• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • If I should fall, perpetual run
  • Capítulo 53. Você precisa lembrar, Emily.

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Astrum
    Astrum
    Por Bastiat
  • Um brinde ao inesperado
    Um brinde ao inesperado
    Por hipolita

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

If I should fall, perpetual run por JennyB

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 4356
Acessos: 5816   |  Postado em: 16/08/2017

Notas iniciais:

Olá meninas, neste capitulo eu abordei uma parte do capitulo 40: Always You (mas não tão detalhadamente quanto o capitulo) então para quem quiser recordar, podem dar uma conferida lá.

 

Espero que gostem da leitura <3

 

Capítulo 53. Você precisa lembrar, Emily.

A manhã amanheceu fria, e nem mesmo os feixes que luz que transpassavam as vidraçarias da janela e insidiam na cama foram capazes de evitar que a ruiva acordasse, trêmula e com os pelos ouriçados.

  Levantou-se da cama e seu semblante carregava uma mistura de sentimentos que a noite anterior havia lhe trazido, fazendo-a implorar para que a tempestade já houvesse passado e elas pudessem sair dali. – Foi em vão

            Emily pegou o celular em cima da bancada e passou por algumas mensagens, todas elas de Anne, que a questionava sobre quando iria voltar. Revirou os olhos, incrédula com a disposição que a outra tinha em não lhe deixar em paz mesmo quando havia pedido tanto. Seus olhos voltaram-se para a mulher que havia passado a noite ao seu lado, e vê-la tão imersa em um sono tranquilo a fez comprimir os lábios em um sorriso discreto, percebendo não ter sido a única a dormir tão bem.  – Afinal, quem era ela?! – Emily retorceu as rugas da testa ao dar-se conta de que sequer sabia o nome daquela mulher de cabelos longos e castanhos claros. Os lábios foram tomados por um sorriso divertido, mas seus olhos os contradisseram quando esboçaram a clara curiosidade e momentânea preocupação.

-- Você está acordada há muito tempo? – A morena esfregava os olhos, ainda na cama.

Emily negou, mas nada falou.

            Alice resmungou algumas vezes, esboçando no rosto a preguiça que estava de levantar daquela cama tão quente e confortável.

-- A tempestade passou? – A ruiva negou mais uma vez sem dizer uma palavra, e seu silêncio incomodou a advogada. – O gato comeu a tua língua hoje de manhã?

 

Emily curvou a cabeça e seus olhos tensos miraram a advogada, fazendo-a estremecer com a seriedade.

 

-- Quem é você? – Perguntou, fazendo o coração da advogada saltar no peito.

 

           O carinho com o qual Emily havia agido na noite anterior deu a advogada a breve ilusão de que talvez a ruiva ainda se lembrasse de algo, mas o questionamento logo pela manhã trouxe-a de volta a realidade. – Repensou algumas vezes antes de responder, retribuindo o olhar intenso que a alvejava.

 

-- Você quer saber quem eu era na sua vida ou quem eu sou? – Indagou as reações da outra.

 

-- Isso não faz muita diferença agora, faz? – Transcorreu o olhar pelo semblante pasmo da advogada, e então completou. – Eu não iria me lembrar, mesmo que você me contasse os mínimos detalhes... Então... Fica ao seu critério. – As mãos da ruiva apalpavam as próprias pernas com ansiedade. – Se você quiser gastar a sua voz, e até mesmo o seu tempo, como todos os outros antes de você tentaram... Vá em frente. Parece que temos muito tempo. – Apontou o olhar para a chuva que ainda caía lá fora.

 

-- Que jeito de acordar, não?! – Pensou um pouco mais alto do que esperava.

 

            Alice movimentou-se sobre a cama até alcançar a sua extremidade e sentou-se por lá, aproveitando o percurso para analisar Emily. – Aquela era mesmo a mulher que ela havia deixado para trás há pouco mais de dois anos?! – Seu peito contraiu-se em uma dor emocional que transpassou para a física quando as mudanças que o tempo havia proporcionado para elas não pareceram lhe favorecer.

