Capítulo 20 - (Uma pitada de ciúmes)
Capitulo 20
(Uma pitada de ciúmes)
As semanas correram tranquilas para as nossas heroínas e o clima de cumplicidade era percebido e admirado por todos. Agora Anna-Lú aceitava a maioria dos apontamentos feitos por Carol e sem soltar suas cáusticas piadinhas, algumas vezes se enfurecia, mas Carol estava sempre a postos para amenizar a situação. Até, Caio e Miguel, passaram ser amigos e Marina já não tinha que se preocupar com tanta frequência com Anna-Lú. Para Carol estava sendo maravilhoso ter Anna-Lú por perto, era como se estar com ela finalmente tivesse feito tudo voltar ao seu lugar.
Mais um final de mês chegou e Alicia havia mudado plenamente a forma como tratava Carol, ter ela e a própria Flávia em casa havia se tornado um habito, pois a semana de cruzeiro de Artur se transformou em um cruzeiro de seis meses deixando que Alicia ficasse com Carol por mais tempo e agora sim, pareciam uma família unida e feliz, nesses dias somente uma coisa ainda a incomodava, a presença de Maggie, que se recusava voltar a Paris e tirando o fato de ter que esconder-se com Anna-Lú por causa disso, tudo estava as mil maravilhas. Era praticamente fim do expediente quando Anna-Lú dizia animada e balançando no ar um grande envelope onde se lia "Festival Destak de Publicidade” - Olha só o que temos aqui Carolina.
— O quê Anna Luiza? — Perguntou Carol sem muito interesse e sem tirar os olhos do computador.
— Não vais nem me olhar? — Reclamou Anna-Lú.
— Apenas fale, tenho ouvidos, não preciso olhar. — Respondeu concentrada. Anna-Lú apenas franziu o cenho para a resposta que obteve, então, caminhou até a porta e a trancou, depois rodeou a mesa de Carol que nem percebera sua aproximação. Postou-se atrás de sua cadeira afastou uma mecha loira liberando o acesso ao pescoço. Carol experimentou um arrepio gostoso ao sentir os lábios macios e quentes de Anna-Lú, e não pode evitar morder o próprio lábio.
— Hmmmm... Ai Lú aqui não... — sibilou fechando os olhos. Anna-Lú adorava ouvir seu nome naquele diminutivo falado por Carol.
—... Não seria a primeira vez. — Respondeu com sorriso safado. E virou totalmente a cadeira de Carol debruçando-se sobre ela e tomando sua boca em um beijo arrebatador, e foi impensável para Carol não obedecer aos intentos de seu corpo, deixando que suas mãos percorressem a lateral das coxas de Anna-Lú, e elevando a saia de couro, que esta usava a puxou para seu colo sem que o beijo parasse. Anna-Lú subiu apoiando os joelhos no assento da cadeira enquanto Carol abria os primeiros botões de sua camisa aumentando o decote de Anna-Lú, saboreou com prazer cada pedaço de pele do colo de Anna-Lú, depois voltando para o pescoço e por fim para os lábios. Os beijos estalados e molhados seguiam um atrás do outro e Carol apertava Anna-Lú contra si ansiando exterminar o espaço entre elas, que a esta altura já era inexistente de tão colados que estavam seus corpos.
A maneira como se beijavam era quase ferina, os gemidos iam escapando aos poucos, a cada tocar de línguas, a cada passear de mãos, Carol sorriu satisfeita quando sentiu o deslizar de uma das mãos de Anna-Lú entre os botões de sua camisa, e sentiu-se mais agradada ainda quando essas mesmas mãos alcançaram seus seios já rijos pela excitação que a consumia. Tudo que Anna-Lú desejava naquele momento era ver Carol completamente nua, exibindo para si aquele sex* incendiário, não via a hora de poder deslizar seus dedos por entre os pelos pubianos, senti-los úmidos de excitação, e poder toca-la com a língua antes de penetra-la.
