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Torta de Limão por antoniamendes

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Palavras: 5627
Acessos: 2729   |  Postado em: 25/08/2017

Capítulo 9

Fernanda.

 

Sabe quando você sente um cheiro estranho no ar? Algo inexplicável, você não sabe da onde vem, por onde vem, ou de quem vem, mas ele está ali. Só você sente. Aliás, seu sexto sentido. Eu só entendi qual era esse cheiro no dia que eu fui no escritório da Lívia entregar uns papéis que ela deixou em casa na noite passada. Ah! O cheiro, vale-se dizer, é de piranha, e não, não emanava da Lívia, mas estava envolto nela.

Adentrei o escritório e uma senhora levantou os olhos para mim, de fato ela não me conhecia, era a primeira vez que eu ia no local de trabalho da Lívia.

- Bom dia, senhorita! Em que posso ajuda-la?

- Oi, bom dia! Eu gostaria de falar com a Lívia. – ela me olhou por alguns segundos como se tentasse me reconhecer.

- A senhora tem horário marcado com a doutora Lívia? Ela está em reunião, um dos sócios a chamou de última hora na sala dele. – olhou para o envelope em minhas mãos – é para entregar a ela? Se você quiser eu posso dar quando ela sair.

Eu até pretendia entregar a simpática senhora, mas senti uma pontada no rim, sabe daquelas que faz você sentir que tem algo errado? Pois é.

- Eu posso esperar? – perguntei já me encaminhando para o sofá.

- Claro, mas que mal te pergunte, como é o nome da senhorita?

- Fernanda, eu sou a namorada da Lívia. – a senhora me olhou agora com reconhecimento, e me sorriu mais convidativa.

- Ah sim, por isso me deu uma sensação de familiaridade. – ela se levantou – não prefere esperar na sala dela? A Lívia me contou que vocês vão ter um bebê. – “vocês?”. Que linda! Eu sorri idiota. A engenheira nunca falou do bebê como nosso, não comigo. Mas é tão bom saber que ela pensa nele como dela também. Acho que ela percebeu minha cara boba. – venha, vou te levar até lá.

Andamos por um corredor, o escritório era de médio porte, mas estava em ascensão. A sala era ampla, em tons claros, grandes janelas e detalhes em madeira.

Fui até a mesa da Lívia e sorri ao ver uma foto minha em um porta-retratos, ao lado da foto da Júlia. Ando muito emotiva, fiquei até meio emocionada mesmo. A senhora me sorriu.

- A Lívia gosta muito de você. – por um momento a secretária me fitou com certa dúvida, como se quisesse me falar algo – eu espero que vocês saibam proteger esse amor de vocês. – ok, o que está acontecendo que eu não sei? Essa conversa está estranha. – Ah, Fernanda, é bom você vir aqui com mais frequência. – saiu da sala. Me deixou mais desconfiada do que eu estava.

Respirei fundo. Sentei na cadeira confortável que a minha amável engenheira ocupava. Abri o notebook, bem tinha senha, óbvio, mas a muito tempo esse código já me era conhecido. A Lívia é uma daquelas pessoas que usa a mesma senha para tudo. Meu coração parou quando eu percebi que o plano de fundo era uma foto nossa ainda adolescente. A Lívia amava aquela foto, eu lembro de ter visto na casa dela também.

Eu me recordava bem daquela imagem, a gente de farda e eu já sentada no colo dela fazendo pose, ela meio sem jeito me sorria tímida. Foi o dia da nossa primeira vez, talvez por isso seja tão importante. Meu Deus, como eu nunca percebi o quanto a Lívia gostava de mim? Tantos anos e eu só...a usando...eu sei que eu gosto dela, talvez, desde sempre, mas o quanto ela sofreu todo esse tempo...ok, esses hormônios tão me deixando neurótica.

Ouvi saltos se aproximarem, inicialmente até pensei ser a minha namorada, mas antes de entrar eu senti um perfume enjoado. A porta foi aberta, e uma mulher loura, vestida com uma camisa social branca com os primeiros botões, propositadamente, sim propositadamente mesmo, abertos.

- Lí tem como você olhar esses projetos – ela parou e me olhou surpresa – quem é você? – me questionou altiva.

