissão com o olhar. Fechei meus olhos e senti seus lábios contra os meus. Os lábios tão conhecidos ainda se encaixam perfeitamente a minha boca.
Correspondi por saudade, magnetismo, impulso. Eu já não usava mais a razão, somente o coração. Quando percebi que ela não iria aprofundar o beijo, tomei a iniciativa e me entreguei ao momento. Suas mãos ocuparam a minha cintura e nossos corpos se juntaram ainda mais. Aquele momento não vai parar tão cedo e nem naquele beijo. A minha atração por ela ainda continua a mesma. Só de tocar a sua pele, a minha vontade de tê-la aumenta.
Sérgio
- Caramba, elas pararam de falar tem um tempinho – reclamei com a Verônica que estava comigo na aventura de ouvir a conversa mais esperada do século.
- Será que aconteceu alguma coisa? Elas não podem estar apenas olhando uma para a cara da outra. A conversa estava tão emocionante.
- A Laura gritou que errou, soltou um palavrão e depois ouvi apenas sussurros. Será que aconteceu alguma coisa?
Verônica olhou assustada para mim.
- Temos que entrar, é sério.
Peguei no braço dela e pedi silêncio.
- Vamos tentar abrir a porta devagar. Se elas estiverem bem, trancamos. Caso contrário, intervimos.
Vero concordou com um balançar de cabeça e minha mão girou a maçaneta.
Abri apenas um pouco da porta e não as vi. A irmã da Camila abriu mais um pouco. Ao vê-las, meu queixo foi parar no chão. Laura deitou a outra mãe das suas filhas já sem roupa na cama e no instante seguinte já estava em cima dela. Camila abraçava a cintura da Laura sem cerimônia e soltou alguns gemidos de prazer quando Laura beijou o seu seio direito.
Fechei a porta o mais rápido que pude sem fazer barulho. A expressão da Verônica é uma cópia da minha.
- Você viu? – Ela perguntou colocando a mão na boca.
- Sim – eu não tinha palavras.
- Eu nunca imaginei que uma conversa dessas terminaria em sex*.
- Você acha que elas vão voltar? – Precisava entender tudo aquilo.
- Eu acho que elas estão loucas. Vamos sair daqui e impedir que alguém suba. Se querem trans*r, que vão até o fim. Elas ainda precisarão de um tempo para assimilar isso que estão fazendo.
Concordei com ela e seguimos para a sala. As meninas estavam entretidas com os presentes e os avós babões estavam brincando com elas. Nos juntamos na brincadeira e tentei a todo momento esquecer o que tinha visto. Será que tudo que fiz foi em vão? Elas vão voltar mesmo depois de tudo que aconteceu?
Laura
Para a minha surpresa, Camila correspondeu o meu beijo sem fazer qualquer objeção. Nossa conversa estava tensa e começou a tomar um rumo de acusação. Mas jamais imaginei que as coisas sairiam do nosso controle e eu a beijaria. Queria mesmo era obter primeiro o seu perdão, para depois tentar reconquistá-la.
Senti que tinha criado um clima e mesmo tentando recuar em um primeiro momento, não resisti àquela boca carnuda tão perto da minha. Algo nos atraía uma para a outra. Eu e ela não tínhamos mais o comando racional. Eu vi que ela não me perdoou e achei que iria fugir para bem longe quando me aproximasse mais. Porém, trocamos longos olhares. Camila não piscava. Depois do beijo tímido e delicado que eu dei, esperei o tapa. Não veio. Senti sua mão na minha nuca. Fui puxada para um beijo de tirar o fôlego.
Como eu senti falta dos seus lábios. Como procurei aquele gosto em outras bocas. Jamais encontraria um beijo tão encaixado e perfeito como aquele.
As coisas foram esquentando e já não bastava apenas os beijos que estávamos trocando. Eu queria mais e ela também. Desci o zíper do seu vestido e ela não deu nenhum sinal de que eu deveria parar. Muito pelo contrário, procurou pelo meu também e tirou o meu vestido primeiro. Seus olhos eram pura luxúria e amor, como de anos atrás.
Seu olhar percorreu o meu corpo. Me senti completamente nua, mesmo ainda de lingerie. Ela não disse nada, mas o fogo dos seus olhos dizia que me queria. Tirei o seu vestido e em seguida seu sutiã. Seu corpo estava mais malhado e suas curvas ganharam formas mais sinuosas, como uma mulher mais madura. Ela não era mais aquela menina-mulher. Agora a Camila é totalmente mulher.
Empurrei-a para a minha cama e lá nós fizemos amor. Matei a saudade que estava dela, beijei cada parte do seu corpo como sempre gostei de fazer antes de chegar no lugar já tão conhecido por mim, mas há muito não tocado. Ela fez a mesma coisa no meu corpo. Com sua intensidade única nos toques, sua língua ainda sabia me fazer gem*r como ninguém faz. Assim como a fiz goz*r como se não tivéssemos ficado anos sem dar prazer uma a outra, Camila me fez ver toda constelação.
Depois que cheguei ao ápice, fechei os olhos e não consegui mover meu corpo. Minhas pernas estão bambas e minha respiração, como a dela, é totalmente irregular.
Quando me recuperei um pouco, virei-me para ela que me observa. Sorri e beijei a sua boca. Diferente do que eu imaginei, ela não correspondeu o beijo e também não sorriu. No momento seguinte, sentou-se na cama. Depois de minutos, colocou os pés para fora levantando-se.
- Camila...
