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O Jardim dos Anjos por Vandinha

Ver comentários: 3

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Palavras: 3003
Acessos: 2865   |  Postado em: 18/08/2017

Capítulo 55

O JARDIM DOS ANJOS -- CAPÍTULO 55  

 

Patrícia virou-se para Nádia, quando tiveram que parar num sinal vermelho.  

-- Você está muito linda, eu já lhe disse?  

-- Não, acho que não -- Nádia passou a mão pelos cabelos revoltos -- Você também está linda.  

O sinal mudou para o verde e o carro seguiu em frente.  

Maria Rosa deu um sorrisinho divertido e voltou a olhar pela janela. Ia reconhecendo e se lembrando de vários lugares por onde passavam. Cinco anos era tempo demais. Agora que estava de volta, não sabia por que havia demorado tanto tempo para voltar.  

-- Como estão todos? -- perguntou Nádia -- Faz pouco tempo, eu sei, mas as coisas por aqui andam tão agitadas que um dia parece ter 60 horas. Não é mesmo?   

Patrícia concordou, os lábios contraídos num sorriso estranho ao fitá-la.  

-- Você não faz ideia como!  

-- Quero que me conte tudo -- pediu Nádia.  

-- Ainda bem que está sentada -- disse brincalhona -- Priscila passou mal e foi internada às pressas.   

Nádia arregalou os olhos.  

-- Meus Deus!  

Maria Rosa entrou em desespero.  

-- Como ela está? Preciso vê-la.  

-- Calma, calma, meninas -- tranquilizou Patrícia -- Agora está tudo bem.   

Patrícia acariciou a mão de Nádia e sorriu de modo tranquilizador.  

-- A cirurgia finalmente foi realizada. Agora ela está no período de recuperação.  

-- Graças a Deus! -- murmurou Maria Rosa com o coração aos saltos.  

-- Tem mais... adivinha quem fez a cirurgia!  

Nádia olhou para ela cheia de dúvidas.  

-- Não foi o doutor Wilson?  

-- O doutor Wilson está viajando. Quem fez a cirurgia foi a Lorraine.  

-- Está brincando! -- respondeu Nádia, sorrindo, ao se lembrar da irmã cheia de traumas e medos. Seu gênio impulsivo, sua personalidade forte e dominadora. Ninguém foi capaz de convencê-la a voltar a fazer cirurgias em crianças. Somente Priscila com sua meiguice e inocência teve a capacidade de amolecer o mais duro coração.  

Nádia não conseguiu segurar a emoção e as lagrimas.  

-- Como disse Renato Russo: "Quando tudo nos parece dar errado. Acontecem coisas boas. Que não teriam acontecido. Se tudo tivesse dado certo" -- Maria Rosa enunciou feliz.  

-- E tem mais -- continuou Patrícia -- Lorraine expulsou seu pai do hospital.  

-- O que? -- Nádia e Maria Rosa exclamaram juntas.  

-- É isso aí. Não foi a ponta pés, mas quase.  

Gargalhadas!  

-- Eu não disse! -- Nádia estava em êxtase -- Olha quanta novidade em apenas um dia!  

-- Sua irmã é uma mulher de fibra -- comentou Maria Rosa.  

-- Essa Lorraine nem eu mesma conhecia -- disse Nádia sorrindo.  

Patrícia retirou toda a bagagem do espaçoso porta-malas do carro esporte branco e colocou no chão.  

-- Hoje, a Lúcia virá cozinhar para você. Parece que vamos ter um jantar em homenagem a dona Maria Rosa, por sua volta.  

-- Que bom! -- Nádia sorriu docemente -- Você está muito quieta -- comentou olhando para Maria Rosa.  

-- Estou um pouco cansada... E preocupada -- confessou.  

-- Entendo -- Nádia apertou o braço da jovem senhora -- Não esqueça que estou do seu lado -- disse ela, com um sorriso confortante.  

