Capítulo 52
O JARDIM DOS ANJOS -- CAPÍTULO 52
O voo estava sendo longo e turbulento por causa do mau tempo. Nádia estava muito nervosa enquanto o avião sobrevoava o aeroporto tentando pousar. Alisson segurou as mãos dela entre as suas e percebeu que estavam geladas -- Não tenha medo. Vai ficar tudo bem -- Disse amavelmente -- Não vai acontecer nada com esse avião.
-- Como você sabe? Acidentes acontecem a todo momento -- Encolheu-se na poltrona escondendo a cabeça entre os braços.
-- Acalme-se. Está tudo dominado -- Alisson olhou para a aeromoça que dava as instruções de segurança -- Moça, com licença, acho melhor você ligar para a polícia, acho que roubaram sua bunda.
-- Alisson! -- Nádia tapou a boca dela com a mão -- Está louca?
-- Humm... -- Resmungou.
-- E se ela escuta? -- disse Nádia, irritada -- E até que ela é uma mulher bem bonita.
-- Se eu gostasse de maquiagem me apaixonaria pelo reboco do meu apartamento.
-- Quanta besteira! -- Nádia jogou a cabeça para trás.
A aeromoça posicionou-se próxima a porta da cabine com o microfone na mão.
-- Atenção, senhores passageiros, apertem os cintos, e atentem para os procedimentos de aterrissagem. A partir deste momento, é proibida a utilização de qualquer equipamento eletrônico.
-- Na verdade o que ela quis dizer foi: "Atenção, senhores passageiro, o comandante vai tentar depositar 200 toneladas de metal, combustível e carne humana, a uma velocidade de 500 km/h sobre uma pista de asfalto molhado e seja o que Deus quiser".
-- Você está me deixando nervosa, Alisson.
-- Deixa de ser boba, estou apenas brincando. Nunca ouviu falar que uma amizade divertida é melhor que um relacionamento sério?
-- Já ouvi.
-- Então! -- Alisson novamente voltou a atenção para a aeromoça.
-- Dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Tancredo de Almeida Neves, em São Mateus. Mantenham os encostos da poltrona na posição vertical e suas mesas fechadas e travadas. Observem os avisos luminosos de apertar os cintos.
-- Coitada! Ela é tão feia que no dia que morrer, serão obrigados a enterrá-la com alguns produtos de beleza.
-- Pegou a coitada pra Cristo?
Alisson deu de ombros e apertou os cintos.
Minutos depois, aterrissaram no aeroporto de São Mateus. Pegaram as bolsas no compartimento superior e saíram em direção ao portão do aeroporto.
-- Venha! Vamos até a esteira de bagagens -- Enroscou seus braços nos de Alisson, como que prendendo a ela -- Morro de medo de me perder e ficar sozinha em um lugar desconhecido como esse.
-- Vindo de uma pessoa que deve ter dado volta ao mundo umas duas vezes, esse comentário é bem surpreendente.
Nádia sorriu descontraidamente como uma criança.
As duas caminharam pelo aeroporto até chegarem à área de retirada de bagagens. Depois de pegarem suas malas na esteira, caminharam a passos rápidos até a calçada.
-- Boa tarde! -- Um homem alto e moreno as cumprimentou gentilmente -- Meu nome é Samuel, sou taxista.
Prontamente ele pegou as malas das mãos de Nádia e Alisson e colocou no porta-malas. Abriu a porta do carro e gesticulou para que elas entrassem.
-- Obrigada, Samuel -- Nádia agradeceu e ajeitou-se confortavelmente no banco de trás do carro.
-- Para onde vamos? -- perguntou ele, virando-se um pouco para trás.
-- Para João Neiva -- disse Alisson, sorrindo suavemente -- Vamos nos hospedar no Hotel Íbis. Você conhece?
-- Conheço. O Hotel está bem localizado na cidade, próximo ao Ginásio da Arca, Prefeitura, Shopping e restaurantes. Segundo os clientes o hotel é limpo e bem conservado. Eles consideram o atendimento ótimo.