A vi pegando as peças suas íntimas e o seu vestido. Segui apenas com o olhar os seus passos que rumaram na direção do banheiro. Fiquei sem reação.
Meu corpo ainda estava eletrizado por tudo que tinha acontecido e eu resolvi aguardar por ela para entender aquela atitude. Não acredito que nós fizemos amor neste quarto de novo, depois de tantos anos. Passei a mão pelo lugar que ela estava deitada que senti estar quente. Seu cheiro no travesseiro, seu gosto na minha boca. Nada pode estragar a felicidade que estou sentindo. Nada.
...
Passou um pouco mais de dez minutos quando ouvi o barulho da maçaneta virando e olhei na direção da Camila.
Ela já está vestida. O cabelo um pouco bagunçado e a pele levemente avermelhada no colo e no pescoço denunciam o que tínhamos feito. Ela ainda passava a mão pelo vestido e olhava para todos os lugares do meu quarto, menos para mim.
Levantei-me da cama, ainda nua, quando percebi que ela caminhava para a saída. Voltei e peguei o lençol para me cobrir. Abracei o meu corpo e senti toda a felicidade de antes sumir quando ela chegou perto da porta.
- Camila, espera.
- Não fala nada, Laura. Deixe-me ir.
- Camila, nós temos que conversar sobre isso que aconteceu.
- Não, Laura. Isso que acabou de acontecer... foi um erro.
- Um erro?
Ela parou com a mão na maçaneta e sem virar disse:
- Isso não deveria ter acontecido, Laura. Eu não sei onde estava com a cabeça quando permiti que você me tocasse de novo. Da minha parte foi apenas desejo e espero que da sua também. Nós confundimos as coisas, foi algo do momento. Mas não vai voltar a se repetir. Devemos esquecer o que aconteceu – ela respirou fundo e não me deu chance de falar. - Se você quer o meu perdão para seguir em frente, você tem. Eu te perdoo, Laura. Pronto, agora podemos seguir com nossas vidas e fazer o nosso melhor para a Marina e a Diana. Feliz Natal. Adeus, Laura.
- Você tem coragem de olhar nos meus olhos o amor que sinto por você virar dor depois de fazer amor como fizemos? Virada de costas assim é fácil dizer tudo que você disse. Eu até aceito o seu adeus, mas para ser verdadeiro você terá que virar de frente para mim e repetir tudo o que falou olhando nos meus olhos.
Camila não se moveu de imediato, pareceu pensar no que eu disse. Depois, ainda de costa, girou a maçaneta da porta e a abriu de uma vez só. No instante seguinte, ela já estava fora do meu quaro. Correu para longe de mim.
Fim do capítulo
I SET FIRE TO THE RAIN.
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marcellelopes0
Em: 10/09/2017
Que tirooo genteeee...
Ameii, esse encontro cheio de desejos.
Perfeito.
Ansiosa pelo próximo cap. Apesar de tudo minha torcidas é
que Ca perdoe a Laura e dê chance ao amor q foi interrompido.
Mas a Laura tem q lutar mesmo pra reconquistar a Camilinha.
Autora parabéns, cada vez mais apaixonada pela sua escrita.
Resposta do autor:
Que bom que gostou do encontro haha.
Sim, a Laura terá que lutarde verdade como não fez anos atrás. Tomara que não seja tarde, não é?!
Obrigada, abs!!!
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patty-321
Em: 09/09/2017
Putz com nao vi este capítulo? Vim aqui cobrar capítulo novo e vejo este postado. Uau. Fizeram amor. Fiquei muito surpresa com a atitude de Camila. Ah o amor está debaixo da dor é louco pra d soltar. Foi lindo. Quero mais. Bom fds.
Resposta do autor:
Tá vendo como vocês são injustas comigo quando falam que eu não posto? haha
Lindo foi, verdade. Vamos ver agora.
Beijos.
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SPINDOLA
Em: 08/09/2017
Eita autora, eu pensando em um beijinho de virada de ano pra começar, e você manda logo essa cena maravilhosa.
O que tenho a dizer do capítulo, simplesmente PERFEITO. Adeus de costa não vale né, agora a Laura está com a faca e o queijo na mão para tentar recuperar a Camila, vamos ver se vai conseguir, estou na torcida que SIMMMMMMMMMMMM.
Bjs
Resposta do autor:
Peguei todas vocês, né? hahahaha.
Camila saiu o mais depressa que coseguiu, vamos ver qual será a reação dela quando parar pensar no que aconteceu. Agora a Laura já sabe que a Camila pode ter sentimentos por ela ainda, ficará com mais vontade de lutar.
Obrigada.
Beijos.
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sonhadora
Em: 07/09/2017
Muito bem, amei de verdade esse capítulo, não me decepcionou em momento algum!!! Acredito no poder do amor, quando verdadeiro, temos o perdão e consequentemente, a redenção em forma de muita paixão!!! Parabéns pela história linda, forte e de uma sensibilidade incrível!!!
Beijos de Luz!
Resposta do autor:
Olha, que bom ler isso.
É claro que as coisas não ficarão mais fáceis por conta disso. Mas pode ser uma luz no fim do túnel. Fiquei feliz por ter gostado do capítulo.
Beijos!
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Mille
Em: 06/09/2017
Nossa a cada capítulo fica maravilhoso.
Talvez não foi um erro Camila, foi a confirmação que você também ainda ama a Laura, só que a mágoa fica a frente do amor.
Bjs e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Haha, obrigada.
Camila como sempre colocando a mágoa na frente de tudo.
Beijos, até domingo.
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