-- Obrigada! Eu estou apreensiva, mas saber que você vai me apoiar é algo que me tranquiliza.  

 

Os olhos de Alisson se encheram de lágrimas, que depois lhe escorreram pelo rosto.  

-- Obrigada. Muito obrigada! -- a loira afundou a cabeça no ombro de Lorraine -- Obrigada por ter salvo a minha princesa -- Alisson fungou, e seu olhar voltou-se para a pequena que dormia tranquilamente. Seus olhos azuis a observavam com carinho e preocupação.  

-- Você não deve me agradecer, amor. Eu não salvei a Priscila. Na verdade, foi ela quem me salvou -- ela apertou ligeiramente os lábios -- Graças a ela, hoje eu me sinto uma pessoa muito melhor. Mais humana -- os olhos de Lorraine também estavam marejados.  

Abrindo os braços, Alisson abraçou-a e beijou-a. Céus, como amava aquela mulher.  

Quando finalmente se afastaram um pouco, Lorraine disse, um pouco nervosa:  

-- Não suporto mais ficar longe de você, precisamos dar um rumo em nossas vidas.  

Rindo, Alisson a puxou de volta em seus braços e disse:  

-- Está pensando em casamento, meu amor?  

-- O que você... -- Lorraine foi interrompida por um pigarro.  

-- Desculpa aê -- Beca entrou com uma bandeja na mão -- Posso medicar a paciente?  

-- Claro, desculpa -- Lorraine franziu a testa e disse meio sem jeito -- Vamos sair daqui, Alisson.  

-- Vamos -- Alisson puxou-a suavemente e levou-a pela mão até à sala de espera -- Temos muito o que conversar, mas infelizmente vamos ter que adiar a nossa conversa.  

-- Por que, amor? -- perguntou esperando por uma explicação.  

Alisson agarrou a cintura dela e segurou-a firmemente contra seu corpo.   

-- Hoje à noite, Nádia vai oferecer um jantar para Maria Flores...  

-- Não seria Maria Rosa?  

-- Foi o que eu disse, amor -- aproximou-se, fez um biquinho pedindo-lhe um beijo -- Eu não posso comparecer, mas gostaria que você participasse.   

-- Por que eu? Nem conheço a mulher! -- Lorraine fez pouco caso -- Não vejo a menor graça sem você.  

Alisson beijou-lhe os lábios, o pescoço, as orelhas.  

-- Vai amor, faz isso por mim! -- pediu docemente, quase um sussurro.   

-- Pedindo assim...   

Alisson sentia a necessidade incontrolável de dizer o que havia em seu coração.  

-- Eu amo você, Lorraine. Vou te amar para sempre.  

Lorraine sorriu, apertou as bochechas da loira e lhe beijou.  

-- Que coisa mais fofa! -- a morena enlaçou Alisson pelo pescoço e beijou-a na boca -- Quero fazer amor com você, Alisson Burnier -- ela sussurrou melosa -- Agora!  

-- Agora?  

-- Sim, agora! -- com movimentos rápidos, fechou a porta e girou a chave na fechadura -- Então, possua-me, meu amor -- Lorraine fechou os olhos e abriu os braços para recebê-la.  

Alisson levantou uma sobrancelha ligeiramente.  

-- Tem certeza?  

-- Vem logo!  

Alisson a despiu com mãos rápidas, enquanto Lorraine fez o mesmo com ela. Logo elas estavam nuas e abraçadas, gem*ndo e se beijando. Alisson a colocou sobre uma mesa e se posicionou entre suas pernas. Papéis e pranchetas caiam no chão enquanto elas se agarravam e se beijavam com fúria.   

Lorraine rodeou-lhe a cintura com as pernas e inclinou a cabeça para trás enquanto Alisson acariciava seu mamilo com a língua, levando-a a loucura.  