 

Alice entendia que por perder a memória, Emily poderia ser uma pessoa completamente diferente agora, mas ela jamais havia imaginado que a ruiva pudesse ser tão rude, não como antes, não depois de tudo que viveram. – Depois de anos aturando-a em discursões sem sentido, não seria nada fácil passar por isso de novo. – Respirou fundo, reprimindo o medo que sentiu de não ser capaz de conquista-la novamente e então a respondeu.

 

-- Eu acho que você terá muito tempo para decidir isso por si só, Emily. – Comprimiu os lábios, séria. – Eu não vou força-la a ouvir histórias que não terão o menor significado para você. Mas quero que saiba que... – Umedeceu os lábios. – Quando você quiser saber, eu não vou te negar respostas e muito menos te poupar de histórias que te machucaram antes. – Enrijeceu a postura, mostrando-se digna da confiança da ruiva. – Fica ao seu critério.

           Emily estreitou seus olhos indescritíveis e azuis, e o ar a sua volta transbordava a surpresa que trouxe-lhe aquelas palavras.

-- Você é definitivamente diferente. – Mordiscou a unha do polegar enquanto lançava-a um olhar, de certo curioso.

-- Como assim? – Inquietou-se na cama quando a ruiva demorou a responde-la.

-- Todos os outros esperavam que eu me lembrasse... Eles queriam que eu o fizesse, e de certa forma, eles me pressionavam para isso. – Debruçou-se sobre o encosto do sofá, mantendo seu olhar sobre a advogada.

-- Não é que eu não queira, Emily. – Apoiou as duas mãos na cama, curvando seu corpo para trás. – Eu quero. E seria mentira da sua parte se você dissesse que também não quer... – Os olhos da ruiva murcharam, obscurecidos pela verdade que tentava negar a si mesma. – Qual é... Você pode ter perdido a memória, pode não se lembrar de mim... Mas seus olhos nunca mentiram, eles nunca conseguiram esconder o que você sente e... – Apertou os lençóis entre os dedos. – E da pra ver que você gostaria de se lembrar... De saber quem você era e... Pode ser que não seja por você, eu entenderia se não fosse por você... Mas decepcionar os outros nunca foi o seu forte. Você nunca gostou disso, ent...

 

-- Então eu detesto fazer isso o tempo todo. – Completou.

 

Alice abaixou o olhar, empática com o sentimento da outra.

 

-- Eu não sabia que isso seria tão difícil assim. – As palavras baixas carregavam desesperança.

 

-- Você vai encontrar seu próprio tempo, Emily. – Suspirou. – Todos nós vamos. Eles para entenderem, e você para não carregar todo esse fardo sozinha. – A advogada foi até o sofá e sentou-se ao lado da ruiva. – Eu estou aqui, sabe? – Apresentou um sorriso confiante nos lábios.

 

-- E para que será o seu próprio tempo? – Os olhos de Emily não puderam conter seus desejos, minuciando os mínimos detalhes do corpo da outra até alcançar seus olhos.

 

            O novo encontro entre azuis e dourados causou-lhe um frio na barriga.

 

            Alice suspirou pesado e deixou escapar uma risada curta e nervosa enquanto engasgava-se com as próprias palavras.

 

-- Q... quê? – Pigarreou, pressionando os lábios em um sorriso forçado.

 

-- Você me ouviu. – Tentou conter o riso.

 

            A advogada ficou rígida, e sua boca secou. Pensou em duas ou três coisas para dizer, mas nenhuma palavra saiu de sua boca.

 

-- Você ainda está ai? – Fitou os olhos dourados e atordoados da outra.

 

-- Eu... Ah... Meu tempo ele...  – Franziu o nariz e pressionou os lábios, estava completamente desconsertada com a pergunta. – Você ainda nem sabe o meu nome e quer que eu revele meus segredos para você? – Uma pontada de alivio invadiu o peito.

 

-- Você tem razão...  Onde eu estava com a cabeça...

