Capítulo 21 - (Pedido de Namoro)
Capitulo 21
(Pedido de Namoro)
— Não aconteceu nada demais Carolina! Não tem porque você está com essa cara amarrada — dizia Anna-Lú sem tirar os olhos da estrada e deu de ombros ao ver que não lhe dera ouvidos continuando o percurso calada.
Carol apenas mirava a janela sabia no fundo que, Anna-Lú realmente não havia feito nada, ao menos não de forma premeditada ou voluntária, mas o ciúme a consumia e não podia evitar. E apesar de Anna-Lú não mais ter-se relacionado com nenhuma outra mulher, aquela noite só fez Carol perceber o quanto as mulheres corriam atrás dela. Enquanto a ruiva se derretia e se insinuava, Anna-Lú esbanjava seu charme na forma como se movia, falava e gesticulava era natural exalar aquele ar sedutor e tão cafajeste de ser, estava impregnado a essência de Anna-Lú e era algo com o qual Carol não se acostumava.
Foram diretamente para o apartamento de Carol, o prédio ficava ao norte do centro da cidade, de frente para uma praça bem arborizada, foi a primeira vez que Anna-Lú atentou-se àquele lugar. Estacionou na calçada e Carol achou que ela não fosse subir e surpreendeu-se quando Anna-Lú pediu para que a acompanhasse até a praça. Atravessaram as quatro pistas de avenida e subiram à calçada. A noite banhada pelo luar prateado e mesmo em plena metrópole algumas estrelas se estendiam pelo negro do céu, ao longo da praça pessoas iam e vinham de um lado para o outro, também se espalhavam alguns casais. Uns de mãos dadas caminhavam vagarosamente, outros comiam seus sanduiches sorridentes nos quiosques e outros assentados em um banco qualquer se acariciavam entre olhares confidentes, como se mais nada no mundo existisse.
— Vem comigo! — disse Anna-Lú puxando-a e seguindo o caminho que levava em direção ao centro da praça. Só então, Carol percebeu que ali se erguia um caramanchão recoberto de uma bela vegetação, e as pequenas luzes espalhadas por ela davam um toque quase mágico àquele lugar.
— Esse lugar é lindo! — falou Carol admirada.
— Verdade, mas não tão lindo quanto você é claro — respondeu Anna-Lú fazendo Carol enrubescer.
— Boba! — retrucou carinhosamente.
— Com você? Completamente! — falou Anna-Lú abrindo os braços e continuou — Mas...
— Mas??? — quis saber Carol.
—... É incrível pensar nas mudanças repentinas que acontecem na vida — falou Anna-Lú recostando-se em uma das colunas — depois que deixei a fazenda, lá atrás, à última coisa que eu me imaginaria era estar amarrada a alguém e antes que diga algo, saiba que falo amarrada no bom sentido da palavra. Quero dizer que jamais imaginaria estar apaixonada outra vez, pra falar a verdade eu não admitia em hipótese alguma, e pra ser bem mais sincera até alguns meses atrás meu único plano fora da área profissional era curtir a vida do jeito que eu bem entendesse. Mas... – suspirou e chegou mais perto de Carol e gentilmente acariciou seu rosto —... você apareceu e de repente tudo mudou pra mim, simplesmente porque você se apoderou do meu pensamento — disse sorrindo e ainda acariciando o rosto de Carol — me vi completamente louca por você e querendo só estar com você. E hoje, você me disse algo que a principio me magoou, mas analisando cheguei à conclusão que você tem toda razão, realmente e oficialmente não temos nada, então, é meu dever consertar este erro — falou pegando as mãos de Carol entre as suas. Carolina Vandré aceita ser minha namorada?! — perguntou abrindo um largo sorriso.
