Novos Caminhos por bobbi
Capítulo 2 - Primeiras impressões
Me troquei, peguei as chaves do carro e sai, antes de ligar o carro olhei a hora 22h20.
“Nossa meu presente de grego já deve ter pousado.” Aquele pensamento fez eu sorrir.
No caminho para o aeroporto começou a chover e eu que já não dirijo rápido diminui ainda mais o ritmo, sempre odiei dirigir com chuva, mas como já estava atrasada mesmo resolvi ir com calma curtindo a música e o clima de paz.
Chegando no Aeroporto olhei a hora 22h53, mas a chuva tinha ficado ainda mais forte, fiquei de molho no carro esperando a chuva dar uma trégua eu não queria me molhar, mas com uma hora de atraso a menina devia tá achando que ninguém mais iria buscá-la. Fechei o moletom coloquei o capuz, não que fosse resolver alguma coisa no pé d'água que estava caindo, e corri para o aeroporto, por mais rápido que eu tenha sido fiquei toda molhada, tirei o moletom e entrei no aeroporto em direção aos guichês.
Não estava muito cheio o que não ia fazer diferença já que não conhecia a mulher, fui direto para o guichê da Tam.
¾ Boa noite Sra. - Perguntei para a moça com uniforme da Tam.
¾ Olá, Boa noite em que posso ajudá-la. - respondeu e abriu um sorriso.
¾ O vôo das 22h que veio de POA, saberia me dizer se encontro algum passageiro aqui ainda? - Quando terminei de fazer a pergunta a moça trocou o sorriso por uma expressão bem menos amigável.
¾ Quem exatamente a sra procura?
¾ O nome é Larissa Becker
¾ Não seria Leticia Becker?
¾ Humm pode ser, deixa eu confirmar. - peguei o celular do bolso e olhei novamente a mensagem do meu irmão. - Sim, sim, esse mesmo o nome.
¾ Infelizmente aconteceu um imprevisto, ela se encontra na sala de apoio. Vamos eu levo a sra. até lá.- Ela deu a volta saindo do guichê, linda naquela saia colada mostrando as pernas e os contorno do corpo, dei uma rápida olhada nela. - Por aqui!
Segui ela até uma sala, quando estávamos chegando ouvi gritos de uma mulher meu rosto foi ficando vermelho de vergonha e desejei do fundo do meu coração não ser quem eu procurava, sempre odiei barraco.
A moça abriu a porta e apontou para uma ruiva que gritava com um rapaz, a cena era até engraçada porque ela apontava o dedo para cima e gritava enquanto o rapaz só olhava para baixo e repetia um tímido “Me desculpe srta”.
¾ George, licença.- Disse a moça interrompendo a ruivinha zangada que virou e percebeu a nossa presença.- Acho que é a pessoa que a srta. Becker estava esperando. - Falou e apontou para mim. - Agora licença que vou voltar.
¾ Obrigada. - Respondi com um sorriso, ela retribuiu o sorriso e apenas moveu os lábios um “Boa sorte”. Retornei minha atenção para a sala, percebi que a Ruivinha me olhava por inteiro de baixo pra cima.
¾ E quem é você?. - Leticia perguntou com as mãos na cintura, cena essa que me deu uma vontade de sorrir, agora não sei se seria de achar graça ou de nervoso.
¾ Felippa Guerra. - Estiquei a mão para cumprimenta-la. Ela caminhou esticou na minha mão e apertou.
¾ Me desculpe, é que a Julie disse que o cunhado dela que viria me buscar.
Comecei a sorrir e nem a Letícia nem o rapaz entenderam, mas a ficha caiu que Julie deve ter falado de mim sempre com o pronome masculino e meu irmão não deve ter corrigido o erro.
¾ Quem a Julie disse que te buscaría?
¾ O cunhado dela.
¾ Depois explico, enfim o que aconteceu?
¾ É QUE MANDARAM AS MINHAS MALAS PARA RIO BRANCO. - Voltou a gritar e a ficar vermelha. - E ESSE HOMEM NÃO SABE ME DIZER COMO RESOLVER.
¾ Ola boa noite, Fellipa.- Estendi a mão para cumprimentar o rapaz, que sem dúvida já deveria estar no limite da paciência com ela gritando com ele.
¾ Boa noite, George.- Me cumprimentou e continuou falando no mesmo tom calmo.- Estou há alguns minutos tentando explicar para srta. Becker que já estamos tentando resolver o problema.
