A fortiori por Bastiat
Capítulo 28 - Lar doce Lar
Laura
- Ah, a luz do dia! O sol! O cheiro do mundo! Que saudade que eu estava disso tudo.
Ouvi risada do meu pai e da Patrícia que estão comigo aguardando o carro na porta do hospital. Eu estou tão feliz de poder sair do hospital que nem me importo mais se estou voltando para a casa dos meus pais. Talvez eu realmente estivesse exagerando, dramatizando um pouco demais a minha vida. Tudo que eu estou passando, a minha mãe passou o dobro, porque eu não era fácil, as minhas filhas aparentemente assimilaram muito melhor o meu erro, do que eu assimilava o erro da minha mãe. A vida está me dando uma segunda chance de viver e eu não errarei mais.
Minha perna ainda está com gesso, me impossibilitando de qualquer passo. Assim como meu braço me impossibilita de fazer as coisas sozinhas, como trocar de roupa. Minha costela que está enfaixada às vezes acusa dor. Mas sair do clima e cheiro de hospital já é uma grande vitória.
O carro não demorou a chegar e depois de me ajeitar no banco, meu pai girou a chave e partimos para a velho doce lar.
Não demorou muito e já entramos no condomínio que passei grande parte da minha adolescência e começo da vida adulta. Fiz um exercício de lembrar somente as coisas boas e tentar esquecer as lembranças ruins que insistiam em aparecer.
Com a ajuda do meu pai, dispensei a cadeira de rodas. Ele me levou até a porta sendo o meu apoio. A Patrícia carregava as bolsas e sorria. Eu estou pronta para começar tudo de novo.
- BEM VINDAAAAA!
Assim que a porta foi aberta vi a minha mãe com um sorriso de orelha a orelha, meus irmãos aplaudindo a minha volta e o Sérgio extremamente emocionado. Alguns balões enfeitam sala e há comida posta na mesa de centro. Uma festa de boas-vindas!
- Mãeeeeeee!
Eu estou ficando louca ou ouvi a voz da Marina a minha direita? Virei o pescoço para então ver que as minhas filhas estão na porta da biblioteca com a... Verônica. Meu raciocínio costume me trair. Até me dar conta de que é a Vero, sempre penso que é a Camila.
Permiti que minhas lágrimas escorressem. Eu tentei segurar na entrada, mas a presença das minhas filhas ali é demais para o meu pobre coração.
Minha vontade foi de correr até elas, mas não posso. Quem chegou perto de mim foram as duas, e abraçaram a minha cintura.
- Esperem a mãe sentar-se para eu poder abraçar vocês também.
Elas correram para a sofá e meu pai me colocou perto delas para eu pudesse receber o carinho que tanto preciso. Ficamos um tempo só abraçadas.
- Minhas meninas, sei que com certeza vocês já foram apresentadas para os seus avós, mas creio que tenho que fazer isso. Essa é a minha mãe, avó de vocês, a Andreia. Esse é o avô, o Carlos. Além disso, vocês têm dois tios. Esses são meus irmãos, Lívia e Bento, eles são gêmeos como vocês. Eu queria pedir desculpas por ter privado vocês dessa família, por fazer vocês perderem oito anos sem conhecer essas pessoas maravilhosas.
- A vovó parece com você, mãe - Diana disse.
Diana me chama de mãe tão espontaneamente que chega a aquecer o meu coração toda vez que escuto.
- Então eu dei sorte de ser tão bonita assim? Dizem que vocês se parecem comigo, então somos quatro mulheres lindas.
Todos caíram na gargalhada. Minha mãe aproveitou para me abraçar, assim como meus irmãos. O Bento parecia ter baixado a guarda. Depois do que aconteceu em São Paulo fiquei me perguntando se ele um dia ia me tratar como irmã, mas já que ele está aqui, é um bom sinal.
- Estou sentindo falta do abraço do meu melhor amigo.
Sorri para o Sérgio que parecia tão ou mais emocionado como eu. Na verdade, me assustei um pouco com as lágrimas que estão nos olhos dele.
- Eu fiquei com tanto medo de te perder.
- Ei, eu estou aqui, jamais te deixarei.
- J'aime, Laura.
- J'aime, mon chéri.
Olhei ao redor e sorri. Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo. Tudo que eu sempre sonhei, minhas filhas e minha família.
Depois do almoço de comemoração, me senti muito cansada. Pedi ajuda para subir e me deitar. Minhas filhas deitaram-se comigo e tiramos uma boa soneca depois de comer tanta comida.
Verônica
Minha irmã autorizou que eu trouxesse minhas sobrinhas para o almoço de boas-vindas da Laura. Mas também, o que a Marina não pede chorando que a Camila não faz sorrindo? É claro que ela deixou.
Cá estou, depois do almoço, sentada sozinha na biblioteca da casa. Finjo que estou lendo algum livro que na verdade só peguei porque achei a capa bonita.