Samuel dirigiu em silêncio por cerca de meia hora. Alisson olhava pela janela admirando a paisagem rural das redondezas de São Mateus.
-- Posso falar um pouco sobre João Neiva? -- Samuel olhou pelo retrovisor e sorriu de forma simpática.
-- Vou adorar ouvir -- Alisson olhou para Nádia que foi derrotada pelo sono e acabou dormindo com o balanço do carro. A loira sorriu com carinho e afastou uma mecha de cabelos do seu rosto e a colocou atrás da sua orelha.
-- Sua população segundo o Censo demográfico do IBGE em 2014 é de 16.946 habitantes. Encontra-se em meio a uma paisagem de densas matas. Próximo à cidade, há duas reservas biológicas que têm o objetivo de preservar o que ainda existe de Mata Atlântica, a reserva da Rancho Alto e Reserva Florestal da Vale do Rio Doce. A influência da cultura italiana é uma característica marcante de João Neiva, cidade que recebeu muitas famílias vindas da Itália no período das grandes imigrações no Brasil.
-- Quais os pontos turísticos?
-- Sem dúvida, um dos lugarejos mais bonitos de João Neiva é Demétrio Ribeiro. A comunidade de Demétrio Ribeiro, organiza anualmente um evento para promover a cultura e o agro turismo. Vale a pena conhecer. É muito lindo! Outro ponto turístico do município de João Neiva, fica localizado no centro da cidade: A famosa e Antiga Igreja Matriz, administrada pelo Padre Antônio Wilson Almança há vários anos e até hoje. A Igreja é admirada por sua beleza interna e externa. Visual de construção antiga, chama a atenção dos visitantes que aparecem pela cidade. (https://pt.wikipedia.org)
-- Nossa estadia na cidade será curta, porém, vamos tentar fazer um "city tour" rápido pela cidade e conhecer alguns desses pontos turísticos. Principalmente a Igreja.
-- Também tem o Mosteiro das Irmãs Carmelitas que fica próximo da cidade.
-- Já me falaram sobre o Mosteiro. Esse é um lugar que faço questão de conhecer.
-- Lugar abençoado aquele. Construído sobre a rocha que é Deus. O prédio já passou por muitas catástrofes e nada abalou suas estruturas. Nem precisaria ter aqueles muros altos, nenhum ladrão conseguirá invadir para roubar o tesouro que pertence a Deus: As irmãzinhas Carmelitas.
A estrada era deserta naquele trecho. Poucos carros passavam.
-- Falta muito? -- Perguntou Alisson depois de 40 minutos de viagem.
-- Chegamos! -- Ele falou apontado para uma placa escrito: Bem-vindo a João Neiva.
-- Finalmente! -- Alisson tocou no braço de Nádia e balançou-a levemente -- Nádia, acorda, chegamos.
A pediatra olhou preguiçosamente para Alisson, levantou os braços e espreguiçou-se demoradamente.
-- Chegamos, dorminhoca -- disse rindo divertida de sua cara de sono.
O carro parou diante do Hotel Íbis numa rua movimentada do centro da cidade. Samuel saltou do táxi e abriu a porta para elas.
-- Podem descer e ficarem tranquilas que eu me encarrego das malas.
-- Obrigada, Samuel. Você é muito gentil -- Alisson abriu a bolsa e pegou a carteira de dinheiro para pagar a corrida. Deu uma boa gorjeta para o simpático motorista e se despediu com um abraço.
Alisson parou diante do balcão da recepção. Tossiu com exagero para chamar a atenção da moça que folheava uma revista de fofocas. Na capa Bruna Marquezine e Neymar comunicavam o fim do namoro.
-- Posso fazer uma pergunta?
-- Claro -- disse a recepcionista.
-- Se a Bruna Marquezine terminou o namoro com o Neymar, isso significa que ela é uma ex-usuária de craque?
A moça respondeu à pergunta dando de ombros.
-- Em que posso ajudá-las? -- exibiu um sorriso radiante... e falso.
-- Primeiramente largando a revista e nos atendendo.
