Capítulo 2 - 1929
1929
Por mais que eu não queira, meu corpo começou a mudar, e as mudanças estavam em evidencia. Meus seios começaram a crescer, pelos começaram aparecer sobre meu corpo e isso não era nada bom, minha mãe começou a me prender mais em casa.
- poxa mãe, eu quero sair pra brincar com o Danny – reclamava envolta da mesa de jantar.
- filha, já lhe disse, não vai dar – ela continuava fazendo o almoço.
- poxa mamãe, mas por quê? – sentei-me com a cara mais emburrada do mundo
Ela virou-se pra trás e me olhou com aquele olhar de ternura que só as mães têm – filha você esta virando uma mocinha, não pode sair por ai brincando com um rapaz. – contestou
- mamãe, eu não quero virar mocinha, eu quero continuar brincando com o Danny, nós somos amigos, e amigos brincam. – estava com os braços cruzados de raiva
Meu pai chegou entrando com algumas sacolas nas mãos
- cadê meus dois amores? – ele sempre entrava alegre dentro de casa
- papai – gritei e, fui correndo ao seu encontro
- que carinha é essa minha princesa? – meu pai perguntou-me
- a mamãe não me quer deixar sair para brincar com o Danny – falei emburrada
- poxa querida, porque não? – ele encarou minha mãe
- querido, você sabe que ela esta virando uma mocinha, não quero ela saindo por ai com um rapaz – tentava convencer meu pai
- querida, eles dois são amigos e além do mais ela é só uma criança, cabe a nós ficarmos de olho – ele abraçou minha mãe e deu um beijo em sua bochecha
Eu realmente não fazia ideia do que eles conversavam.
Minha mãe parou e ficou olhando para o nada e logo me encarou – ta bom eu deixo – comecei a gritar e a pular de alegria – mas – apontou o dedo pra mim – tem que voltar antes do jantar, nada de ficar ate tarde com o Danny pra cima ou pra baixo, se não eu não deixo mais – me alertou.
- ok mamãe, voltarei antes do jantar – beijei seu rosto e a do meu pai e sai correndo para ir de encontro a Danny.
Encontrávamos-nos sempre no celeiro
- Danny, Danny – cheguei gritando.
- oi Laura – ele estava dentro do celeiro deitado com os braços embaixo da cabeça
- você ta ai – parei de correr quando o avistei
- sim – respondeu – deita aqui comigo – passou a mão do seu lado
Deitei e fiquei olhando para cima.
- porque você demorou tanto? – me olhou
- minha inventou que agora eu estou virando uma mocinha – falei ainda olhando para o teto do celeiro
- mocinha? – perguntou surpreso
- sim – fiz cara de nojo – eu não sei o que isso quer dizer – sorrimos
- deve ser por causa desses pelos que estão aparecendo em você – Danny me lembrou
- ahh sim, deve ser mesmo – lembrei-me – e já pareceu algum em você? – perguntei
- sim, uns fios na axila, nada demais – voltou sua atenção para o teto.
- agora ela fica empatando minha saída, disse que não quer minha amizade com um rapaz – revirei os olhos
- mas Laura, - ele sentou-se virado pra mim – somos amigos desde sempre, não podemos nos separar. – sua voz triste
- claro que não Danny, nunca vamos nos separar, somos amigos inseparáveis. – o abracei.
Ficamos conversando algumas besteiras, brincamos um pouco, afinal tínhamos 12 e 13 anos. Antes mesmo de o sol se por eu avisei ao Danny
- tenho que ir, se não minha mãe não me deixa mais sair – falei triste e o Danny me abraçou
- não fica assim, amanha brincamos de novo. – me deu um beijo no rosto e nós nos despedimos.
*************
Passarem-se algumas semanas, e eu estava brincando com o Danny, corríamos por tudo que era lugar.
- Laura, aiiii meu Deus – Danny começou a gritar desesperado
- o que foi Danny? – tentei lhe acalmar
- Laura, não. – colocou a mão sobre a cabeça e em seguida me abraçou e começou a chorar
- para Danny, me fala o que esta acontecendo – lhe afastei
- você esta morrendo! – olhou em meus olhos e falou com firmeza
- morrendo? – fiquei surpresa – mas porquê? Eu não quero morrer Danny – eu já beirava o desespero.
- você esta sangrando, olha para seu macacão atrás – ele mandou
Eu tentava ver, mas não conseguia, ate passar a mão e ela veio melada de sangue. Corri imediatamente para casa
- mamãe, mamãe, mamãe – ia gritando
- oi filha – ela estava no quarto
- mamãe, eu estou morrendo – falei de uma vez só e lhe abracei – não quero morrer mamãe.
- o que? – me olhou e em seguida me abraçou forte – filha o que você esta falando?
- olha mamãe – virei minhas costas e minha mãe começou a sorrir timidamente – mamãe? – falei surpresa – por que a senhora sorrir?
- filha, precisamos conversar! – me encarou com aquele olhar serio e que iria falar algo que eu não iria gostar.
E ela me explicou tudo o que era pra eu saber.
Dois dias depois voltei a ver o Danny ele foi a minha casa, nós sentamos em algumas estacas que estavam pelo chão.
- você não vai morrer ne? – ele me perguntou assustado
- não Danny, claro que não – o abracei – minha mãe me explicou que todo mês durante 3 dias eu vou sangrar, isso quer dizer que eu estou virando mulher – eu falava com convicção
- mas Laura, se você sangrar você morre – me olhava assustado – é assim na guerra! – ele não queria me perder.
- Danny, minha mãe falou que é seguro e que toda mulher tem, eu não queria ter isso, mas eu não posso faze nada – o abracei novamente.
- será que eu vou sangrar todo mês também? – sorrimos de sua pergunta.
- acredito que não Danny. – apertei suas bochechas.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]