Nunca me imaginei nesta situação. Eu e a Laura nunca nos damos muito bem e de repente estou na casa dos pais dela. Acho que nunca vim aqui... na verdade já, no casamento delas. A Camila estava tão feliz aquele dia.
"... - Você tem certeza do que quer? Casar-se com a Laura?
- Certeza absoluta. Eu estou tão feliz. Nunca me senti tão feliz como hoje. Não tenho nenhuma dúvida de que ela é o amor da minha vida.
- Fico feliz por você, minha irmã. Está tudo tão bonito na chácara, você está tão linda. Confesso que até a Laura está apresentável.
- Vero, já está na hora de parar de implicar com a minha mulher. Vocês mais do nunca são da mesma família agora. Oficialmente as pessoas mais importantes da minha vida..."
Sim, definitivamente estou totalmente introduzida nessa família. Nem a própria Camila está mais, mas eu sim.
- Atrapalho?
Suspirei. A mulher que povoava os meus sonhos o sorriso largo para mim na porta. Tão bonita e cada dia mais longe das minhas mãos.
- Entra, Patrícia. A casa é um pouco mais sua a partir de hoje.
- É verdade. É a minha moradia provisória. Planejo para o ano que vem alugar um apartamento com a Laura. Na verdade, dependendo de como as coisas vão evoluir, talvez neste ano mesmo a gente possa alugar. Mas como você está? Não tivemos tempo de conversar direito.
- Sim, verdade, mal conversamos desde ontem. Eu estou bem e você?
- Feliz. Muito feliz.
- Imagino o quanto. Laura se recuperando, uma grande filial da sua empresa será inaugurada. Já até planeja um apartamento para as duas.
- E você? Não está feliz?
- Por você? Sim, claro.
- Não, Vero... Você está feliz?
- Não tenho motivos para estar feliz, Patrícia.
- Como não? Sua empresa é um sucesso, suas sobrinhas que viraram o seu objetivo de fazer felizes nos últimos meses estão radiantes. Você ficou mais velhinha ontem. Aliás, parabéns pelo seu aniversário. Não tive tempo de te ligar ontem.
- Obrigada - sorri sem graça.
A verdade é que eu fiquei esperando uma ligação dela o dia todo, mas não recebi ao menos uma mensagem. Eu nunca gostei e nem ligo para o meu aniversário, mas eu gostaria tanto de receber um "parabéns" dela. Era tão importante para mim no dia de ontem.
- Teve festa? Comemorou muito?
- Um jantar com a minha família, só isso.
- E hoje? Vai comemorar em alguma balada?
- Hoje não é meu aniversário mais, Patrícia. O que eu tinha que comemorar já o fiz.
- Nossa, que mau humor Verônica! Aconteceu alguma coisa?
Aconteceu? Está acontecendo! A verdade é que eu tenho sofrido muito desde que ela resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro. Eu tenho ajudado em tudo, passamos mais tempo juntas, resolvo todos os seus problemas, recebo diversas mensagens a qualquer hora do dia, aguento os seus abraços dolorosos sem poder abraçá-la como tenho vontade e ainda escuro as suas lamúrias por causa da Laura. Acima de tudo isso, eu tenho sofrido de amor. Agora ela vem me dizer que vai esperar a Laura se recuperar para dar continuidade a vida a dois delas? E quer que eu fique de bom humor, aplaudindo a felicidade dela? É melhor eu encarar os fatos: ela é louca pela minha ex-cunhada e não vai deixá-la. Só uma pessoa que gosta de verdade se muda para outra cidade para viver o amor. Por mais que ela diga que já tinha planos para a empresa, no fundo ela e eu sabemos que fez isso por amor.
- Não é nada, Patrícia. Eu estou cansada, apenas isso.
Mentir é o melhor remédio. Eu não quero que ela se afaste, mas ao mesmo tempo quero tirá-la da minha vida. Até consegui ficar com outras mulheres, mas não é mais como antes. Acho que o pior está por vir, desde que o médico disse que a Laura receberia alta, ela tem me ignorado. Logo acredito que a Laura recuperada, será a nossa separação total.
- Vamos sair para jantar? Comemorar o seu aniversário?
- Acho melhor não.
- Se você estiver recusando por causa da Laura, achando que eu tenho que ficar aqui cuidando dela, sai dessa.
- Eu não gosto de aniversário.
- Bobagem!
- Outro dia nós jantamos, sim?
- Tudo bem. Então quando você achar melhor, me liga.
E saiu. Simplesmente saiu.
Eu que sofro e ela que fica com birra? Qual é a dela?
Logo em seguida recebi uma mensagem da minha irmã perguntando se estava tudo bem. Respondi rapidamente que sim. Em seguida ela disse que eu poderia ficar o tempo que minhas sobrinhas quisessem porque vai sair com o Guga. Eu achei a mensagem esquisita. Como assim sair com o Guga? A minha irmã não sai. Dei risada do meu pensamento bobo e respondi que ficaria por mais um tempo, depois perguntaria direitinho sobre esta saída.