Nádia imediatamente empurrou a loira e tomou frente da conversa.
-- Boa noite! -- Cumprimentou, em tom alegre -- Esta é a Alisson e eu sou Nádia. Nós temos reservas.
A moça olhou para a tela do computador e confirmou as reservas.
-- Vocês são um casal? Aqui diz que estão em lua de mel.
-- Dou a você o direito de escolher qual a forma de tortura que usarei contra o Fael -- Disse Alisson para Nádia.
Nádia sorriu.
-- Isso não importa, Alisson -- Nádia entregou os documentos para a moça iniciar o processo de registro.
O hotel era simples, mas tinha tudo o que elas precisavam. Era aconchegante e limpo.
-- Não é nenhum hotel cinco estrelas, mas até que é bem legalzinho -- disse Alisson, parando no corredor para apreciar as paredes, cobertas de quadros retratando homens, mulheres e crianças. Vasos com flores davam um toque agradável e colorido ao ambiente.
Um homem de meia idade, vesgo e com uma barbicha esquisita, carregava as bagagens até o quarto. Ele olhava com admiração para elas e não fazia a mínima questão de ser discreto, medindo-as da cabeça aos pés.
Andaram mais alguns passos até que ele parou e, tirando uma chave do bolso, abriu uma porta do lado esquerdo.
-- O apartamento fica aqui, senhoritas -- disse ele encarando Nádia.
-- Obrigada! -- Disse Nádia. O carregador continuava olhando-a da mesma maneira indiscreta, deixando-a muito embaraçada. Estava acostumada com a admiração aberta dos homens. Mesmo assim, suas faces estavam vermelhas. Ela entrou rapidamente enquanto Alisson permaneceu do lado de fora parada diante do homem impedindo sua entrada.
-- Você está olhando para a minha mulher ou é impressão minha?
-- Eu???
-- Você mesmo -- Alisson se encostou na parede e cruzou os braços sobre o peito.
-- Eu juro que não estava olhando para ela -- defendeu-se com veemência.
-- Acho bom! Por bem menos, torturei alguns caras até me implorarem de joelhos por clemencia.
-- Poxa! A senhorita parece tão inofensiva.
-- Só pareço. Agora pode ir, está liberado.
O carregador colocou as malas no chão do quarto e saiu rapidamente sem olhar para os lados.
Alisson fechou a porta atrás de si e se jogou em uma poltrona.
-- Essa é boa! -- Nádia insinuou um sorriso.
-- Do que está rindo?
No mesmo instante ela ficou sério.
-- Qual seria a tortura que usaria contra esse pobre homem?
-- A mais cruel de todas -- fez cara de pavor -- Obrigaria ele a ouvir a música Despacito, umas cem vezes.
-- A Lorraine vive cantando essa música -- Nádia abriu a janela, deixando entrar o vento frio de Agosto.
-- Amar é: Aturar o gosto musical um do outro.
-- Coitado do carregador! Ele é estrábico, vai ver nem estava olhando para mim.
-- Coitado nada. Vergonha na cara é igual vitamina C, todo mundo deveria tomar.
As cortinas das janelas do quarto estavam abertas, emoldurando a vista da antiga Igreja Matriz. Mais ao longe, a bela paisagem de densas matas sobre um relevo acidentado, com muitos pães de açúcar.
-- Ainda é cedo, Alisson. Vamos sair e explorar a cidade?
Antes de responder Alisson olhou para o relógio.
-- Perfeito, mas antes vou ligar para Lorraine. Já é quase nove horas e estou preocupada com ela.
-- Enquanto você fala com ela vou tomar um banho e colocar uma roupa mais quente. Estou com frio.
Alisson pegou o celular da mochila, mas logo em seguida voltou-se para ela.
-- Faça isso, mas não demore. Estou louca de fome.
Concordou Nádia, depois de fazer um gesto com a cabeça e correr para o banheiro.
-- Droga! Inferno!
Andras quebrava tudo o que encontrava pela frente. Irritada, andava de um lado para outro dizendo palavrões, chutando os móveis e falando consigo mesmo em voz alta.
