A fortiori por Bastiat
Capítulo 23 - A ameaça se cumpre
Patrícia
Eu já estou porta esperando pela Verônica desde que porteiro informou a sua chegada.
- Oi - sorri para ela que estava saía do elevador.
- Oi, Pati. Tudo bem?
Ela abraçou-me com vontade quando entrou em casa.
- Tudo bem, e você como está?
- Melhor agora perto de você.
Meus olhos se perderam nos dela e não pude deixar de notar o quanto ela é intensa. Desde o primeiro dia que nos vimos foi assim, a estilista criava um clima que deixaria qualquer mulher caindo aos pés. Mas eu tenho a Laura.
Por falar em Laura, minha amada quase não foi trabalhar hoje por pura ansiedade que sentia, entretanto está muito atrasa. Ela disse que chegaria mais cedo, me garantiu na hora do almoço que só deixaria alguns papeis no trabalho e iria direto para casa. Para a minha surpresa, pisei os pés em casa há uma hora e nada dela. Será que tinha desistido da conversa? Será que se deixou vencer pelo medo? Se for isso, eu desisto dela.
- E a Laura? Cadê?
- Já era para ela estar aqui, não sei por que ainda não chegou. Estou ficando preocupada... Laura não atende o celular.
- Calma, ela só deve estar no trabalho. Não se preocupe, tenho todo tempo do mundo para o jantar.
- Ela disse que chegaria cedo. Quando o porteiro interfonou, eu estava pensando justamente em ligar para a redação. Vou fazer isso, só um minutinho.
Disquei o número e o telefone chamou duas vezes até uma voz atender. A pessoa disse que além dela não estar lá, ela já tinha saído um pouco depois da hora do almoço da redação. Meu coração gelou. Será que ela desistiu mesmo de conversar com a Verônica?
- Laura já saiu. Pelo que parece, faz tempo. Estou preocupada.
- Calma, Pati. Ela deve ter passado em outro lugar antes. Vamos aguardar.
- Você aceita algo para beber?
Não deu tempo de ouvir a resposta. Meus olhos se arregalaram quando a porta foi aberta pela Laura. Não sei se gritava de horror ou se corro para socorrê-la. Curvada de tanta dor, seu olho esquerdo se mostra inchado, assim como sua boca. Há muito sangue espalhado por ela, mas não dava para identificar de onde vem. Ela não se aguentou e se deitou no chão.
- Amor!
Foi a única coisa que consegui dizer e corri em desespero na sua direção.
Laura
Consegui chegar em casa. Com muito sacrifício, mas consegui. Estou toda quebrada, com muita dificuldade de me manter em pé. Sinto tanta dor nas pernas que não consigo identificar qual das duas pode estar quebrada. Mas não é hora de descansar e chorar, eu preciso agir.
Só notei a Verônica ali quando tirei da cabeça a possibilidade de ser a Camila. Deitei-me de bruços no chão com metade do meu corpo em casa e a outra metade para o corredor. Consegui dizer em sussurro olhando para a Verônica:
- Pelo menos desta vez consegui fugir antes dos tiros.
Verônica colocou a mão na boca, sinal de que entendeu.
- Tiro? Fugir? Laura, meu amor, o que aconteceu?
- Ela sofreu uma represália por alguma matéria.
Foi Verônica quem respondeu uma Patrícia desesperada.
- Precisamos ir ao hospital...
- Não - Interrompi a Patrícia. - Precisamos sair daqui agora. De preferência para bem longe. Eles sabem onde moro, não temos tempo. E se eu for para o hospital, eles vão descobrir. Vão me procurar para acabar com o serviço.
Eu senti gosto de sangue subindo pela minha garganta na minha boca. Fechei a boa em esforço para não alarmar muito ao cuspir a bola de sangue.
- Lau... - Patrícia não sabia o que fazer.
- Eu vim de carro, vamos! Assim se eles estiverem de campana não vão desconfiar que é você - Verônica disse pegando a bolsa dela.
Não pensei duas vezes, assenti positivamente como pude para aquela proposta. O que foi um sacrifício enorme. Segurei o gemido de dor.
- Vamos! - Verônica disse para a Patrícia que estava parada no mesmo lugar.
- Não dá tempo nem de pegar alguma roupa?
Balancei a cabeça negativamente para responder a minha namorada. Precisamos sair agora, já tínhamos perdido tempo demais. Só não sabia como fazê-la entender.
- Não se preocupe com isso, roupas não vão faltar - observei o sorriso da Vero para a Patrícia confortando-a. - Vamos, temos que ir.
Verônica e Patrícia começaram a se mexer para me ajudar a andar. A dor aumenta, porém não reclamo para não demonstrar medo.
Desci até o estacionamento de visitas carregada por elas.
Entrei e me sentei no banco de trás junto com a Patrícia. Enquanto Vero ligava o carro, deitei-me com a cabeça no colo da Patrícia e me ajeitei como pude. Minhas costelas latejam.
- Acho melhor você se abaixar, Pati. Os vidros não são tão escuros.
Patrícia se abraçou a mim e fez o que a Verônica sugeriu.
Verônica
O silêncio imperava dentro do carro, já faz quatro horas e meia que estamos na estrada. Olhei para o retrovisor e vi a Patrícia fazendo carinho nos cabelos da Laura. Por um momento desejei estar no lugar da minha ex-cunhada, mas logo me recriminei pelo pensamento diante da gravidade do caso.