Camila
Passei o dia todo tentando em ligar para o Guga. Ele não atendeu até agora de propósito, pois sabia que eu ligaria e cancelaria o barzinho. Para ser bem sincera, eu estou muito tentada a ir. Quero muito saber quem é a mulher que ele disse que pode estar interessada em mim. Talvez ela esteja só interessada na âncora do jornal. Mas eu só vou descobrir se ir ao encontro.
São 18:45 e eu estou de toalha em frente ao espelho. Minha roupa está separada e eu estou tomando coragem para seguir em frente. Deixei a toalha cair, observei meu corpo diante do espelho e me perguntei se ainda estou com tudo em cima. Vesti a calcinha e o sutiã rapidamente para parar de fazer aquela análise. Peguei primeiro a calça skinny preta e vesti. Em seguida peguei uma camisa social branca de cetim e gostei do resultado. Calcei um scapin preto e me senti elegante.
Por um momento pensei se não estava simples demais para ir em um barzinho. Na verdade, não faço a mínima ideia de como me arrumar para ir em um barzinho já que há muito tempo não vou. Pensei em mandar uma foto para a Vero para saber se estava bem, mas ela vai encher o saco com perguntas. Melhor confiar na minha escolha.
Liguei o secador e terminei secar os cabelos escovando-os também. Pronto, agora só falta a maquiagem. O que não demorou muito já que só uso maquiagem leve e passo um batom cor de boca mesmo. Cancelei o batom cor de boca e coloquei o vermelho. Se é para sair, que saia bem.
Peguei a minha bolsa quase que correndo. Eu preciso chegar rápido no carro antes de perder a coragem.
Dirigi até a casa do meu amigo com uma música qualquer de fundo. Estou nervosa. Vamos lá Camila, é só uma mulher que você vai conversar por algum tempo, não precisa ficar com ela se não quiser.
Cheguei na porta do apartamento do Gustavo e apertei a campainha. Não demorou muito e a porta foi aberta por ele.
- Eu sabia que você vinha! Você está linda.
- Obrigada. Você não atende o telefone, nem o celular, eu precisava saber se está tudo bem.
- Deixa de ser mentirosa, seria muita coincidência você vir no horário que combinamos.
- Você não me deu outra opção.
Ele abriu passagem para que eu entrasse e me cumprimentou com um beijo estalado no rosto. Passei por ele e paralisei quando vi que ele está com visita.
- Camila, esta é a Heloísa.
Ela se levantou do sofá e ficou parada de pé.
- Prazer, Heloísa Vasquez - sorriu e jogou um olhar sobre a minha roupa, analisando-me.
- Camila Sullivan - falei sem olhar direito para ela.
Estou morrendo de vergonha com aquele olhar para cima de mim. Eu sabia que a roupa não estava adequada.
- Todo mundo sabe seu nome e sobrenome, minha querida. Não precisa se apresentar - Guga brincou para tentar amenizar o clima.
- Desculpa, mas eu tenho que comentar: você é muito mais bonita pessoalmente do que na televisão. Está linda.
Eu apenas sorri e agradeci pelas palavras, nunca tive muito jeito com elogios.
Olhei para a Heloísa que agora assumiu uma postura mais séria e charmosa. Comecei a repará-la. Alta, com um rosto muito fotogênico, cabelo castanho, belos olhos quase puxados e da cor verde capim intensos. Ela tem um rosto de menina. Fiquei me perguntando a idade dela enquanto me sentava em uma poltrona e ela sentava-se no sofá.
- Bom, eu vou terminar de me arrumar e vocês vão se conhecendo... - Gustavo saiu enquanto falava.
"Vão se conhecendo...", agora que me toquei que essa é a mulher que ele quer me apresentar. O problema é que não é uma mulher, é uma menina! Uma garota que provavelmente mora com os pais. Eu achei que a mulher que ele iria apresentar chegaria depois ou estar no bar e que essa Heloísa só iria sair com a gente. Eu vou matar o Gustavo, ah vou! Nada contra essa mulher tão bonita, mas nunca me imaginei saindo com uma estilo modelo. Gosto de mulheres comuns.
- Achei que jornalistas fossem mais comunicativas - a garota empinou o nariz como quem estava bastante irritada com o meu silêncio.
- As aparências enganam, conheço grandes jornalistas que são tímidos. Hum.... eu tenho que trocar uma ou duas palavrinhas com o Guga, já volto.
Senti os olhos da menina me acompanhando e segui para o quarto do meu futuro ex-amigo, porque eu vou matá-lo.
- Você é um homem morto, Gustavo Henrique!
- O que é isso? Que invasão é essa? O que você está fazendo aqui? Você deveria estar conhecendo a Helô.
- Gustavo, como você tem coragem de me apresentar uma menina que acabou de sair das fraldas?
- Que menina? A Helô não é nenhuma menina. Quer dizer, é mais ou menos. Não achei que tivesse problema com idade.