 

Pamela saiu do vestuário, abotoando o jaleco. Parou diante do balcão de enfermagem e começou a procurar pela ficha de seu paciente.  

-- Que droga! Aonde foi parar esse prontuário? -- revirou as pranchetas e encontrou um celular no meio delas -- Alguém esqueceu. De quem será? -- apertou uma tecla e a foto de Lorraine apareceu no visor. Olhou para os lados para se certificar que ninguém estava olhando -- Que estranho! Câmeras do hospital? -- não precisou nem tocar na tela, o celular detectou o movimento do dedo e começou a abrir as imagens das câmeras.  

-- Hum, que interessante... Uauuu.... Que delícia... Gostosaaa... Tesão...   

Beca retornou para o setor empurrando um carrinho de medicamentos.   

Pamela estava sentada no sofá muito distraída, com os olhos fixos na tela do celular e roendo as unhas.  

-- Vai... continua... mais... Uiii... -- dizia na torcida. 

Ela estava tão concentrada assistindo ao vídeo que nem percebeu a presença da técnica.  

-- Que gem*deira é essa? -- arrancou o aparelho da mão de Pamela e olhou para a tela -- O que é isso? Aiiiiiiiiii.... -- jogou o celular contra a parede -- Que safadeza é essa, Pamela? Meu Deus, espionando a Lorraine e a Alisson. Eu nunca imaginei que você seria capaz de algo tão... tão...   

-- Calma, Beca. Eu posso explicar -- disse Pamela, desesperada.  

-- Não quero ouvir -- Beca tapou os ouvidos com as mãos e saiu em direção ao corredor.  

-- O que aconteceu? -- perguntou Agnes -- A Beca passou correndo por mim no corredor com uma expressão nada boa.  

-- Acho que vou passar um ano sabático junto aos monges tibetanos -- Pamela abaixou-se e começou a catar os pedaços do aparelho espalhados pelo chão -- Olha só o que ela fez com o celular. A Lorraine vai me matar.  

-- Esse celular era da Lorraine? -- Agnes tapou a boca em uma expressão de silêncio horrorizada -- Ela realmente, vai te matar.  

-- Boa noite!  

Uma voz mansa e delicada soou como uma canção romântica da Adriana Calcanhoto, nos ouvidos de Pamela.  

-- Boa, muito boa, boa demais... -- respondeu Pamela, anestesiada pela beleza da loira de cabelos cacheados.  

-- Meu nome é Geovana. Hoje é o meu primeiro plantão, estou meio perdida -- a loira encostou-se ao balcão e sorriu timidamente -- Sou ortopedista, vou atender no PS.  

-- Ela e a Alisson são bem-parecidas fisicamente, você não acha, Pamela?  

-- Genérica, mas a maioria dos genéricos é realmente eficaz e pode ser tomado sem nenhum problema -- Pamela ofereceu o braço para Geovana -- Vamos querida. Vou lhe mostrar todos os setores.... Que tal começarmos pelo conforto médico?  

 

 

Depois de saudá-la com um caloroso abraço, Helena sentou-se lentamente na poltrona.  

-- Foram horas de desespero, minha filha.  

-- Eu imagino o sofrimento pelo qual você deve ter passado -- Alisson segurou a mão da mãe com um pouco mais de força, olhando-a fixamente.  

-- Lorraine foi maravilhosa, foi perfeita -- disse Helena, para a filha.  

-- Foi usada por Deus. Iluminada por Deus -- Alisson sorriu, orgulhosa -- Você sabia de tudo desde o começo, não é mesmo?  

-- Sou uma médium, Alisson. Possuo a habilidade de sentir e conversar com seres e energias em outras dimensões, incluindo os espíritos de pessoas mortas -- Helena ajeitou-se melhor na poltrona. Parecia muito cansada -- Sei de muitas outras coisas, mas não posso revelar. Não posso interferir no livre arbítrio das pessoas, nem no destino traçado por Deus.  