- Ela está dormindo? - Perguntei para a Patrícia com medo da resposta pois tinha um choro contido.
- Aparentemente sim, ela está viva. Ainda acho melhor a gente parar em algum hospital pela estrada mesmo, ela está muito machucada.
- Estou levando vocês para a casa dos pais dela no Rio, vocês estarão em segurança. De lá eles levam a Laura para um hospital.
- Vero... e se a Laura não aguentar? Eu estou sentindo ela fraca. Estou com medo dela... dela... dela morrer aqui nos meus braços.
Patrícia sussurrava desesperada, suas lágrimas ameaçaram cair.
- Calma. Laura é forte, vai aguentar.
Passei a correr mais com o carro. O desespero bateu forte.
A arquiteta passou o dedo pelas narinas da Laura para saber se ela estava respirando. Era um gesto que se repetia a toda hora.
- Por que será que fizeram isso? - Patrícia estava tentando achar respostas.
- Eu não sei, meu bem. Ela tem escrito sobre alguma polêmica?
- A Laura nunca foge de polêmica, de tempos em tempos ela está envolvida com isso. Mas daí a uma agressão dessas, chegar a este ponto?! Vero, ela só fez o trabalho dela.
- As pessoas acham que jornalistas estão aí apenas para fazer fofoca. Mas existem esses bravos e guerreiros que nasceram para denunciar, ser porta voz da sociedade e enxergar além dela para mostrar o que as têm prejudicado. Isso a Laura sempre fez e faz muito bem. O problema é que ela paga um preço alto por isso... - interrompi a minha fala.
- Você não está falando apenas desses machucados né?
Meus olhos se encontraram com os da Patrícia pelo retrovisor. Rapidamente desviei e me controlei novamente.
- Teve também o primeiro atentado, é claro. Você sabe, foram tiros. Neste queriam matá-la com crueldade. Ela foi espancada! - Indignei-me com esta conclusão. - Enfim, só ela contando para saber o que realmente aconteceu.
Patrícia ficou em silêncio. Ela percebeu que disfarcei quando disse que a Laura paga um preço muito alto para levar essa vida que quer. Acelerei mais um pouco e vi uma placa indicando que já estávamos próximas do Rio de Janeiro.
Patrícia
"Paga um preço alto por isso..." a Laura paga um preço alto. Que preço? O preço por trazer verdades à tona? Por combater mentiras e corrupção? É justo que ela abra mão de sua profissão e vocação para se sujeitar aos caprichos de uma mulher? Porque foi isso que a Verônica quis dizer. A Laura paga um preço alto por escolher a profissão ao invés do casamento fracassado com a irmã dela. Estranhamente, esse pensamento me pareceu... compreensível. Sim, eu senti compreensão pela ex da minha mulher. A Laura no estado que está nos meus braços, quase inerte, se entregando aos poucos para a dor, me fez perceber que pagar com a vida dela aquele preço é realmente alto. É um preço muito alto perder um amor, deixar as filhas sem a mãe e deixar os seus pais sem filha. Então é por isso que a Laura nunca conseguiu se dividir entre a profissão e a vida pessoal. A profissão dava sentindo para a vida, mas se fosse preciso exigia até a sua vida. Eu não saberia escolher entre um amor e a minha profissão, mas a minha carreira não me mataria literalmente.
O dia amanhecendo me trouxe de volta a realidade e a paisagem de praia acalmou meu coração.
- Estamos chegando?
- Sim - Vero sorriu.
- Você avisou os pais da Laura? Quer que eu ligue para eles?
- Patrícia, eu estava falando com o Carlos agora pelo telefone.
- Desculpa, eu estava com meus pensamentos longe. Muito longe. O que ele disse?
- Está desesperado, é claro. Difícil mesmo será a reação da dona Andreia.
- Acho que tudo que a Laura precisa agora é de um hospital.
- Não se preocupe, o Carlos já providenciou uma ambulância e muita segurança. A Laura está dormindo?
- Acho que sim. Pode estar desmaia também. Por quê?
- O senhor Carlos vai avisar a polícia. Ele tem amigo delegado, sabe? De muita confiança.
- Eu acho isso mais do que certo!
- Ele também vai alertar a imprensa...
- Não! Vero, isso não parece ser bom. A Laura vai odiar isso.
- Também pensei isso, mas ele disse que é uma forma de proteção também. Quem fez isso não vai querer se expor matando a Laura, aí mesmo que ele vai recuar.
- Não sei. Ele é o pai dela, não é?! Sabe o que é melhor, vamos confiar nele. - A Laura se remexeu um pouquinho. - Parece que ela está acordando.
- Calma, não se mexe muito. Já estamos chegando - sussurrei no ouvido dela.
Entramos em um condomínio que aparentemente é dos meus sogros e respirei aliviada. Laura está a salvo.
Camila
- Notícia de última hora para encaixar pessoal.
Olhei para o meu chefe e senti um arrepio ruim percorrer a minha espinha. Não foi um arrepio de ansiedade pela notícia, senti medo. Algo de muito ruim aconteceu.
- A filha do Carlos e da Andrea sofreu um atentado. Ela está muito ferida e a caminho do hospital.
- A Lívia sofreu um atentado? - Perguntei rápido e com desespero.