- Eu sou a mulher da Lívia – me levantei e encarei os olhos verdes da assanhada a minha frente.

- O negocinho da Lívia? – a pirralha teve a ousadia de rebaixar meu relacionamento.

- Não a mulher dela, é comigo que a Lívia vai casar, na verdade, só falta legalizar porque nós já casamos, já que moramos praticamente juntas. – a menina sorriu com escarnio, eu conheço esse tipo, essa pilantra tá em cima da minha mulher e não faz a menor questão de disfarçar.

- Vamos ver quando essa criança nascer como vão ficar as coisas. – me sorriu falsa – sabe, início é assim mesmo, cheio de amores, mas quero ver quando esse pirralho começar a encher o saco, ela vai lembrar rapidinho que não é dela, afinal biologicamente impossível ser filho dela também – fez uma pausa e se aproximou mais de mim – aliás, você acha que pode mesmo cobrar fidelidade da Lívia? Engravidou de outro enquanto estava com ela. Se ela te chifrasse hoje só estaria devolvendo o presentinho.

- Quanta inveja hein?! Mas eu entendo, deve ser difícil para uma puta como você desejar alguém e não poder ter. – me aproximei bem dela, a gente era praticamente da mesma altura – a Lívia é minha, e eu não vou tolerar que você encoste em nada que é meu.

A engenheira entrou de vez na sala, e pareceu meio surpresa, ou tensa em nos ver assim tão próximas.

- Tá tudo bem aqui? – perguntou incerta.

-Tá. – respondemos uníssonas.

- Doutora, depois eu volto tem algumas coisas que eu gostaria de te mostrar – saiu da sala sem antes me encarar com um sorrisinho cínico de quem ainda vai me dar trabalho.

- Que foi amor? Você tá com uma cara. – me perguntou logo após a pilantra sair.

- Nada. – tranquei a porta da sala, fechei as persianas. A engenheira me olhava em clara expressão de desentendimento.

Empurrei ela na cadeira e sentei em seu colo, ela arregalou os olhos surpresa. Ok. Queria marcar território sim, queria que meu cheiro ficasse por aquela sala inteirinha e mais ainda grudasse na minha namorada, queria que ela tivesse lembranças minhas e motivos para só pensar em mim.

- Nanda você está maluca? A gente faz isso em casa – falou enquanto se levantava, mas eu grudei nela e joguei de volta na cadeira.

- Não, eu quero aqui e quero agora. – levantei delicadamente desocupei parte da mesa dela, virei a fotografia da Júlia para o outro lado, baixei meu short com a calcinha junto, sentei na mesa dela com as pernas bem abertas – ch*pa!

Ela arregalou os olhos eu semicerrei os meus, puxei ela pelos cabelos para mim. De início foi meio estranho, mas, era a minha mulher, o corpo reconhece. Acho que a Lívia esqueceu do local em que estávamos porque me sugou maravilhosamente bem, eu também estava meio travada, não pelo local porque nunca teve isso comigo, mas aquela menina no final das contas me deixou meio angustiada.

Obviamente meu corpo respondia aos estímulos dela, mas meu coração estava apertado. Eu g*zei na boca da minha engenheira, e ela sugou tudo com carinho, ela beijou minha boca com desejo, eu adorava sentir o meu gosto na boca dela, depois me ajudou a levantar e a me vestir. A morena sempre foi muito carinhosa comigo, ela sim era a mulher certa para se construir uma família, mas eu sempre fui tão torta. Talvez, só talvez, aquela assanhada estivesse certa. Se a Lívia me traísse, bem...eu nem sei, provavelmente eu deveria perdoar, mas eu não consigo nem pensar nisso direito.

- Que foi amor? – me perguntou enquanto me abraçava – não gostou? – me inqueriu confusa. Meu Deus ela ainda se preocupava com isso!

- Claro que gostei, Lív. – passei a mão no rosto dela – você vai jantar em casa hoje? Quero terminar isso lá em casa. – sorri enquanto olhava para os botões abertos da camisa dela.

- Não sei Nanda, acho que vou para minha casa. – ajeitou os cabelos.

- Por que? – franzi o cenho.

- Porque tem dias que eu não vou em casa. – me fitou – saudades de minha casa.