- Ah, não é uma menina? Ela deve ter no máximo 20 anos, seu louco!
- Louca aqui é você! Ela tem 30 anos, só tem aquela cara de menina.
- Gustavo, que mentira! Ela não tem 30 anos de idade nem aqui nem na China.
- Não é mentira.
- Está bem, mesmo que for verdade, 30 anos de idade continua muito nova para mim. Além disso, ela não faz o meu tipo de mulher, parece essas modelos de passarela.
- Eu tentei encontrar uma mulher que eu acho tão bonita quanto a sua ex. A Laura não fica atrás dela.
- Péssima ideia, Gustavo. Eu não me importo com aparência, nem sei porque estou dizendo isso. Mesmo assim, nós vamos falar sobre o quê? Eu não vou ter muito assunto com ela.
- Você não trocou nem dez palavras com ela.
- Sim, mas já dá para perceber que não temos nada em comum.
- Por que você não vai correr atrás da Laura, hein? Vai lá! Garanto que ela faz seu tipo e tem inúmeras coisas em comum com você. Anda, Camila, vai atrás da sua suposta felicidade. Estou começando a pensar que você não quer conhecer ninguém e está louca para voltar com a ex. Ou pior, apenas quer alguém para esfregar na cara da Laura. Não é isso, não é? Por favor, diga-me que não.
Fiquei em silêncio.
- Cah, você está tão presa à Laura que não consegue nem ao menos conversar com outra mulher.
- Eu consigo, eu só... eu só não... eu vou para casa.
- Não, por favor! A Heloísa quer tanto te conhecer. Eu já falei tanto de você para ela e quando consigo apresentá-las quer me fazer essa desfeita? Ela é muito legal, divertida e gosta de viver. É de uma pessoa como ela que você necessita. Se você não quiser nada com ela, tudo bem, ninguém aqui vai forçar nada. Ela pode virar sua amiga também.
Ponderei por alguns segundos e fiz que sim com a cabeça. O Guga está certo, eu preciso sair, conhecer gente nova.
...
Em cinco minutos estávamos entrando no meu carro.
- Eu não acredito que você vai ficar a noite toda sem beber!
Guga estava revoltado porque dispensei o táxi e iria ser a motorista da noite.
- Vou te mostrar que posso ser divertida e me divertir sem uma gota de álcool.
Olhei pelo retrovisor a Heloísa que não tirava aquele sorriso de lado quando olhava para mim.
- Tem certeza de que vocês são amigos? Vocês não pararam de brigar desde que o Guga abriu a porta do apartamento - Heloísa se diverte.
- Quem tem paciência com o Guga? Eu não tenho mais. E vocês são amigos há quanto tempo? - Perguntei tentando puxar algum assunto.
- Nos conhecemos em Praga há mais ou menos sete meses. Ele estava em dificuldades com uma câmera que ele tinha acabado de comprar e quando viu que eu estava fotografando, pediu ajuda.
- Então você é a fotógrafa que fez o Guga achar que era um grande fotógrafo? Ele ficou uns dois meses fotografando tudo que via, inclusive eu era a sua vítima predileta para cliques.
- Eu sei, ele me mostrou todas as fotos que tirou de você. Nunca pensou em ser modelo fotográfica, Camila? Você é muito bonita e leva jeito para a coisa. Seu sorriso é um dos mais lindos que já vi em uma fotografia.
- Está brincando, não é? Não levo o mínimo jeito para isso.
- Você ficou linda em todas as fotos. Você é linda, de verdade. Olhos de fotógrafos não se enganam quando vê uma maravilhas do mundo.
Nossos olhos se encontraram no retrovisor. Aqueles olhos verdes capim tem a capacidade de deixar qualquer um sem graça pelas próximas décadas.
- Eu sempre disse isso para ela, Helô! Mas ela é teimosa, insiste em dizer que não é tudo isso.
- Ela é linda, linda de verdade. Sabe o que é mais engraçado? Eu já trabalhei com a irmã dela, outra linda, porém a Camila tem algo inexplicável, só de olhar e falar com ela dá para sentir a diferença.
Ah, ótimo. Ela já trabalhou com a minha irmã. Isso significa que elas já tiveram um caso e ela é mais uma dessas que se apaixonou pela Verônica. Óbvio que não deu certo e agora ela quer tentar algo comigo ou me fazer de ponte para chegar na Vero.
- Então você conhece a Verônica? Deixe-me adivinhar: tiveram algum romance e você se apaixonou. Agora que percebeu que ela não quer nada, resolveu tentar algo ou me usar de ponte para se aproximar dela.
Fui interrompida por sua gargalhada.
- Você é sempre assim?
- Assim como? - Parei o carro em um estacionamento indicado pelo Guga e resolvi encará-la olhando para o banco de trás.
