O grupo era divertido, passei um dia maravilhoso ali, até esqueci o motivo que me levou aquele paraíso, já retorno a noitinha pra pousada e vou direto para meu quarto, estava tão relaxada que não queria que nada lhe tirasse a paz.

Quando desço pra jantar, meus olhos buscam no local aquela que não saia de minha cabeça mas não a vejo, o que me causou decepção. As vezes não me entendia, aquela mulher fazia de tudo pra me provocar e eu não conseguia ficar o dia sem pensar nela, querer ve-la.

O restaurante estava cheio, devido ao horário. Observo alguns casais e mais uma vez meus olhos insistem em olhar pra mesa que estive com ela pela manhã.

-está me procurando?

Meu coração dispara ao ouvir sua voz bem próximo a meu ouvido.

- você é mesmo muito convencida, estou procurando uma mesa desocupada pra jantar.

-tem somente aquela- aponta pra uma mesa de canto.Era bem reservada, própria pra casais que queriam mais intimidade. Lembro do episódio pela manhã, olho novamente pra onde havíamos sentado- não adianta que a nossa já está ocupada!

-não estava olhando pra lá- desvio meus olhos pra mesa que estava desocupada- e quem te disse que quero que se sente comigo?

- então você vai ficar em pé, pois vou me sentar nela!

Sem falar mais nada encaminha – se em direção a mesa vazia. Senta-se me olhando com aquele sorriso cínico, que era sua marca registrada.

Tinha somente duas alternativas: ou me sentava com ela, ou esperava até que desocupasse alguma mesa, mas estava com muita fome pra esperar a boa vontade dos hóspedes da pousada.

Sigo em direção a mesa que ela ocupava. Seu sorriso não abandona seu rosto até o momento  que me sentei,se pudesse arrancaria aquela expressão cínica de seu rosto!

- resolveu me acompanhar? Eu sabia que não resistir minha presença.

Faça expressão aborrecida, como se estivesse enfadada. Jamais daria aquele gostinho a ela.

- não tinha outra escolha, ou me sentava com você, ou ficaria com fome. E a minha fome e maior que meu desagrado de estar a seu lado.

Sua gargalhada despertou curiosidade de outros hóspedes, em direção a nossa mesa.

-não tenta se desfazer de mim,  sei que esta louca pra provar outra vez de meu Beijo.

Aquela mulher gostava de me provocar ao extremo, mas não podia negar que sim, queria experimentar seus beijos outra vez. Mas não ia dar aquele gostinho a ela.

- é pelo que percebi hoje cedo, Beijos não é a única coisa que quer provar de mim.

- não se iluda! Você não é tão boa assim.

-eu gosto de me iludir, e quanto a ser boa, conheço o meu potencial.

Outra vez aquele sorriso irritante!

-você se acha não é?

-até hoje ninguém nunca reclamou, que experimentar? Te faço esquecer o mundo!- ela estava se divertindo com minha irritação.

- você é boa pra suas negas, como se fala aqui no Brasil.

- isso eu sou mesmo.

-além de irritante, convencida!

Aquela mulher já deve ter ido pra cama com muitas, aquele pensamento me irritava!

- é bom a gente parar de falar e jantar, essa conversa está me dando fome.

-queria comer outra coisa, mas não posso. Pelo menos aqui!

O duplo sentido de palavras, causou um esquentamento em minha intimidade. Preferi calar, mas minha vontade era lhe dar uma resposta atravessada!

Enquanto jantava percebo sua insistência em me observar, não entendia o porquê de meu corpo reagir tão intensamente a ela. Escuto um vibrará de celular, não era o meu pois esse estava em cima da mesa, era o de Dayse que tocava insistentemente, ela tira o celular da jaqueta jeans que vestia, olha o visor, e parece não gostar da insistência de seu interlocutor.

- oi Alessandra esqueceu de me falar alguma coisa? - fala sem muita emoção.

A pessoa do outro lado fala algo, ela Entorta a Boca Em Desagrado.

- tudo bem, te aguado na quinta feira – para, escutando a tal Alessandra – estou em um chalé sim, pode sim ficar hospedada lá até no domingo.

Se despede me deixando curiosa, sua expressão era de preocupação. Quem será essa tal Alessandra, me perguntava constantemente.

....

Depois que conversei com Berta me senti mais aliviada, pelo que havia percebido ela conhecia toda a história da mae de Sabrina, e não a julgava como muitos. Talvez pudesse me ajudar quando tia Vivian fosse, pra ilha dos sonhos.

No dia seguinte de minha conversa com Berta precisei ir até a cidade, o dono do local que pretendia alugar, queria conversar comigo.Convidei Sabrina, queria muito que ela conhecesse o local que pretendia montar, meu futuro restaurante.