- Não. Parece que foi a filha mais velha. Aquela jornalista que sumiu.
- Laura... - sussurrei para mim mesma.
- Essa mesmo! A mulher continua polêmica. Não a conheço, mas sei um pouco da sua história. Ela foi embora por causa de um atentado e quando retorna é atacada novamente. Mas isso você deve saber com detalhes não é, Cah? Pelo que sei você era muito amiga dela.
- Você conversou com o Carlos? Apurou? - Minhas mãos tremiam.
- Apurei com fontes do hospital e já mandei um repórter para a porta o local.
- Eu vou ligar para o Carlos e saber dessa história. Isso não é qualquer notícia para dar sem que ele saiba.
- Ele não vai te atender. Acho melhor deixá-lo no momento família.
Não ouvi os argumentos do editor-chefe e saí da sala para fazer a ligação. Ele é da minha família, é o avô das minhas filhas.
Chamou quatro vezes e a cada segundo meu coração apertava mais.
- Camila...
Ouvi a voz do meu ex-sogro.
- Senhor Carlos... é verdade? É verdade o que estão falando aqui?
- Infelizmente sim, minha querida. Parece que está acontecendo tudo de novo.
- Não. Não. Não pode ser! - Sentei-me no meio do corredor, minhas pernas enfraqueceram. - Estou aqui na redação e eles querem noticiar.
- Não se preocupe, eu que deixei vazar a informação. Acho que vai ser uma segurança maior. Querendo ou não, quem fez isso não vai querer se expor.
- Mas como você quer que seja noticiado? Temos que proteger as meninas também. Não quero as minhas filhas no meio dessas notícias.
- Não deixe ninguém informar o local que ela está internada, pode ser perigoso. Só deixe bem claro que a Laura trabalha para o 'Le Monde', faz um jornalismo sério, que haverá apuração da polícia internacional...
- Polícia internacional?
- Eu falei com o Sérgio e ele desconfia que foi o argentino Juan Garcia Valadares.
- O candidato à presidência? É claro, ela que denunciou aquelas mentiras e o desmascarou. Eu li toda reportagem.
- Exatamente.
- Certo. E você quer que essa desconfiança saia já ou ainda não?
- Não, vamos esperar ela contar. É uma hipótese muito forte, mas ainda uma hipótese.
- Uhum... - mordi meu lábio inferior de nervoso, suspirei e perguntei - É... Carlos... Ela... A Laura está bem?
- Não sabemos ainda, ela está na mesa de cirurgia neste momento.
Segurei as lágrimas.
- Estimo sua melhora. Me mantenha informada, pelas meninas.
- Pelas meninas, sei. Tudo bem. Vou ter que desligar Camila.
- Sim, claro. Que tudo ocorra bem. Tchau.
- Obrigado, tchau.
Me recompus e rumei para a sala. Sentei-me no meu lugar de sempre e comecei a digitar no computador a lauda que será lida sobre o atentado. Olhei para meus colegas que me olhavam com expectativa para saber da conversa.
- Sim, eu consegui falar com o senhor Carlos. Eu vou escrever a lauda que é para ser noticiada. George, você pode ler esta notícia? - Perguntei para o meu companheiro de bancada.
- Claro!
Dei um sorriso fraco e foquei novamente no que deverá ser dito. Eu não sabia se conseguiria controlar a minha voz se tivesse que ler a notícia. Por mais que eu seja profissional, ela é a mãe das minhas filhas.
...
Saí do trabalho mais cedo para buscar as minhas filhas na escola. Resolvi fazer isso por segurança. Não sei exatamente o quanto sabem da vida da Laura. Muito menos quero que as meninas descubram o que aconteceu por terceiros.
Como vou contar toda essa história para elas? Como vou contar para a Marina? Com certeza ela vai se assustar mais do que a calma Diana.
Crianças começaram a sair. Coloquei um sorriso no rosto e olhei atentamente para tentar achá-las no meio de tantas crianças. A primeira que saiu foi a Marina, com um rosto triste, cabeça baixa e sem falar com ninguém. Ela me notou e estranhou demais a minha presença ali. Nossa relação estacionou em uma aproximação tímida. Embora não tenha mais brigas entre nós, ela ainda não se abriu por completo para mim.
- Oi, pequena - sorri. - Cadê a sua irmã?
- Não sei, deve estar no pátio ainda.
Resolvi não insistir em um diálogo, é melhor mantê-la tranquila para receber a notícia da Laura.
- Você pode abrir o carro? Quero me sentar.
- Ah, claro! Achei que quisesse ficar aqui comigo esperando a sua irmã.
Antes de ela passar pela porta para entrar no carro, fiz um carinho em seu rosto. Tão parecida com a Laura. Não só na aparência, mas no jeito também.
Um minuto depois a Diana saía com um sorrisão no rosto e rodeada de amigas.
- Mãeeeeeee!
Ela correu na minha direção e me abraçou. Suas amigas vieram logo atrás e me encheram de perguntas. Nem sempre uma apresentadora de um telejornal aparece do nada na escola. Depois de um bom tempo de atenção, entrei no carro com a Diana e olhei para a Marina pelo retrovisor.
- Você viu como as minhas amigas nem queriam deixar a mamãe ir embora, Marina? É sempre assim quando ela vem na escola.
- Não ligo.