- Assim, digamos, desconfiada. O máximo que eu tive com a sua irmã foi uma conversa de dez minutos sobre as fotos. Não estou apaixonada por ela, na verdade ela é bem arrogantezinha e não sabe tratar uma mulher. Deu em cima de todas as modelos, só aquele dia eu a vi pegando o número de cinco, marcando um encontro para o outro dia e saindo com outra no final do casting. Não tenho nada contra ela e desculpe falar assim da sua irmã, mas quero que saiba que eu não sou dessas.
- Desculpe-me, eu... eu não queria te ofender - falei sem graça - Eu conheço bem a minha irmã, sei o que ela apronta, eu só pensei que... que vocês tiveram algo. Mas a Vero não é má pessoa, só gosta de se divertir um pouco demais.
- Você não pensou só isso. É engraçado parar para pensar que uma se diverte até demais e a outra não. Mas vamos deixar esse assunto por encerrado. Estamos perdendo muito tempo aqui parados. Vamos?
Ela saiu do carro e observei o olhar de reprovação que o Guga.
- Tá, eu sei, dar uma chance.
Laura
- Será que a Camila vai me deixar vê-las sempre?
Depois do dia todo com as minhas filhas, chegou a hora da despedida. Cinco minutos atrás eu dava um beijo e um abraço, só pensava quando elas estarão comigo novamente.
- Acho que sim, amor. - Patrícia que estava ajeitando a prateleira de remédios e me respondeu sorrindo.
- Será que é realmente necessário processo, advogados? Eu sei que você sugeriu legalizar tudo isso, mas não estou achando uma boa ideia. Além disso, acho que a Camila não vai querer esse negócio de entrar na justiça. Se ela tivesse que fazer, já o teria feito.
- Do que você tem medo?
- De nenhum juiz me deixar vê-las quando descobrir tudo que eu fiz. A Camila vai contar.
- Você pretende lutar pela guarda? Porque acho que nenhum juiz vai te dar a guarda. Mas, visitar, mesmo se ele souber dos seus erros, já acho possível. Você tem que ter um papel para exigir essas visitas. Vai que a Camila encrenca e não permite mais? - Patrícia se sentou na cama e olhou nos meus olhos.
- Eu vou ser bem sincera com você. Eu não quero apenas visitas, Patrícia. Eu não estou aguentando ficar longe da Marina e da Diana. Quero poder chegar em casa e dar um beijo nelas depois de um dia de trabalho. Levá-las na escola. Participar da vida delas. Eu queria que fosse uma coisa mais dividida entre eu e a Camila, sabe?
- Você não vai conseguir Laura, eu sinto muito. Essa batalha está perdida.
- Mas eu posso tentar...
- Meu amor, não é assim. Se você fizer isso, provocará a Camila. No momento em que ela perceber o que você pretende, vai te detonar com uma bomba atômica. Vai falar para o juiz tudo o que você fez e aí sim a coisa pode ficar feia.
- Mas e se eu falar com ela?
- Você acha que ela quer falar com você? Discutir os dias que vocês podem se dividir para buscar as meninas na escola? Quem sabe tomando um chá as cinco, não é? Ela não quer você frequentando a casa dela, a Vero foi bem clara.
Fiquei em silêncio remoendo tudo o que ouvi. Patrícia está certa.
- Deixa as coisas acontecerem como tem que acontecer Não força nada, tenha paciência. Quer um conselho? Contente-se com alguns finais de semana sozinha com as meninas. Se você conseguir pelo menos ficar uma tarde sem a Vero te vigiando, já estará no lucro.
Fechei os olhos e senti a mão da Patrícia enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair.
Camila
Já faz um bom tempo que eu estou sozinha conversando com a Heloísa em uma mesinha do bar. A garota-mulher é de fato muito interessante. Encontrei muitas coisas em comum, nossa conversa gerou muitas risadas. Estou me sentindo leve e à vontade.
- Então você tem duas filhas? - Heloísa perguntou dando mais um gole em sua bebida.
- Sim, a Diana e a Marina.
- O Guga fala muito da Diana. Ele vive dizendo que ela é uma fofa, que ela é muito parecida com o seu jeito.
- Eles se adoram, o Guga vira uma criança perto dela. A Di manda e desmanda nele. Quando eles se juntam, acabo virando mãe do Gustavo também.
- E a outra? Marina, não é?
- Sim, Marina. A Marina é mais fechada.
- Ela é mais parecida com a outra mãe, então?
- É. Muito parecida.
- Entramos em um assunto constrangedor?
O clima bom está dando lugar para trovões e trovoadas.
- O quanto você sabe de mim? O que o Gustavo te disse?
- Ei, calma. Acho que nada demais. Eu sempre soube que você é mãe de uma menina, seu nome está nesses sites de paparazzo que flagram pessoas nos shoppings da vida. Quando o Guga me contou que são duas me surpreendi. Que você foi casada também foi uma surpresa. Eu deduzo que você tem outra filha, mas que vive com a outra mãe, por isso acham que você só tem uma menina. Talvez vocês troquem, não sei.