 

-- Pois é, esqueceu-se até mesmo da educação quando saiu do hospital. – Emily traduziu o timbre e também os traços ao redor dos lábios da advogada e logo riu junto dela.

 

-- Você vai me dizer ou seu nome agora ou prefere continuar zombando do meu acidente? – Arqueou uma das sobrancelhas, segurando nos lábios a vontade de rir.

 

-- Veja só, ela tem senso de humor... – Alice brincou uma ultima vez antes de finalmente olhá-la nos olhos. – Alice Butckovisky. 

 

            Emily sentiu uma pontada na boca do estomago ao ouvir aquele nome, e seus olhos estreitaram-se, buscando-se através dos da advogada. O semblante da ruiva estava lívido e perplexo e foi questão de tempo até seu coração responder ao nome: Alice. – Sentiu-se completamente desorientada, e embora isso pudesse explicar o quanto havia se sentido bem com uma completa estranha, não saber mais sobre ela a deixava inquieta. Lembrou-se da noite anterior e do motivo pelo qual havia saído naquela tempestade, confrontando a coincidência do destino ao colocar aquela mulher diante dela em carne e osso.

 

-- Alice? – Repetiu em voz alta, fazendo a morena arquear as sobrancelhas. – Eu estava... – O coração palpitou, e antes que pudesse dizer qualquer coisa a respeito da lembrança delas juntas. – ...Pensando se... Será que podemos descer, mesmo com a tempestade? – Decidiu que seria melhor não dar falsas esperanças para a outra. – Eu estou morrendo de fome.

 

            A advogada suspirou, aliviada.

 

-- Ainda bem que eu não sou a única.

            Os longos e chuvosos dias que se passaram enquanto estavam na fazenda fizeram-nas ficar confinadas no chalé, e embora não houvesse muito o que fazer dentro de casa, o tédio não teve vez. As mulheres passavam horas conversando sobre as coisas mais diversas, e quando se cansavam, apenas assistiam a algum filme ou jogavam um dos vários jogos que tinha no PS4. Emily sentia-se acolhida pela morena, e por mais que estivesse decidida a deixar seu passado para trás, algo no sentimento que silenciosamente invadia seu peito a deixava intrigada. – Seu corpo estremecia quando a advogada se aproximava demais, e nos breves momentos em que a tocava, o ar chegava a faltar. O rosto ficava rubro e seu coração fervia em desejo quando a ouvia dizer o quanto ela era linda, e todo o carinho que Alice demonstrava causava-lhe dúvidas e aguçava sua curiosidade. – Para Alice as coisas pareciam ser bem mais complicadas. Ela tinha certeza do amor que ainda carregava no peito, e ter a ruiva tão perto e ao mesmo tempo tão longe lhe deixava completamente louca. Sua vontade era agarrá-la contra a própria vontade, como fizera quando eram mais novas, e toma-la em um beijo esperançoso e nostálgico. – Não adiantava disfarçar. Todo o corpo da advogada implorava por contato, e bastava que Emily se aproximasse para que todo o seu mundo ficasse abalado. – Era difícil controlar seus desejos movidos por sentimentos tão fortes, e vez ou outra ela vacilava, dizendo à ruiva algumas palavras carinhosas até demais para duas amigas.

 

-- Posso te perguntar uma coisa? –Observava a advogada quando se aproximou.

            Alice estava sentada sobre o peitoril da janela, observando a tempestade que caía bravamente junto a trovões e relâmpagos, quando foi desperta por aquelas palavras curiosas e singelas.

-- É claro que sim. – Os lábios finos e avermelhados formaram algo que quase assemelhava-se a um sorriso.

-- Nós éramos muito próximas? – Emily encostou seu corpo na advogada, debruçando-se sobre os joelhos dobrados da mesma.

 

-- Pode-se dizer que sim. – Seus olhos reluziram. – Mas porque a pergunta? – Alice deslizou a mão pelo peitoril da janela, alcançando a borda da blusa da ruiva, brincando com seus dedos pelos detalhes da costura.

