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Uma Pequena Aposta por Rafa

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Palavras: 9192
Acessos: 5489   |  Postado em: 21/07/2017

Capítulo 47

 

-- Melissa, o peixe ficará pronto em vinte minutos, no máximo.

-- Hum... Vô, com este cheiro o senhor aumentou meu apetite em mais de mil por cento.

-- Ainda bem, parece que aquelas cozinheiras da casa de Ester não sabem cozinhar, veja como suas roupas estão... – apertou a calça jeans com excesso de pano.

-- Não são elas vô, passei estes últimos meses no apartamento e nos finais de semanas no haras ou casa de praia, e, digamos que cozinhar não é meu forte...

-- Lanches? – recebeu um sorriso travesso como resposta.

-- Também. – concluiu com voz de culpada.

-- Macarrão instantâneo com requeijão não é comida Melissa Cristina. – repreendeu.

-- O senhor agora deu para ler pensamentos seu Eliezer Marcondes? – brincou.

-- Não preciso ser advinha para saber das grandes ideias das minhas netas... – olhou bem os olhos azuis – Até mesmo a neta do coração. – piscou e saiu – Vou tomar um banho rápido, não sentarei a mesa com uma linda garota cheirando a temperos. – ela fez um sinal com a mão e só então o velho teve coragem de comentar. – Havia recolocado a aliança na última vez que nos encontramos, retirou por causa do seu casamento?

-- Precisava me despedir. – Eliezer parou observando-a.

-- Não quer que um velho cansado entenda este enigma, não é? – ela sorriu.

-- Recoloquei para trazê-la aqui, onde tudo aconteceu e me despedir.

-- E se despediu?

-- A joguei no rio... – confessou baixinho – Isadora adorava ficar lá. – Eliezer revirou os olhos.

-- Agora pegarei um peixe com a barriga cheia de ouro, ou uma “peixa” vaidosa com um bambolê na cintura. – Melissa riu e viu o velho ir em direção ao banheiro, e gritou.

-- Bom que não demore, não iremos a nenhum casamento e estou morrendo de fome. – brincou novamente. – Vô, tem requeijão na geladeira?

-- Não provoque Melissa, não conhece a ira de um velho homem. – ela permaneceu rindo e, deitou-se no sofá, olhou ao longe, sobre uma cômoda, as fotos de família, sendo a maioria de Isadora em diversas fases de sua vida. Estava perdida em suas lembranças quando o telefone tocou, e, sem pensar duas vezes atendeu sem cerimônias.

-- Sim. – a voz do outro lado congelou e se fez um silêncio absoluto – Alô! – repetiu.

-- Melissa? – perguntou a voz um pouco fraca.

-- Oi Isadora. – tentou manter um tom normal.

-- Como vai? – “Deus, faça-me suportar com dignidade essa voz rouca” – pensou sentindo o coração acelerar, mas manteve a neutralidade.

-- Bem, e você? – “Essa voz... meu amor, que saudades!” – foi à vez de Melissa tentar manter a calma.

-- Não tão bem quanto você, mas ficarei. – lembrou-se da promessa que fez a morena e não deixaria de cumpri-la, mostrando-lhe a verdade, mesmo magoada com o casamento.

-- Bom para você, apesar de que não estou tão bem assim. – outro silêncio – Vovô acabou de entrar no banho, deve ter ligado para ele... – bateu a mão na cabeça se condenando – Lógico que ligou para ele, não moro aqui, não tinha como adivinhar minha presença... – concluiu sem graça.

-- Liguei para ele sim, e sabia que estava ai. – interrompeu.

-- Sabia? Então está ligando para...

-- Não Melissa... – sorriu e a morena ouviu, imaginando-a em suas expressões – Estou ligando para falar com vovô mesmo, nada com você. – usou de uma forçada frieza.

 

-- Como sabia que estava aqui? – perguntou em um tom mais agressivo, não tolerava ser ignorada, mesmo ao telefone. – “Não Melissa, estou ligando para falar com vovô... Podia ser mais educada.” – pensou.

-- Liguei para você várias vezes, e não me atendeu, depois soube por um destes sites de fofocas porque estava ocupada... – segurou o tom firme. – Falei com Enrico, esperava que estivesse com ele.

-- O que queria? – instigou a loira a confessar que também queria falar com ela.

-- Não poderia deixar de parabenizá-la pelo casamento. – usou de ironia – Não fez sua lista de presentes ainda?

-- Gostaria de me enviar alguma coisa Isadora?

-- Talvez, mas ainda não pensei em nada, tenho que refletir em alguma coisa que sirva para a arrogância do noivo e a falta de palavra da noiva.

-- Falta de palavra? – irritou-se – Enrico deve ter dito que fui aí.

-- Disse e respondi que novamente, você fez suas interpretações absurdas e fantasiosas que sempre empurram meu amor a um patamar de mentiras.

-- Eu vi Isadora, esperava que deduzisse o que? Aquele cara sugou sua língua... – foi tomada de ciúmes.

 

-- Esperei que você confiasse em mim...

-- Confiar? Quem começou essa história confiando “cegamente” no amor que dizia sentir? – usou de ironia

-- Melissa não ouse comparar uma situação com a outra. – respondeu perdendo a paciência. – Sua posição não é boa para julgar doutora.

-- Por quê? Você não é melhor do que eu... – fechou o punho e bateu em seguida no ar. - Exige confiança, mas não responde quando pergunto sobre esta maldita fuga. Você mentiu Isadora!

