Capítulo 55
O JARDIM DOS ANJOS -- CAPÍTULO 55
Patrícia virou-se para Nádia, quando tiveram que parar num sinal vermelho.
-- Você está muito linda, eu já lhe disse?
-- Não, acho que não -- Nádia passou a mão pelos cabelos revoltos -- Você também está linda.
O sinal mudou para o verde e o carro seguiu em frente.
Maria Rosa deu um sorrisinho divertido e voltou a olhar pela janela. Ia reconhecendo e se lembrando de vários lugares por onde passavam. Cinco anos era tempo demais. Agora que estava de volta, não sabia por que havia demorado tanto tempo para voltar.
-- Como estão todos? -- perguntou Nádia -- Faz pouco tempo, eu sei, mas as coisas por aqui andam tão agitadas que um dia parece ter 60 horas. Não é mesmo?
Patrícia concordou, os lábios contraídos num sorriso estranho ao fitá-la.
-- Você não faz ideia como!
-- Quero que me conte tudo -- pediu Nádia.
-- Ainda bem que está sentada -- disse brincalhona -- Priscila passou mal e foi internada às pressas.
Nádia arregalou os olhos.
-- Meus Deus!
Maria Rosa entrou em desespero.
-- Como ela está? Preciso vê-la.
-- Calma, calma, meninas -- tranquilizou Patrícia -- Agora está tudo bem.
Patrícia acariciou a mão de Nádia e sorriu de modo tranquilizador.
-- A cirurgia finalmente foi realizada. Agora ela está no período de recuperação.
-- Graças a Deus! -- murmurou Maria Rosa com o coração aos saltos.
-- Tem mais... adivinha quem fez a cirurgia!
Nádia olhou para ela cheia de dúvidas.
-- Não foi o doutor Wilson?
-- O doutor Wilson está viajando. Quem fez a cirurgia foi a Lorraine.
-- Está brincando! -- respondeu Nádia, sorrindo, ao se lembrar da irmã cheia de traumas e medos. Seu gênio impulsivo, sua personalidade forte e dominadora. Ninguém foi capaz de convencê-la a voltar a fazer cirurgias em crianças. Somente Priscila com sua meiguice e inocência teve a capacidade de amolecer o mais duro coração.
Nádia não conseguiu segurar a emoção e as lagrimas.
-- Como disse Renato Russo: "Quando tudo nos parece dar errado. Acontecem coisas boas. Que não teriam acontecido. Se tudo tivesse dado certo" -- Maria Rosa enunciou feliz.
-- E tem mais -- continuou Patrícia -- Lorraine expulsou seu pai do hospital.
-- O que? -- Nádia e Maria Rosa exclamaram juntas.
-- É isso aí. Não foi a ponta pés, mas quase.
Gargalhadas!
-- Eu não disse! -- Nádia estava em êxtase -- Olha quanta novidade em apenas um dia!
-- Sua irmã é uma mulher de fibra -- comentou Maria Rosa.
-- Essa Lorraine nem eu mesma conhecia -- disse Nádia sorrindo.
Patrícia retirou toda a bagagem do espaçoso porta-malas do carro esporte branco e colocou no chão.
-- Hoje, a Lúcia virá cozinhar para você. Parece que vamos ter um jantar em homenagem a dona Maria Rosa, por sua volta.
-- Que bom! -- Nádia sorriu docemente -- Você está muito quieta -- comentou olhando para Maria Rosa.
-- Estou um pouco cansada... E preocupada -- confessou.
-- Entendo -- Nádia apertou o braço da jovem senhora -- Não esqueça que estou do seu lado -- disse ela, com um sorriso confortante.
-- Obrigada! Eu estou apreensiva, mas saber que você vai me apoiar é algo que me tranquiliza.
Os olhos de Alisson se encheram de lágrimas, que depois lhe escorreram pelo rosto.
-- Obrigada. Muito obrigada! -- a loira afundou a cabeça no ombro de Lorraine -- Obrigada por ter salvo a minha princesa -- Alisson fungou, e seu olhar voltou-se para a pequena que dormia tranquilamente. Seus olhos azuis a observavam com carinho e preocupação.
-- Você não deve me agradecer, amor. Eu não salvei a Priscila. Na verdade, foi ela quem me salvou -- ela apertou ligeiramente os lábios -- Graças a ela, hoje eu me sinto uma pessoa muito melhor. Mais humana -- os olhos de Lorraine também estavam marejados.
Abrindo os braços, Alisson abraçou-a e beijou-a. Céus, como amava aquela mulher.