-- Quando vai me contar sobre o meu passado?  

-- Não será preciso contar-lhe. Você descobrirá sozinha -- dito isso, Helena fechou os olhos e silenciou.  

-- Oi, Alisson -- Beca aproximou-se da amiga -- Você precisa convencer a dona Helena a ir para casa e dormir um pouco.  

-- Vou pedir para a Pamela levá-la -- disse Alisson -- Ela provavelmente vai espernear um pouco, mas acabará indo.  

Beca assentiu.   

-- Nós podemos revezar para que a Priscila não fique sozinha.  

-- Obrigada, Beca -- Alisson agradeceu, sorrindo -- Ah, minha amiga! O que seria de mim sem vocês? 

 

Lorraine ficou parada, com a porta entreaberta, confusa olhou para o carro de Felipe estacionado próximo a varanda.  

-- O que Felipe está fazendo aqui? -- perguntou-se. 

Respirou fundo, sentindo algo estranho no ar, ela abriu um pouco mais a porta e entrou. 

Nádia e Felipe estavam parados no meio da sala. Os olhos inchados de quem choraram. 

Lorraine ergueu uma sobrancelha, surpresa. 

-- O que aconteceu? 

-- Precisamos conversar -- disse Felipe, fazendo sinal para que ela se sentasse. 

-- Não quero me sentar -- respondeu Lorraine irritada -- O que está acontecendo aqui? Onde está a tal da Maria Rosa? 

-- Estou aqui. 

A entonação, ritmo e velocidade daquela voz, levou-a a fitar com atenção o rosto familiar. A boca pequena e delicada, os lábios carnudos e avermelhados e aquela expressão meiga em seus olhos, nunca saíram de sua memória. 

Maria Rosa aguardou alguns instantes, esperando que ela fizesse alguma pergunta, mas ela continuava a olhá-la com o cenho franzido. 

Uma mistura de raiva, fraqueza invadiu Lorraine. Tinha sonhado com aquele momento durante cinco anos, quando lhe jogaria na cara toda a sua revolta. O momento havia chegado, e ela se sentia perdida. 

-- Maria Rosa, que piada é essa? 

-- Passei a usar outro nome para que não conseguissem me achar. 

Lorraine abriu a boca, incrédula, antes de rir com amargura. 

-- Para que seus filhos não a conseguissem encontrar -- o rosto de Lorraine ficou vermelho de raiva. 

-- Você está certa. Cometi um grande erro e peço desculpas. Mas, eu era uma mulher idiota. Estava assustada, com medo. Fugir me parecia a atitude mais segura. 

-- Que bom para você. Em nenhum momento pensou em seus filhos. Em mim que havia acabado de perder a minha filha, a sua neta. Eu precisava de você... droga! 

-- Você não entende -- Maria Rosa deu um passo na direção dela, mas Lorraine a deteve, erguendo a mão. 

-- Não toque em mim -- berrou. 

-- Isto não vai dar certo -- disse Maria Rosa -- A irmã Vilma tinha razão. Eu nunca deveria ter voltado. 

-- Pois vá embora. É inacreditável que tenha voltado a nos procurar depois de tantos anos. 

-- Lorraine, por favor. Escute o que a mamãe tem a dizer -- Nádia praticamente implorou. 

-- Não quero ouvir mais nada. Você e Felipe caíram direitinho na lábia dela, mas eu não. Eu não acredito em nada do que ela fala. 

-- Se não quer ouvir tudo que tenho a dizer, pelo menos de uma coisa você tem que saber -- insistiu, Maria Rosa. 

-- Lorraine, você precisa ouvir -- Felipe caminhou até o balcão de bebidas e abriu uma garrafa de vinho -- Escuta o que ela tem a dizer, depois tire suas próprias conclusões. 

Lorraine suspirou, levando as mãos ao quadril. Sentou-se numa das poltronas, ficando em silêncio. 