-- Melissa, você é insuportável! – passou a mão pelo cabelo – Eu não menti, estou omitindo alguma coisa, mas para você, esse poço de paciência e tolerância... – foi irônica - As coisas são vistas de outra forma.

-- Você é teimosa e não menos arrogante que Joaquim. – foi grosseira.

-- Agora me compara ao idiota interesseiro? – o temperamento de Isadora, sempre calmo, estourou.

-- Ele não é idiota e... – ponderou, pois o achava interesseiro.

-- Realmente deve amá-lo muito para falar tamanha sandice. – não percebeu que Melissa parou no meio da frase.

-- Devo mesmo. – “Meu Deus, o que estou falando?”

-- Ah, então confessa que seu prazo era apenas uma história? Prefere viver uma mentira com aquele idiota quase falido. – falou sem respirar – Nem competência para gerir o próprio negócio tem.

-- História? Falido? O que está falando sua maluca? Cheguei ao que chama de “seu trabalho”... – usou de um tom sarcástico – e lhe vejo pendurada no pescoço de um cara... – fez um silêncio e completou – Isso é o que chamo projetar as promoções de forma lúdica. – Isadora fez silêncio, não iria chorar. – Pensa que não sei como conseguiu as coisas? Realmente me ama muito, a começar dando para qualquer um em troca de favores. – Isadora segurou a explosão e encerrou o assunto.

-- Quando meu avô sair do banho, diga-lhe que liguei e se quiser falar comigo entre em contato. – disse de uma vez, mas não transpareceu que estava magoada e chorando. Desligou antes que Melissa falasse qualquer coisa. – “Agora me lasquei de vez!” – Melissa pensou ao devolver o telefone a sua base. – “Merda! Por que falei isso? Acabei de matar o último fio de esperança... Esperança? Eu não quero mais esta garota.” – saiu em direção à porta.

 Eliezer ouviu o final da discussão e apareceu sorrindo na sala.

-- Não vem o senhor também vovô! – advertiu saindo para andar ao redor da casa, costume que adquiriu nas vezes que brigava com Isadora.

“Essas duas ainda não perceberam que uma complementa a outra? A quem elas querem enganar?” – sorriu – “Acho melhor retornar mais tarde a ligação, sei que ouvirei absurdos em decorrência de um ataque duplo de ciúmes: primeiro por Melissa ter vindo para cá e segundo por deduzir que estou apoiando o casamento dela. Isadora, minha filha, você reclama da sua morena, mas sua cabeça é mais dura do que a dela.”– concluiu sorrindo.

“Merda! Por que falei dessa forma para ela? Droga Isadora, você sempre consegue me irritar, sem me deixar tempo para pensar... Agora falei o que não devia.”– sentou em uma pedra a poucos metros de distância da casa – “Também, bem feito! Quem manda beijar os amigos de trabalho na boca? O que será que  realmente aconteceu para esse cara beijá-la daquela forma? Ah Melissa, vai ficar lembrando o beijo que o cara deu em Isadora? Por que não senta em cima de um formigueiro? Aposto que dói menos.” – pegou uma pedra do chão e a jogou longe - “Isso, faz de conta que a pedra é a cabeça daquele idiota! Por que ele não beija a mãe dele? Mãe... mãe? Será que ela já sabe que estou grávida?” – Melissa pensou em tudo, menos na informação dada por Isadora de que Joaquim estava falido. Ela retornou para dentro quase meia hora depois,  e se encontrou com Eliezer assistindo ao jornal.

-- Por favor, será uma benção se o senhor não tocar no nome da sua neta. – disse esquecendo as boas maneiras, o que fez Eliezer sorrir com a birra da mulher.

-- Não vou, afinal, um avô de verdade não pode ter neta preferida, não é mesmo? – perguntou sorrindo, sentado em sua poltrona.

-- Desculpe vô, nós dois temos uma intimidade tão grande que esqueço os detalhes do maldito parentesco, infelizmente não sou sua neta de verdade.

-- Mas é a neta de Cristina, meu maior e único amor, além de ser a futura senhora Marcondes.

-- Depois de hoje? Vô, eu vejo este sobrenome cada vez mais distante, e quer saber? É bem mais fácil tê-lo através de um casamento com o senhor, do que com a Isadora. – o velho gargalhou.

-- Bem, enquanto isso não acontece, o que acha de comermos aquele delicioso peixe? – levantou-se e caminhou até a morena, abraçando-a.

-- O senhor fez purê de batata e farofinha de cebola para acompanhar? – perguntou fazendo biquinho.

-- Fiz. – olhou a morena e analisou sua expressão – Isso é desejo?

-- Não, apenas fome. – concluiu e sorriu com malícia – Vô, eu estou com desejo de sua neta loirinha, o senhor consegue para mim?

-- Melissa! Sou um velho homem, quer me respeitar?

-- Seria bom vô, ela é tão...

-- Melissa! – sorriram. – Pelo menos esse desejo ficará para depois, então essa criança nascerá com cara de Isadora. – os dois riram.

-- Seria o meu maior sonho.

 

*************************************************

 

-- Como você me deixa falando sozinho e sai, sem me dizer nada. E ainda passa uma semana inteira na casa daquele velho? – Joaquim estava furioso – Mulher minha tem que sair e dizer para onde vai.

-- Joaquim, você voltou a cheirar pó? Desde quando sou mulher de alguém? Eu pertenço a mim mesma e não enche que preciso colocar o serviço em dia. – disse sem demonstrar interesse no que o homem falava.