- Você enjoou de mim? – eu sei, estou melosa. Mas são esses hormônios. Nem eu estava aguentando mais meu drama.

- Não, Nanda. Nada a ver com isso. – ela foi até o banheiro lavou o rosto e as mãos. – Só estou com saudade da minha casa.

- Mas o Lipo vai sentir sua falta.

- Só o Lipo né? – ela me olhou com um sorriso cínico – de toda forma nem deu tempo dele sentir saudade ainda.

- Tá certo, você que sabe – fechei a cara e ela suspirou.

- Fernanda...

- Não fica ai, vai pra sua casa mesmo – levantei peguei minha bolsa – e me encaminhei para a porta. – ah, eu viajo amanhã para fazer o ensaio no Rio, quer alguma coisa de lá? – perguntei com ironia.

- Não sabia que você ia viajar amanhã.

- Eu te falei, mas parece que tem coisa demais para você prestar atenção aqui na empresa.

- O que você está querendo dizer? – me olhou desconfiada.

- Pra bom entendedor meia palavra basta! – virei as costas e saí.

Óbvio que saí sorrindo como se nada tivesse acontecido. Não vi aquele projeto de piranha que pretendia roubar minha mulher. Passei pela recepção e dei um tchauzinho para a senhora que me atendeu tão calorosamente, e prometi voltar mais vezes.

Passei o resto do dia na academia. Dei algumas aulas e fiz alguns ensaios, a barriga estava levemente protuberante, mas ainda passava despercebida, e não me impedia de dançar.

- Cuidado para não exagerar hein? – Pepê me estendeu uma garrafinha de água quando acabou o ensaio.

- Eu tô bem, gravidez não é doença. – devolvi a garrafa e caminhei ao lado dele para irmos ao vestiário.

- A doutora deixou você se exercitar tanto assim?

- Nem me fale da Lívia.

- O que aquela ogra aprontou dessa vez?

- Na verdade nada – meu amigo me olhou com uma interrogação na testa – me arrumou uma estagiária piranha – parei secando o suor com a toalha – olha janta lá em casa que eu te conto o resto.

- Hum, noite do pijama é? – perguntou cheio de gracinha, eu revirei os olhos e fui para o vestiário.

 

Estava acabando a novela, eu já tinha narrado para meu amigo a situação do escritório, e aguardava o seu veredito.

- Mas a Lívia dá ousadia para ela? – perguntou enquanto raspava o brigadeiro da panela.

- Não sei, acho que não. – passei as mãos no cabelo, agoniada.

- Nanda, qual seu medo? Que a Lívia te traia? Meu Deus, essa mulher é apaixonada por você!

- Eu sei amigo, mas, observe, nesse aspecto eu acho até que a piranha loura tava certa, se ela fizesse eu...eu não poderia reclamar, fui tão filha da puta com a minha engenheira.

- Maria Fernanda, você está com medo de perder a Lívia! É normal, você nunca se apaixonou por ninguém antes, quer dizer, só pela própria Lívia. Vixe, eu lembro dos seus estresses quando ela te largava – fez uma careta engraçada – só que você descontava dando para mil caras diferentes.

- Nem fala isso alto pelo amor de Deus porque se a Lívia ouve...terceira guerra mundial fácil.

- Hum, mas me conta e essa viagem?

- Pois é, vou passar uns três dias lá no Rio, fazer umas fotos, parece até que vou dançar em um show. Não tenho certeza ainda.

- Fernanda, toma cuidado! Esses esforços muito intensos...

- Eu sempre dancei, não vai me fazer mal, que coisa! E o bebê ainda tá muito pequeno, nem dá pra perceber direito que eu estou grávida.

- E a ogra deixou? Porque aquilo ali do jeito que é...- fez careta. Eu olhei para meu amigo ressentida.

- Ela nem lembrava da minha viagem, parece que tem coisa mais importante entretendo ela – meus olhos marejaram. Já disse o quanto eu odeio esses hormônios?

- Oh amiga, nem fique assim, essa menina não representa nada, e você sabe que a morena é louca, apaixonada, arreada por você!

- Eu sei e se eu ficar gorda, cheia de estrias, meus peitos caírem, ficar com olheiras, cansada demais para sex*? – perguntei já sentindo as lágrimas queimarem meu rosto.