- Aí, que mau humor! É por isso que você não tem amigas.
Marina não respondeu. Acho que ela não gosta muito da escola já que sempre chega em casa mau humorada e reclamando com a irmã.
...
Chegamos em casa e comecei a preparar o almoço enquanto elas tomavam banho. Eu não fazia a mínima ideia de como contar o que aconteceu com a Laura.
- Oi, Cah.
Senti um alívio ao ouvir a voz da minha irmã.
- Vero, que bom que chegou! Estava preocupada, você não entende o telefone.
Ela me abraçou com carinho e disse no meu ouvido:
- Como você está? Sei que você deve estar muito preocupada, mas a Laura vai ficar bem.
Nos soltamos e olhei para ela.
- Eu não estou preocupada com a Laura - menti. - Nunca vi uma pessoa que gosta tanto de viver perigosamente.
- Você só pode estar ficando louca! É sobre a outra mãe das suas filhas que estamos falando aqui, Camila.
- E é por elas que eu torço pela recuperação dela.
- Ela viajou quase desmaiada por horas em um carro para salvar a vida dela, isso não te toca? Que tipo de pedra virou o coração que bate no seu peito?
- O que aconteceu exatamente? O que eu sei é que ela sofreu um atentado e que ela está mal.
- Bem, eu estava na casa dela quando ela chegou toda quebrada. Foi eu quem a trouxe para cá. Ela precisava fugir e aqui, perto dos pais dela, é o lugar mais seguro.
- Você ajudou a Laura?
- Claro! Camila, vou repetir porque eu acho que você ainda não entendeu: é da Laura que estamos falando aqui, da outra mãe das minhas sobrinhas, da jornalista que acredita que podemos ter um mundo melhor, de uma pessoa. Não estamos falando do casamento que não deu certo, nem da atitude imatura.
Apenas desviei os olhos da minha irmã e desliguei o fogão.
- Tia Vero!
Ouvi a voz da Marina e logo vi ela se jogando nos braços da tia.
- Oi, coisinha! Você se comportou na escola hoje?
- Sim! E você resolveu aquele assunto?
- Hum... - Vero olhou para mim e balancei a cabeça confirmando sua desconfiança de que ela não sabia de nada ainda - Depois do almoço a gente conversa.
- Ah não, tia! Nem fome eu tenho.
- Mas vai comer. É sério, depois do almoço temos que conversar.
- Não tenho outra escolha, não posso te obrigar a falar.
- Que dramática essa minha sobrinha linda.
- O almoço está pronto - pronunciei para as duas. - Sobe lá e avisa a sua irmã para mim? Por favor? - Pedi para a minha filha.
- Ela já deve estar descendo.
- Sua mãe pediu um favor, custa? - Verônica teve que interver.
- Tá bom... - Marina saiu contrariada.
- Por que você não a adota? - falei emburrada com mais uma intromissão da minha irmã.
Já é difícil interagir com a minha filha, com a Vero no comando ficava ainda mais impossível.
- Vou ignorar seu ataque de ciúmes, temos coisas mais importantes para discutir. As meninas não sabem?
- Não.
- Você vai contar, não é? Não se pode esconder uma coisa dessas!
- É claro que vou contar, que pergunta idiota. Só não sei como contar ainda. Marina não vai reagir bem, você sabe - meus olhos se encheram de lágrimas.
- Desculpa pela pergunta, não quis ofender. Temos que pensar em uma forma de contar então. Você já pensou em algum jeito?
- Acho que não tem forma certa. É contar a verdade e pronto. Procurar algumas palavras que se encaixam melhor na situação.
- E saber lidar com a reação de cada uma.
Balancei a cabeça desanimada para a minha irmã.
Patrícia
- A perna direita está fraturada em dois pontos e o braço esquerdo tem uma fratura considerável também. Três costelas quebradas, mas que por um milagre não perfuraram o pulmão. Ela tem um corte nas costas, mas nada muito grave. A paciente levou muitos chutes na região da barriga, tivemos uma pequena hemorragia no fígado, mas já está sob controle. Temos também outros hematomas espalhados pelo corpo. Será uma recuperação difícil e sua saúde inspira cuidado. Mas, Laura está lutando pela vida e já temos alguns sinais de melhora. Temos uma guerreira aqui.
O médico sorriu no final. Eu e os pais da Laura também conseguimos sorrir. A minha maior preocupação é dela morrer. Mas a minha guerreira, como o médico a chamou, é fantástica. É indestrutível.
- E quando podemos vê-la, doutor? - Perguntei ansiosa.
- Ela está sedada e vai demorar para acordar. Na verdade, não tem dia para acordar. Uma pessoa pode até ficar no quarto com ela como acompanhante, mas eu sugiro que vocês descansem um pouco.
- Eu quero vê-la.
- Patrícia, é melhor você descansar um pouco agora. - Senhor Carlos disse para mim.
- Eu preciso vê-la.
- Sim, mas foram horas de estrada e preocupação. É melhor você descansar algumas horas para estar bem quando ela acordar. Laura vai precisar de alguém saudável, e se você não comer nada e não descansar, outra internada aqui será você. - Meu sogro sorriu gentil.
- Tem razão. Mas eu vou passar no quarto para ver com os meus próprios olhos se ela está bem, cinco minutinhos.
Acompanhei o doutor junto com os meus sogros e entrei no quarto da Laura.