-- Você passou uma semana inteira comigo aqui e sequer preocupou-se em contatar qualquer pessoa... Você tem alguma coisa além de mim na sua vida? – Franziu o cenho quando a advogada riu.

-- É claro que sim! – O sorriso desarmou-se dos lábios. – Eu só perdi tempo demais ao seu lado e queria compensar isso de alguma forma.

-- Você não precisa fazer isso por mim. – Emily tentou se afastar, mas Alice segurou firma na borda de sua blusa, mantendo-a ali.

-- Eu estou fazendo isso por mim, Emily. Eu senti a sua falta. – O coração da ruiva pulou no peito quando aqueles olhos dourados fitaram-na com tanto pesar. – Por um longo tempo eu achei que tinha te perdido para sempre... Mas de alguma forma eu não perdi, e eu... – A respiração pesou quando as lágrimas se formaram. – ... Eu não quero perder agora. – A voz vacilou.

-- Você me amava, não é? – Soou receosa.

-- Mais do que qualquer coisa nesse mundo. – Admitiu.

            O olhar da ruiva acompanhou todo o semblante da advogada transformar-se em um mar de completa solidão e luto, e por um breve momento, ela entendeu o coração tão cheio de amor, de batimentos acelerados, emocionados e descompassados da outra e compartilhou daquele sentimento. – Pois sabia que, por mais que gostasse de Alice, não era amor, não aquele tipo de amor. Não com aquelas dimensões que transbordavam dos olhos dourados que tanto gostava de admirar. – Sentiu-se arrependida por pergunta-lhe se a amava, e completamente incapaz de consolá-la agora. Fitou-a por um longo período, e por mais que seu coração traísse seus pensamentos, ela sabia que jamais poderia arriscar beijá-la, não sem ter certeza de seus sentimentos à respeito dela. – Emily jamais se perdoaria se causasse dor à aquela mulher tão incrível, doce e esplendida que havia aparecido em sua vida. – Uma de suas mãos alcançaram as de Alice, e tão puramente Emily entrelaçou seus dedos, puxando-a para um abraço espontâneo e carinhoso.

 

-- Eu sinto muito por não ser a sua Emily.

 

“Mas você ainda é!” – Pensou, sentindo um aperto invadir seu coração, deixando-a em agonia por não poder dizê-la tudo que queria.

 

            Na manhã seguinte, Emily acordou cedo e ver o sol pairando no céu lhe deixou revigorada, pois ela não via a hora de sair daquele chalé e andar pela fazenda. – A ruiva gostava do clima ameno do lugar, do silêncio do interior, da forma como os pássaros cantavam e as folhas das arvores praticamente uivavam ao vento.  – Pensou em acordar Alice, que dormia na cama ao lado, mas decidiu não interromper aquele sono tão pacato e bravamente conquistado depois de uma noite em lágrimas angustiadas. 

 

-- Espero que você tenha tido o melhor dos sonos, Alice. – Pensou consigo mesma ao atentar-se as feições delicadas do rosto da advogada, que aparentava carregar um sorriso discreto nos lábios. – Talvez esteja tendo um sonho bom. – Imaginou.

 

            A manhã foi agitada para a ruiva, que andarilhou por todos os lugares daquela imensidão de terras cobertas por gramíneas ainda úmidas e tão verdes quanto as folhas das árvores na primavera. – Seus passos, inconscientemente, levaram-na até um pequeno píer sobre o lago, onde sentou-se e após tirar os sapatos, colocou os pés na água. – O sol fraco da manhã insidia sobre a sua pele pálida, e a temperatura lhe era extremamente confortável. Fechou os olhos por breves momentos após deitar-se no píer, e seus pensamentos trouxeram-lhe uma série de cenas misteriosas e um tanto quanto estranhas.

 

            “Naqueles pensamentos, Emily tirou seus saltos e sentou-se na ponta do píer, colocando seus pés em contato com a água. Ela os remexia de um lado para o outro.