-- Nem consideração em me ligar, ou ao menos passar em minha casa antes de vir trabalhar. – estava irritado – Pensa que será assim? Você tem que respeitar esta relação.

-- PORRA JOAQUIM! – bateu com força na mesa – NÃO EXISTE RELAÇÃO. – levantou-se e caminhou pelo escritório – Você aceitou em nos casarmos para vivermos juntos  por causa do nosso filho, mas cada um viveria sua vida.

-- Isso é um absurdo! – passou a mão pelo cabelo – Casar e não dormir com você... – segurou a morena pelos ombros – Acha que vou conseguir viver sabendo que você está dormindo ao meu lado e não vou tocá-la? Você é minha. – declarou com raiva. Melissa o empurrou.

-- Não vai ter meu lado Joaquim, você aceitou e agora quer desistir? Tudo bem. – disse com calma.

-- Acha que deixarei algum homem encostar-se a você? – puxou Melissa contra si e esfregou seu membro endurecido contra ela.

-- Joaquim, não faz isso... – ameaçou com calma.

-- Você gosta... Não negue... Aposto que aquela loirinha não conseguia lhe fuder gostoso como eu fiz. – apertou-se mais contra o corpo moreno.

-- Nunca mais fale assim comigo. – apertou com força o p*nis do homem. – Nunca mais fale de Isadora.  – viu o noivo empalidecer com a dor – Este casamento não acontecerá mais. - quando soltou o noivo, ele caiu curvado no sofá que havia no escritório de Melissa, fazendo-a rir internamente com a cena patética do homem caído.

“Odeio admitir Isadora, mas acho que ele realmente é um idiota” – pensou ao lembrar a última conversa com a ex-namorada. – “Isadora... idiota, falência... havia esquecido esse detalhe, tenho que conversar com Enrico”.

-- Você vai casar comigo, ou torno a sua vida e deste menino um inferno. – Melissa se abaixou e o levantou pela camisa.

-- Outra ameaça dessa e arranco essa coisa mole entre suas pernas. Acha-se macho só por causa disso? Saiba que Isadora não tem igual e me dava muito mais prazer. – chutou – Agora saia da minha frente antes que comece arrancando uma das bolas.

 

*************************************************

 

-- Cris tem um minuto? – Enrico perguntou colocando a cabeça para dentro do quarto da morena.

-- Como adivinhou que estava na casa de mamãe? – perguntou sorrindo, provocando-o.

-- Meu sensor de confusão: Melissa Cristina não aprontou nada até agora, então a  supervisão rigorosa de Ester está em ação. – concluiu sorrindo.

-- Espertinho!

-- Cris, precisamos conversar coisas práticas, sérias e que envolve seu patrimônio.

-- Deixe-me pensar por alguns segundos – colocou o dedo indicador na boca e olhou o amigo – Joaquim... Meu casamento e um acordo pré-nupcial?

-- Como sabe? – estava surpreso – Dona Ester lhe disse?

-- Não. – sorriu e estirou a língua – Isadora me disse.

-- ISADORA? – Enrico caiu sentado com a boca aberta na cadeira da escrivaninha.

-- Ela chamou Joaquim de idiota e me disse que ele está falido.

-- Alguma vez falei que amo essa loirinha? Caso hoje mesmo se ela aceitar. – disse ainda com a expressão de surpresa.

-- Palhaço! – brincou – O que sabe sobre isso?

-- Não sabia nada, mas conheço aquele  “almofadinha” o suficiente para imaginar o pior. Conversei com um advogado e pedi que redigisse um acordo – percebeu o olhar da amiga. – Não é ninguém ligado aos negócios, é um especialista indicado por um amigo e guardará sigilo total. – entregou o papel à morena que leu tudo atentamente e sorriu com algumas das cláusulas.

-- Rico, eu me caso com você hoje, aceita? – perguntou sorrindo.

-- “Tá louca né?” – perguntou de forma afeminada – Você tem todos os requisitos que rejeito.

-- Quais são eles? – perguntou sorrindo.

-- Hum... Primeiro você é muito namoradeira, segundo é incrivelmente feminina, terceiro não tem pinto, e quarto não gosta de homem. – arrancou risadas de Melissa.

-- Este contrato meu amigo vai fazer o Joaquim querer comer teu fígado. - Melissa permaneceu sorrindo, e, de repente, ficou em silêncio.

-- O que foi Cris? Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado.

-- Rico, quero um copão de “milk-shake” com “petit gateau” e sorvete de creme com várias folhas de hortelã. – lambeu os lábios – Aproveita e compra sonho de padaria, e vai logo ou meu filho nasce com cara de Joaquim.

-- Ai meu Deus! Cara de sorvete com leite ou petit gateau, eu aguento, mas cara de Joaquim... – disse saindo – Volto em no máximo vinte minutos.

-- Depois lhe conto que não vai ter mais casamento. – Enrico parou a porta, e a olhou surpreso.

-- Como é a história?

-- Depois da comida.

 

******************************************************

 

Melissa terminava de ler um contrato, quando Ada lhe avisou sobre uma visita.

-- Dona Laureci que surpresa! – disse educadamente.

-- Espero que seja agradável. – alfinetou com tom irônico.

-- Isso vai depender da senhora e do assunto. – respondeu com seu jeito natural de ser, sentou-se em seguida na sua cadeira e entrelaçou os dedos próximos ao queixo, estudando a mulher. 

“Fala sério! Esse lance de sogra nunca me deu sorte.” – pensou ao lembra-se de Rute.

