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  • If I should fall, perpetual run
  • Capítulo 54. A semana mais longa – Parte 1

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If I should fall, perpetual run por JennyB

Ver comentários: 11

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Palavras: 3788
Acessos: 9520   |  Postado em: 03/09/2017

Notas iniciais:

Olá meninas, desculpem pelo atraso do capitulo, mas aqui estou.

Espero que gostem da leitura <3

 

 

Capítulo 54. A semana mais longa – Parte 1

~ Uma semana atrás ~

 

Segunda-feira, casa dos Harley.

 

-- Finalmente você voltou! – O sorriso saudoso logo tomou conta dos lábios da mãe. – Como foi lá? – Questionou após abraçar a filha e depositar um beijo em sua testa.

-- Foi... – Prolongou a palavra enquanto pensava. – Bom. Na verdade, era exatamente o que eu precisava.

 

                Katrien sentou-se na bancada da cozinha enquanto analisava a filha.

-- Alice... Ela conseguiu te encontrar?

-- Aquela maluca do cavalo? Com certeza! – Riu ao se lembrar. – Aliás, devo agradecer à ela por essa gripe. – Fungou o nariz.

-- Explica isso melhor.

                Katrien franziu o cenho enquanto ouvia a história desastrosa de Emily, e acabaram rindo no final. Uma risada gostosa e alegre, até que a mãe fechou o sorriso, e por cima daquele semblante descontraído podia-se notar uma certa preocupação.

-- Eu não tive tempo de contar à ela sobre a sua memória, Emily. – Transcorreu as pernas com as palmas das mãos.

-- Eu percebi. – Emily fitou a mulher à sua frente e tentou confortá-la ao sorrir mais uma vez. – Mas acabou que... Bom, está tudo bem agora.

-- Então ela te contou sobre voc... – Emily interrompeu, afobada.

-- NÃO! – Respirou fundo. – E foi melhor assim. Eu não quero ter uma imagem das pessoas baseado no meu passado e no que elas fizeram ou deixaram de fazer comigo. – Seus olhos perderam o brilho. – Aconteceu com a Anne e... Teria sido melhor se antes de tudo eu a tivesse conhecido melhor primeiro, sabe?

-- Eu acho que sim. – Respondeu apreensiva. – Você não quer impor barreiras.

-- Exatamente. – Pela primeiras vez naquele dia, Emily olhou nos olhos da mãe. – E a Alice, ela... – Um sorriso discreto tomou-lhe o canto dos lábios. – Ela parece ser incrível. Talvez até boa de mais para esse passado maluco que eu tive. – Seus olhos tomaram vida, e o azul que antes estava vazio, preencheu-se com uma curiosidade e alegria inexplicável. – Eu realmente quero conhece-la melhor, e não preciso do meu passado atrapalhando isso também...

                Katrien comprimiu os lábios, e seus olhos sérios contemplaram a filha. – Ela estava preocupada com Emily, e os últimos meses haviam acentuado ainda mais essa preocupação. Emily demonstrava-se completamente confusa e emocionalmente instável, uma hora ela queria saber de tudo, e na outra escolhia simplesmente ignorar o seu passado, e isso deixava Katrien maluca. – A mulher havia acompanhado toda a história da filha e da Alice e sabia que a advogada não mediria esforços para conquista-la, e acabaria mergulhando de cabeça  na vida de Emily de novo, e isso era perigoso não só para a filha, mas principalmente para a Alice que, mesmo depois de anos, carregava todo aquele amor pela ruiva no peito.

-- Emily... – A voz apreensiva não passou despercebida. – Você não quer saber sobre a história de vocês?

                A ruiva mordiscou o lábio inferior.

-- Eu não sei... Eventualmente, talvez. Mas não agora. Não antes de...  – Emily tentava encontrar as palavras certas para dizer a mãe que gostaria de entender os motivos pelos quais Alice mexia tanto com ela, mas não foi fácil. Pensou em dizer-lhe o quanto seu coração saltou quando os olhos penetrantes e dourados da advogada encontraram-se com os seus, e também no quanto havia a desejado naquela cabana, mas dizer estas coisas lhe pareceram errado demais, afinal, Katrien era sua mãe, e Alice, bom, Alice era uma mulher.—De formar uma opinião sobre ela agora. – Contentou-se em dizer apenas isso.