Maria Rosa sentou-se na outra, apoiando os cotovelos nas pernas.  

Felipe serviu o vinho, entregou uma taça para Lorraine e outra para Maria Rosa. Ela passou os dedos pela taça, escolhendo as palavras com cuidado. 

-- Eu queria tanto aquela criança, Lorraine. Eu amava aquela criaturinha com toda a força do meu ser -- Ela cruzou as pernas e tomou um gole da bebida -- Fui eu quem fiz o seu pré natal, todos os exames foram analisados por mim. Ela viria ao mundo pelas minhas mãos, e isso era maravilhoso. 

Lorraine colocou a taça sobre a mesa. Estava irritada com aquela conversa. Sua mãe falava como se ela tivesse sido a única a sofrer com a morte da menina. Porém, esforçou-se para continuar escutando a narração sem sentido. 

-- Seu pai também desejava muito. Mas ele desejava aquela neta perfeita, saudável, dentro dos padrões normais dessa sociedade preconceituosa, não uma criança especial. 

Lorraine sorriu com falsa meiguice. 

-- Seja mais clara. Quero saber de tudo. 

-- Sua filha não era perfeita, Lorraine. Eu menti para todos vocês. 

Lorraine mal podia acreditar no que ouvia. 

-- Menti para protegê-la de Marcos. Se ele soubesse antes do nascimento, teria transformado sua vida um inferno e dado um jeito de impedir que a menina viesse ao mundo. 

-- Isso não muda em nada o que penso a seu respeito e nem justifica o seu abandono -- disse Lorraine decepcionada. 

-- Deixe ela continuar, Lorraine -- Nádia apoiou os cotovelos no balcão, fitando a irmã com um sorriso indecifrável nos lábios -- A história está só no começo. 

-- Dane-se isso -- Lorraine se levantou.  

-- Seu pai logo reconheceu na menina sinais da síndrome de Down.  

Lorraine empalideceu e caiu sentada. 

-- Ele ordenou que a enfermeira, Catarina desse um fim na criança. Não interessava de que forma fosse, mas nunca mais queria ouvir falar daquele bebe anormal. 

Um grito de dor escapou dos lábios de Lorraine e ela abaixou a cabeça. 

Maria Rosa aproximou-se com as mãos erguidas para confortá-la, mas ela empurrou-a com força, fazendo-a recuar alguns passos. 

-- Seu monstro, você não fez nada para impedi-lo? 

-- A única coisa que tive forças para fazer, foi orar. Cheguei a cair de joelhos e implorar a Deus pela menina. Pedi que tirasse a minha vida em troca da dela. 

-- Mas isso não foi o bastante -- Lorraine explodiu. 

-- Você está enganada, minha filha! Reconheci a besteira que eu tinha feito naquela mesma noite e fui atrás da menina. Sabia que seria difícil, mas eu acreditava em um milagre. 

Lorraine balançou a cabeça, incrédula. 

-- Sai correndo do hospital feito louca. Não sabia para que lado ir. Estava atordoada, perdida. Até que um carro parou diante de mim e dele saiu uma mulher -- Já haviam se passado cinco anos, mas as lembranças daquela noite permaneciam nítidas em sua mente -- Ela era alta, de olhos e cabelos negros. Lembro-me muito bem de suas palavras: "Sara, vim devolver a sua menina". 

-- Quem era essa mulher? Você chegou a conhece-la? -- perguntou Nádia. 

-- Andras... seu nome é Andras. 

-- Andras? Andras Barcelos? Aquele monstro? -- Lorraine perguntou, era inacreditável. 

-- Ela mesma. Fique sabendo que Andras nem sempre foi mal. 

-- É demais para a minha cabeça -- Lorraine estava exausta e emocionalmente abalada, ela tentava dar a impressão de que tudo estava bem, mas na verdade, não estava -- Se a minha filha está viva, me diga aonde ela está -- Lorraine se levantou chorando -- Me diga! 