Olhei ao redor e depois olhei para o nada. Eu estive tão alheia a tudo de fora de casa, tão preocupada com as meninas, que nem lembrei em dizer nada para ninguém, dar satisfação a site de fofocas. Semana passada um site pediu uma declaração pois tinham descoberto que me casei com a Laura e que tinham provas do cartório. Não sei se saiu a matéria, nem me lembro que site era.
- Resumindo: me casei, tive duas filhas, nos separamos brigadas, ela levou a Marina, eu sofri, mas agora estou com as duas novamente.
Saiu tudo de uma vez, estava muito barulho e cheio de gente para entrar em detalhes.
- Um dia você me conta a história completa?
Heloísa me olhou sorrindo, parecia que não tinha ouvido nada demais.
- Só se você me prometer não contar para uma revista de fofoca, vender a informação - sorri.
- Nunca. Pode confiar em mim.
Heloísa colocou a sua mão sobre a minha.
É claro que eu fiquei mexida com o toque. Foi tão carinhoso e simples. Correspondi unido as nossas mãos e seu sorriso aumentou.
- Bom, eu tenho que ir... - falei depois de mais uma troca de olhares.
- Mas já? Ainda é cedo.
- Já passou da meia-noite e não sei se você lembra, tenho duas filhas pequenas em casa.
- Ah sim, claro.
- Você vai ficar?
Heloísa não respondeu, chamou o garçom e em seguida chamou o Gustavo.
- E aí, gatas? Já vão? - Gustavo chegou enquanto ela pedia para encerrar as nossas contas.
- Já, a Camila tem que cuidar das filhas dela e eu estou cansada - Heloísa disse em uma voz suave, nitidamente não tinha ficado chateada.
- Ah, que pena, achei que vocês iam esticar a noite em outro lugar.
Eu senti meu rosto esquentar. Com certeza eu estou mais vermelha que as bandeiras de partidos de esquerda.
- Nem todo mundo pensa em sex* na primeira noite, Guga - ela se levantou e falou diretamente olhando nos meus olhos. - Tivemos um papo especial e agora cada uma vai para o seu caminho, se ela quiser me ver outra vez, ficarei muito feliz. Pega o meu telefone com o Gustavo, Camila.
- Heloísa... você não quer uma carona? Assim você pode passar o seu número no caminho.
Eu não sei o que deu em mim para dizer aquilo, mas seja lá o que for, quero ir até o fim.
- Adoraria - Heloísa respondeu.
Gustavo se despediu e saímos na direção do estacionamento que eu deixei o meu carro.
Demorei algum tempo para ligar o carro. Ela percebeu minha hesitação, mas não disse nada. Eu estou em dúvida, levar ela para casa talvez tenha sido um sinal errado.
- Aonde você mora, Heloísa?
- No bairro do Flamengo. Rua Senador Vergueiro.
Falamos amenidades no caminho. Heloísa me contou um pouco da época do Ensino Médio que ela fez nos Estados Unidos da América, dos seus amigos e da primeira namorada.
Quando chegou na Rua Senador Vergueiro, me apontou um dos prédios da rua. Com certeza ela vive muito bem.
- Fotografia deve dar dinheiro, o prédio onde mora é muito chique.
- Não sou chique e nem tenho tanto dinheiro. Como disse, ganhei a bolsa no ensino médio e dei um pouco de sorte por ser talentosa e consegui alguns bons contratos. Além disso, o apartamento não é meu, eu moro com os meus pais.
- Como? Você mora com os seus pais?
- O quê? Por que a surpresa? Algum problema, Camila?
- Não... não sei. Quantos anos você tem?
- Faço vinte e seis daqui três semanas.
Meus dedos começaram a batucar o volante. Era mentira do Gustavo, afinal. Ela não tem trinta anos de idade e eu saí com uma garota de vinte e cinco anos.
- O Gustavo disse que você tem trinta anos - dei uma risada abafada, sem graça.
- Vai ver ele quis dizer daqui cinco anos.
Foi segundos de distração e ela juntou a sua boca junto na minha. Sua língua pedia passagem, enquanto sua mão esquerda fazia carinho entre meus cabelos e empurrava a minha boca contra a sua.
Eu cedi. Cedi para aquela garota ousada. Conversei a noite toda com ela, ofereci uma carona e estou aqui pagando para ver e acontecer. Acho que no fundo eu estou feliz com o beijo que está rolando. É bom. Muito bom.
O beijo que pegou forma enquanto cedia, começou a ficar lento e paramos buscando ar. Ela sorria sapeca como uma criança que conseguiu uma medalha em forma de estrela da professora.
- Vamos lá, Camila. Vamos esclarecer as coisas de uma vez: eu tenho vinte e cinco anos e ainda moro com os meus pais. Eu tenho condições de morar sozinha? Talvez. Mas não vejo necessidade. Não sou mimada. Não sou filhinha de papai. Sou independente e mulher. Acho que esse beijo provou que você não está lidando com uma menininha, não é?
