Capítulo 3 - 1932
1932
- filha – minha mãe me chamou atenção, enquanto eu estava distraída com meus pensamentos na mesa da cozinha –acorda – me deu um leve tapa no ombro e sorriu.
- oiii mãe – falei soltando um ar de sorriso.
- estava pensando em que? – perguntou lavando algumas frutas na pia
- nada não mãe – levantei da cadeira – agora tenho que ir – ia saindo de casa, mas ela não deixou
- ei ei mocinha, você pensa que vai onde? – colocou a mão na cintura e me encarou
- ué mãe, vou ver o Danny – pisquei e sai correndo.
O Danny estava ajudando o seu pai a plantar algumas coisas na fazenda, fiquei olhando de longe, pois sabia que seu pai não era muito meu fã. Percebi o senhor se afastando e resolvi me aproximar.
- buu – assustei o Danny
- que merd* Laura – o reclamou caído no chão por causa do susto – porque você sempre faz isso? – dei minha mão e o ajudei a levantar.
- porque amo ver você assim assustado – falei sorrindo. – iai muito trabalho? – sentei-me em um tronco que estava perto.
- tudo bem tranquilo – falou com desdém abrindo os braços, sorri de sua irritação.
Ficamos conversando algumas coisas, vi o Danny trabalhar muito e depois ele saiu comigo e fomos para debaixo de uma arvore. Danny bateu seu chapéu em sua calça para tira o excesso de poeira, e sentou-se no chão junto comigo encostados na arvore.
- preciso te contar algo – falou olhando para o sol que queimava.
- conte – falei sorrindo
Virou me encarando com olhos semicerrados – tenho vergonha – sorriu e colocou o rosto entre os braços que estavam apoiados nos joelhos dobrados.
- qualé Danny – sacudia seu corpo e ele sorria. Danny deitou sua cabeça em meu colo e eu fazia carinho em seus cabelos e, ele olhava insistentemente para a arvore e não me encarava – vai Danny fala logo – dei um leve tapa em sua testa
- aiii – colocou a mão na testa
- nem doeu, vai – desdenhei
- doeu sim – franziu o cenho – mas enfim, eu beijei uma garota – falou com um imenso sorriso
Eu fiquei em choque de inicio, não sabia o que falar me bateu um ciúme, quer dizer não sei bem se foi ciúmes ou se foi uma pontada de inveja – quem? – foi à única coisa que perguntei.
- sabe a Magali? – me encarou
- a da sala ao lado? – juntei as sobrancelhas
- ela mesma – balançava seus pés. Eu fiquei incomodada, não sei algo estranho aconteceu.
Ficamos em silencio por um tempo – como é beijar? – minha voz saiu ou não saiu, pois falei tão baixo.
- ahhh Laura – suspirou. Sua mão direita estava em seu peito junto com seu chapéu, a esquerda estava embaixo de sua cabeça – é magnifico, muito bom – ele só sorria.
- mas a pessoa, engoli a saliva de outra – fiz cara de nojo
- ai que esta, na hora você nem pensa nisso – ele era só sorriso.
- é tão bom assim? – fiquei surpresa.
- muito – apertou minha bochecha.
- e como é beijar uma garota? – perguntei em uma rapidez que ate eu mesmo me surpreendi
Danny sorriu – Laura, eu só beijei uma garota ate agora, não sei como é beijar garotos – ele caçoava de minha cara.
- eu sei Danny, mas como é? Fala! – insisti
- os lábios são macios, o cheiro é ótimo e as mãos delicadas te levam ao delírio. – sentou-se ao meu lado
- é tão bom assim? – meus olhos encaravam alguns gravetos à frente
- muito bom! – respondeu me batendo de ombro – sim, agora me diz porque esse interesse todo? Você quer beijar algum garoto? – arqueou a sobrancelha
Eu olhei incrédula pra ele – aii Danny, sai eca isso me da nojo – levantei e dei dois passos a frente e o Danny foi mais rápido e segurou meu braço e me virou bruscamente me dando um beijo. Eu? Eu fiquei inerte a tudo, não conseguia me mover e meus olhos não se fecharam algo de muito estranho passou por mim.
Empurrei o Danny – você é louco? – gritei – nunca mais! – apontei o dedo pra ele – nunca mais você ouse a fazer isso – virei às costas e fui pra casa correndo.