 

-- Quanta coisa em menos de vinte e quatro horas... -- Resmungou.

 

            A ruiva tateava a superfície do píer, conduzindo seus dedos pelas finas ranhuras da madeira escura, enquanto observava a beleza que era o reflexo da lua incidindo na água. Fechou os olhos e espirou todo o ar que pôde sentindo o vento incidir em seu rosto e trazer-lhe os diversos cheiros da natureza. O cheiro das flores misturado ao cheiro da terra molhada, o som da água remexida pelos seus pés, tudo era de tamanha tranquilidade. 

 

-- Tentando fugir de novo, Emily? -- A voz do rapaz junto ao som da madeira rangendo despertou-a, trazendo-a de volta a realidade.

 

            A ruiva deixou escapar um sorriso discreto e sociável, demonstrando ao amigo que ele poderia se aproximar sem receio algum, e assim ele o fez ao sentar-se ao lado dela.

 

-- Toda aquela música, a aglomeração de pessoas... -- Franziu a testa e movimentou a cabeça negativamente. -- Não é pra mim. -- Emily olhou para o rapaz e deu-lhe um sorriso simpático.

 

-- As pessoas ou ‘a’ pessoa? -- Matheus tentava ser compreensivo, mas a verdade é que ele nunca havia entendido toda essa paixão da amiga pela Anne, e isso o deixava desconfortável.

 

            A ruiva suspirou vagarosamente e retornou seu olhar para o lago. 

 

-- Por incrível que pareça, Math, eu não estou tão incomodada com isso. -- O rapaz analisou minuciosamente a expressão da ruiva, notando naquele rosto tão delicado uma verdade e também um ar de alivio, e isso de certa forma o surpreendeu. Matheus estreitou seu olhar para a amiga, desconfiado.

 

-- Então você está me dizendo que a minha amiga, Emily, finalmente superou esse relacionamento conturbado? -- Um sorriso discreto formou-se nos lábios do rapaz, ele também se sentia aliviado por saber que a ruiva não mais sofreria por aquela mulher.

 

-- Eu sinto como se... -- Emily umedeceu os lábios antes de prosseguir. Tentou minimizar um sorriso que teimou a formar-se em seus lábios novamente e por fim prosseguiu. -- Como se eu tivesse superado isso há anos... O que é estranho, não é?! -- Perguntou mais para si mesma do que para o amigo.

 

-- Eu não acho que seja estranho. Na verdade, Emily, eu acho que você apenas é humana, como qualquer outra pessoa. -- Matheus levou sua mão até a da amiga, depositando-a sobre a dela. -- Eu acho que quando um relacionamento acaba por qualquer outro motivo que não seja de fato “o término do amor”, as pessoas acabam ficando sempre com aquela simples e pequena pergunta na cabeça, uma pergunta que insiste em nos perseguir toda vez que nos encontramos com essa pessoa... -- Emily o olhou, intrigada com as palavras do amigo. -- "E se...?” Essa singela pergunta tem grandes poderes em nossa mente, minha pequena.

 

-- Talvez seja realmente isso. -- Interrompeu. -- Eu sabia que tinha acabado. Sabia que Anne e eu nunca mais ficaríamos juntas de novo, pelo menos não daquela maneira pura que era antes... -- A verdade que Emily enxergava agora parecia-lhe como uma grande muralha que deixava de ser invisível, pois ela sabia que estava lá, mas até então recusava-se a ver. -- Eu acho que apenas me sentia como se a nossa história não tivesse chegado ao fim, sabe? Como se tivéssemos algo a mais para viver naquela relação, me forçando a acreditar nisso, a acreditar no meu sentimento por ela. E mesmo que esse amor incondicional estivesse apenas no passado, a vontade de querer terminar o que de certa forma não chegou ao fim me deixou completamente confusa -- Gesticulava. -- Me fazendo acreditar cegamente, durante todo esse tempo, que eu ainda estava apaixonada por ela, quando na verdade eu estava apaix... -- Emily manteve-se boquiaberta, mas naquele instante recusou-se a falar, a admitir em voz alta o que parecia-lhe finalmente fazer algum sentido. Mordiscou o lábio inferior durante um sorriso doce.