Saímos cedo no dia seguinte, pretendia resolver toda a questão do aluguel pela manhã, e à tarde queria passear com minha amada. Quando chegamos ao local, o dono do imóvel já estava nos esperando juntamente com o corretor. Nos comprimenta indicando a entrada que dava acesso ao segundo piso.

-o Gabriel me falou que pretende montar um restaurante aqui?

-é justamente pra esse proposito que quero alugar! Minha família a anos tem negócios nesse ramo, na Itália.

-o espaço aqui é grande, fora esse apartamento que podes morar.

-minha intensão é de somente usá-lo, quando não poder voltar no mesmo dia pra Ilha dos sonhos.

-vocês moram lá?

-Sabrina é dona da pousada dos sonhos!

-já estive hospedado com minha família, várias vezes ali. O lugar é lindo e sossegado, servia pra me desligar um pouco dos negócios.

O senhor sorrir pra Sabrina, ele aparentava ter mais de 60 anos mas era bem aperfeiçoado.

-queria mostrar o lugar a ela! - falo com seu Ronaldo dono do local.

-fique a vontade, vou tratar de outros imóveis que tenho pra alugar com Gabriel, e assim que vocês acabarem podemos fechar o contrato.

-bem que me falou que o local é ideal pra o que tens em mente!- percebo Sabrina maravilhada com o local.

-acho que papai ira gostar também, quero bater umas fotos e mandar pra ele!

Ficamos algum tempo conversando com o senhorio, ele era muito simpático. Quando Sabrina me chamou de amor na sua frente, pensei que poderia ficar constrangido, mais seu sorriso denunciava o contrário.

Sabrina me convida pra passearmos, almoçamos em um restaurante a beira mar e logo em seguida me chama pra conhecer outras ilhas, menos distante que a ilha dos sonhos.

Algumas ilhas habitavam somente pescadores, alguns em situação bem menos favorecidas. Passamos a tarde conhecendo aqueles lugarejos, já era noite quando resolvemos retornar para ilha dos sonhos.

Assim que entramos na Pousada, Dayse vem em nossa direção querendo falar com Sabrina.

-aconteceu alguma coisa Dayse? - a advogada parecia um pouco sem jeito em falar.

-não aconteceu nada de sério, queria te pedir um favor. Preciso formular um documento de compra e queria saber se posso usar seu computador, meu notebook resolveu mostrar que só trabalha quando quer. Tentei elaborar hoje pela parte da tarde, e não consegui liga-lo.

-pode sim! Enquanto a seu computador traga e peça para o Ivan leva-lo a uma assistência, ele conhece um pouco de computador, talvez consiga fazer que pegue.

-obrigada Sabrina, precisarei ter esses documentos em mãos até quinta-feira.Minha ex mulher resolveu vender uma fazenda que tínhamos, só que aquele lugar é minha paixão, então resolvemos negociar. Ela chegara na quinta feira, queria até reservar um quarto pra ela, a convidei pra ficar no chalé comigo, mas depois pensei melhor.

Percebo a Advogada ficar um pouco sem jeito ao mencionar aquele fato, será que Pietra tinha alguma coisa a ver com aquela mudança de planos, pelo que pude perceber Dayse estava querendo Pietra  , e com a chegada de sua ex mulher, as coisas poderiam se complicar. 

-vou pedir pra Amália reservar um quarto, se quiseres pode usar agora meu escritório ou pela manhã.

-pode ser amanhã, hoje não estou com cabeça pra nada.

-você já jantou? -pergunto, Dayse parecia querer conversar, a advogada parecia agitada- não quer nos acompanhar?

-acabei de jantar, obrigada! Vou caminhar um pouco, talvez a brisa da noite me acalme.

Se despede tomando o rumo da praia, era estranho ver a advogada assim, desde que a conheci apresentava um bom humor fora do normal, sempre brincando ou provocando quem estivesse a seu lado.

-amor você quer jantar logo?

-melhor vida, quando formos pra sua casa, já é pra deitar agarradinha contigo!

-quando formos PRA NOSSA CASA, quero um banho bem gostoso e namorar muito.

Me sentia tão bem quando ela falava “nossa casa” , queria muito poder estar sempre em sua vida , não queria pensar que isso poderia mudar em alguns dias.

Resolvemos jantar no restaurante, que estava lotado sem nenhuma mesa vazia. Em uma das mesas vejo Pietra que parecia distraída, mexia com o talher no prato sem olha-lo, seu olhar estava vidrado na parede de vidro do restaurante onde se via o luar.

-amor se importa se sentarmos com a Pietra?- Sabrina segue meu olhar e deve ter pensando o mesmo sobre minha ex, pois não se importou.

-oi Pietra, podemos sentar com você? O restaurante está cheio e não tem uma mesa vazia!

-tudo bem fiquem a vontade, já terminei mesmo- olho seu prato ainda cheio, ela sempre foi ‘boca de boca’ como costumava falar a ela, nem parecia aquela mulher cheia de si, que conhecia.