Prendi a respiração quando meus olhos caíram sobre ela. Sua pele estava mais branca do que o normal e seus lábios estão quase sem cor. O seu olho estava com um roxo enorme e sua boca um pouco inchados. Sua perna toda engessada e com pinos. Seu braço também tem gesso e repousado ao seu lado. Todos aqueles tubos e aparelhos me assustaram.
Aproximei-me dela e toquei seu rosto.
- O que fizeram com a minha filha?
Ouvi a Andrea reclamar abraçada ao marido.
- Calma, amor. Ela vai ficar bem. - Respondeu Carlos segurando as lágrimas.
Ficamos nós três olhando e fazendo carinho nela por um tempo e depois eles insistiram para que eu ficasse na casa deles. Falei que não precisava, que podia ficar em um hotel, mas depois eles acabaram me convencendo e me levaram para a casa deles.
Camila
O silêncio imperava no almoço. Às vezes eu trocava olhares com a Verônica, como que buscando nela um conforto inexplicável.
A comida não descia bem, estava com um nó na garganta. Minhas filhas comiam normalmente, o que era um alívio, porque aparentemente não desconfiavam de nada.
- Terminei, posso me retirar? - Marina perguntou ansiosa.
- Pode, meu anjo - sorri.
- Com licença.
Ouvi os passos da Marina subindo as escadas.
Terminamos de comer e a Diana acompanhou a irmã. Eu fiquei mais um tempo com a Verônica na mesa. Suspirei quando terminou o que havia em seu prato.
- Bom, terminamos aqui. Vamos subir e conversar? - Ela finalmente falou.
- Não tem jeito, não é?
- Ficar adiando...
- Eu sei, vamos.
- Quer que eu conte? Você me parece muito nervosa, eu sinto que está angustiada.
- Não, Vero. Pode deixar. Só preciso da sua força e seu apoio.
Ela abraçou a minha cintura e partimos para o quarto juntas.
Entrei primeiro com a Verônica logo atrás. Marina procura alguma coisa na mochila da escola, enquanto Diana já está com o caderno aberto, provavelmente vendo o que tinha para ser feito.
- Meninas, precisamos conversar.
Consegui a atenção imediata das duas. A Marina, pude perceber, aguardava ansiosamente por minhas próximas palavras. Ela sabia que a Verônica tinha ido para São Paulo conversar com a mãe. Tenho certeza de que ela espera vê-la já no final de semana.
Sentei-me na cama da Marina e chamei a Diana para perto. Uma ficou ao lado da outra e eu de frente. A Vero estava de pé mais afastada, apenas observava.
Tomei ar para os meus pulmões e soltei aos poucos. Como aqueles olhos cor âmbar me lembram a Laura.
- Meus amores, vocês terão que ser fortes para ouvir o que vou dizer. Não vai ser fácil - sussurrei.
Eu senti que falharia se não contasse tudo de uma vez.
- A outra mamãe de vocês, amorzinhos, está dodói em um hospital.
- A minha mãe? O que aconteceu? - Marina logo se manifestou. Sua cara estava um misto de ansiedade e medo.
- Bem - olhei para a Vero e sua cara me dizia para não esconder nada - Vocês sabem que a Laura é jornalista e que o papel de um de quem exerce essa profissão é correr atrás de notícias para dar aos cidadãos. Uma notícia pode ter desagradado alguém e para impedir que sua outra mãe falasse mais coisas, a deixou machucada.
- Machucada? - Desta vez foi a Diana quem perguntou.
- Sim, mas ela vai ficar bem. Ela é forte e vai se recuperar rápido. Não fiquem preocupadas.
- Isso já aconteceu... - Marina falou - um cara não gostou da publicação de uma notícia e ameaçou a minha mãe. Então ela passou um tempo andando com um segurança. Depois quando viram que não tinha mais risco, ela pode dispensar o senhor. Por que não tinha nenhum segurança aqui?
Fiquei estarrecida com a revelação de que a Laura correu perigo em Paris também.
- Eu não sei, meu anjo. Talvez ele não tenha ameaçado antes, pegou sua mãe de surpresa. Não se preocupe com isso agora. Eu vou protegê-las e se preciso for contrato um segurança.
- Camila, eu quero ver a minha mãe! Por favor, deixa?
Marina ajoelhou-se na cama e juntou as mãos em uma prece.
- Não - a Vero respondeu categórica. - Por enquanto você não pode ver a sua mãe.
Olhei para a minha irmã sem entender nada. Eu iria atender o pedido da Marina. É claro que não proibiria a menina de ver a própria mãe. Só então me toquei que para minha gêmea ter aquela atitude, talvez a Laura não estivesse bem como eu pensava.
- Por quê? Por favor, tia.
Meu coração partiu com mais esse pedido da Marina.
- Sua mãe não está recebendo visitas ainda. Ela precisa se recuperar direitinho. Assim que o médico liberar, vocês poderão visitá-la.
- EU ODEIO VOCÊS! ODEIO, ODEIO, ODEIO, ODEIO!
Como um foguete, Marina levantou-se da cama e correu para fora do quarto.
Imediatamente corri atrás dela. Só a alcancei na porta de entrada que ela tentava abrir com toda sua força. Não havia notado ainda que estava trancada.
- Marina, calma! Não vai adiantar, a porta está trancada.