 

-- Quando na verdade...? -- Tentou incentivá-la a continuar.

 

-- Eu estou apaixonada por outra pessoa. -- Completou as palavras do amigo que arqueou as sobrancelhas ao ouvi-la.

 

-- Emily Egmond Leur Harley, você está me dizendo que outra pessoa, uma cujo o nome não é Anne Calliari, tomou seu coração? -- O timbre impressionado do rapaz fez com que a ruiva soltasse uma risada gostosa e tímida. Ela o olhou nos olhos, submergindo naquela imensidão de azul, e admitiu não só para o rapaz, mas para ela mesma o que estava agarrado em sua garganta.

 

-- Eu acho que sempre estive. -- Pressionou os lábios em um sorriso de canto de boca.

 

            O rapaz depositou suas mãos no rosto da jovem e apertou suas bochechas com as palmas enquanto remexia o rosto dela de um lado para o outro.

 

-- Você é definitivamente a pessoa mais confusa que eu conheço. -- Sorriu divertido.

 

-- Acho que o adjetivo mais correto seria “pessoa mais sonsa”, isso sim. -- Emily bufou após resmungar uma verdade sobre ela.

 

-- Sonsa? -- Parou de balançar o rosto da amiga e a encarou.

 

-- É Matheus, sonsa. Ela sempre esteve ao meu lado, sempre esteve bem na minha frente e eu nunca me permiti enxergar esse sentimento, nunca me permiti viver esse momento... -- Ele a interrompeu, apertando seu rosto entre as mãos em um movimento involuntário.

 

-- Espera ai. Você não... -- A expressão, antes divertida do rapaz, deu espaço para uma feição completamente séria e também nervosa. -- Você não está falando da...”

 

-- Emily? – Alice despertou-a do transe com sua voz firme, enquanto caminhava até ela.

 

            A ruiva olhou-a por cima do ombro, mas nada disse. Seus pensamentos levaram-na para lugares distantes, e embora seus olhos olhassem diretamente para a advogada, ela não a via de certo. Buscou recordar-se no seu intimo de quem falavam quando Alice a tirou de seus mais confusos e estranhos devaneios, mas foi em vão.  – Eu estou apaixonada por outra pessoa. – Pensou, recordando-se de que antes mesmo do seu acidente, ela já havia deixado de amar Anne.  – Mas quem por quem? Quem era? Porque eu não...

 

-- Emily? – Interrompeu-a novamente, despertando-a de seus pensamentos mais uma vez.

 

-- O que foi? – Foi rude.

 

            Alice ameaçou recuar ao ouvi-la tão ríspida.

 

-- Eu vim chama-la para tomar café da manhã... Joana disse que... – Foi interrompida.

 

-- Eu não quero. – Seus olhos voltaram-se para a água escura do lago.

 

-- Emily, você precisa comer... – Ignorou, mantendo-se atenciosa.

 

-- NÃO! EU PRECISO ME LEMBRAR. – Esbravejou as palavras. – É DISSO QUE EU PRECISO.

 

            Alice brecou, evitando qualquer nova aproximação. Seus olhos buscaram pelas expressões corporais da ruiva, mas não foi capaz de traduzí-las. – Franziu a testa e respirou fundo, permitindo-se abraçar a paciência que sabia que precisaria ter com Emily. – Não era fácil entende-la. Uma hora ela não queria se lembrar de seu passado, e de repente mudava de opinião. – Simplesmente não fazia sentido, mas talvez fosse exatamente isso que Emily sentisse agora, que nada fazia sentido... E esse sentimento com certeza deveria ser agoniante. – Alice tentou entender.

 

-- Como assim? Se lembrar de quê? – Fitou-a de longe.

 

            Emily se sentia enjoada.