-- E ela concordou com isso? – Acompanhou o olhar da filha transcorrer os cantos da cozinha.

-- Acho que sim. Ela foi compreensiva comigo. Digo, ela não me pressionou para lembrar.

-- Entendi. – Katrien sorriu. – Alice sempre foi uma boa pessoa, ainda não sei porque me surpreendo com as coisas que ela faz por você.

                Emily pressionou os lábios e retribuiu o sorriso, distraindo-se com as lembranças de Alice e do quanto ela realmente havia sido maravilhosa com ela naqueles dias.

-- Emily, não me entenda mal... – Tirou a ruiva dos seus devaneios. – Mas cuidado com os seus passos. Todos nós temos o nosso próprio tempo e...

-- Eu não vou magoá-la, mãe. – Interrompeu-a. – Não se preocupe. Seja lá o que a gente viveu, eu vejo nos olhos dela que ela ainda sente algo muito forte por mim, e eu não vou brincar com ela, muito menos com esses sentimentos.

                Katrien gostaria de ter prestado atenção nas palavras da filha, mas ouvi-la a chamar de mãe pela primeira vez desde o acidente deixou-a desnorteada. Seu coração bateu forte no peito, como se fosse explodir, causando-lhe um frio na barriga que não sentia há tempos.

-- O que foi? – Emily sentiu um aperto no peito ao ver os olhos da mãe, tão azuis quanto os dela, repletos de lágrimas. – Eu disse algo de errado?

                A ruiva caminhou para perto da mãe com um semblante preocupado e confuso. – Ela não entendia o motivo pelo qual a outra chorava, mas queria poder abraça-la e fazer tudo passar. – E o fez. – Emily envolveu a mãe em um abraço protetor e não a soltou até que os soluços cessaram.

 

 

Segunda feira, casa dos Butckovisky.

 

 

-- Quando Katrien me ligou e disse que você havia voltado, eu mal acreditei. – Eleonor observava a filha andar de um lado para o outro enquanto desfazia as malas, antes de se pronunciar.

-- Mãe? – Alice travou ao ouvir aquela voz pacata e ao mesmo tempo surpresa, não sabia que a mãe estaria em casa a essa hora.

-- Sabe Alice, eu esperei por você o dia todo quando Katrien ligou. – Alice olhou apreensiva para a mulher de cabelos negros. – Poxa, eu sou sua mãe e você sequer me ligou quando chegou.

-- Mãe eu... – Tentou se redimir, mas foi interrompida.

-- Onde você estava com a cabeça quando sumiu por mais de um ano sem dar noticias? – A voz de Eleonor carregava mágoa.

                A advogada engoliu seco e sentou-se na cama destinada a ouvir o desabafo da mãe, afinal, ela estava certa. – Alice havia sido egoísta ao fazer aquilo. Sua família a amava, e não ter noticias dela por tanto tempo com certeza os deixou malucos, preocupados e também frustrados.

-- Seu pai ficou furioso quando o primeiro mês passou e você não ligou. – A respiração pesada não trazia apenas raiva e mágoa, mas também uma saudade absurda da filha. – Seu celular só dava ocupado e... – Eleonor lutou para controlar as lágrimas que lhe tomavam os olhos. – E você não estava mais no hotel...

-- Me perdoa, mãe. – Foi tudo que Alice conseguiu dizer ao vê-la naquele estado completamente abalado.

-- Nós fomos procurar por você, Alice. Você entende a seriedade disso? Nós pensamos em infinitas possibilidades de coisas que poderiam ter acontecido e... Você... – Esfregou as costas das mãos nas maças do rosto, enxugando as lágrimas. – Que você poderia ter... – Eleonor cobriu a boca com uma das mãos, na tentativa falha de conter os soluços do choro. Seus olhos avermelhados sequer desprenderam-se da filha, e embora ela estivesse furiosa com o sumiço de Alice, ela não podia negar o quanto queria abraça-la e senti-la novamente.

-- Eu estou aqui agora, mãe. – Afirmou em um timbre receoso, enquanto levantava-se em direção à mulher. – Me desculpa. Eu sei que não tinha o direito de fazer isso com você e o papai e...

-- Vem logo aqui! – Eleonor estendeu os braços para a filha, com seu coração implorando por aquilo.