Com certeza eu não estou lidando com uma menininha. Não mesmo.
- Com tantas garotas da sua idade, por que roubar um beijo de uma que é onze anos mais velha do que você?
- Porque eu só me envolvo com mulheres mais velhas. Eu gosto. Esqueça idade, o beijo foi bom?
- Foi, você sabe que foi.
Ela jogou mais algum charme e colocou o seu cartão no meu decote.
- Agora eu tenho que ir. Mamãe não dorme enquanto seu bebe não chega, sabe?
Ela deu risada, colou os nossos lábios em mais um beijo e saiu dizendo para te ligar.
...
Cheguei em casa e fui direto para o quarto das minhas filhas. Eu precisava olhá-las para me sentir segura. Senti um alívio ao ver que as minhas filhas já estão dormindo, já até devem estar no sétimo sono.
No meu quarto, tomei um bom banho e me peguei sorrindo ao lembrar do beijo da doce e quente Heloísa. Foi um beijo bom e eu acho que estou querendo repeti-lo mais vezes.
O que eu mais tentei evitar até o momento, aconteceu. A imagem da Laura veio na minha mente quando me deitei na minha cama. Veio a mesma sensação de que eu estou a traindo como nas outras duas vezes que troquei alguns beijos. É besteira pensar isso, ainda mais agora que eu sei que ela seguiu em frente. Porém eu não consigo evitar esses pensamentos. Talvez se eu pedir o divórcio e me separar dela no papel, sinta-me mais livre.
Fichei os olhos com força e me concentrei em pensar na Heloísa. Nas nossas conversas, nas trocas de carinho e nos beijos.
Fim do capítulo
Pois é, Heloísa entrou na história e pode bagunçar a cabeça da Camila.
Por hoje é isso ;).
Comentar este capítulo:
turioni
Em: 23/08/2017
Por acaso passei o dia de molho e li todos os capitulos de uma vez.
Parabéns, autora, pela linda história. É realmente muito boa e me prendeu a atenção o dia todo.
Agora estou preocupada, espero que a chegada da Heloisa seja pra Camila se tocar que a Laura é o amor da vida dela e que com isso passe a buscar o caminho do perdão.
Também torço pra que a Camila pare de enrolar a Patrícia e deixe o caminho livre pra Veronica. É o que eu acharia justo, por enquanto.
Sei que nem sempre a vida é como queremos, mas acredito em amor verdadeiro, perdão, almas gêmeas e todo aquele romantismo. O que a Camila fez foi irracional, porém parece ter mudado, se arrependido e torço pra um final feliz entre as duas, que o amor que elas sentem uma pela outra se sobressaia. Desconfio até que a Diana e a Marina vão aprontar alguma pra juntar as mães...
Estou na torcida!
Resposta do autor:
Primeiramente: melhoras. Fico contente que tenha gostado até aqui. Obrigada :D.
Sobre a Patrícia, não penso que a Laura está enrolando-a. A Patrícia também tem vontades e por enquanto decidiu ficar com a Laura.
É, as pessoas podem se arrepender e mudar. O amor entre elas é forte.
É, bastante gente desconfia que as meninas vão querer as mães juntas... Veremos nos próximos capítulos hahaha.
Abs.
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marcellelopes0
Em: 22/08/2017
Simplesmente encantada com sua escrita autora. Você é maravilhosa, parabéns.
Em relação a estória , amei a Heloisa. Espero que Camila se interesse pouco por ela e viva mais pra ela.
Que Laura perceba que está perdendo e lute por Camila. E veja como ela perdeu alguém maravilhosa por nao valorizar quem ela tinha.
Apaixonada nessa estória. Marina bem q ja podia chamar Camila de mamãe.
Resposta do autor:
Marina vai chamar a Camila de mãe, fique tranquila. Só será na hora "certa".
Sim, Camila precisa voltar a viver.
A Laura também carrega um pouco dessa confusão de sentimentos e acredita que a Camila a odeia de fato. Ela ainda carrega aquele encontro em São Paulo consigo.
Obrigada pelo comentário (e elogios)! Beijos.
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Thaci
Em: 21/08/2017
Eita!
A Camila precisa esquecer o seu passado. Mas,eu estou torcendo pra que a Laura e Camila voltem. Mas, para isso acontecer elas tem que sentarem e conversarem e se perdoarem. Aguardo cenas do proximo capitulo. Eu estou amando este romance.
Resposta do autor:
Ou pelo menos tentar deixar o passado no passado e seguir em frente. É interessante saber que algumas torcem pelas protagonistas haha.
Obrigada, abs.
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Suzi
Em: 20/08/2017
Fiquei pensando ao ler esse capítulo e com o que já escrevi antes nos outros e a conclusão é que a vida nem sempre é justa com o amor, quantas vezes você se relaciona pensando que finalmente está com a pessoa certa ou que tudo está se encaixando?