 

-- Eu estava aqui. Tinha um rapaz comigo. Nós conversamos, e... E eu estava prestes a dizer à ele por quem eu estava apaixonada... – Fechou os olhos, remoendo-se por dentro por não conseguir lembrar. – E você apareceu.

 

-- Você... Você está dizendo que se lembrou de algo? – O coração chegou a descompassar ao pensar na possibilidade da memória da ruiva voltar.

-- Não! Quer dizer... Eu não sei. – Bateu a mão sobre a madeira do píer, sentindo seu rosto ferver de raiva. – Esses flashs, essas cenas... Essas pessoas... As conversas... Eu não me lembro de nada. – A respiração pesada evidenciava a dificuldade em falar sobre aquilo.  – É como se tudo isso fosse um grande sonho... Uma criação da minha cabeça. Não é real, não parece real... Mas... – Emily queria acreditar que tudo aquilo fosse verdade.

 

-- Eu sei. – Alice estava próxima o suficiente para apoiar sua mão sobre o ombro enrijecido da ruiva.

 

            Emily inclinou a cabeça para trás, podendo observá-la.

 

-- Desculpa pelo meu mau comportamento... – O azul de seus olhos não brilhava como de costume, estavam sem vida. – Eu não sei o que essas coisas fazem comigo.

 

            Alice agachou atrás da ruiva, depositando um beijo longo e carinho em sua testa, e nenhuma palavra precisou ser dita para que Emily entendesse que estava tudo bem.

 

            Ficaram ali por longos minutos, todos eles em um silêncio que as permitiu pensar sobre o que tinha acabado de acontecer. – Emily precisava se lembrar, ela precisava entender todos aqueles acontecimentos, precisava saber se era real, ela devia isso à si mesma. – Alice precisou controlar seus ânimos a respeito do que aquela conversa poderia ou não significar. Se as memórias de Emily poderiam realmente voltar em flashs, ela deveria estar preparada para lidar com toda a confusão que isso poderia causar na ruiva. E se o que ela dizia “se lembrar” fosse apenas fruto de sua imaginação, Alice precisaria encontrar um meio de ajuda-la a discernir tudo isso.

 

~ DUAS SEMANAS DEPOIS ~

 

 

-- Emily, você colocou tudo na mala? – Katrien observava-a vagar de um lado para o outro pelo quarto.

 

-- Sim mãe. – Olhou a mala mais uma vez. – Só para ter certeza. – Ouviu-se uma risadinha escapar da boca da mãe.

 

-- Você tem certeza que quer ir nessa viagem? – Os olhos preocupados e receosos de Katrien logo foram sacados pela ruiva.

 

-- Não vou falar sobre isso de novo. – Respondeu ríspida, incrédula com o fato da mãe tentar convencer-lhe a não ir novamente.

 

-- Que viagem? – Alice terminou de abrir a porta do quarto, e adentrou. – Emily... Você vai viajar? – Seus olhos anteciparam-se para encontra-la pelo quarto.

 

            As sobrancelhas de Katrien se ergueram, arqueando sobre seus olhos que transcorreram todo o quarto na tentativa de evitar entregar os planos da filha.

 

-- Eu vou deixar vocês conversarem a sós... – Forçou um sorriso desajeitado.

 

-- Oi Alice. – Emily comprimiu os lábios em um sorriso envergonhado.

 

-- Você ia viajar sem sequer se despedir? – Ignorou o cumprimento da outra.

 

            Emily não ousou responder, sabia que teria que confirmar.

 

-- Eu sei que você pode não se lembrar da nossa história, mas... – Alice sentiu um embrulho no estômago e um aperto no peito. Apressou-se ao se aproximar da ruiva, olhando-a nos olhos de forma penetrante. – Depois de ontem eu pensei que... Que você teria pelo menos a decência de se despedir...

 

-- Alice, ontem foi um erro. 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas, como estão?!

 

Espero que tenham gostado do novo capitulo!

 

Semana que vem tem mais.