Os toques das mãos de Carol deixavam uma trilha de ardor na pele de Anna-Lú que não adiou mais nenhum segundo em alcançar os seios de Carol, mas desta vez com os lábios. O contato da língua fez Carol estremecer querendo mais, muito mais daqueles lábios em seu corpo, estava em estado de êxtase, e tomada pelos toques já havia se inclinado ainda mais na cadeira passando os braços rodeando o quadril e apertando o bumbum de Anna-Lú, totalmente entregue. Teria goz*do ali mesmo naquela posição não fossem as malditas e insistentes batidas na porta, impedindo que elas continuassem.
— Se for o Caio, juro que bato nele — falou Anna-Lú irritada e Carol apenas lhe deu um selinho como quem diz: calma. Ajeitaram-se e Anna-Lú dirigiu-se a porta, muito a contra gosto com Carol achando-a ainda mais linda, rindo-se de seu jeitinho enfezado.
— O que está acontecendo?! Acho bom ser um terremoto ou um caso de vida ou morte! — Exclamou embravecida ao abrir a porta.
— Atrapalhei alguma coisa? — falou Caio com sorriso cínico já invadindo a sala sem se importar com os protestos de Anna-Lú. Encarou-as com curiosidade antes de soltar mais uma piadinha.
— OK, OK, vocês sabem que tem casa ou motéis para tais brincadeiras, não é? — disse Caio gargalhando ao perceber que Anna-Lú estava com as roupas bagunçadas, totalmente fora de seus padrões de moda, geralmente impecáveis.
— Ha-ha-ha...muito engraçado...e quer saber...atrapalhou mesmo bicha! — respondeu Anna-Lú fazendo Carol enrubescer.
— Anna Luiza! — ralhou Carol.
— Que foi?! Não disse nada que ele já não saiba! — defendeu-se. Carol apenas balançou a cabeça negativamente, como se dissesse: Você não tem jeito, e começou a juntar suas coisas sorrindo envergonhada.
— Então, sapinhas... Vim saber se posso confirmar nossa presença na festa de sábado? — disse Caio animado.
— E tinha que vir perguntar justo agora? - perguntou Anna-Lú indignada.
— Anna Luiza, por favor! - Carol ralhou corando outra vez.
— Que foi?! Estou mentindo?! Estás parecendo a Mari me chamando assim e falando em Mari... Essa pergunta é trabalho dela — respondeu Anna-Lú.
— Pois é... Mas ela está atolada com os preparativos do casamento e me incumbiu de fazê-lo, preciso confirmar ainda hoje para a produção do evento.
— Claro, pode confirmar...quer dizer...você concorda não é Carolina??
— Eu?! Claro e porque não concordaria? Vamos sim — respondeu sorrindo.
— Ótimo vou já enviar o e-mail de confirmação. Ah e ela disse pra você não esquecer o jantar de noivado, afinal você é a madrinha.
— Está bem Caio...não vou esquecer...vocês também ficam no meu pé como se eu fosse uma irresponsável. Quando é mesmo o jantar? — perguntou coçando a cabeça.
— No domingo cabeça de vento, depois não quer ninguém no seu pé...imagine...devias agradecer este assistente mais que eficiente que vos fala. E agora podem continuar de onde pararam — respondeu gargalhando antes de sair.
— Affs! — foi tudo que Anna-Lú conseguiu dizer.
— Vamos embora então? - disse Carol.
— Vamos. Fazer o quê! – respondeu revirando os olhos.
A semana passou rapidamente com tantas saídas de Marina e Anna-Lú para escolher uma infinidade de "coisas de casamento", como Anna-Lú adorava repetir. O sábado chegou trazendo o festival de publicidade, e Anna-Lú acertou de pegar Carol em casa. Chegaram ao charmoso Espaço Social Events, era um lugar tranquilo e aconchegante, que possuía um design de ambientação relaxante, se dirigiram a área externa onde se concentrava a festa e logo na chegada foram cumprimentadas por diversos profissionais do mercado publicitário, repórteres querendo fotos e entrevistas, e mais uma dezena de conhecidos e desconhecidos.