- Nanda, isso não vai acontecer! Pelo amor de Deus, não pira! – ele levantou, vamos dormir, vamos.

 

O dia seguinte chegou, nem sinal da Lívia, aliás ela sequer foi ao aeroporto se despedir de mim ou me desejar “boa viagem!”.

Cheguei ao Rio, malmente tive tempo de ir ao hotel, fiz uma sessão de fotos para divulgar uma marca. O fotografo, um rapaz simpático, no melhor estilo carioca esbanjava sorrisos.

- Depois daqui a gente podia esticar, te levar para conhecer a noite da cidade maravilhosa! – gentilmente segurou a minha mão.

- Eu ainda vou fazer um evento hoje a noite. – eu sorri. Eu gostava de ser cortejada apesar de tudo.

- Ah sim, eu vou cobrir esse show também. – chegou mais perto de mim – mas a gente poderia ver o dia amanhecer na praia. Te garanto que é um fenômeno fantástico. – piscou o olho.

Sorri e sai sem responde-lo. Óbvio que eu sabia que existiam muitas más intenções no convite do fotógrafo, mas eu não iria cair em tentação, só gostava mesmo da sensação de ser desejada.

 

O show foi fantástico, na beira da praia, as pessoas animadas uma energia incrível. Na saída do evento, Beto, o fotógrafo, me abordou novamente.

- Então, pensou na minha proposta?

- Olha Beto, eu agradeço a sua proposta, mas eu sou comprometida. – sim eu disse essa frase! Sim, eu dispensei um carioca delicioso!

- Qual é?! Só um chope, uma boa conversa – colocou uma das mãos na minha cintura e se aproximou mais de mim. – você vai gostar.

- Não olha – eu tentei me afastar, mas ele me puxou mais para ele – não faz isso – tentei empurra-lo mais uma vez, no entanto, Beto me puxou mais para ele e me beijou, de início eu até aceitei, não nego, mas no segundo seguinte eu me toquei da besteira. – me solta – gritei exasperada, ele até tentou me beijar de novo mas apareceram dois rapazes bem maiores que ele.

- Solta a garota! – um dos homens falou, puxou-o de vez e deu um soco no estômago do fotógrafo que não esperava e por incrível que pareça me olhou com ódio.

- A gente vai te ensinar a respeitar uma mulher – e a sequência de atos me deixou abismada. Eu tentei interferir, dizer que ele só forçou “um beijo” – moça, ele só forçou um beijo porque nós interferimos, ninguém sabe o que esse imbecil poderia ter feito se a gente não tivesse aqui, e te digo mais, amanhã ou depois se você falasse alguma coisa ele ia alegar que você gostou só estava de presepada e você não teria provas para se defender, ou estaria envergonhada demais para denunciar.

- Olha, eu agradeço, mas violência não é o caminho.

- E a justiça é? – uma moça apareceu e se pôs ao lado do rapaz que conversava comigo - a senhora acha que esse rapaz com cara de playboy seria preso? Quando um homem agarra uma mulher em um canto escuto mesmo sabendo que ela não quer, ele sabe muito bem o que vai fazer, sabe que o ato é desrespeitoso e vilipendia não só o corpo mas a alma feminina. – ela parou e olhou para o fotografo todo ensanguentado no chão – eu fui vítima de um animal desses, e sabe o que a justiça fez? Nada. – ela engoliu em seco – o agressor tinha “bons antecedentes”, só existia o meu testemunho que era uma prova frágil, e mais o magistrado conhecia o avô do monstro que era desembargador, eu fui taxada de louca, minha família exposta e ele saiu do tribunal pela porta da frente como se não devesse nada a sociedade.

Eu não sabia o que falar, a revolta dela era muito grande, não sei se pela dor da violência ou pela decepção na justiça brasileira que inverte papéis e transforma vítimas em agressores e agressores em vítimas. No final das contas, apesar do jeito torto eles me ajudaram e, de fato, sabe Deus o que Beto poderia fazer comigo ali.

- Olha, eu descordo da forma como vocês resolvem esse “problema”, no entanto, de fato eu não tenho como prever o que o Beto poderia fazer, então eu agradeço o que vocês fizeram por mim! – estendi a mão para a moça a minha frente e recebi um olhar meio ressabiado com um sorriso tímido – Nanda, prazer!