Carol ficou em silêncio, mas não exatamente muda, apenas tentando balbuciar alguma coisa, foi uma cena até um tanto engraçada para Anna-Lú. Carol não soube o que responder no primeiro momento, em parte pela surpresa e em parte porque sua racionalidade reinava absoluta em sua mente, era como se em sua cabeça existisse um eterno duelo entre a razão e a emoção, se por um lado ela ansiava ter ouvido aquele pedido mais que tudo, por outro lado pensava se ela teria forçado Anna-Lú àquilo, pelo fato de ter feito uma cena e cobrado uma posição mesmo que inconscientemente. Odiava-se a todo instante por ter que esquadrinhar tudo o que ocorria de forma tão fria, mas era de sua personalidade agir assim, andava a se esforçar para mudar, mas era difícil, desejava tanto apenas deixar-se levar.
— Hm-hm... — pigarreou Anna-Lú vendo que Carol não respondia. Só então, Carol saiu do mundo obscuro de seus pensamentos.
— É tudo o que mais quero senhorita Anna Luiza Garcia. — Enfim respondeu sorrindo.
— Ufa! Finalmente! Levou uma eternidade, quanto suspense — disse Anna-Lú zombeteira e já enlaçando sua cintura.
— Engraçadinha, espero não estar forçando a mais convicta solteira do pedaço a nada — respondeu Carol um tanto séria demais.
Ex-solteira! — retrucou Anna-Lú convicta e Carol não pôde evitar o sorriso que teimou curvar seus lábios para cima — Ah Carolina, você ainda não me conhece mesmo, mas vamos resolver isso daqui para frente — falou Anna-Lú encaixando a mão entre os cabelos loiros trazendo Carol para um beijo.
Era confinante para Carol sentir-se a pegar fogo tão logo Anna-Lú se aproximava daquela forma. Um beijo cálido e cadenciado ia-se tornando urgente e ousado, as línguas já dançavam freneticamente anunciando o estado de elevada excitação, as mãos famintas de Anna-Lú percorriam suas curvas já sem o menor pudor. Carol sentiu-se flutuar e fechou os olhos instantaneamente quando os lábios úmidos de Anna-Lú percorreram seu pescoço exposto e entregue aos desejos da mulher por quem estava completamente apaixonada. Voltaram a beijar-se espaçadamente e doce, pararam um instante buscando ar, mas com as testas ainda coladas e os olhos fechados.
— Eu amo você — falou Anna-Lú involuntariamente, pois não conseguiu segurar as palavras. O momento se tornou mágico e um pouco embaraçoso, porém, não houve tempo para a resposta de Carol, pois uma espécie de “clic” seguido de um clarão tirou-as daquele estado anestésico.
— Acho que alguém nos fotografou — falou Carol procurando em todas as direções alguém suspeito.
— Também acho que sim, mas isso já não me surpreende, há sempre algum desses fotógrafos de sites de fofocas atrás de mim, pra ver qual a próxima besteira que a herdeira do senhor Garcia irá aprontar — falou Anna-Lú com desdém ainda pensando qual seria a resposta de Carol se não tivessem sido interrompidas.
— Então quer dizer que a senhorita vive a aprontar?! — perguntou Carol brincalhona.
— Claro que não! Esse povo é que adora publicar besteiras a meu respeito — defendeu-se Anna-Lú.
— Sei viu — zombou Carol — mas, aqui não é realmente o melhor lugar para o que estávamos fazendo, que tal continuarmos lá em cima, mais especificamente em meu quarto? — completou mordendo o lábio inferior de forma sexy.
— Não precisas perguntar duas vezes! — respondeu lhe dando e selinho para logo em seguida a conduzir em direção ao seu apartamento.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Val Maria
Em: 29/07/2017
Continua porque é uma estoria linda demais,gosto de estórias assim,leve e muito cativante.
Parabens autora.
Val castro
Resposta do autor:
quando pensei nas duas protagonistas era exatamente este o meu pensamento...queria escrever algo leve, mas que cativasse...fico imensamente feliz por alcançar o objetivo da minha proposta. Obrigada pelo comentário.
Há braços
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