-- Andras havia arrancado a menina dos braços de Catarina e levado para mim. Era hora de ser cuidadosa e racional. Tinha que esconder ela de Marcos. 

-- O que você fez com ela? -- Lorraine estava desesperada -- Aonde você a deixou? 

-- Andras me levou até o Orfanato Santa Tereza. Foi lá que a deixamos. 

-- Eu vou até lá -- Lorraine pegou a bolsa. 

-- Espera -- Nádia a segurou -- Ela não está mais no Santa Tereza. 

-- Não? 

-- Não -- respondeu Nádia -- Assim que completou cinco anos, foi levada para outro orfanato. Nesse momento sua pequena princesa está no Hospital Leonor Hernandes. Ela acabou de ser salva por uma médica corajosa e muito, muito competente. 

-- Meu Deus! -- Lorraine precisou ser amparada por Felipe -- Priscila... Priscila é a minha filha -- ela disse quase gritando de tanta felicidade.  

-- Não tinha percebido o quanto ela se parece com você até hoje -- Felipe abaixou a cabeça. Sem conseguir conter mais tanta emoção, ele chorou. 

Lorraine ergueu os olhos e sem se importar com os presentes, ajoelhou-se. 

-- Obrigada, meu Deus! Obrigada! -- as lágrimas escorriam abundantes pelo rosto.  

-- Eu sinto tanto, Lorraine. Não tive opção. Fugir de casa não estava nos meus planos, mas Marcos me expulsou. O dinheiro era pouco, deixei a cidade com Andras. Ela foi muito boa, me acolheu, cuidou de mim. Ela era a minha única família. 

-- Você levou minha filha para longe de mim. Como pôde fazer isso? Como pôde partir, sem nunca ter me contado sobre ela? Isso foi uma coisa baixa e desprezível, principalmente vindo de uma mãe -- Lorraine ajeitou a bolsa no ombro, secou as lágrimas com as mãos e abriu a porta -- Vou para perto dos dois amores da minha vida e do lado delas nunca mais sair.  

 

Andras e Beleth estavam sentadas, no alto do prédio de frente para a casa de Nádia. 

-- Sara está de volta a cidade -- comentou Beleth -- A causa de sua queda está de volta.  

-- Em um tempo distante, anos atrás ouve um anjo que se apaixonou por uma humana. Porém, como anjos e humanos não poderiam se relacionar, logo ele provocou a ira de Deus e foi expulso do céu. 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 55 - Capítulo 55:
patty-321
patty-321

Em: 18/08/2017

Algumas revelações e muitas emoções neste capítulo. Chorei. Ainda não ta claro o papel de Andras nisso tudo. Mais uma vez o seo marco se mostra um homem podre, assassinar a própria neta por não ser "normal". Muita crueldade. A filha mergulhou nas trevas e tentou suicídio e tudo causado por ele. A Lo irá entender q a mãe falhou mas tb, salvou a Priscila. Bom fds.

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Mille
Mille

Em: 18/08/2017

Ah Vandinha minhas suspeitas foram confirmadas e agora estou chorando de felicidade, você é sensacional, suas histórias nos comove. 

Então a Andras ajudou a Sara com a Priscila, estou de queixo caído aqui. 

Bjus e até o próximo capítulo um ótimo final de semana

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 18/08/2017

Quantas revelações importantes.

Então Priscila é filha de Lonzinha mesmo. Que bom que ela foi instrumento de Deus para salvá-la. E quase que Marcos causa mais dor em Priscila e Lonzinha

Andras e Beleth conversando sobre o passado foi interessante. Será que ela mudou de lado por causa de Sara? Será que ela se apaixonou pela mãe de Lonzinha? Ansiosidade é meu nome

Sara fugiu para salvar sua neta, Lorraine vai entender e perdoar sua mãe 

Abraços fraternos procês!

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