- Eu quero ver a minha mãe!
Ela chora e eu não segurei as minhas lágrimas. Por impulso, a puxei para os meus braços e a envolvi entre eles até que se acalmasse. Por incrível que pareça, Marina acabou me abraçando de volta. Abraçou forte como nunca tinha feito antes.
- Camila, a minha mãe está bem? Vocês não estão mentindo para mim, né?
- Mentindo? - Indaguei.
- Para eu não querer visitá-la.
- Não! Claro que não, meu amor. Isso tudo, infelizmente, é verdade. A sua mãe está bem. Só que isso aconteceu ontem e como está muito recente, por isso Laura não pode receber visitas.
- Mas se ela está bem porque não pode receber visita?
Pois é, cadê a Vero para explicar isso?!
- Coisas de médicos. Eu prometo que assim que liberarem visitas, você vai.
Ela me olhava desconfiada.
- Confia em mim, é uma promessa. Eu juro pelo amor que eu tenho por você e pela sua irmã, que não é pouco, que vocês vão visitar a Laura.
Ela balançou a cabeça em afirmação e eu respirei aliviada. Dessa vez o abraço partiu da minha menina. Foram bons minutos apenas só nós duas ali, trocando carinho de mãe e filha.
Subi com ela para o quarto e encontrei Verônica conversando com a Diana. Marina foi para perto da irmã e a ajudou consolá-la também.
...
À noite, tentei me concentrar no livro que lia. Esparramada no sofá, minha cabeça gira de tanta confusão. Eu queria saber se a Laura está bem, mas não encontrava coragem para ligar.
- Cah, vou dar uma saidinha.
Minha irmã dissipou os meus pensamentos com o aviso de que vai sair. Reparei nela e notei que está bem bonita.
- E aonde você vai com tanta beleza? Posso saber? - Sorri descontraindo.
- Bem... É... Vou ao hospital visitar a Laura.
- Essa hora? Visita noturna? - Não entendi nada.
- A Patrícia vai dormir lá e eu vou fazer um pouco de companhia para ela.
Ela baixou a cabeça e fugiu do meu olhar.
- Você vai passar a noite no hospital?
- Não! Claro que não. Só vou ficar um pouco lá, saber como a Laura está, os detalhes. Quero saber quando ela estará bem para ver as meninas.
- Hum... certo. Agora que eu me toquei, essa Patrícia é aquela que você diz que está apaixonada?
- Uhum.
A Verônica ficou desconfortável, começou a fingir que estava procurando alguma coisa na bolsa.
- E por que ela está aqui? É tão amiga da Laura assim?
- APatríciaéamulherdaLaura.
Não entendi nada. Minha irmã falou tão rápido que parecia um carro de fórmula 1.
- O que você disse?
- Eu disse que - Vero mordeu o lábio inferior - a Patrícia e a atual da Laura são a mesma pessoa. A Patrícia é a mulher da Laura.
- O QUÊ? - Faltou ar para respirar, fiquei pasma no primeiro momento. - Você está dando em cima da atual da Laura? - Comecei a gargalhar alto, não sei se de verdade ou de nervoso - Caramba Verônica, você é mais louca e melhor do que eu imaginei.
- Eu estou apaixonada por ela.
Verônica falou séria.
- Pelo amor de Deus! Para com essa brincadeira idiota. Pode ser sincera comigo, você adora uma disputa.
- Não é brincadeira e eu não estou disputando ninguém. Acredite ou não, eu gosto de verdade da Patrícia e eu estou puta da vida porque eu não sou correspondida.
Ficamos nos encarando um bom tempo. Ela fechou a cara.
- Tchau, Camila.
Nem respondi. A única coisa que eu posso fazer é acreditar e pedir desculpa depois. Nunca s vi falando tão sério.
Minha irmã apaixonada pela namorada da Laura? A vida não tem limites? Verônica nunca se apaixona e quando finalmente acontece é por essa mulher? Ela deve ser realmente um espetáculo.
Olhei para o meu notebook na mesinha de centro e fiquei tentada a procurá-la na Internet. A empresa dela é famosa, com certeza alguma foto tem... NÃO! Eu não vou fazer isso. E daí se ela é bonita? Não tenho mais nada a ver com a Laura e muito menos vou me meter na vida da minha irmã. Só estou confusa com esse sentimento de que acho bom a Verônica ter a possibilidade de roubar a namorada dela.
Às vezes nem eu mesma me reconheço. Jamais daria risada de uma situação daquela como fiz na cara da minha irmã. Por que esse rancor todo? Eu não sou assim.
Ouvi o interfone tocar e corri para atender.
- Oi, seu Damião.
- Boa noite, dona Camila. Posso autorizar à entrada do senhor Gustavo?
- Claro! Aproveita e anota o nome dele, ele não precisa de autorização.
- Está certo, dona Camila. Boa noite para senhora.
- Boa noite.
Fui para o portão esperar o meu amigo.
- Poxa, gata gostosa! Eu ainda preciso de autorização?
- Desculpa, amore. Eu sempre esqueço de passar seu nome. Mas isso não vai acontecer mais.
Recebi um abraço gostoso e um beijo no rosto.
Entramos em casa e ele já foi logo se esparramando no sofá.
- Cadê as meninas? Eu não conheço a Marina ainda.