¾ Larissa...- Virei para ela e comecei a falar
¾ É LETICIA. - Me cortou ainda gritando.
¾ Ok...ok Letícia já entendi, não precisa gritar.- Odeio que gritem comigo tanto quanto odeio barraco, e percebi que se eu não tentasse resolver o problema iríamos passar noite inteira naquele aeroporto. - Você parece bem cansada da viagem, deixa que vou tentar resolver isso.-Ela abriu a boca e antes que ela gritasse continuei. - Por favor. - Falei firme como costumo falar com os meninos na oficina, e pelo jeito parece que funcionava com os outros também porque ela pegou a bolsa e saiu batendo a porta da sala.
¾ Obrigada. - Falou o George assim que ela saiu. - Tem quase 40 minutos que tento explicar para ela e ela não deixa.
¾ Entendo, George como a mala dela foi parar em Rio Branco?
¾ Houve um engano com alguns passageiros e acabaram etiquetando algumas malas com o destino do vôo anterior. Conseguimos explicar isso para os outros 5 passageiros e eles entenderam, apenas a srta. não me deixou falar.
¾ Ok e quando a mala dela chega?
¾ Provavelmente amanhã a tarde, mas só poderemos despachar para a srta. Backer domingo ou segunda devido alguns procedimentos. Sendo liberado será entregue no endereço que ela fornecer, a não ser que ela queira buscar aqui no aeroporto.
¾ Você pode enviar a mala para esse endereço.- Anotei o endereço em um papel que estava em cima da mesa.- Vou tentar conversar com ela.
¾ Me desculpe o transtorno Srta, isso raramente acontece.
¾ Ok, ah esse é meu telefone caso precise. - tirei o cartão do bolso e entreguei a ele. - Tente resolver isso o mais rápido possível, porque se ela tiver que vir resolver acredito que o barraco vai ser pior.
¾ Não...não...não, vou tentar agilizar e estaremos entregando no endereço. - Estendeu a mão, eu comprimentei e sai.
Procurei a ruiva baixinha e não encontrava, já estava começando a me irritar quando saio e a vejo conversando ao telefone e pelo jeito a conversa não era boa porque ela parecia ainda mais irritada do que quando discutia sobre a mala.
Esperei de longe ela desligar o telefone, quando sinto o meu vibrando, já esperando que fosse o Caos ou a Julie, quando olhei o visor abri um sorriso: “Domi”
¾ Oi meu amor. Sentiu saudade?
¾ Claro. - Respondi e abri um sorriso como se fosse possível ela ver. - Tem semanas que tento falar com você e o telefone sempre desligado.
¾ Desculpa amor, estou duplicando jornada para tirar uns 15 dias ai com você.
¾ Acho bom mesmo. Dona Tereza foi na oficina semana passada.
¾ Acabei de falar com ela, ela e disse que só assim pra te ver.
¾ Me ver ou ver o Papai. - A ideia do meu pai namorando era sem dúvida muito engraçado.
¾ Foi exatamente o que disse pra mamãe.- Domi disse já sorrindo.- Só liguei para avisar, chego semana que vem. Te amo.
¾ Também te amo, te espero semana que vem. Se cuida. Tchau.
¾ Tchau.
Dominique Maia, 27 anos, minha amiga há quase 10 anos e meu romance casual a quase 5 anos. Domi é comissária de bordo, chamar ela de deusa era sem dúvida um elogio pequeno. Uma mulher de 1,70m, branca, cabelos pretos, e a beleza era igualmente equivalente a sua simpatia e bom humor.
Depois que desliguei o telefone percebi que já fazia quatro meses que a gente não se via, eu realmente estava com bastante saudade dela. Acho que me perdi pensando na Domi e não vi que a Ruivinha já estava do meu lado.
¾ Podemos ir?.- Perguntou Letícia
¾ Nossa. - Levei um susto quando ouvi.
¾ Podemos ir?.- Repetiu a pergunta, percebi que ela havia chorado.
¾ Sim, me espera aqui, vou buscar o carro.- Respondi colocando e correndo para o carro.
O caminho para casa o único som que se ouvia era o da chuva, que tinha piorado bastante, e o do som do carro que tocava “Trem das Onze - Adoniran Barbosa”. O silêncio embalado por uma playlist de Samba raiz.
Fim do capítulo
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