-- O assunto é simples: venho aqui exigir uma atitude mais decente de sua parte. – disse em tom de censura – Pertencemos a uma longa linhagem, somos o que chamam de família de quatrocentos anos, não podemos aceitar uma simples cerimônia em um cartório no centro da cidade como se fosse um contrato de negócios.

-- Com todo o respeito, dona Laureci, esse será mais um contrato qualquer. – falou tentando manter seu temperamento sobre controle.

-- Entendo que não saiba o que é vir de uma linhagem como a nossa, e que não tenha vontade de casar na igreja, até mesmo pela forma abominável que vivia, mas agora que entrará para minha família, todos os seus pecados poderão ser perdoados, basta ir a nossa paróquia e...

-- Dona Laureci, eu não venho de uma linhagem como a sua, até porque não sou animal para ser exigido um pedigree ou coisa parecida, mas, com toda a certeza, a comida a ser colocada em sua mesa, no seu prato vem de uma única fonte: meu bolso. Já imaginou o que será depender de uma abominável pecadora que ama loucamente outra mulher? – viu que a mulher iria falar algo e a interrompeu – Nunca permitirei que uma pessoa distinta como à senhora, de origem de quatrocentos anos, meta-se com uma lésbica assumida. – levantou-se – Não se preocupe. – sorriu e se aproximou da velha senhora e a pegou pela mão. – Pode se levantar e tirar essa bunda velha da minha cadeira e do meu escritório e vá se fuder na casa do ca....

-- Melissa Cristina... – Enrico entrou na hora, a tempo de interrompê-la antes que esmagasse a ex-sogra. – Precisamos conversar. – a velha o observou e voltou a olhar para morena, e soltou a raiva.

 -- Sua selvagem, pensa que está falando com quem? Sou a senhora...

-- Dona Laureci, por favor, melhor encerrarmos.

-- Deixa Enrico, ela vai falar um monte de bobagens como ter uma família de quatrocentos anos falida. Ela pensa que isso coloca comida na mesa. – riu com sarcasmo – Vai ver ela vive de passado... Para mim é falta de sex*.

-- Sua selvagem sem educação, não sei o motivo que meu filho foi se meter com você.

-- Sabe que eu também não! – respondeu com ironia – Mas acho que foi mesmo a falta de grana.

-- Eu... eu...

-- Cristina, dona Laureci... – Enrico tentou amenizar o clima.

-- A senhora vai sair por aquela porta e fazer força para esquecer este endereço. – interrompeu.

-- Nunca me senti tão... – Melissa a interrompeu, novamente.

-- Com tanta vontade de imitar uma bala e disparar da minha frente antes que eu pense que a senhora precisa de plástica e chute essa bunda velha e gorda. – concluiu sorrindo cinicamente.

-- Eu nunca irei aceitar essa união, e se depender de mim, esqueça casamento. – saiu indignada.

-- Nossa! O que você fez com a velha bruxa?

-- Ela que fez por mim... – riu – Agora tenho desculpa para não casar.

-- Precisa ser mais original Cristina, sempre chutando traseiros ou bundas, tem que arrancar uma cabeça, furar os olhos ou coisas mais inéditas.

-- Registrado, vou colocar minha cabeça para trabalhar mais. – falaram com ironia.

-- Precisa disso, e conversar com Isadora. Ulisses está ajudando-a e ela conseguiu excelentes informações.

-- Não! Ela que venha atrás de mim, agora. – bufou cruzando os braços.

-- Cansei! Eu me demito de melhor amigo, e pode dizer a Isadora que me demito de amigo dela, também. – saiu resmungando.

 

*********************************************************

 

-- Então a toda poderosa Melissa Cristina aceitou passar uns dias na casa de praia? – perguntou em tom irônico.

-- Com certeza. – riu - Ela não iria negar o único pedido do maridinho. – Joaquim respondeu com sarcasmo, enquanto se vestia.

-- Futuro maridinho, meu querido, não esqueça. – colocou a mão por dentro da camisa do homem enquanto ele se arrumava. – Podemos espalhar a notícia entre alguns “paparazzi” e logo vocês estarão em todos os sites de fofocas.

-- Inclusive do exterior. – sorriu se virando para beijar a boca da sua companheira.

-- Melissa Cristina sempre se achou muito inteligente, mas fez tudo como nós planejamos.

-- Ela foi melhor do que planejamos ou imaginamos amor. – voltou a beijar a mulher.

-- Fico pensando se algum dia você realmente a amou. – disse abraçada ao pescoço do homem olhando pensativa para o teto.

-- Um dia, nós começamos a namorar, e eu era muito apaixonado... – disse pensativo – linda, sexy, elegante... – voltou a beijar a mulher – mas apareceu àquela loirinha irritante, ela veio morar em São Paulo. Cristina se dava mais a amizade delas do que a nosso namoro. Muitas vezes corria de um dos nossos encontros para chegar antes daquela insuportável, como se Isadora a dominasse.

-- De certa forma sempre foi assim, Joaquim.

-- Até que um dia eu exigi mais atenção, e ela respondeu que não podia oferecer. – fez uma careta – Isadora precisava dela, estava passando por uma fase de adaptação a cidade.

-- Então vocês terminaram.

-- Não. – largou a mulher e andou pelo quarto barato de motel – Tentei levar até onde pude, mas era um namoro a três e não durou. – bateu com uma mão fechada na outra – Uma noite, em uma das diversas tentativas de reconciliação, pensei que havia finalmente a fisgado para mim, a loirinha nos encontrou em um bar badalado, havia combinado com aquela garota a... – tentava lembrar o nome.