Cheguei atordoada, entrei em meu quarto e não sai pra nada. Minha mãe me chamou para o almoço e eu não quis. Mais tarde naquele dia o Danny veio a minha casa. Bateu na porta e minha mãe abriu
- é... - - soltou um pigarro – boa tarde senhora Collins – ele estava nervoso e segurava seu chapéu com força, era nítido seu constrangimento.
Boa tarde meu filho – minha mãe super simpática
- des...desculpa incomodar – ele engoliu a saliva – mas a Laura ela.. ela esta? – ele não sabia o que fazer ou onde por as mãos. Eu ri daquela situação
- vou chama-la – minha mãe falou sorrindo. Só que nem precisou, apareci na porta.
- estou aqui mamãe – segurei a porta e o encarei – pois não?! – fiz-me de sínica
- podemos conversar? – perguntou franzindo o cenho e arqueando a sobrancelha
- sim – falei sínica – pode falar! – dei de mão
- será que... arum arum – soltou mais um pigarro – em um lugar reservado – abaixou a cabeça
- ok então – dei um beijo na minha mãe e segui ate o jipe de meu pai que estava afastado da casa e embaixo da sombra de uma arvore. – fale – o encarei
- queria me desculpar por hoje cedo – ele me encarou
- o que aconteceu hoje cedo? – me fiz de desentendida
- Laura você sabe – encostou de costas no jipe e eu sentei no banco do motorista com as pernas para o lado de fora
- vamos esquecer ta bom? – falei pra ele, eu realmente não queria lembrar do ocorrido.
- ok – demos batida de mano – mas antes, o que você achou do beijo? – nós dois não nos encarávamos
- Danny eu não achei nada – falei rápido
- por favor Laura – ele ficou em minha frente.
- nojento – fiz cara feia
- eu beijo tão mal? – franziu o cenho – ou eu tenho o bafo? – colocou a mão na frente pra sentir o cheiro
- não é nada disso Danny – sai do carro e alisei seu rosto – é complicado – fui andando pra encostar-me a arvore
- é só falar Laura, nós somos amigos – ele continuava parado ao lado do jipe.
- eu ... é – meus olhos rodavam tudo, eu não virei para encara-lo, continuava de costas pra ele – eu não me sinto atraída por garotos. – falei e fechei os olhos, já imaginando o que viria a seguir
Ele nada falou, nenhum movimento fez, eu só senti seus braços me abraçando por trás e me dando um beijo na bochecha – eu te amo mesmo assim – sorriu. Eu aceitei o abraço que foi muito reconfortante e me aninhei em seu colo – ainda bem que somos amigos, me imagina apaixonado por você! – falou brincando e caçoando da minha cara
Eu o empurrei, apontei o dedo pra ele – iria ser o rapaz mais feliz de todo o mundo – falei sorrindo e ele me puxou pra um abraço – obrigado Danny – o abraço era forte.
- conta comigo sempre – beijou minha cabeça
- te amo – falei
- também – passou o dedo pelo meu nariz.
Sentamos pra conversar na arvore
- bem que a Alice fica lhe olhando a aula toda e sempre esta disposta a lhe ajudar – falou sorrindo
- nada disso, você só fala isso porque ela lhe odeia – comíamos algumas frutas.
- ela me odeia porque estamos sempre juntos – ele deu uma leve pausa e olhou sorrindo – por isso rapaz – apontava pra mim
- por isso o que Danny? – eu não sabia de seus pensamentos
- por isso ela tem raiva de mim, porque é você que ela quer pegar – começou a rir
- para de rir Danny, ela não quer me pegar – fingi esta irritada.
- não parou não – já foi levantando – claro que ela quer te pegar, ela ta caidinha por você, minha amiga vai namorar – ele falava rindo. Eu me levantei e sai correndo atrás dele, enquanto ele caçoava de minha cara.
**************
- eu vi você e o Danny hoje! – minha mãe falou costurando algumas peças de roupas e sem olhar pra mim, assim que entrei em casa.
- não teve nada de mais – falei com medo, já parando na entrada do corredor que dava para os quartos.
- unhum, sei – ela não tirava os olhos da agulha.
- boa noite mãe, vou dormir – voltei em sua direção, dei um beijo em sua cabeça e segui para o quarto
- boa noite filha – ela falou enquanto cortava a linha com o dente.
Fim do capítulo
Oi meninas, mais um cap pra vcs.
tinha esquecido de postar.
espero que gostem, beijos e boa tarde..... boa leitura tbm!
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