- Maria – a moça negra de lindos olhos achocolatados se apresentou e caminhou comigo, nos distanciando do local. – posso te acompanhar ao seu hotel?

- Como você sabe que eu estou em um hotel?

- Presumi, já que você não é daqui. – antes que eu perguntasse ela completou, como se adivinhasse meus pensamentos – você tem um sotaque forte, ritmado, gostoso de ouvir – me deu um sorriso lindo daqueles que hipnotizam.

- Pode, não é longe daqui, mas será que tem algum lugar aberto? Tô com fome! – falei meio sem jeito.

- Tem sim. – ela segurou a minha mão e me levou entre ruelas e alguns becos, subimos algumas escadarias e paramos em frente a um bar simples, que tinha uma vista incrível, algumas pessoas cantavam animadas.

- Você quer comer o que? – eu olhei rápido o cardápio – duas porções de bolinho de bacalhau, um suco de laranja e um quindim daquele bem grande ali – ela arregalou os olhos.

- Moça como você mantém esse corpo? – eu sorri.

- Sou gostosa né? – ela ficou vermelha – mas eu tô comendo por dois.

Ela fez sinal afirmativo com a cabeça e olhou para minha barriga.

- É agora que você falou dá pra notar um pouco. Seu namorado deixou você vir para cá sozinha?

- Eu vim trabalhar! E nem acho que ela se importou sabia? – disse com os olhos baixos, Maria me olhava com uma interrogação na testa. – o filho não é dela, meio óbvio, mas enfim...

- E ela aceitou sua traição?

- Eu não a traí! – falei alto, ela arregalou o olho.

- Ah, vocês se conheceram depois.

- Não – tudo bem era difícil explicar – a gente começou bem cedo, mas tínhamos um relacionamento meio aberto, quando a gente decidiu namorar mesmo eu já estava grávida.

- Moderninha você viu? – eu ri – ela deve gostar muito porque assumir o filho de outra pessoa assim, deve ser difícil.

- Ela é incrível mesmo. – sorri.

Nós ainda gastamos um tempo conversando, e após devorar toda a comida que eu pedi, Maria me levou para o hotel, e me deixou na porta com segurança, eu não podia deixar de abraça-la.

- Olha, eu vou te dar meu número, a gente pode continuar a amizade e quem sabe qualquer dia desses eu vou lá na sua terra te visitar, tenho família por lá sabia?!

- Apareça sim – puxei meu celular – nossa descarregou - Maria sorriu puxou um papelzinho qualquer e anotou a mão o número do telefone.

E assim ela se foi, não sem antes me dar um novo abraço, ela cheirava a canela e a me dava uma sensação boa de conforto.

No outro dia eu acordei atrasada, como sempre, se uma das meninas da equipe não bate na porta eu perdia o voo.

 

Lívia

Pode parecer pirraça, mas poxa a Nanda também não valoriza nada que eu faço, eu sei que tem gente que gosta de ser “caça” e outras pessoas preferem ser “caçador”, como eu, só que as vezes é bom ver a mulher que você gosta reconhece algo que você faz, entretanto, a minha dançarina briga comigo por nada e nem dá as caras, também não a procurei.

Cheguei ao escritório cedo, o dia estava lindo, agradeci baixinho pois sabia que a lourinha retornava hoje. Me enterrei no trabalho, já passava das 10:00 horas quando eu fui na copa buscar um café e encontrei a Flávia e outra estagiária assistindo algum telejornal. Percebi um certo mal-estar no ar.

- Fiquem tranquilas meninas, vocês são estagiárias, mas não são escravas, podem fazer uma pausa. – sorri. Observei rapidamente o que se passava no programa, e mais uma vez relatava-se a violência de uma metrópole brasileira – espetáculo bárbaro né? Pior que tanta gente inocente é vítima desse horror, é bala perdida, ônibus incendiado, agressões por homofobia – levei o café a boca e amarguei um pouco mais a tristeza daquelas notícias.

- É verdade doutora – a estagiária cujo o nome me escapava da memória concordou comigo.