-- Débora.

-- Isso mesmo, combinamos um encontro casual para acabar de vez com aquela amizade, e a loirinha nos viu no maior barato.

-- Ela é tão careta! – disse com sarcasmo.

-- Ela é, acredite nisso. – sorriu – Quando pensei que havia conseguido, as duas se acertaram e começaram a namorar. – disse com uma expressão fechada.

-- Coitadinho do meu amor, trocado por uma mulher.

-- Não comece. – segurou os punhos da mulher que tentou tocar seu rosto e a empurrou, deixando-a cair na cama.

-- O bom disso tudo é que eles se acham espertos, mas fazem tudo melhor do que planejamos. – deu uma gargalhada – Enrico e seu estúpido acordo pré-nupcial. Cristina engravida...

-- Esperamos ela ter o bebê, que será meu filhinho querido e herdeiro de uma grande fortuna...

-- Matamos mamãe e avós... – o homem caiu por cima do corpo feminino para um beijo longo – Ninguém vai desconfiar do apaixonado marido que assinou um acordo pré-nupcial.

-- Restará Enrico, este sim é uma montanha em nosso caminho. – concluiu olhando os olhos da mulher.

-- Ele é comigo. – lançou um olhar perdido no ambiente e concluiu - Ninguém toca nele, só eu. – disse com uma expressão vingativa.

-- A senhora quem manda dona Ana Lúcia. – disse com sarcasmo, sorrindo em seguida.

 

**************************************************

Os dois foram para o final de semana na casa de praia, e os planos de Joaquim não deram certo. A primeira noite foi decepcionante: ele exigiu dormir com Melissa, que diante de tanta insistência, preferiu dormir com Júnior, impedindo-o de entrar no quarto e forçar alguma situação.

-- Mel...

-- Sim.

-- Você veio ficar com ele, mas não vai casar não, né?

-- Preciso conversar com ele antes.

-- Ele não merece seu amor. – falou com tristeza.

-- E quem é merecedor do meu amor?

-- Isa. – passou a mão na almofada que segurava. – Ela sim lhe ama, e isso é verdade, tá ligada?

-- Isa está em outra, meu amigo.

-- Não tá não. Ela conversou com Enrico ontem, que conversou com Sansão que conversou com sua irmã...

-- Espera! Quem é Sansão? E minha irmã?

-- Aquela morena linda que acho que é seu “ciclone”, e o irmão dela.

-- E sabe o que conversaram?

-- Como eu ia saber se eles conversaram no lado de lá do telefone?

-- Como assim? – Melissa começava a ficar confusa.

-- Sansão e a irmã dele, teu “ciclone”.

-- Estou falando de Enrico e Isadora.

-- Ah não. Eu tava fazendo o rango, tá ligada? – Melissa revirou os olhos, cansada.

-- Vamos dormir.

-- Mel....

-- Sim.

-- Você viu “aqueles catarata” fazendo “fotografias de você e Joaquim”?

-- Não vi. – olhou-o surpresa.

-- Enrico me chamou para colocar pra correr, mas ele acha que fez fotografias.

-- Merda! Quem será que avisou esse povo que eu estava aqui? Será que não se pode se separar sem fazer alarde?

-- Quando se separar, não se separa só de você, afasta ele também, deixa longe da gente pra Isa voltar, tá ligada?

-- Júnior vai dormir, tá ligado? – virou-se irritada.

Melissa não parava de pensar em Isadora, enquanto a loirinha se dobrava nas investigações para pegar seu chantagista. Alguns meses de investigação, e ela teve a certeza de que precisaria de um grande e inesperado aliado, além de Ulisses e Haidê. Com a ajuda dos novos aliados, várias portas se abriram, e com elas, outras ajudas valiosas, com informações ainda mais preciosas. O que seria um contra-ataque ao inimigo, transformou-se em um grande furo de reportagem investigativa. A loirinha havia voltado a sorrir com  um grande brilho no olhar, apesar de sofrer imaginando  a vida de casada da morena. Desde que viu a matéria sobre a lua de mel da morena, jurou que não falaria mais sobre Melissa enquanto não encerrasse a investigação. Precisava jogar em sua cara todas as provas que havia prometido. Nem mesmo com Francisco tocava no nome de Melissa. 

 

***************************************************

 

 

-- Isadora você conseguiu provas o suficiente para enquadrar essa cadela. –Francisco disse irritado.

 

-- Ela é muito inteligente Fran, qualquer prova que eu tenha recolhido não é o suficiente. – pensou um pouco – Preciso de imagens, coisas que realmente possam ser consideradas como provas consistentes. – jogou a caneta sobre a mesa e caminhou em círculo - Isso vai sair do julgo de várias cabeças, e se relacionarmos ela ao assassinato, ou seja, suposições como comprovantes de depósitos, uma identidade falsa, ou até mesmo essa gravação, nada vai ser suficientemente consistente, e todo o nosso trabalho vai pelo ralo.

 

-- Então você quer mesmo ferrar essa mulher e seus comparsas?

 

-- Não é uma questão de “ferrar”... – fez aspas com os dedos e uma careta cômica – Estou me baseando no temperamento hostil de Melissa. – pensou um pouco olhando o amigo – Francisco, eu quero colocar esse povo atrás das grades, e que fiquem lá por um longo período, caso contrário, estarei sentenciando-os a morte. Melissa, depois de perceber que a justiça falhou, ela mesma vai querer mata-los. Isso vai ser uma vingança. – concluiu vencida - Conheço bem o temperamento daquela morena. – permaneceu olhando para o amigo.