                Alice não pensou duas vezes, antecipou os passos o máximo que pôde e jogou-se nos braços da mãe, dando brecha para as lágrimas que já teimavam em cair dos olhos. – Seu coração estava partido quando deixou tudo para trás, tão devastado que sequer a permitiu pensar claramente. Mas agora Alice entendia. – O abraço apertado de sua mãe lhe mostrou o caminho para o arrependimento de ter fugido e também para a saudade que se instalava em ambos os corações. As palavras já não precisavam ser ditas, e a dor aos pouco as deixava, aliviando o coração de uma mãe preocupada e descarregando a culpa do coração assolado da filha.

-- Eu deveria deixa-la de castigo pelo resto da sua vida. – Falou entre soluços e fungadas de nariz.

-- Eu sei. – Alice apertou seus braços em volta da mãe. – Eu sinto muito, mãe. Não sei o que deu em mim.

-- Mas eu sei. – Eleonor acariciava os cabelos da filha quando afastou seu rosto para olhá-la nos olhos. – Eu nem preciso perguntar se você conseguiu encontra-la, não é mesmo?

                Alice retribuiu o olhar da mãe e pressionou os lábios em um sorriso claramente contente.

-- Ela está linda, mãe. – O sorriso aumentou. – Eu quase tive um troço quando Katrien me contou.

-- Eu posso imaginar. – Foi sugestiva.

-- Foi por isso que eu não passei em casa antes. – Deixou os braços da mãe. – Quando eu cheguei de viagem, achei que você e o papai estariam trabalhando, então eu fui até lá para saber como Emily estava... – Seus olhos encheram-se de vida. – E quando Katrien me contou que ela havia acordado eu não consegui pensar em mais nada. Eu só sabia que precisava vê-la, que eu precisava ouvi-la de novo e... Aquele sorriso... Mãe, aquele sorriso...

                Eleonor sorriu ao ver a empolgação da filha ao falar de Emily, e a sensação de finalmente vê-la feliz daquele jeito de novo não tinha preço. – Alice havia mudado quando tudo aconteceu. Ela ficou fria, obscura e afastou-se da família. – Ela negava-se a falar sobre o acidente e tinha crises emocionais todas as vezes em que alguém tentava forçar uma conversa. – A noticia do acidente pegou a todos de surpresa, afinal, mesmo com todos os problemas da asma, Emily sempre fora uma garota saudável e cheia de vida, ninguém espera por aquilo. Por um acidente que deixassem a jovem em coma por tanto tempo, e que de certa forma, arrancasse do coração de todos a esperança de vê-la acordar um sai. – Todos exceto Katrien.

--... Eu não podia esperar para vê-lo. Não depois de todos esses anos. – O dourado de seus olhos brilharam pelo reflexo da lux nas lágrimas que neles se formavam. – Eu não acreditei que ela poderia acordar um dia. Eu fui fraca, mãe. Eu me entreguei a falta de esperança e evitei ficar me fazendo as infinitas perguntas que ficam apenas para aqueles que ainda estão vivos... – A voz vacilou quando o coração apertou no peito, pressionado pelas terríveis lembranças do primeiro mês após o acidente. – Eu estava sufocando com todos aqueles pensamentos... “E se eu tivesse contado antes?”, “E se eu não tivesse me permitido ficar com ela?”, “E se...” – Passou a ponta dos dedos sobre os olhos, impedindo que as lágrimas caíssem. – Ficaram tantas perguntas e nenhuma resposta... Então eu afundei, e não havia nada ou ninguém que pudesse fazer alguma coisa. – Eleonor olhava atentamente para a filha, deixando-a desabafar uma dor que ela havia carregado sozinha por anos. – Ninguém além de mim. Eu não aguentava mais ficar nessa cidade onde todas as ruas e lugares me traziam a lembrança da mulher que eu amava... Que eu amo. – Seus olhos percorreram todos os cantos do quarto, mas não viram nada além de lembranças. – Eu estava com tanta raiva, mãe. Raiva do Matheus por ter sido um egoísta estúpido e por estar dirigindo aquele carro, raiva da Anne por ter errado tanto quanto eu... Raiva de mim... Meu Deus, como eu me odiei. – Apertou os dedos contra a palma da mão. – Como eu fui idiota... – Alice suspirou pesado. – Quando eu me dei conta do quão perturbada eu estava com tudo isso, eu percebi que havia sobrado raiva até para a Emily, que não tinha culpa nenhuma. – A advogada sentou-se na cama, abatida, percebendo que nunca havia admitido isso para outra pessoa. – Da pra acreditar nisso, mãe? De todas as pessoas que eu poderia ter sentido raiva eu... Eu senti raiva da Emily... Por ela não ter me ouvido todas as vezes em que eu implorei para ela voltar para mim. Meu Deus... – Seus olhos arquearem para baixo, trazendo para o seu rosto uma tristeza e um arrependimento que machucava. – Ela não tinha culpa, e ainda assim eu a culpei. – Alice abaixou a cabeça, apoiando-a sobre as mãos que cobriam seu rosto envergonhado.