-aconteceu alguma coisa Pietra, pra você perder o apetite?

-não aconteceu nada, só estou sem fome mesmo!

-amor, que hora será que a Dayse usara seu escritório-toco no nome da advogada mais pra ver a reação de minha ex, que ao escutar o nome da advogada me olha concentrada em minha conversa- queria resolver alguns negócios com Geno amanhã.

-acho que ela não demorara muito, não me deixe esquecer de reservar um quarto pra  mulher dela!

-Como assim! A  mulher da Dayse chega na quinta?

Ela parecia aturdida com que escutara, parecia desacreditada que isso realmente poderia acontecer.

-ela vem pra resolver alguns negócios com a Dayse!

-então era com ela que estava falando agora a pouco, enquanto jantávamos.

Ela parecia refletir, acho que nem percebera que havia falado alto.

-vocês estavam jantando juntas?!-Sabrina pergunta abismada, já que era do conhecimento de todos, que as duas viviam em guerra.

-não estávamos jantando juntas, ela apenas me convidou pra sentar na mesma mesa, já que está cheio o restaurante.

Pietra parecia diferente, desde o dia em que me pedira desculpa, parecia mais centrada, não aquela pessoa que chegou disposta a me ter de volta. Tinha uma leve impressão que a advogada tinha algo a ver com aquilo.

...

P /DAYSE

Aquele telefonema de Alessandra me tirou o apetite, percebo a curiosidade no olhar da ninfa ao termino de minha conversa. Não queria falar a respeito de meu relacionamento anterior, por isso resolvi pedir licença e me retirar da mesa.

Ia caminhar um pouco pra esfriar a cabeça, não que estivesse aborrecida, mas só em pensar em encontrar com Alessandra outra vez, me sentia magoada. Apesar de não ama-la mais, ainda me ressentia com sua traição, apesar de saber que tive minha culpa. No meio do caminho encontro as meninas e aproveito para pedir a Sabrina que me emprestasse seu computador pra redigir o documento de compra da fazenda.

Havia esquecido de perguntar a Alessandra se viria sozinha, pois pelo que soubera ela já estava em um relacionamento sério a algum tempo,  com a mesma que havia me traído,  uma colega de trabalho.

 Enquanto caminhava o olhar da Ninfa não saia de minha cabeça. Não sei bem se foi decepção que vi em seu olhar, apesar de toda aquela pose, e falar o tempo todo que não me queria, sabia que não passava de fachada. Senti o quanto a excitava pela manhã! Ela não me era indiferente.

Sento no mesmo lugar que encontrei a Ninfa na noite anterior, lembro de nosso beijo, de minha mãos passeando por seu corpo, fecho os olhos sonhando com seus lábios macios, “aquela mulher deveria ser uma loucura fazendo amor” penso, precisava fazer alguma coisa pra tê-la em meus braços, era uma necessidade que me corroía por dentro. tê-la pra mim havia se tornado uma obsessão, desde o dia em que a vi nua em minha cama, pensava nisso dia e noite! Pensar nela aflorava meu libido de maneira incrível, uma necessidade de senti-la em mim, que se tornava angustiante, não sabia dizer se era um desejo momentâneo, só sabia que a queria, que precisava tê-la.

Durante minha vida de solteira e até mesmo de casada, já havia sentido atração por outras mulheres. So que eram atração passageiras que sempre no final de uma noitada de amor, cada uma seguia seu rumo, algumas vezes, sem nem ao menos saber direito o nome. Espera que com a Ninfa também acontecesse o mesmo, pois pelo pouco que pude conhecer dela, não era de se deixar ficar somente com uma pessoa, sempre estava correndo atrás de outras mulheres.

Já passavam das 22:30 quando resolvo voltar para casa, minha cabeça ainda fervilhava ora pensava na Ninfa, ora como seria minha reação ao ver Alessandra e principalmente qual seria minha reação em vê-la com alguém, se essa levasse sua atual mulher.

Já em meu chalé tomo um banho pra relaxar, deito, e minha mente novamente divaga em busca da ninfa, queria tê-la ali beijando seu corpo, tocando em seu sex*, passando minha língua por sua pele macia. Gemo diante a imagem que se forma em minha cabeça, e minha mão toma o caminho de meu prazer, que estava latente louco por sentir os toques de minha ninfa.

Estava tao concentrada em meus toques, que só escuto baterem na porta, quando as palmas viraram muros contra a porta de entrada, me assustei com a violência, pois a pessoa parecia transtornada.

Caminho até a entrada, meu corpo ainda necessitado, louco pra ser saciado. Quando abro a porta meu coração disparou e meu corpo treme, por ver diante de mim a razão de meu martírio.

-Você é muito sem vergonha, como tem coragem de me tocar, quando sua mulher chegara na quinta.

Ela disparava com as palavras, enquanto seu olhar era furioso.

Fim do capítulo