- Nem me fale, um amigo meu foi recentemente atacado no Rio, sem qualquer motivo sabe? Parece que uma moça armou para ele e o coitado nem teve como se defender foram dois contra um. – pontuou minha estagiária em notável indignação.

- Assim, gratuitamente?

- É, o Beto me contou isso ontem, ele é fotógrafo, cobria um evento quando foi covardemente agredido.

- Meu Deus que horror – a outra menina falou. Eu, particularmente achei estranho, porque a gente que vem do subúrbio assim que nasce aprende logo duas coisas, primeiro a não se meter com aquilo que não lhe diz respeito, segundo ninguém apanha de graça.

- Flávia, eu vou acompanhar uma obra aqui perto e quero que você venha comigo, a tarde não estarei aqui. – parei olhei para o decote da blusa rosa que ela vestia – e faça o favor de trocar essa blusa, ambiente de trabalho não é para você tentar “sensualizar” não – e fiz aspas mesmo.

Estava meio estressada mesmo. Fernanda não deu sinal de vida desde o dia que viajou.

Assim, que entramos no carro meu celular tocou, olhei no visor era meu pai.

- Oi, pai. Fala rápido que eu tô no trânsito.

- Bom dia minha filha, dormiu bem? – brincou ele, eu com o humor infernal que estava dei o melhor que pude, um grunhido. – nossa filha que alegria! Bem eu quero fazer um negocinho lá em sua casa hoje, a gente pode fazer uma reunião em família, conheço tão pouco a minha nora.

- Não sei não pai, meu clima com a Maria Fernanda não está muito bom! – respondia sob o olhar atento da minha estagiária. O fato d’eu não me importar não significava que eu não sabia das intenções daquela menina, eu só não tinha interesse mesmo. – e a Fernanda vai chegar hoje de viagem vai estar cansada.

- Filha, larga de ser chata e implicante – eu suspirei e ele insistiu pacientemente – você vai buscar a Nandinha – Nandinha? Oi? Nem bem soube que era a nora dele e já estava nessa pegada?! – e faça o favor de chegar com flores bem bonitas, lírios! Vou te passar o endereço de uma floricultura que eu conheço, você vai gostar. A Nandinha chega que horas?

- Acho que uma 17 ou 18 horas, por aí.

- Vá busca-la no aeroporto eu vou preparar tudo. – eu sorri, meu pai tava tentando né?! Balancei a cabeça.

Percebi que a garota ao meu lado me observava. Por mais que a Nanda reclamasse eu não achava que a menina era de todo ruim, talvez ela só desejasse ter alguém de verdade e idealizasse isso em mim, tão novinha ainda.

Sai da obra tarde, nem deu tempo de voltar no escritório ou passar em casa, olhei a mensagem que meu pai me mandou e fui à floricultura que ele indicou, para a minha surpresa o ramalhete já estava pronto. Sorri para a senhorinha que me entregou o buquê arrumado com todo o amor e corri para o aeroporto na esperança da minha dançarina não ter chegado ainda.

Cheguei ao aeroporto meio perdida, sempre fui péssima com essas coisas. Uma atendente se comoveu com minha cara de desespero e me ajudou. Eu fiquei em pé, em um local mais discretos, me sentia um pouco boba com aquelas flores na mão, como uma adolescente mesmo.

Demorou cerca de 20 minutos ainda, e eu vi alguns colegas que viajaram com ela, foram poucos, mas eu os conhecia da academia. Ela veio, apesar dos óculos escuros parecia ainda meio sonolenta. Só percebeu minha presença porque uma outra dançarina lhe deu uma cotovelada.

Ela me olhou, meio desconfiada, mas quando viu o buquê em minhas mãos me presenteou com um leve sorriso. Veio em minha direção, eu carinhosamente e meio sem jeito a abracei. Aspirei profundamente o cheiro dos cabelos dela.

- Vim te buscar – falei e entreguei os lírios – espero que você goste – sim, estava me sentindo uma adolescente em meu primeiro encontro.

- São lindas, obrigada! – ela sorriu, eu vi uma pontinha de lágrima no canto de seus olhos. A Nanda estava tão sentimental com essa gravidez, e eu particularmente adorava esse momento dela.

