Maktub por Dayramazotti
Capítulo 25
A semana passou tranquilamente, falava com Harriet sempre que dava, e ela me parecia estranha às vezes, mas tentei não pensar muito nisso. No trabalho Sophie e eu tentávamos ao máximo não demostrar nada, mas o que havia entre nós ficava cada dia maior. E muitas vezes acabávamos nos beijando escondidas em meio aos arbustos do jardim como duas adolescentes. O fim de semana se aproximou e como era de costume fui ao Pub com as meninas, Harriet estava inquieta, parecia mais distante e incomodada.
- Aconteceu alguma coisa? - questionei.
- Ana, sei que aqui não é lugar para uma conversa desse tipo, mas preciso te contar uma coisa. Não quero que me entenda mal, mas antes de ir para o Brasil eu estava namorando uma garota, e a distância não fez bem ao nosso relacionamento e decidimos terminar. Depois você apareceu e mesmo sem saber me ajudou com essa história, porém sei que seu coração pertence à Laura e ai não há espaço para mim. - ela parou de falar tomando um gole de sua cerveja como se estivesse tomando coragem. - A tal garota me procurou, e resolvi dar uma segunda chance a nós. Por mais que eu goste de você, não quero sair machucada dessa historia... - olhei em seus olhos e percebi o quanto era difícil para ela ter dito aquelas palavras, e ouvi-las não foi muito bom também, mas ela merecia alguém que a amasse.
- Tudo o que mais quero é que seja feliz, e se ela for capaz disso, saiba que tem todo meu apoio, agora se por algum acaso ela magoar você. Ela será uma mulher morta! - disse, dando um beijo nela, e a abracei com carinho.
Sei que sentiria saudade dela, do amor gostoso que fazíamos, mas não poderia ser egoísta ao ponto de tê-la só para os meus caprichos, ela era minha amiga e isso era o que mais importava.
A segunda feira chegou e com ela a rotina do dia a dia. Sophie apareceu em casa terça-feira trazendo com ela uma garrafa de vinho, me deixando surpresa com a visita. Fizemos amor de uma forma tão mágica, eu não conseguia resistir ao seu jeito encantador. Algo em mim era diferente quando estava ao seu lado, pedi que dormisse comigo, porém ela recusou alegando que sua mãe acharia estranho, e eu concordei, deixando-a partir. E todos os dias nos falávamos horas antes de dormir. Na sexta sai com as meninas e Harriet nos apresentou a sua ex/atual namorada, confesso que não fui muito com a cara da fulana, e tenho certeza de que ela também não gostou de mim.
- Acho que tem alguém com ciúmes. - comentou Rosaly bem próxima ao meu ouvido.
- Você está falando dessa esquisita ai? - disse referindo-me a Mary.
- Também, as meninas e eu não gostamos muito dela, essa troca da Harriet foi a coisa mais idiota que já fez na vida. - e nisso tive que concordar.
- Também acho, mas se ela está feliz, eu fico feliz por ela. - forcei um sorriso e Rosaly fingiu acreditar, porém no fundo eu estava com ciúmes.
Já era madrugada quando cheguei a minha casa e cai na cama dormindo como estava. Passei o fim de semana todo sozinha, pensando em como a vida pode ser engraçada. Antes eu não ficava com ninguém, os meninos me achavam estranha e eu não via nada de agradável neles. Namorei com Rafael somente por pura distração, mas quando conheci Laura tudo mudou, eu mudei e passei a enxergar o mundo de outra forma, acho que com os olhos do amor. E quando julguei estar tudo bem, eis que ela me traiu e meu coração se fechou. Harriet tentou penetrar na camada de gelo que havia se formado, porém ela não teve paciência para isso e, decidiu voltar com alguém que já esteve em sua vida. Isso foi bom, afinal poderia ficar com Sophie sem que me sentisse mal por achar que estava triando Harriet.
As aulas começariam em breve, e com isso meu trabalho na casa da Senhora Margareth estava chegando ao fim. Confesso que sentiria falta de Bran, e principalmente de sua mãe, mas tentava ao máximo não pensar nisso. E em uma noite de quinta feira ela ligou para mim, convidando-me para um jantar. Como não sabia onde iriamos optei por algo mais formal. Coloquei um vestido longo preto e sandálias de salto alto, deixei meus cabelos soltos, fiz uma maquiagem leve. Nos lábios um batom vermelho e as sete e meia ela tocou meu interfone. Desci ao seu encontro e ela me esperava ao lado de fora encostada em seu carro. Estava magnifica em seu vestido verde esmeralda, andou até mim e eu não conseguia desviar os olhos da mulher belíssima a minha frente.
- Estou sem palavras para descrever o quão linda você está. - Disse a ela beijando seu rosto levemente.
- Faço minha sua palavra, Ana. Vamos? - Juntas partimos ao local misterioso.
Ela levou-me a um restaurante francês chamado Clos Maggiore, e pela fachada percebia-se como era lindo, e seu interior me deixou perplexa. Era maravilhoso, o ambiente acolhedor e extremamente romântico, ao entrarmos fomos recebidas por uma recepcionista educada e muito gentil, que nos acompanhou até onde nossa mesa estava reservada. Ao passo que encaminhávamos a nossa mesa eu ficava cada vez mais encantada, sentamos nos e o garçom logo trouxe o cardápio. Eu não tinha ideia do que estava escrito ali. Eis que fui surpreendida ao ver Sophie pedido um champanhe em um francês perfeito.
- Que linda, falando assim fica ainda mais sexy. - Disse e ela corou.
- Posso falar algumas coisas em seu ouvido depois.
- Vou adorar. - Fomos interrompidas pelo garçom que trazia nossa bebia.
Ainda não havíamos escolhido nosso jantar, pedi ajuda a ela na escolha do prato e sua sugestão foi foie gras como entrada e para prato principal o confit de canard. Ela chamou o garçom e pediu nossa comida. Não demorou em chegar o prato de entrada, e assim que terminamos pedimos o principal, tudo era magnifico. Dispensamos a sobremesa e ela pediu para que o garçom trouxesse a maquininha de cartão. Tentei ajudar com a conta, porem ela não deixou alegando era um presente. E até achei bom, afinal iria deixar lá todo o dinheiro ganho como babá.
Saímos do restaurante e pensei que iriamos para meu apartamento, ao invés disso fomos por um caminho que eu não conhecia, paramos em frente a um hotel luxuoso e ela apertou um controle remoto que estava em seu carro e o portão se abriu.
- Onde estamos indo? - perguntei curiosa a ela.
- É surpresa. - e entramos no elevador.
Ela apertou o numero 16 e puxou-me para um beijo, seu hálito estava quente e adocicado. Soltamo-nos quando ouvimos a porta se abrir revelando um hall belíssimo. Em seu centro havia um lustre que descia em pendoes todo trabalhado com cristais de fino acabamento. Ela retirou uma chave de sua bolsa e abriu a porta ao meu lado entrando naquele ambiente magnifico, e eu permaneci na entrada sem mexer um musculo.
- Vai ficar parada ai? - Disse enquanto caminhava até o centro do apartamento.
Fim do capítulo
Meninas perdoem a demora, boa leitura e tenham uma otima semana. Beijooos
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]