- Estão lá em cima. Acho que você não veio num bom dia para conhecê-la. Desculpa, amigo.
- Verdade, por causa do acidente, que cabeça a minha. Como é que você está?
- Vamos para o meu quarto? Quero deitar-me e descansar.
Guga sabia: eu estou querendo desabafar, mas não pode ser na sala.
Subimos em total silêncio. Deitei-me na minha cama e o Guga tirou os seus sapatos e deitou de frente para mim.
- Fala, sou todo ouvido.
- Estou confusa - algumas lágrimas começaram a brotar nos meus olhos.
- Confusa? Tente explicar alguma coisa ao menos.
- Quando eu recebi a notícia pela manhã na redação, minha vontade foi de correr atrás da Laura. Fiquei com medo de perdê-la para sempre. Mas de repente, as lembranças ruins me fizeram relembrar tudo o que ela fez. Gu, por alguns segundos, poucos segundos mesmo, eu desejei que a Laura morresse para acabar com todos os problemas. Mas foi por segundos mesmo, eu juro.
Comecei a chorar de forma descontrolada. Senti os braços do meu amigo em um abraço como se pedisse calma.
- Você é humana, minha amiga. Depois de tudo que passou deve ser normal essa confusão de sentimentos. Você de tanto amor que sentiu por ela está acabando por odiá-la.
- Amor e ódio podem andar juntos? Eu quero odiar a Laura e me esforço para conseguir tal proeza, mas meu coração tem falhado, tem me traído.
- Você disfarça muito bem esse amor. São anos ouvindo você falar que a odeia.
- Eu pensava que tinha conseguido odiá-la, mas desde a sua volta, quando eu botei meus olhos nela, meus sentimentos estão mais confusos do que nunca. Posso até continuar com o meu disfarce, porque é uma forma de proteção, mas sei que ainda pode existir amor dentro de mim.
- Ela está aqui, por que não corre atrás desse amor?
- Nunca! Posso até sentir amor por ela, mas não quero envolvimento nenhum. Nem amizade! Um dia eu ainda vou superar essa história e me abrir para um novo amor, mas não por agora. Velhos amores são difíceis de esquecer, mas velhas mentiras são ainda piores.
- Juro que tento te entender.
- Fique tranquilo, nem eu me entendo.
Verônica
- Oi, posso entrar? - Perguntei quando abri a porta do quarto da Laura.
- Oi, Vero. Que surpresa!
- Eu estava aqui perto e resolvi dar uma passada para ver como a Laura está e saber de você. Fiz mal, né? Deveria ter ligado.
- Vero, não faça manha vai! Pode aparecer aqui quando quiser, não precisa de convite. Você salvou a vida da Laura.
- Imagina, qualquer pessoa nessa situação faria o que eu fiz.
- Talvez não. Obrigada.
Ela me abraçou de forma carinhosa e seu cheiro alegrou o meu coração. Por que logo ela que é impossível é essa mulher maravilhosa? Não podia ser uma pessoa chata?
- E como você está, minha querida?
- Agora estou bem, aliviada pelo menos. A Laura corre risco, ela inspira muito cuidado, mas já teve uma melhora. Olha o que fizeram com ela - ela pegou na minha mão e nos aproximamos da cama da Laura.
- Que covardia - falei indignada - Esses gessos todos são... ?
- A perna direita está fraturada em dois pontos, o braço esquerdo tem uma fratura, e também têm três costelas quebradas.
- Eu percebi que tinha alguma coisa errada com a perna dela. Incrível que mesmo assim ela conseguiu se rastejar até na casa de vocês. Ou teve alguma ajuda. Laura terá que ficar muito tempo por aqui?
- Provavelmente.
- Você já conseguiu conversar com ela?
- Não. Ela saiu da cirurgia e está dormindo até agora. Não tem hora para acordar.
- Entendo.
- Como que você conseguiu fazer essa visita?
- Hum? Está achando ruim? Eu vou embora.
- Não, Vero! Já disse que você é bem-vinda, deixa de ser boba. Só perguntei porque as visitas são restritas.
- Eu sei, estou brincando. Mas respondendo a sua pergunta: conheço uma médica daqui e ela quebrou o meu galho.
- Como assim conhece uma médica? Foram namoradas?
- Não. Namoradas não. Não chegamos a esse ponto.
- Hum. Mas já tiveram um rolo né?
- Casinho bobo.
- E pelo jeito ela quer repetir a dose.
- Gata ela é. Muito gata na verdade. Quem sabe?! Acho que preciso pagar esse favor, não é? -Provoquei.
- Está falando sério? Não, né?!
Dei risada. Isso é ciúmes? Será que ela pode estar sentindo alguma coisa por mim?
- É claro que eu estou brincando, Pati! Que tipo de mulher você pensa que eu sou? Que troca favores por sex*?
- É que você falou de um jeito que sei lá.
- Eu mantenho amizade com todas as mulheres que já fiquei. A médica é uma delas, só isso.
- Desculpa, eu não tenho nada a ver com a sua vida e fico aqui te interrogando. Desculpa mesmo, nem sei o que me deu.
- Curiosidade - resolvi encerrar aquele assunto.
Patrícia sorriu de lado e perguntou em seguida:
- Vero, as meninas já sabem? A Marina e a Diana?
- Sim - suspirei - a minha irmã resolveu contar tudo. Elas estão loucas para ver a mãe.