Ela me deu um selinho carinhoso e alguns componentes do grupo fizeram um sonoro “ounw”, enquanto algumas pessoas nos olhavam curiosas, outras ainda mantinham uma careta de desgosto, mas eu nem me importava com isso.

Chegamos em casa, até eu fiquei surpresa, realmente era uma reunião em família, meus irmãos estavam lá, meu pai, e os pais da Nanda. Tinha um vaso com flores iguais as que eu tinha dado a ela no centro da mesa, e em volta tinha alguns doces e salgadinhos. Eu olhei para meu pai quase emocionada, ele fez aquilo com tanto carinho.

- Sabe eu fiquei com muito medo quando soube que a minha princesa gostava de meninas, no começo fui até duro, sou um homem antigo – coçou um pouco a barba procurando as palavras – no fundo eu tinha medo do julgamento das pessoas, medo do quanto a minha filha poderia ser maltratada pelas pessoas, e acabei maltratando-a também – emocionado fez uma pausa – bem, eu que tinha receio de estar perdendo uma filha descobri que na realidade estava ganhando outra – sorriu para a Nanda, que a muito já estava emocionada – e um neto.

Meu pai foi até a estante e pegou uma caixinha enrolada em um papel bonito com tema infantil e nos entregou. Eu abri e sorri ao ver uma roupinha de bebe com o escudo do “Bahia” time do coração de meu pai. Nos abraçamos, foi realmente um momento emocionante.

Foi uma confraternização bastante emocionante, já era fim de noite quando eu e meu pai tomávamos um cálice de vinho, minha irmã, que já tinha tirado várias fotos e gravado alguns vídeos dançando com minha namorada, dormia no sofá, meu irmão discutia sobre futebol com os meus cunhados, os quais chegaram mais tarde a festa, meus sogros em razão de um compromisso já tinham ido embora.

A dançarina veio sorrindo em minha direção, se jogou ao meu lado no sofá e colocou as pernas em cima do meu colo, meu pai sorriu da minha cara de boba ao olhar para ela.

- Filha, sem querer estragar o momento, sua mãe...-sequer deixo-o continuar

- Eu não quero saber pai! – fechei a cara.

- Amor, ouve seu pai – eu olhei para ela que me mirava compreensiva. Tirei o tênis dela e mirei meu pai com as sobrancelhas erguidas. Ele continuou.

- Bem, sua mãe sente sua falta – eu dei de ombros, tanto faz agora – eu a peguei alisando uma foto sua, aquela da sua formatura.

- É, a única coisa que ela se orgulhava é de ter pelo menos um de seus filhos com diploma. – sorri irônica. Meu pai suspirou e passou as mãos por entre os fios de cabelos brancos.

- Eu não disse que sua mãe tá certa, poxa, parece que é pecado um homem querer ter sua família unida. – falou baixinho quase em confissão. Óbvio que eu adoraria ter um ambiente familiar harmônico com pessoas que se amam e respeitam, no entanto, não erámos assim! E outra, ainda tinha o Marcos! Esse ai era fora de cogitação mesmo.

- Ela fez a escolha dela. Meu pai, eu e o Marcos nos odiamos desde sempre. Ele é um marginal e ainda assim ela escolheu o bandidinho de merd*, se ela quer se enterrar na merd* junto com ele, que se enterre! Ela e mais quem quiser seguir aquele desgraçado! – meu pai engoliu em seco. O homem me mirou ressentido, triste mesmo, eu sabia que não era comigo. Era a tristeza de saber que algumas coisas nunca poderiam ser desconstruídas, ou perdoadas. Não ele nunca teria a família dele completamente unida.

O pessoal foi embora e minha lourinha já estava jogada no sofá a muito tempo. Puxei um dos pés dela e beijei, ela fez careta.

- Mor eu tenho chulé, para! – eu sorri.

- Eu sei, eu gosto do cheiro do seu chulé sabia?! – a Nanda fez uma careta de nojo e tentou puxar o pé, eu segurei e beijei de novo. E beijei a panturrilha, o joelho e me sentei em sua perna direita enquanto a esquerda permanecia em meu ombro. Ela sorriu maliciosa.