 

-- Então tudo isso não deixa de ser por Melissa? – perguntou avaliando a situação. - Tudo é planejado milimetricamente e esclarecido todos os crimes, e, com isso, nenhuma brecha de esperança aos acusados.

 

-- Exato! – caminhou ao redor da sala balançando as mãos, mania que tinha toda vez que explicava algo importante – Não posso favorecer a sorte de supor que um juiz ou júri deixe de sentenciar alguém, porque eles morrerão e Melissa estragado sua vida, no caso de saírem livres.

 

-- Acha mesmo que uma pessoa que tem um avô com aquele histórico poderia se dar ao trabalho de se preocupar se alguém vai descobri-la? O tal lá... – pensou – José das quantas, têm várias “suspeitas”... – falou com ironia – E ninguém nunca provou nada.

 

-- Francisco a diferença está ai: José é um covarde, ele manda matar. Melissa é destemida. Ela age como um gato que pega o rato. Ela captura, brinca e mata. – disse com uma voz cadenciada e o olhar nublado por uma sombra indecifrável.

 

-- Ela então é uma sádica. – concluiu perplexo com a revelação.

 

-- Ela é muito complexa para se nomear com alguma coisa. – Isadora falou com um tom de voz duro, sabendo que a morena seria capaz de qualquer coisa para vingar seu sofrimento.

 

-- Isadora... – Francisco a segurou pelo ombro – está ciente de que seu pai faz parte desta quadrilha? Minha amiga, você terá que fazer uma escolha, seja pela justiça ou até mesmo pelos métodos de Melissa.

 

-- Ele fez a escolha dele quando ajudou aquele crápula a me chantagear... – falou com mágoa – Eu caí na conversa... – deu um sorriso triste – Afinal era o meu pai quem estava morrendo. – olhou o amigo nos olhos – Ele tirou a minha razão de viver, e fiz a Mel sofrer por isso... – enxugou as lágrimas que começavam a cair – Várias vezes discuti com meu avô porque ele me dizia o quanto Mel sofria e eu aqui, fui julgada e condenada pela própria Melissa... – bateu com a mão na parede – agora ele vai ver que não sou tão ingênua assim.

 

 

******************************************************

 

 

-- Não aguento mais ver papel! – gritou – Quero comer, sair, dançar, namorar – passou a mão pelo colo nu que aparecia no decote da camiseta.

 

-- Quanto tempo sem sex*? Nunca vi um casal recém-casado sem sex* e a jovem esposa gritar que precisa namorar. – Enrico disse com ironia.

 

-- Sabe que vou matar quem disseminou essa história.  – respondeu com os olhos perigosamente estreitos.

 

-- Quer sair? Posso leva-la a um restaurante, e depois boate. – disse sem se importar com o que a amiga falou.

 

-- Quem vai querer dançar com uma mulher mal humorada, grávida e cheia de calor? – perguntou com uma expressão séria, mas o amigo sabia que ela dramatizava um pouco.

 

-- Poderíamos tentar, sempre tem mulher louca solta por aí. – Melissa resolveu aproveitar o clima de descontração e brincar com o amigo.

 

-- Enrico... – falou com uma voz assustada e colocando a mão na barriga.

 

-- O QUE?

 

-- Enrico eu... – segurava o sorriso.

 

-- O QUE CRISTINA? SENTE-SE BEM? – perguntou se aproximando da morena e apoiando-a

 

-- Estou com MUITO desejo... – lançou um olhar cheio de malícia. – Quero uma loirinha de pouca mais de um metro e sessenta e cinco de altura, olhos verdes, boca deliciosamente rosado, e que sorri fazendo umas ruguinhas aqui. – apontou o nariz. Enrico se irritou com a brincadeira, mas resolveu rebater no mesmo tom de provocação. Pegou uma agenda sobre a mesa, depois o telefone e discou algum número, segundos depois ouviu o homem falar em outro idioma.

 

-- “I want to talk with Miss Marcondes” – disse olhando a morena que arregalou os imensos olhos azuis.

 

-- Não! – disse baixinho ao lado do amigo fazendo gestos e pulando.

 

-- Agora é tarde, a chamada foi transferida para sala dela. – respondeu tapando o bocal do aparelho, mas logo foi interrompido – “It will not be necessary. Thank you!” – Melissa olhou o amigo com olhos cheios de dúvidas.

 

-- Não foi trabalhar? Está de folga? Fala homem... – perguntou sem chances do homem responder.

 

-- Ela foi fazer uma matéria externa. – viu que a amiga não havia entendido muito bem – Isadora não trabalha, APENAS, na redação, ela agora faz as matérias externas.

 

-- Ela aparece no noticiário de lá? – demonstrou uma expressão que era um misto de surpresa e alegria.

 

-- Sim. – respondeu sorrindo - Ela aparece, e aqui você pode assisti-la no canal de notícias vinte e quatro horas. Às vinte e uma horas ela aparece. - informou com sarcasmo.

 

-- Isso... – estava atordoada – Quer dizer... Ela apresenta esse noticiário desde quando?

 

-- Ela não apresenta, mas é uma das jornalistas que fazem a cobertura – percebeu que Melissa estava perdida com a notícia – Soube disso há uns quinze dias, mas não queria falar para você... – fez careta – Não sei mais como distinguir suas reações.