-- Imbecil! Como fui vacilar dessa forma?
Pegou a garrafa de Whisky sobre a mesinha e tomou um longo gole no gargalo, mesmo. Disse outro palavrão e perguntou a si mesmo:
-- Como pude me deixar enganar por uma criatura tão insignificante?
Continuou andando como fera enjaulada, chutando o que encontrava pelo caminho.
Entrou no banheiro, enxaguou o rosto, vestiu o robe e saiu para o quarto. A campainha tocou várias vezes. Havia alguém definitivamente irritante na porta.
Durante todo o trajeto do quarto até a porta, ela foi esbravejando. Fosse quem fosse, levaria um corridão.
Abriu a porta e deparou com Beleth. Ela sorria, mas logo arregalou os olhos e sua feição ficou séria.
-- O que aconteceu aqui? -- Beleth entrou se desviando dos cacos espalhados pelo chão -- Passou um furacão pelo seu apartamento?
-- Vá para o inferno, Beleth! -- Berrou Andras.
Beleth engoliu em seco. Desde o começo tinha certeza de que, naquela história toda contada por Lorraine, havia muita coisa que não a convenceu.
-- Pelo jeito o casamento não vai sair. O que aconteceu? -- Arriscou perguntar.
Antes de responder Andras deu mais um gole na bebida.
-- Aquela tansa me ludibriou.
Beleth deu uma gargalhada.
-- Quer morrer? -- Andras bateu o pé no chão.
-- Desculpa, mas como pôde ser tão cega, a ponto de não ver que era uma armação?
Um sorriso sem alegria curvou os lábios de Andras. O amor-próprio ferido, o traço de zombaria na voz de Beleth não ajudava em nada. Moendo-se de raiva por dentro, Andras caminhou até o quarto e remexeu na gaveta da cômoda, procurando por algo.
-- Como ela se atreveu! -- falou baixo e com dificuldade -- Além do envelope, ela levou o celular que pertencia à Silvana. Que descuido! -- Reprovou-se pesarosa.
-- Ferrou, Andras -- Beleth passou a mão pelos cabelos, parecendo nervosa -- Sugiro que você desista de seus planos. Ao menos por hora esqueça dessa mulher, esqueça dessa ideia fixa de vingança e vamos embora daqui.
De repente Andras parou e sorriu com expressão malévola.
-- Não vou desistir, muito pelo contrário, é o momento de acabar de vez com isso -- Enfiou as mãos nos bolsos do robe -- Não há para onde fugir, minha querida. Posso até ir para o inferno, mas levarei muita gente comigo.
-- Nossa, como isto aqui está cheio! -- Nádia reclamou, olhando ao redor.
-- De duas uma, ou a comida é maravilhosa ou é o único restaurante aberto até esse horário.
-- Prefiro acreditar na primeira hipótese -- Disse Nádia sorrindo estudando o cardápio.
-- Pergunta: Quando a barriga ronca ela está com fome ou está dormindo?
Nádia apenas sorriu.
-- Estou tão feliz por Lorraine ter conseguido se livrar da Andras.
-- Ela precisava provar a si mesma que era capaz disso. Lorraine se esconde atrás de uma máscara. Acha-se a poderosa, mas é uma covarde.
-- Não diga isso -- Nádia divergiu.
-- É verdade. Disse Machado de Assis: Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas! Mesmo passando por momentos difíceis, ainda existem coisas boas em nossa vida, mesmo que pequenas.... Precisamos aprender a expandir as nossas forças e energias a partir disso para não perdermos a esperança num melhor amanhã! -- Alisson abriu o cardápio e sorriu -- Temos muito que aprender juntas. Eu com minhas dúvidas e curiosidades, ela com seus medos e anseios.
-- Que bom que você pensa assim: Aprender uma com a outra. Fazer uma autoavaliação de sua conduta e saber reconhecer quando e onde errou, não colocar o orgulho em primeiro lugar, ser humilde o bastante para pedir desculpas e buscar soluções que as ajudem a melhorar.