- E a sua irmã? Como reagiu? Ela vai querer visitar a Laura?
Dei um riso contido e balancei a cabeça com pesar. Ciúmes. Fui boba ao pensar que ela poderia ter ciúmes de mim. Ela ama a Laura.
- Não se preocupe, a Camila odeia a Laura.
- Como odeia?
- Odeia ué. Ódio. Ela não vai querer visitá-la, muito menos querer uma aproximação. Nada mudou. Acho que apesar de tudo, elas poderiam tentar conviver para o bem das meninas, mas a Camila continua fingindo que a Laura não existe mais.
- Certo. As meninas vão poder visitar a Laura? Principalmente a Marina que é doida na mãe.
- Sim, quando a Laura estiver melhor, elas virão. Se elas chegarem aqui e encontrar a Laura neste estado ficarão traumatizadas. Acho que elas já têm traumas suficientes pela vida, vamos poupá-las desse.
Patrícia balançou a cabeça concordando.
- Bom, tenho que ir. Só passei para ter notícias da Laura e te ver um pouquinho.
- Obrigada, Vero. Você é a amiga que sempre sonhei.
Nos despedimos e a deixei lá com um olhar de amor pela Laura.
Fim do capítulo
Sim, mais uma vez a Laura sofreu um atentado.
Agora, ela está de volta ao Rio de Janeiro. Pelo menos inconsciente, mas está.
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Suzi
Em: 11/08/2017
Laura pensou que aquela telefonema seria só ameaça e acabou quase morrendo novamente com a truculência com que foi tratada nesta desforra.
Até compreendo o amor e a paixão que ela tenha pela profissão, mas após três ameaças e duas reais tentativas de matá-la, e uma delas já tinha Marina grandinha e na mira dos transgressores. Laura terá que refletir se continua a sua busca por verdades e seu amor pela investigação ou escolhe algo mais leve para poder usufruir da vida ao lado das filhas. Não sei se ao lado de Patricia ou de Camila, as duas estão com seus conflitos pessoais para resolver.
Camila mesmo após tanto tempo continua apaixonada por Laura, porem todo trauma da separação, a mágoa e o orgulho ferido não deixam ela perdoar a ex mulher. E também não seguir em frente com outra pessoa, isso não é vida pra ninguém e uma hora ela deverá se dar conta disto.
As meninas que sofrem a cada dia com essa situação, Marina tem na mãe tudo o que deseja e ama e para ela sentir o mesmo por Camila será um longo caminho ainda mais com essa separação forçada imposta por Camila, que aliás não ajudou em nada.
F, ansiosa pelo próximo
bj e se cuide
Resposta do autor:
O amor pela profissão sempre bateu de frente com a vida pessoal dela. É um conflito que ela carrega consigo há anos. Posso adiantar que sim, o acontecimento vai fazer com que ela reflita sobre o que quer parar seu futuro.
Camila ficou com medo de se abrir para outra pessoa e ser magoada novamente. Claro que com a volta da Laura fica tudo mais difícil para ela. Enquanto a ex estava longe ela tinha certeza de que já tinha esquecido, mas a presença física do amor a fez desnortea-se em palavras e atos.
Sim, será um longo caminho para a Marina e Camila. Diana tem a personalidade mais aberta, é mais doce e compreensível. Já a Marina se mostra até agora mais fechada e com opiniões fortes.
Obrigada,
Beijos.
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patty-321
Em: 11/08/2017
Caraca veio. Acabaram com a Laura. Puta sacanagem. Camila tá muito confusa. Será q ela vai resistir a ver a Laura? Sabendo qcrka tá mal. Tadinha das meninas, a Marina então, q triste. E a vero, poxa, qdo ama , se fode, parece comigo. Bjsss
Resposta do autor:
Com razão, a Camila ainda não consegue entender os sentimentos e vai se deixando levar pelo orgulho. Talvez ela resista por um tempo.
Parece com você? hahahaha (não foi uma risada de maldade). É uma situação complicada a da Vero.
Beijos.
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Bia08
Em: 09/08/2017
Que dó da Laura.... Que ela melhore rapidinho.
Fiquei emocionada com o abraço da Marina e Camila , muito difícil essa situação .
Ciúmes da Vera, será Patricia??? Hahaha
Bjs
Resposta do autor:
Foi mesmo. Ainda bem que a Camila soube contornar a situação e explicar bem para as filhas. A Camila estava merecendo o abraço.
Nem ela percebeu ainda que pode estar sentindo algo e ciúmes pela Vero haha.
Beijos.
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NovaAqui
Em: 09/08/2017
Tomara que Pati se apaixone pelo Vero. Elas combinam mais.
Esse é o preço que a Laura paga por tentar fazer um jornalismo sério e investigativo. Triste, pois acontece na vida real também
Camila louca para fazer uma visitinha, mas o orgulho não deixa kkk
Pelo menos esse incidente aproximou Camila da Marina. Infelizmente "há males que vêm para o bem"
Fiquei com os olhos marejados no momento que Camila foi contar às meninas. ;(
Aguardarei ansiosamente o próximo capítulo
Abraços fraternos procê!
Resposta do autor:
Combinam mesmo, dariam um belo casal.
É um lado fascinante e perigoso da profissão, mas é realmente triste porque muitos não escapam na vida real.
Abs para você também.
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