 

-- Sabia e não disse? – balançou os ombros em desdém – Nem ligo mais para o que Isadora faz. – sentou-se e cruzou as longas pernas, colocou o dedo índice apoiando o queixo, mania que tinha ao pensar em algo – Vai ver ela conseguiu novo namorado no noticiário, quem sabe não é o diretor?

 

-- Nem vou lhe responder Melissa Cristina. – respondeu irritado – Agora você fica ai pensando, porque eu vou para casa comer e assistir ao jogo do meu Corinthians contra os insuportáveis urubus.

 

-- Ahã! – ainda estava pensando – Certo, pode ir. – despediu-se do amigo e ficou pensando, minutos depois Enrico retornou, enfiando a cabeça pela abertura da porta e disse em tom provocativo.

 

-- Apenas uma lembrança, nesta época do ano, New York tem horário de verão, então se ligar, leve isso em consideração. – a morena o olhou com uma expressão fechada e estirou a língua em resposta. Enrico saiu sorrindo.

 

*****************************************************

 

-- Cris, precisamos conversar algo importante que tem me incomodado – Joaquim pediu com uma expressão cínica.

 

-- Mesmo? O que de tão importante poderíamos ter para conversar? – perguntou enquanto terminava de arrumar suas coisas.

 

-- Seremos pais em breve, e casais sempre conversam coisas sérias. – respondeu irritado.

 

-- Verdade? – perguntou com uma expressão assustada – Eu não sabia disso, que éramos um casal. – olhou para ele – Sabe, vou pedir a mamãe o manual.

 

-- Que manual? – a observava com ódio pelo desprezo - Do que diabos você está falando?

 

-- Manual de como se comportar como mãe. Quer que peça ao meu pai o dele para você?

 

-- Cristina, por favor, pode levar as coisas mais a sério? – “Como posso ter amado um dia essa vaca?” – pensou fitando-a com um olhar desafiador.

 

-- Mais a sério? Serei uma pessoa chata se continuar. – disse com sarcasmo. – Mas diga logo o que quer de mim, pretendo ir para casa.

 

-- Cristina, suas atitudes são infantis e um pouco egoísta. – ignorou o tom debochado. – Nós temos que nos casar em prol do nosso filho. Até aquela papelada absurda eu já assinei. Aquele seu capataz me encheu tanto que quis me livrar logo.

 

-- Joaquim se minhas atitudes fossem egoístas, eu teria enviado a múmia da sua mãe para o asilo mais distante, e teria cortado seu cartão de crédito, além, é óbvio, fechado aquele seu escritório que você insiste em dizer que se reerguerá do além-túmulo.

 

-- Ora sua... – levantou-se e partiu para cima da morena.

 

-- Sua? – perguntou calmamente, enquanto fechava a bolsa.

 

-- Cristina você não só me humilha como me provoca e pisa na minha masculinidade... Eu só queria que ficássemos bem, nos casar para construirmos uma família feliz. Mas você não confia na minha capacidade de superação nos negócios. – disse se colocando bem próximo à morena.

 

-- Superação? Joaquim, você se superou arruinando o império que sua família mantinha a mais de um século em menos de cinco anos. – viu que o homem iria argumentar algo e atropelou-o com palavras - Masculinidade? Assim que chama sua falta de competência? – Joaquim levantou a mão, mas a morena foi mais rápida e segurou, torcendo-a em seguida – Aconselho a nunca mais tentar algo tão estúpido assim. – advertiu baixinho e de forma cadenciada – Não é de bom tom um homem de família distinta tentar bater em uma mulher grávida.

 

-- Você vai acabar me machucando, querida. – reclamou tentando disfarçar a dor.

 

-- Não era isso que queria tentando me bater? – respondeu sorrindo e torcendo com mais força a mão que segurava, vendo a expressão de dor se formar no rosto suado de Joaquim, causou-lhe prazer. Intimamente, Melissa estava sorrindo, mas preferiu manter uma expressão indecifrável e soltou o braço do homem.

 

-- Está vendo? Você me tira do sério. – tentou uma posição para sanar a dor da mão – Primeiro não quer casar, depois não me trata com atenção, e agora quase me machuca.

 

-- Coitadinho... – deu tapinhas doloridas no rosto do homem – Irei compensa-lo por esta falta. – falou fazendo um biquinho de criança ingênua. O homem fez uma expressão de alívio e quase abriu um sorriso, mas Melissa esclareceu sua compensação – Amanhã você irá para uma viagem e irá se divertir um pouco, eu pago tudo.

 

-- Quer se livrar de mim?

 

-- Lógico que não, morrerei de saudades.  Apenas não quero que sofra sozinho com o cancelamento do casamento. – abriu a porta – Pode levar uma das suas namoradas, e se quiser passar uns sete meses fora, eu banco sem problemas.

 

-- Não quero isso.

 

-- E o que quer?

 

-- Quem sabe eu não volto a trabalhar com você? O Enrico naquele lugar, eu ainda não engoli, Cris... – disse com certo orgulho por oferecer alguma opinião.

 

-- Hum... – fingiu pensar - Não vai rolar. – respondeu com displicência – Quanto a engolir, um chá de boldo ajudará na digestão. – piscou e saiu.

 

 

******************************************

 

Alguma coisa lhe angustiava, apertava seu coração, causando-lhe preocupação, e imediatamente pensou nos pais,  resolveu passar a noite com eles.