Quando finalmente se afastaram um pouco, Lorraine disse, um pouco nervosa:
-- Não suporto mais ficar longe de você, precisamos dar um rumo em nossas vidas.
Rindo, Alisson a puxou de volta em seus braços e disse:
-- Está pensando em casamento, meu amor?
-- O que você... -- Lorraine foi interrompida por um pigarro.
-- Desculpa aê -- Beca entrou com uma bandeja na mão -- Posso medicar a paciente?
-- Claro, desculpa -- Lorraine franziu a testa e disse meio sem jeito -- Vamos sair daqui, Alisson.
-- Vamos -- Alisson puxou-a suavemente e levou-a pela mão até à sala de espera -- Temos muito o que conversar, mas infelizmente vamos ter que adiar a nossa conversa.
-- Por que, amor? -- perguntou esperando por uma explicação.
Alisson agarrou a cintura dela e segurou-a firmemente contra seu corpo.
-- Hoje à noite, Nádia vai oferecer um jantar para Maria Flores...
-- Não seria Maria Rosa?
-- Foi o que eu disse, amor -- aproximou-se, fez um biquinho pedindo-lhe um beijo -- Eu não posso comparecer, mas gostaria que você participasse.
-- Por que eu? Nem conheço a mulher! -- Lorraine fez pouco caso -- Não vejo a menor graça sem você.
Alisson beijou-lhe os lábios, o pescoço, as orelhas.
-- Vai amor, faz isso por mim! -- pediu docemente, quase um sussurro.
-- Pedindo assim...
Alisson sentia a necessidade incontrolável de dizer o que havia em seu coração.
-- Eu amo você, Lorraine. Vou te amar para sempre.
Lorraine sorriu, apertou as bochechas da loira e lhe beijou.
-- Que coisa mais fofa! -- a morena enlaçou Alisson pelo pescoço e beijou-a na boca -- Quero fazer amor com você, Alisson Burnier -- ela sussurrou melosa -- Agora!
-- Agora?
-- Sim, agora! -- com movimentos rápidos, fechou a porta e girou a chave na fechadura -- Então, possua-me, meu amor -- Lorraine fechou os olhos e abriu os braços para recebê-la.
Alisson levantou uma sobrancelha ligeiramente.
-- Tem certeza?
-- Vem logo!
Alisson a despiu com mãos rápidas, enquanto Lorraine fez o mesmo com ela. Logo elas estavam nuas e abraçadas, gem*ndo e se beijando. Alisson a colocou sobre uma mesa e se posicionou entre suas pernas. Papéis e pranchetas caiam no chão enquanto elas se agarravam e se beijavam com fúria.
Lorraine rodeou-lhe a cintura com as pernas e inclinou a cabeça para trás enquanto Alisson acariciava seu mamilo com a língua, levando-a a loucura.
Pamela saiu do vestuário, abotoando o jaleco. Parou diante do balcão de enfermagem e começou a procurar pela ficha de seu paciente.
-- Que droga! Aonde foi parar esse prontuário? -- revirou as pranchetas e encontrou um celular no meio delas -- Alguém esqueceu. De quem será? -- apertou uma tecla e a foto de Lorraine apareceu no visor. Olhou para os lados para se certificar que ninguém estava olhando -- Que estranho! Câmeras do hospital? -- não precisou nem tocar na tela, o celular detectou o movimento do dedo e começou a abrir as imagens das câmeras.
-- Hum, que interessante... Uauuu.... Que delícia... Gostosaaa... Tesão...
Beca retornou para o setor empurrando um carrinho de medicamentos.
Pamela estava sentada no sofá muito distraída, com os olhos fixos na tela do celular e roendo as unhas.
-- Vai... continua... mais... Uiii... -- dizia na torcida.
Ela estava tão concentrada assistindo ao vídeo que nem percebeu a presença da técnica.
-- Que gem*deira é essa? -- arrancou o aparelho da mão de Pamela e olhou para a tela -- O que é isso? Aiiiiiiiiii.... -- jogou o celular contra a parede -- Que safadeza é essa, Pamela? Meu Deus, espionando a Lorraine e a Alisson. Eu nunca imaginei que você seria capaz de algo tão... tão...
-- Calma, Beca. Eu posso explicar -- disse Pamela, desesperada.
-- Não quero ouvir -- Beca tapou os ouvidos com as mãos e saiu em direção ao corredor.
-- O que aconteceu? -- perguntou Agnes -- A Beca passou correndo por mim no corredor com uma expressão nada boa.