-- Mesmo propósito, mesma direção -- concluiu Alisson.
O garçom se aproximou.
-- Eu quero bife acebolado com batata frita -- Disse Nádia.
-- Hummm... Quero a mesma coisa -- Alisson uniu-se a ela -- E para beber, um vinho italiano.
-- Álcool e volante não combinam -- Disse o garçom querendo ser engraçadinho.
-- Eu sei -- Respondeu Alisson -- Fica com gosto de plástico.
Assim que o garçom se afastou, Nádia olhou para Alisson sorrindo.
-- Você está muito engraçadinha hoje!
-- É que estou nervosa, Nádia. Quando fico nervosa só falo besteira -- Ela se recostou na cadeira e cruzou os braços -- Fico pensando na decepção da Priscila caso a gente não encontre essa mulher.
Antes que ela pudesse prosseguir, porém, o garçom chegou com os pedidos.
-- Vamos deixar esse assunto para depois que tivermos comido. Não vamos estragar o nosso apetite com pensamentos negativos.
Alisson franziu as sobrancelhas e ficou com um olhar distante.
-- Você tem razão -- Afirmou -- Porém, nada nesse mundo seria capaz de estragar o meu apetite -- Respondeu ela, sorrindo.
Nádia soltou uma breve risada.
-- Nem o meu!
-- Vou aproveitar a presença do senhor garçom para contar uma piada:
-- Garçom, tem um cabelo na minha feijoada!!! -- Disse o freguês.
-- Ah, o senhor me desculpe, mas tenho certeza que é do saco do feijão.
-- Tudo bem, então.
Passado um tempo o freguês chamou o garçom novamente:
-- Garçom, tem outro cabelo na minha feijoada.
-- Fique tranquilo, senhor, tenho certeza que é do saco do feijão de novo...
Minutos depois...
-- Ô, garçom, caralh*! Tem um monte de cabelo na minha feijoada!!!
-- Tudo bem, senhor, vou trocar seu prato, mas tenho certeza que é do saco do feijão.
-- Ótimo, melhor assim.
O garçom abriu a porta da cozinha do restaurante e berrou:
-- Ô feijão! Vem aqui trocar o prato do cavalheiro!!!
Na manhã seguinte, bem cedo, Alisson e Nádia chamaram um táxi e partiriam para o endereço fornecido pelo amigo de Fael.
Era uma casa de tijolos vermelhos, de aparência agradável, com flores coloridas nas janelas.
Duas meninas brincavam no jardim, em frente da casa, quando o carro parou diante do portão. Ao ver o automóvel, as crianças se afastaram correndo para dentro da casa.
A porta se abriu repentinamente e uma mulher secando as mãos no avental, desceu os degraus e caminhou até elas.
-- Bom dia, senhora! -- Alisson saudou-a -- Podemos conversar por um instante?
-- Bom dia! -- Ela cumprimentou com um sorriso hesitante -- Claro.
A mulher se aproximou parando diante das duas estranhas.
-- Eu sou a Alisson e ela é a Nádia. Estamos procurando por Maria Flor Fortim, ela é a proprietária desse veículo -- Alisson entregou a foto para ela.
- Maria Rosa Fortim -- Corrigiu Nádia.
- Foi o que eu disse -- Resmungou Alisson.
A mulher arregalou os olhos e afirmou com a voz trêmula:
-- Não quero problemas -- devolveu a foto e se virou para sair.
-- Espera! -- Pediu Alisson -- Não estamos aqui para causar problemas. Queremos apenas conversar com a dona Maria Flor.
-- Rosa -- Nádia bufou.
-- Uma mulher esteve aqui mês passado e disse a mesma coisa, no entanto, ela era o demônio em forma de gente.
Alisson e Nádia se entreolharam.
-- Ela também estava procurando por Maria Rosa? -- Perguntou Nádia.
-- Faz dois anos que Maria se mudou. Inocentemente, dei o novo endereço dela para a tal mulher.
-- E o que aconteceu? -- Questionou, Alisson.