                O silêncio que se instalou entre mãe e filha naquele quarto durou longos minutos. – Eleonor não conseguia se decidir entre sentar ao lado da filha e abraça-la, ou deixa-la sozinha, repensando nas palavras e decidindo se continuaria ou não com o desabafo. E Alice, bom, ela entregou-se as lembranças de todo aquele amargo sentimento, acreditando que essa era a hora certa de deixa-lo ir de uma vez por todas.

-- Meu amor... – Eleonor sentou-se ao lado da filha e passou o braço sobre seus ombros. – Você não deveria se culpar por ter sentido todas essas coisas... Você a amava. Desde pequena você a amou e... – Tentou encontrar os olhos da filha antes de prosseguir, mas Alice sequer ergueu o rosto. – E o destino foi cruel ao tirá-la de nós daquele jeito.

-- Ela nunca terminou de falar. – Soltou as palavras que, para a mãe, não fizeram o menor sentido.

-- Do que você está falando, Alice? – Olhou-a, intrigada.

                A advogada a olhou por cima do ombro, mantendo seu rosto apoiado sobre uma das mãos, e seus olhos avermelhados e úmidos foram de encontro aos da mãe.

-- Nós estávamos no telefone quando tudo aconteceu. – Alice mal conseguia falar. – Ela tinha saído furiosa da festa e... Quando ela me atendeu, Matheus já havia contato tudo à ela. – Respirou fundo, tomando coragem para falar sobre o acidente. – “Alice, eu entendo. E eu também te...”. Foi tudo que ela disse... Foi tudo o que ela disse antes de... – Aquelas palavras embolaram na garganta. – Antes da ligação ficar muda e... Antes do acidente. – Alice pressionou o maxilar e prendeu a respiração, lutando para segurar o choro que a sufocava.

-- Filha, eu não sabia... Você nunca disse isso. – O coração apertou ao ver a filha em agonia e dor. Aquelas lembranças deveriam ser dolorosas, assimilou.

-- Ela nunca vai terminar de dizer, mãe. Eu nunca vou saber o que Emily tentou me dizer naquele dia. – A advogada finalmente compreendeu que aquelas palavras haviam se perdido no tempo, e o sentimento que invadiu seu peito naquele instante trouxe-lhe um amargo na boca e uma pontada no estômago, e de repente, todas as coisas que ela havia evitado pensar nos dias em que passou ao lado de Emily vieram com um turbilhão de sentimentos e receios. A história delas havia sido partida, parcialmente apagada no tempo. – Para Emily, tudo não passava de um grande borrão escuro de sua memória. – Quem Emily era agora? Do que ela gosta? O que ela sente? Ela ainda gosta de mulheres? Ela se lembra de algo? Com o que ela sonha? O que deseja? – Eram muitas perguntas e poucas, ou quase nenhuma resposta. A Emily que ela conhecia podia ter morrido naquele acidente, e por mais que a advogada tivesse enxergado traços do passado na ruiva ainda presentes nela, isso não lhe dizia absolutamente nada. – Será que existia a possibilidade, mesmo que remota, de Emily ainda sentir algo por ela? Será que aquele amor ainda estava gravado em seu coração? – Alice não sabia. – Como a história de uma vida inteira podia simplesmente desaparecer assim? – A advogada não aceitava. Balançou a cabeça por diversas vezes quando pensou sobre isso, negando-se a acreditar nas verdades que a vida havia imposto para ela. – Como ela lidaria com tudo isso agora? – Alice havia escondido e suprimido esse amor por tantos anos que não lhe parecia certo ter que fazer tudo de novo.