-- Acho que vou passar um ano sabático junto aos monges tibetanos -- Pamela abaixou-se e começou a catar os pedaços do aparelho espalhados pelo chão -- Olha só o que ela fez com o celular. A Lorraine vai me matar.
-- Esse celular era da Lorraine? -- Agnes tapou a boca em uma expressão de silêncio horrorizada -- Ela realmente, vai te matar.
-- Boa noite!
Uma voz mansa e delicada soou como uma canção romântica da Adriana Calcanhoto, nos ouvidos de Pamela.
-- Boa, muito boa, boa demais... -- respondeu Pamela, anestesiada pela beleza da loira de cabelos cacheados.
-- Meu nome é Geovana. Hoje é o meu primeiro plantão, estou meio perdida -- a loira encostou-se ao balcão e sorriu timidamente -- Sou ortopedista, vou atender no PS.
-- Ela e a Alisson são bem-parecidas fisicamente, você não acha, Pamela?
-- Genérica, mas a maioria dos genéricos é realmente eficaz e pode ser tomado sem nenhum problema -- Pamela ofereceu o braço para Geovana -- Vamos querida. Vou lhe mostrar todos os setores.... Que tal começarmos pelo conforto médico?
Depois de saudá-la com um caloroso abraço, Helena sentou-se lentamente na poltrona.
-- Foram horas de desespero, minha filha.
-- Eu imagino o sofrimento pelo qual você deve ter passado -- Alisson segurou a mão da mãe com um pouco mais de força, olhando-a fixamente.
-- Lorraine foi maravilhosa, foi perfeita -- disse Helena, para a filha.
-- Foi usada por Deus. Iluminada por Deus -- Alisson sorriu, orgulhosa -- Você sabia de tudo desde o começo, não é mesmo?
-- Sou uma médium, Alisson. Possuo a habilidade de sentir e conversar com seres e energias em outras dimensões, incluindo os espíritos de pessoas mortas -- Helena ajeitou-se melhor na poltrona. Parecia muito cansada -- Sei de muitas outras coisas, mas não posso revelar. Não posso interferir no livre arbítrio das pessoas, nem no destino traçado por Deus.
-- Quando vai me contar sobre o meu passado?
-- Não será preciso contar-lhe. Você descobrirá sozinha -- dito isso, Helena fechou os olhos e silenciou.
-- Oi, Alisson -- Beca aproximou-se da amiga -- Você precisa convencer a dona Helena a ir para casa e dormir um pouco.
-- Vou pedir para a Pamela levá-la -- disse Alisson -- Ela provavelmente vai espernear um pouco, mas acabará indo.
Beca assentiu.
-- Nós podemos revezar para que a Priscila não fique sozinha.
-- Obrigada, Beca -- Alisson agradeceu, sorrindo -- Ah, minha amiga! O que seria de mim sem vocês?
Lorraine ficou parada, com a porta entreaberta, confusa olhou para o carro de Felipe estacionado próximo a varanda.
-- O que Felipe está fazendo aqui? -- perguntou-se.
Respirou fundo, sentindo algo estranho no ar, ela abriu um pouco mais a porta e entrou.
Nádia e Felipe estavam parados no meio da sala. Os olhos inchados de quem choraram.
Lorraine ergueu uma sobrancelha, surpresa.
-- O que aconteceu?
-- Precisamos conversar -- disse Felipe, fazendo sinal para que ela se sentasse.
-- Não quero me sentar -- respondeu Lorraine irritada -- O que está acontecendo aqui? Onde está a tal da Maria Rosa?
-- Estou aqui.
A entonação, ritmo e velocidade daquela voz, levou-a a fitar com atenção o rosto familiar. A boca pequena e delicada, os lábios carnudos e avermelhados e aquela expressão meiga em seus olhos, nunca saíram de sua memória.
Maria Rosa aguardou alguns instantes, esperando que ela fizesse alguma pergunta, mas ela continuava a olhá-la com o cenho franzido.
Uma mistura de raiva, fraqueza invadiu Lorraine. Tinha sonhado com aquele momento durante cinco anos, quando lhe jogaria na cara toda a sua revolta. O momento havia chegado, e ela se sentia perdida.
-- Maria Rosa, que piada é essa?
-- Passei a usar outro nome para que não conseguissem me achar.
Lorraine abriu a boca, incrédula, antes de rir com amargura.
-- Para que seus filhos não a conseguissem encontrar -- o rosto de Lorraine ficou vermelho de raiva.