Me posicionei melhor sobre ela, e beijei sua boca. Sentia ela sugar minha língua com ânsia, as mãos apertando minhas costas e meu bumbum. Ela tinha pressa, eu também. Entretanto, sempre gostei de apreciar cada momento com ela, cada minuto de prazer e desejo que vivíamos.

Devagar desabotoei minha camisa e deixei a ver meus seios envoltos em um sutiã de renda azul petróleo, ela adorava aquela cor e desconhecia essa lingerie. Me levantei, tirei minha calça e antes que ela tentasse me seguir a empurrei novamente no sofá escuro. A dançarina me olhou sem entender e eu pedi que ela esperasse, caminhei até o quarto e voltei com uma caixa vermelha com um laço negro em cima, entreguei-a.

Ela abriu e ergueu uma sobrancelha.

- Eu sei que a gente tem um strap *n, mas esse eu comprei para você. - ela deu um meio sorriso – você sempre reclama que eu comando tudo, que eu sou mandona. – ela abriu um imenso sorriu e manuseou o presente. – veste, antes de colocar na caixa eu higienizei, fica tranquila!

A Fernanda colocou o brinquedo, e aquele instrumento ficou incrivelmente sexy nela, por incrível que pareça apesar de tantos anos era a primeira vez que eu deixava a dançarina me penetrar com uma prótese.

Eu ainda de lingerie sentei no sofá e puxei a loura para mais perto de mim, beijei sua barriga e soltei seu sutiã, massageando com carinho seus seios. Eu podia sentir o cheiro do sex* pulsante dela enquanto os olhos fechados revelavam o prazer que sentia.

Inclinei-me sobre o p*nis e conduzi-o a minha boca, umedecendo-o com minha saliva. A loura fazia leve movimentos de fricção, enquanto com minhas mãos eu acarinhava seu bumbum.

- Deita amor, deixa eu entrar em você – ela falou com a voz grave. Eu não deitei. Virei de costas, coloquei os dois joelhos no sofá e me inclinei. Senti a Fernanda jogar meus cabelos para o lado, lamber minhas costas e, meio agoniada, abrir meu sutiã.

Meus seios saltaram e ela acarinhou com as pontas dos dedos, enquanto colava seu corpo ao meu e respirava forte contra o meu ouvido.

- Me come vai amor, por favor. – eu estava excitada, não aguentava mais.

Ouvi o sorriso dela. Senti quando ela colocou uma das mãos nas minhas costas pr’eu inclinar mais, e com jeitinho introduziu o p*nis em mim. A dançarina apertava meu quadril com força, e eu rebol*va “nela”.

- Mais forte, vai Fernanda!

De repente ela parou. Só pode estar de sacanagem. Eis que veio uma pergunta que eu nunca imaginei.

- Quem manda em você?

- Hãn?

- Responde Lívia! – senti um ardor estralar na lateral da minha bunda.

- Você, Maria Fernanda!

- Boa garota! – alisou meu cabelo e voltou a introduzir o p*nis em mim de forma ritmada! Bem, ninguém melhor do que ela entendia de ritmo né?!

- Vem, quero você sentando. – ela se sentou no sofá e me puxou para o seu colo.

Particularmente não era minha posição preferida, no entanto, ela parecia vidrada na ideia de “entrar em mim”, e o calor abrasivo transbordava de seus olhos verde folha. E foi com essa imagem que eu cheguei ao meu primeiro orgasmo da noite, mas não o último.

 

Já passava das 03:00 horas da manhã quando resolvemos pedir uma pizza, na verdade duas porque a grávida queria também uma doce.

- Amor, você tem dois reais trocado para facilitar? – perguntei com a maior parte do dinheiro na mão.

- Tem no bolso do meu short, pega lá.

Fui até a sala onde o short dela estava jogado e puxei de um dos bolsos uma nota e um papel, ao abri-lo me surpreendi com um nome e um número. Com um peso estranho no peito eu segui para o quarto.

- Fernanda?

- Oi, Li. Nossa você está pálida, tá tudo bem? – ela me perguntou e veio em minha direção, eu recuei.

 

- Quem é Maria?

Fim do capítulo


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Comentários para 9 - Capítulo 9:
Mary
Mary

Em: 25/08/2017

Moça, sua história é mto boa e você escreve bem pra caramba, não some mais não!  =)

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