Não tardou para que arrastassem Anna-Lú de perto de Carol, que logo em seguida foi rodeada por um grupo de seis pessoas, em sua maioria diretores e empresários do setor que também concorriam a prêmios naquela noite. Depois de um tempo respondendo uma grande porção de perguntas e sorrindo mecanicamente para uma ou outra cantada sutil que recebia procurou no espaço abarrotado de pessoas o rosto que mais queria ver a noite inteira, finalmente a encontrou do outro lado do lago, Anna-Lú se despedia de uma rodinha de pessoas, com seu vestido branco de renda na altura dos joelhos contrastando com os cabelos castanhos escuros, como a noite. “Linda demais” babava Carol e como que por pressentimento Anna-Lú olhou no mesmo instante em sua direção abrindo um imenso sorriso. Mal deu tempo de Carol retribuir, pois Anna-Lú foi repentinamente puxada e literalmente “agarrada por uma ruivinha qualquer” “e muito atrevida” na percepção de Carol.
Anna-Lú assustou-se quando foi puxada, e em seguida abraçada sem aviso prévio, afastou-se do contato com a ruiva que a atacara sem chamar muita atenção deixando um espaço entre seus corpos e como que por reflexo seus olhos voltaram-se para loira que, do outro lado já fechava a cara cruzando os braços. Carol perdeu o folego ao pensar que a ruiva beijaria Anna-Lú ali mesmo sem o menor pudor, assim que se soltaram Anna-Lú olhou de volta e nesse exato momento Miguel e Caio chegaram perto de Carol fazendo-a desviar o olhar. Tão logo a cumprimentaram, já saíram arrastando-a na direção de Anna-Lú.
— Mas, onde vocês pensam que estão me levando?!
— Como pra onde? Salvar a Anna-Lú! — responderam num coro.
— Salvar de quê? Ela não me parece nenhum pouco em perigo! — respondeu irônica, antes de continuar sendo arrastada pelos dois.
Anna-Lú viu Carol se aproximar acompanhada de Caio e Miguel, linda e notavelmente irritada, a ruiva a sua frente não parava de falar, mas Anna-Lú não ouvira uma palavra sequer tudo em que conseguia se concentrar era Carol.
— Olá senhoritas, boa noite! — Caio cumprimentou-as sorridente. Miguel seguiu Caio e as cumprimentou formalmente, Carol também o fez ainda de cara fechada, mas com muita educação. Enquanto a ruiva se derretia para Anna-Lú, Carol a fuzilava com o olhar e Anna-Lú pensou que se existisse a visão de raios-X como a do Super Man a ruiva já estaria em cinzas naquele momento. Depois de algum tempo naquele desconfortável diálogo pensou em chegar perto de Carol, mas as luzes do lugar focaram o palco bem ao centro e a voz do apresentador ecoou pedindo que todos se aproximassem para a solenidade de entrega dos prêmios. Tentou relaxar e atentar para cerimonia, mas o mau humor de Carol parecia uma explosão atômica atingindo qualquer um num raio de um metro, e para Anna-Lú que estava ao seu lado foi inevitável ignorar o olhar gélido que ela lhe lançava.
— Ei, me escuta, não é nada disso que você está pensando! — tentou Anna-Lú.
— Não tenho nada para ouvir, você pode abraçar e dar papo pra todas as mulheres do mundo, afinal não temos nada — respondeu de forma dura.
— Não temos nada?! Não seja boba, você sabe que nunca mais estive com ninguém que não fosse você. E esse seu ciúme está sendo ridículo — retrucou cruzando os braços.
— Aqui não é o momento e quem está sendo ridícula é você! — sentenciou Carol.
Fim do capítulo
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