-- Você está certa. Cometi um grande erro e peço desculpas. Mas, eu era uma mulher idiota. Estava assustada, com medo. Fugir me parecia a atitude mais segura.
-- Que bom para você. Em nenhum momento pensou em seus filhos. Em mim que havia acabado de perder a minha filha, a sua neta. Eu precisava de você... droga!
-- Você não entende -- Maria Rosa deu um passo na direção dela, mas Lorraine a deteve, erguendo a mão.
-- Não toque em mim -- berrou.
-- Isto não vai dar certo -- disse Maria Rosa -- A irmã Vilma tinha razão. Eu nunca deveria ter voltado.
-- Pois vá embora. É inacreditável que tenha voltado a nos procurar depois de tantos anos.
-- Lorraine, por favor. Escute o que a mamãe tem a dizer -- Nádia praticamente implorou.
-- Não quero ouvir mais nada. Você e Felipe caíram direitinho na lábia dela, mas eu não. Eu não acredito em nada do que ela fala.
-- Se não quer ouvir tudo que tenho a dizer, pelo menos de uma coisa você tem que saber -- insistiu, Maria Rosa.
-- Lorraine, você precisa ouvir -- Felipe caminhou até o balcão de bebidas e abriu uma garrafa de vinho -- Escuta o que ela tem a dizer, depois tire suas próprias conclusões.
Lorraine suspirou, levando as mãos ao quadril. Sentou-se numa das poltronas, ficando em silêncio.
Maria Rosa sentou-se na outra, apoiando os cotovelos nas pernas.
Felipe serviu o vinho, entregou uma taça para Lorraine e outra para Maria Rosa. Ela passou os dedos pela taça, escolhendo as palavras com cuidado.
-- Eu queria tanto aquela criança, Lorraine. Eu amava aquela criaturinha com toda a força do meu ser -- Ela cruzou as pernas e tomou um gole da bebida -- Fui eu quem fiz o seu pré natal, todos os exames foram analisados por mim. Ela viria ao mundo pelas minhas mãos, e isso era maravilhoso.
Lorraine colocou a taça sobre a mesa. Estava irritada com aquela conversa. Sua mãe falava como se ela tivesse sido a única a sofrer com a morte da menina. Porém, esforçou-se para continuar escutando a narração sem sentido.
-- Seu pai também desejava muito. Mas ele desejava aquela neta perfeita, saudável, dentro dos padrões normais dessa sociedade preconceituosa, não uma criança especial.
Lorraine sorriu com falsa meiguice.
-- Seja mais clara. Quero saber de tudo.
-- Sua filha não era perfeita, Lorraine. Eu menti para todos vocês.
Lorraine mal podia acreditar no que ouvia.
-- Menti para protegê-la de Marcos. Se ele soubesse antes do nascimento, teria transformado sua vida um inferno e dado um jeito de impedir que a menina viesse ao mundo.
-- Isso não muda em nada o que penso a seu respeito e nem justifica o seu abandono -- disse Lorraine decepcionada.
-- Deixe ela continuar, Lorraine -- Nádia apoiou os cotovelos no balcão, fitando a irmã com um sorriso indecifrável nos lábios -- A história está só no começo.
-- Dane-se isso -- Lorraine se levantou.
-- Seu pai logo reconheceu na menina sinais da síndrome de Down.
Lorraine empalideceu e caiu sentada.
-- Ele ordenou que a enfermeira, Catarina desse um fim na criança. Não interessava de que forma fosse, mas nunca mais queria ouvir falar daquele bebe anormal.
Um grito de dor escapou dos lábios de Lorraine e ela abaixou a cabeça.
Maria Rosa aproximou-se com as mãos erguidas para confortá-la, mas ela empurrou-a com força, fazendo-a recuar alguns passos.
-- Seu monstro, você não fez nada para impedi-lo?
-- A única coisa que tive forças para fazer, foi orar. Cheguei a cair de joelhos e implorar a Deus pela menina. Pedi que tirasse a minha vida em troca da dela.
-- Mas isso não foi o bastante -- Lorraine explodiu.
-- Você está enganada, minha filha! Reconheci a besteira que eu tinha feito naquela mesma noite e fui atrás da menina. Sabia que seria difícil, mas eu acreditava em um milagre.
Lorraine balançou a cabeça, incrédula.
-- Sai correndo do hospital feito louca. Não sabia para que lado ir. Estava atordoada, perdida. Até que um carro parou diante de mim e dele saiu uma mulher -- Já haviam se passado cinco anos, mas as lembranças daquela noite permaneciam nítidas em sua mente -- Ela era alta, de olhos e cabelos negros. Lembro-me muito bem de suas palavras: "Sara, vim devolver a sua menina".