-- Ela foi atrás de Maria, e como não conseguiu falar com ela, ateou fogo no lugar aonde ela está morando atualmente.
-- Que horror! -- Nádia estava chocada.
-- Alguém ficou ferido? -- Alisson balançou a cabeça e pensou quem poderia ser tão mau a esse ponto?
-- Felizmente não.
"Erga muros em volta de sua casa
O ladrão está de olho para roubar seu tesouro
O inferno está armado para atingir os seus
Edifique sua casa sobre a rocha que é Deus"
-- É só o que eu tenho a dizer.
A mulher não falou mais nada. Entrou na casa e trancou a porta.
Dentro do carro Nádia perguntou:
-- O que ela quis dizer com isso Alisson?
Alisson sorriu, lembrando que no dia anterior o motorista de táxi, Samuel, havia dado um presente a ela.
"Também tem o Mosteiro das Irmãs Carmelitas que fica próximo da cidade. Lugar abençoado aquele. Construído sobre a rocha, que é Deus. O prédio já passou por muitas catástrofes e nada abalou suas estruturas. Nem precisaria ter aqueles muros altos, nenhum ladrão conseguirá invadir para roubar o tesouro que pertence a Deus: As irmãzinhas Carmelitas".
-- Por favor, taxista. Toca para o Mosteiro.
Aquela manhã era especial para Lorraine. Ela passou pela grande porta de vidro e parou na recepção. Cumprimentou o segurança, a recepcionista e a todos que encontrava pelo caminho.
Sentia-se leve, solta, feliz.
Antes de subir para o seu andar, resolveu passar pelo PS. Queria abraçar Fael, Beca e Agnes. Depois chamaria Felipe para conversar. Estava ansiosa para contar a todos, as últimas novidades.
Assim que chegou ao PS, avistou os três amigos atrás do balcão de enfermagem.
-- Tenho uma coisa fantástica para contar a vocês! -- exclamou eufórica -- Consegui...
O ruído da sirene chegando interrompeu Lorraine. A ambulância parou diante da porta. Um minuto depois, três homens de uniforme branco entraram apressados empurrando a maca, seguidos de perto por Helena Burnier.
-- Socorro... Priscila está morrendo -- Helena gritava desesperada -- Priscila está morrendo!
Fim do capítulo
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annagh
Em: 09/08/2017
Oi Vandinha...tudo bem???
Ainda estou por aqui...rsrsrs...afinal, você pediu pra não desistir da história e confiarr na autora. Então, to aliviada por não ter acontecido nada de nível sexual entre Alisson e Nadia. Vou te confessar que fiquei com medo de acontecer o mesmo que aconteceu em Construindo o Amor...não me conformo até hoje da safada da Roberta ter transado com a Duda mesmo sabendo que Rafa gostava dela....na verdade nem sei quem é pior se é Roberta ou se é a Duda, aquela história me deixou com um certo trauma Vandinha..muito injustooooo..se fosse real nem falaria com minha irmã.
Enfim...agora é a vez de Lonzinha cumprir sua missão salvando Priscila. Tenho certeza que Alisson se encherá de orgulho!!!!
Beijoooo

Mille
Em: 08/08/2017
Boa noite Vandinha
Nossa é a terceira vez que escrevo e o celular apaga kkkk
Nossa você terminou o capítulo muito tenso e espero que a Priscila fique bem. E a Lorraine irá ajudar na cirurgia e assim vencer os traumas que sente.
Alison não vai desistir de encontrar a Maria Flor ops Rosa kkkk, e o prédio das carmelitas vai enfrentar uma loirinha de cabelo de mola, que quer respostas.
Bjus e até o próximo capítulo
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NovaAqui
Em: 08/08/2017
Agora, Lonzinha, é a sua vez de salvar essa que é a luz da vida de vocês. Sem medos e vai lá e opera esse anjo, mas depois toma conta dela que Andras estará aí para infernizar.
Ali foi perspicaz e agora vai conseguir alguma informação
Vandinha, não deixe a pequena desencarnar não.
Abraços fraternos procê!
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