—Não! Chega! Eu não posso e não vou guardar isso de novo. Olha só no que deu. – Pensou, sentindo seu coração palpitar. – Droga... Eu também não posso forçar a barra agora... Emily não me conhece... Mesmo que eu conheça cada parte dela... – Mordiscou o lábio inferior. – Ou conhecia. Porr*! – Alice estava perdida em seus pensamentos, indecisa entre pular de cabeça ou não quando foi interrompida por sua mãe.

-- Alice, pelo menos ela está aqui. Ela está viva.

                A advogada levantou o olhar, enfrentando os olhos preocupados e atenciosos da mãe.

-- Até quando, mãe? – O semblante fechou, e seus olhos perderam o brilho. – Será que só eu entendi que a vida é só um instante? Você não viu? – Eleonor compreendeu a dor e o medo da filha quando viu o desespero em seus olhos. – Uma hora nós estamos aqui e depois...

                A mulher mais velha nem a esperou terminar, envolvendo-a em seus braços. Foi um abraço apertado e imediato.

-- Nem pense em dizer isso! – Eleonor negou-se a ouvir a filha falar da morte.

-- Mas é! Você sabe que é! – Resmungou com o rosto enfurnado no pescoço da mãe.

-- Se você está tão convicta disso... – O semblante transpareceu o amor que sentia pela filha, e seu coração disparou, deixando sua boca seca. – Então vá. Viva! Não perca tempo com mais nada, e não deixe arrependimentos para trás, para que nunca mais tenha que viver com as perguntas que ficam apenas para os que sobrevivem.

                Alice tentou recuperar o fôlego da respiração pesada e apressada que o choro lhe proporcionava, fazendo-a soluçar.

-- Eu te amo tanto, mãe. – Resmungou enquanto Eleonor limpava seu rosto em um toque sucinto e carinhoso.

-- Eu também te amo, filha. – Envolveu-a em outro abraço repleto de sentimentos.

-- Eu juro que nunca mais vou deixar você ou o papai sem noticias! – Alice sentiu alivio no coração por ter sua mãe de novo em sua vida, tirando-lhe um enorme peso de culpa das costa.

 

 

Terça feira, Porto Alegre.

 

 

 “Ei! Ta ai?”

O celular da ruiva vibrou com a mensagem logo pela manhã. Ela ainda estava deitava quando pegou o dispositivo.

“Quem é?”

“Alice. Salva meu número logo K”

Emily riu, podendo imaginar toda a pose e voz de mandona de Alice.

“Já salvou?”

“Já. Já. Ta aqui: Alice, A mandona.”

“Há, Há, Há”

“Pode corrigir”

“Não tem o que corrigir.”

“Não sei escrever esse seu sobrenome.”

                A mensagem chegou logo atrás, fazendo a advogada gargalhar.

“Butckovisky.”

“Butoquê?”

                Outra risada.

“Ta salvo.”

“Bom mesmo”

“Quer que eu mude para ‘A mandona’ de novo? É só falar”

“Credo L”

“Vamos sair hoje?”

                Emily mordiscou o lábio inferior ao ler.

“Vamos!”

                A mensagem, que havia demorado minutos para chegar, fez Alice suspirar aliviada.

“Pra onde vai me levar?”

“Pra minha casa”

“ =O ”

“Que foi?”

“Seus pais vão estar ai? Eu gosto deles.”

                Alice pensou de onde ela os conhecia, afinal, Emily não se lembrava de nada, como poderia saber quem são seus pais?!

“ Você lembra deles?”

                Emily sentiu um frio na barriga ao ler.

“Não, eu os conheci.”

“Eles vieram me visitar, antes de você, inclusive.”

“Sorry”

“Acho que fui a ultima a saber sobre você”

“Eles vão estar ai ou não?”

                Retornou à pergunta.

“Não.”

                Alice ficou inquieta quando a ruiva não respondeu, rolou de um lado para o outro na cama, e por fim mandou outra mensagem.

“Tem problema?”

“Se você não estiver me convidando com segundas intenções...Não.”

                Emily esperou pela resposta, e não obtê-la a fez pensar ter ido longe demais com a brincadeira.

“Ow, você sabe que eu estava brincando, né?”

“Af. Não.”