Eu sei que as duas tem muitas pontas soltas, muito a resolver, mas a vida real é essa mesmo as vezes alguns relacionamentos não são pra vida toda, tem seu prazo e alguns acabam bem outros nunca se entendem e alguns como o delas não chegam a conclusão nenhuma.
É claro que quando escrevemos não queremos ver uma copia da vida real, gostamos de idealizar e sonhar com amores possiveis e impossiveis.
E hoje lendo, vejo o que é a vida de Patrícia ao lado de Laura é de doação e compreensão, como muitos casais almejam. Temos Vero que sofre pelo amor não correspondido, mas quantas de nos ja passamos por isso e seguimos a vida? Porquê não pode ser assim mesmo, com elas se acertando e esquecendo o passado, ou o compreendendo como bagagem de Laura e pronto.
E Camila por tudo que já passou e carrega em si, não consigo imagina-la vivendo novamente com Laura é muito mágoa, nunca conseguiu desapegar nem pra namorar alguém e viveu esses oito anos sozinha. Nunca se permitiu amar novamente e seria importante isso acontecer e assim poder, talvez, enxergar que aquele relacionamento estava fadado a ser como foi, como Vero falou a Patricia: Camila sempre submissa, vivendo sob as vontades de Laura.
Bastiat desculpe tanta introspecção, mas teu romance faz exatamente isso, nos leva a ver algumas coisas e pensar que mesmo num romance as vezes os personagens não merecem estar juntos, que o relacionamento deles so faz mal, um amor doente.
Abraço querida e ótima semana,
ps: Se a Vero realmente quiser esquecer a Patricia, pede pra ela me enviar o email dela kkkkk.
Resposta do autor:
Não se desculpe, adorei a introspecção.
Não vou aqui te dizer que quando escrevi o romance meu foco era chegar na dimensão de atingir com profundidade. É legal ler isso, ver as pessoas interagiando, ver suas reflexões. Eu, particulamente, sou uma pessoa bem realista sabe? E gosto da profundidade dos seres humanos. Sabia que a estória era longa e pesada, cheia de sentimentos e que não é bonita no sentido de a vida é bela e fofa.
Quantas pessoas acabam o relacionamento com uma briga, não esquece a pessoa, mas mesmo assim não voltam atrás? É comum encontrar pessoas que saúdam um amor do passado, mas que por algum motivo no presente não estão juntas. Gente que se ama e segue a vida separados. Gente que está junto mas não se amam também. A vida não é justa.
Para alguém perdoar (independente de ficar juntas ou não) é preciso que essa pessoa queira perdoar. A vida é feita de escolhas. A Camila até agora, tem feito essa opção. O dilema agora é encontrar o caminho para o perdão. Talvez ela não se perdoe por deixado a coisa chegar ao ponto que chegou. As vezes a pessoa tem que se perdoar primeiro, para depois perdoar. Camila tem uma chance de conhecer alguém, para seguir em frente ou resgatar o passado.
Patrícia consegue compreender a Laura como ninguém e acredita que faltou amor para a Laura. Ela está dando todo amor que tem para tentar viver com a pessoa que ama. Mas e a Laura? Ela a traiu várias vezes procurando a Camila. Será que a Laura dará a ela o amor que merece?
Olha eu escrevendo muito haha.
Abs e uma ótima semana para você também Suzi. Obrigada.
Ah, pode deixar que vou passar o recado para a Vero. Aposto que ela vai adorar hahaahaha.
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Bia08
Em: 20/08/2017
Eta que agora as coisas estão começando a esquentar pro lado da Cah. Adorando demais kkkkk
E essa Heloísa gostei de ver, não perdeu tempo.
A cada capítulo meu coração dói por causa da Vero, mas foi se apaixonar logo pela Patricia, que azar.
Bjs
Resposta do autor:
Essa Heloísa chegou chegando mesmo, as coisas vão "esquentar" mesmo.
Pior que a Patrícia não dá nenhuma esperança para ela. Dá dó mesmo.
Beijos.
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Mille
Em: 20/08/2017
Heloísa é bem abusadinha mais se ela não for não rola nada, a Cah não deixar ninguém entrar a Laura ainda tem o coração dela.
Laura só terá o contato maior com as meninas se ela reatar com a Camila ou as duas sentem e conversarem mais acho difícil isso acontecer, a Camila não vai deixar ela se aproximar.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Bem abusada essa menina hahahaha.
A Camila ainda não absorveu a volta da Laura. Talvez quando a ficha cair, ela seja obrigada a conversar com a Laura.
Beijos, até quinta-feira.
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NovaAqui
Em: 20/08/2017
Gostei da Heloísa. Vai fazer bem a Camila. Espero que elas se deem bem. Role um namoro. Camila está precisando gozar gostoso para esquecer um pouco da sequestradora.
Abraços fraternos procê!
Resposta do autor:
Esse negócio de gozar para esquecer não funciona com todos hahahahahaha. Talvez funcione com a Camila.
Abs para você também.
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