-- Quem era essa mulher? Você chegou a conhece-la? -- perguntou Nádia.
-- Andras... seu nome é Andras.
-- Andras? Andras Barcelos? Aquele monstro? -- Lorraine perguntou, era inacreditável.
-- Ela mesma. Fique sabendo que Andras nem sempre foi mal.
-- É demais para a minha cabeça -- Lorraine estava exausta e emocionalmente abalada, ela tentava dar a impressão de que tudo estava bem, mas na verdade, não estava -- Se a minha filha está viva, me diga aonde ela está -- Lorraine se levantou chorando -- Me diga!
-- Andras havia arrancado a menina dos braços de Catarina e levado para mim. Era hora de ser cuidadosa e racional. Tinha que esconder ela de Marcos.
-- O que você fez com ela? -- Lorraine estava desesperada -- Aonde você a deixou?
-- Andras me levou até o Orfanato Santa Tereza. Foi lá que a deixamos.
-- Eu vou até lá -- Lorraine pegou a bolsa.
-- Espera -- Nádia a segurou -- Ela não está mais no Santa Tereza.
-- Não?
-- Não -- respondeu Nádia -- Assim que completou cinco anos, foi levada para outro orfanato. Nesse momento sua pequena princesa está no Hospital Leonor Hernandes. Ela acabou de ser salva por uma médica corajosa e muito, muito competente.
-- Meu Deus! -- Lorraine precisou ser amparada por Felipe -- Priscila... Priscila é a minha filha -- ela disse quase gritando de tanta felicidade.
-- Não tinha percebido o quanto ela se parece com você até hoje -- Felipe abaixou a cabeça. Sem conseguir conter mais tanta emoção, ele chorou.
Lorraine ergueu os olhos e sem se importar com os presentes, ajoelhou-se.
-- Obrigada, meu Deus! Obrigada! -- as lágrimas escorriam abundantes pelo rosto.
-- Eu sinto tanto, Lorraine. Não tive opção. Fugir de casa não estava nos meus planos, mas Marcos me expulsou. O dinheiro era pouco, deixei a cidade com Andras. Ela foi muito boa, me acolheu, cuidou de mim. Ela era a minha única família.
-- Você levou minha filha para longe de mim. Como pôde fazer isso? Como pôde partir, sem nunca ter me contado sobre ela? Isso foi uma coisa baixa e desprezível, principalmente vindo de uma mãe -- Lorraine ajeitou a bolsa no ombro, secou as lágrimas com as mãos e abriu a porta -- Vou para perto dos dois amores da minha vida e do lado delas nunca mais sair.
Andras e Beleth estavam sentadas, no alto do prédio de frente para a casa de Nádia.
-- Sara está de volta a cidade -- comentou Beleth -- A causa de sua queda está de volta.
-- Em um tempo distante, anos atrás ouve um anjo que se apaixonou por uma humana. Porém, como anjos e humanos não poderiam se relacionar, logo ele provocou a ira de Deus e foi expulso do céu.
Fim do capítulo
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patty-321
Em: 18/08/2017
Algumas revelações e muitas emoções neste capítulo. Chorei. Ainda não ta claro o papel de Andras nisso tudo. Mais uma vez o seo marco se mostra um homem podre, assassinar a própria neta por não ser "normal". Muita crueldade. A filha mergulhou nas trevas e tentou suicídio e tudo causado por ele. A Lo irá entender q a mãe falhou mas tb, salvou a Priscila. Bom fds.

Mille
Em: 18/08/2017
Ah Vandinha minhas suspeitas foram confirmadas e agora estou chorando de felicidade, você é sensacional, suas histórias nos comove.
Então a Andras ajudou a Sara com a Priscila, estou de queixo caído aqui.
Bjus e até o próximo capítulo um ótimo final de semana
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NovaAqui
Em: 18/08/2017
Quantas revelações importantes.
Então Priscila é filha de Lonzinha mesmo. Que bom que ela foi instrumento de Deus para salvá-la. E quase que Marcos causa mais dor em Priscila e Lonzinha
Andras e Beleth conversando sobre o passado foi interessante. Será que ela mudou de lado por causa de Sara? Será que ela se apaixonou pela mãe de Lonzinha? Ansiosidade é meu nome
Sara fugiu para salvar sua neta, Lorraine vai entender e perdoar sua mãe
Abraços fraternos procês!
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