“Achei que tinha me sacado. Tava pensando em uma desculpa.”

                Emily gargalhou do outro lado do celular.

“Pois é, eu posso ser desprovida de memórias e, consequentemente, de experiências, mas eu já assisti a filmes, sabia?”

                Foi a vez de Alice rir.

“Você é uma idiota, sabia?”

“Sim. Surpresa?”

“Não. Aliás, eu adoro você assim.”

                Emily leu aquela mensagem incontáveis vezes, mas não sabia o que responder, até que foi salva pela sua mãe, que adentrou ao quarto após bater na porta.

-- Que risadas são essas logo cedo? – Franziu o cenho.

“Mãe-Alert. Falo com você depois.”

-- Não é nada. – Emily levantou da cama com um sorriso bobo nos lábios, o que deixou Katrien intrigada. – Bom dia.

“Não!”

“Emily?”

“Espera!”

“Te busco em 30min. Okay?”

                Emily olhou discretamente para o celular que vibrava sem parar na sua mão, e sua mãe logo entendeu. Ela estava falando com alguém.

“Okay”.

                Digitou de pressa.

-- Bom dia... – Katrien respondeu, observando a filha pegar uma toalha no guarda-roupa. – Vai sair logo cedo?

                A ruiva confirmou.

-- Emily, querida, quando vamos conversar sobre aquela sua ideia maluca de... – A mulher foi interrompida quando Emily bateu a porta do banheiro, deixando-a falando sozinha. – Eu posso pelo menos saber aonde e com quem você vai? – Perguntou sem muita esperança de uma resposta, arqueando as sobrancelhas, surpresa, quando ouviu a filha responder.

-- Com a Alice.

                Katrien instantaneamente sorriu ao assimilar as risadas da filha e as mensagens no celular com a advogada.

-- E para onde as mocinhas vão?

                Emily estava recostada na porta do banheiro enquanto pensava no que responder, sabia que sua mãe não sairia dali até obter uma reposta.

-- Pra casa dela, eu acho. – Respondeu receosa, dando ênfase nas ultimas palavras ao notar o silêncio da mãe.

-- Entendi... – Forçou uma voz duvidosa para implicar com a filha.

-- Mas eu não sei... Ela não disse ao certo. Pode ser que... – A voz falhava, insegura e nervosa.

-- Ta bom então. – Riu baixo e deixou o quarto, retribuindo a vez em que tinha sido deixada falando sozinha.

                Emily se arrumou rápido naquela manhã, vestiu um short jeans curto e de tom marrom-claro e uma camiseta da banda Artic Monkeys, da qual havia gostado quando ouviu suas músicas pela “primeira vez”. Calçou um vans também branco e desceu para esperar Alice.

 

 

“Tô aqui fora. Vamos?”

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Muito amor por vocês, e obrigada pelo carinho.

 

Sou eternamente grata por vocês estarem acompanhando, gostando da história e doando o tempo de vocês para poderem comentar.

 


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Comentários para 54 - Capítulo 54. A semana mais longa – Parte 1:
wandicleide
wandicleide

Em: 03/09/2019

Alta madrugada!

Fico perguntando o que será que aconteceu com essa autora tão espetacular, pois o romance é MARAVILHOSO, acho que um dos mais envolventes que já li e é muito triste imaginar que pode ficar inacabado!

Desejo que você esteja bem! E se for apenas falta de tempo, vou agradecer muito à Deus! E esperar o seu retorno ANSIOSAMENTE, pois com toda certeza inspiração não deve lhe faltar!

Amo demais Alice e Emily!

 


Resposta do autor:

Ei Wandi! (posso te chamar assim?)

Bom dia!

Primeiramente, muito obrigada por todo o carinho desses elogios, foi muito gostoso ler isso!

Estou passando para dizer que eu estou bem, e espero de todo coração que você e todas as outras leitoras também estejam, principalmente no atual momento que estamos vivenciando. 

Estou de volta aqui no site, e concluirei essa história com todo o carinho do mundo! 

Um grande beijo, e obrigada por não perder a fé!

 

Responder

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JeeOli
JeeOli

Em: 28/07/2018

saudades :/


Resposta do autor:

Oiiiiiiiiiiiii!

Passando para dizer que a saudade era/é recíproca esse tempo todo!

Estou de volta! 