 

Um grande beijo à todas e uma boa semana. <3


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 53 - Capítulo 53. Você precisa lembrar, Emily. :
Lary_ferreira
Lary_ferreira

Em: 24/08/2017

Comecei a ler a uns 3 dias. E a cada capítulo que terminava eu logo queria ler os outros e isso não me deixou comentar nenhum capitulo anterior kkkk.

Eu confesso que já anseio muito pelo próximo cap.
É uma linda história. Me prendeu bastante. Parabéns pelo bom trabalho.

Já aguardo uma breve atualização. Bjs
Resposta do autor:

Oi Lary. Primeiramente, seja muito bem vinda!!! 

É com uma imensa alegria que venho lhe agradecer pelo carinho de dedicar uma parte do seu tempo para comentar aqui na história. É muito lindo e extremamente incentivador chegar aqui e dar de cara com comentários cheios de carinho e também de emoção!

Espero que esteja gostando da leitura e que continue seguindo os capitulos! 

Fico com o coração explodindo quando vejo que vocês, as pessoas para quem eu escrevo, gostam da história. E a cada dia eu quero melhorar mais e mais para poder trazer capitulos ainda mais emocionantes e cheios de vida para vocês.

 

Um grande beijo e uma ótima semana para você.

P.s. Desculpa o atraso do capitulo que eu prometi para essa semana, mas acabaram marcando prova em duas matérias do meu curso e puf, tive que estudar para não tirar o famoso zero né. Espero que entenda e, se serve de algum consolo, estou escrevendo o mais rápido possível e com todo o coração para trazer o proximo capitulo o quanto antes.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

lay colombo
lay colombo

Em: 17/08/2017

Em vc não fode, q história é essa de erro, não tem erro nenhum não.

E Gente como faz pra arranjar uma Alice ? A mulher é perfeita, o jeito q ela entende a Ruiva e se coloca no lugar dela, é ainda suprime a dor q tá sentindo só pra não fazer ela sofrer, nossa casava, mas casava na HR.

Jenny minha princesa tô muito feliz q vc voltou, um bjo minha linda e q esse finzinho de semana seja incrível e a semana q vem tbm.


Resposta do autor:

Ei meu bem, como está?!

 

Hhahahah desculpa pela crueldade de ter atrasado justo nessa continuação. Espero que não esteja me odiando muito por isso.

 

Voltei com todo gás e decidida a dar a vocÊs o final pelo qual tanto as fiz esperar. 

 

Alice é mesmo perfeita, não é? O dia que encontrar alguém assim, digo, alguém que não venha de um fruto da minha imaginação, por favor, lembre-se de me apresentar também! Todas temos o direito de conhecer hahaha

Espero que teu final de semana tenha sido tão maravilhoso quando esse teu comentário, pois eu amei.

Um grande beijo, uma ótima semana e até daqui a pouquinho.

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 16/08/2017

Ola Jenny

Espero que esse final de capítulo seja lembranças e não o futuro, acho que Alice e ela tiveram um momento entre elas, e talvez a memória da Emily deve ter lembrado de algo mais não quer dar esperança a Alice.

Bjus e até o próximo capítulo


Resposta do autor:

Oi Mille, tudo bem? Espero que sim!

Minha lingua fica coçando de vontade de contar o que estou preparando para vocês, mas não posso fazer isso né, spoilers são feios hahahahha.

 

Emily e Alice viveram uma linda história e sentem um amor muito grande uma pela outra, isso é nítido. Mas toda essa questão das consequencias do acidente podem mudar as circunstâncias das coisas para a ruiva, não é mesmo?!

Vamos ver!!

 

Obrigada pelo apoio e pelo carinho, é lindo chegar aqui e ver seus comentários!

Um grande beijo.

 

P.s. Desculpa o atraso do capitulo que eu prometi para essa semana, mas acabaram marcando prova em duas matérias do meu curso e puf, tive que estudar para não tirar o famoso zero né. Espero que entenda e, se serve de algum consolo, estou escrevendo o mais rápido possível e com todo o coração para trazer o proximo capitulo o quanto antes.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web