Obrigada por manter a fé rs

Um grande beijo!

Responder

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Simone
Simone

Em: 04/05/2018

Oi, Jenny!

Tudo bem com você?! Não sou muito de comentar, mas adoro a sua forma de escrever e tenho uma curiosidade imensa para saber o desfecho da história. 

Espero que esteja tudo bem com você e esse sumiço seja apenas falta de tempo ou de inspiração mesmo.

Beijos e até breve!????  


Resposta do autor:

Oi Simone!

Bom dia!

Eu estou muito bem, e você, como está? Espero que bem!

Fico muito feliz em saber que uma leitora (tímida?!) resolveu comentar por aqui! Saiba que ler o comentário de vocês faz uma diferença enorme para nós que estamos escrevendo!

Muito obrigada por estar acompanhando a história! Estou produzindo os últimos capítulos com muito carinho para trazer a vocês o tão esperado final!

Beijos de luz! E até MUITO breve!

Responder

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luaone
luaone

Em: 25/03/2018

Por favor... não abandona a história... só agora consegui gostar, ou me acostumar com a idéia de ser a Alice o verdadeiro amor da Emily...

Mas e a Anne? Desistirá assim tão fácil?

Volta a escrever... por favor!!!!


Resposta do autor:

Ei meu bem!

Bom dia!

Não abandonarei! Demorei muito tempo para voltar, essa é uma verdade, mas aqui estou!

Espero que não tenha desistido de mim rs

 

Um grande beijo!

Semana que vem tem mais um capítulo. (Pretendo postar no domingo).

 

Responder

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Donaria
Donaria

Em: 10/02/2018

Olá autora! Com saudade da historia e torçendo pra que você volte e nos de um final maravilhoso pra esta historia linda. beijos


Resposta do autor:

Ei Sophie,

Bom dia!

Muito obrigada pelo carinho em ter disposto um tempo seu para comentar!

Gostaria de dizer que estou de volta para concluir o que começamos!

Espero que ainda esteja por aqui, e que continue acompanhando!

Um grande beijo!

Responder

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Mille
Mille

Em: 31/12/2017

Oi Jenny tudo bem?

“A aventura da vida renova a cada 365 dias e só desejo que os próximos sejam os melhores de sempre.“

Que você tenha inspiração e continue nos proporcionando a alegria de histórias maravilhosas personagens cativantes.  

 

Feliz Ano Novo!


Resposta do autor:

Ei Mille!

Demorei anos para responder, literalmente... Mas aqui vai!

Muitíssimo obrigada por todo o carinho! E desejo-lhe tudo em dobro!

 

Obrigada por continuar acompanhando e não ter pedido a esperança! 

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 05/09/2017

Dá-lhe Alice. Muito bem. Nada de desistir ou fugirde novo. Dri do da mae dela. Q bom q se acertaram.  Ansiosa por esse encontro. Bjs

Responder

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JeeOli
JeeOli

Em: 03/09/2017

Alice vai ter uma pacienia incrivel para conquistar novamente Emily pois por mais que o amor entre as duas seja intenso a falta da lembrança é algo que vai contra 

 

Responder

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Mille
Mille

Em: 03/09/2017

Oi Jenny

Então a ideia da Emily sair da cidade já tinha antes dos momentos que terá com a Alice. 

Alice não deve desistir e lutar para conquistar a ruiva, e dar o tempo para ela pensar.

Quanto a frase eu imagino que ela iria dizer que a ama.

Bjs e o próximo

 

Responder

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lay colombo
lay colombo

Em: 03/09/2017

Vai Alice conquista a mente dessa Ruiva pq o coração já é seu, eu acredito no seu potencial Aly <3 

Eu não consegui dormir sem ler antes, parece q alguém está viciada não é mesmo kkkkkkkkk

Jenny meu neném não importa o qnt vc demore (embora eu prefera q seja bem pouco kkkkkk) desde q vc sempre volte eu tô feliz, e eu sei bem como é ficar atolada de coisas da faculdade, tem hrs q não dá pra focar em absolutamente mais nada, enfim bjos minha linda e até o próximo.

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lay colombo
lay colombo

Em: 03/09/2017

EEu não acredito q vc acabou de postar o capítulo e eu não vou conseguir lê pq tô caindo de sono argh q raiva

Amanhã eu volto

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