 

Após o jantar, Melissa subiu para seu antigo quarto, retirou a roupa e se enfiou debaixo do chuveiro, pensando nos acontecimentos do dia. Além de ter passado a tarde lendo contratos e relatórios, pensou nas atitudes de Joaquim, será que realmente estava fazendo a coisa certa? Não queria pensar sobre isso, não próximo à hora de dormir, ou passaria a noite acordada. Lembrou-se da brincadeira de Enrico, e depois o horário do noticiário, viu o relógio – “Quase na hora” – pensou sorrindo. Vestiu uma camisola e deitou com o controle da televisão em mãos.

 

O noticiário estava quase no final quando veio uma reportagem falando sobre a apreensão de drogas no Bronx. Melissa estava entediada, esticou a mão que segurava o controle, quando fez menção em desligar, viu Isadora aparecer e cobrir toda a matéria.

 

“Como é linda”! – pensou vendo a loirinha mostrando o local, falando com seu tom suave em um inglês perfeito. – “Quase britânico” – sorriu. – “Linda, você cortou o cabelo?” – permanecia sorrindo, foi até a tela alisando-a, imaginando sentir a pele sedosa da loirinha. Algumas lágrimas escorreram, mas ela não se importou tudo o que queria era falar com Isadora, parabenizá-la pela colocação e depois beijá-la, beijá-la com fome e saudade. Colocou a mão na barriga e sorriu mais uma vez enquanto falava com o filho. – “Querido, olha sua outra mamãe na televisão... ela é linda não é?”.  Quando acabou o noticiário, Melissa agiu de impulso, pegou sua agenda e viu o telefone da loirinha que Eliezer havia lhe passado meses atrás, na tentativa de alguma reconciliação. Ela ligou, ainda sorrindo e atendeu uma voz de mulher.

 

-- Alô.

 

-- Quero falar com Isadora. – perguntou ansiosa sem se importar com a voz feminina.

 

-- Sim.  Quem quer falar?

 

-- Melissa Cristina. – achou melhor não criar problemas, talvez fosse um costume americano investigar as ligações dos outros, mas estava feliz e não se importou, no entanto, seu sorriso desapareceu quando ouviu a pessoa chamar sua pequena de forma tão íntima.

 

-- Amor... Isadora querida, telefone. – falou entregando o aparelho a loirinha e lhe beijando em seguida.

 

-- Quem é? – perguntou sem se afastar dos lábios da morena.

 

-- Cristina alguma coisa. – pronunciou com um forte sotaque.

 

-- MELISSA CRISTINA? – Isadora largou à namorada e pegou o aparelho que estava mudo. – Ela disse alguma coisa? – perguntou preocupada.

 

-- Não, apenas pediu para falar com você. – olhou bem a loirinha – Ela é alguma coisa sua? Falou de você de forma muito íntima.

 

-- Íntima como? – “será que ela me chamou como antes?” – pensou tentando adivinhar o que havia por trás da atitude da morena.

 

-- Falou Isadora.

 

-- Ah? Isso? No Brasil não chamamos as pessoas pelo último nome, e ela era minha melhor amiga da escola. – disse com pesar.

 

-- Por que desligou?

 

-- Não sei, vai ver foi à ligação. – viu a expressão de dúvida no rosto da namorada – Caso seja alguma coisa importante, ela volta a ligar. – disse tentando convencer mais a si mesma do que a namorada. – Vamos para cama, estou cansada. – abraçou-se a morena e se dirigiram para o quarto.

 

**************************************************

 

-- Como fui burra! Sou uma idiota mesmo, como não imaginei isso? – falava sozinha andando de um lado a outro do quarto – Eu engravidei, depois sai àquela palhaçada de lua e mel, e... – chutou a cadeira, o que fez barulho. Lógico que a fila andou. – sentou em uma cadeira, de frente para a janela de onde se podia ver bem a lua e a noite estrelada – “Amor, telefone.” – pronunciou com uma voz de desdém. – Que tenham uma boa dor de barriga quando fizerem amor. – praguejou. – Isso foi bem feito para mim. – ficou sentada, olhando as estrelas. Ester bateu na porta.

 

-- Posso entrar?

 

-- Oi mãe.

 

-- Nossa quanta empolgação!

 

-- Desculpe mãe. – pediu com pesar. Ester se aproximou e passou a mão pelo rosto da filha.

-- Ficamos tão felizes quando vem dormir em casa.

 

-- Estava pensando sobre isso... – fez uma expressão de cachorro que caiu do caminhão de mudanças. – Será que posso voltar para casa?

 

-- Seria a melhor coisa do mundo, tê-la de volta. – abraçaram-se. – Mas aconteceu alguma coisa, não foi?

 

-- Ah mãe! Não sei por que sou tão burra.

 

-- Eu não acho, cheguei a duvidar, mas depois que desistiu da ideia de casar, voltei a acreditar que você é nossa filha. – Melissa revirou os olhos. – O que aconteceu agora? – ela contou sobre a conversa com Enrico, e depois o que havia acontecido. – Querida, Isadora tentou. Pelo que falou, ela pediu um tempo, e você acabou desistindo primeiro.

 

-- Então acha que ela está certa?

 

-- Não existe certa ou errada, o que tem é um emaranhado causado por algum motivo, independente da vontade de vocês. Ambas não se acertam, e as cabeças duras irão atrapalhar mais.

 

-- Eu a perdi de vez. – encostou a cabeça no colo da mãe e chorou. Ester tentou consola-la, sem sucesso. Daniel abriu a porta e viu a esposa acariciando a cabeça da filha. Ela lhe explicou baixinho, ele a pegou no colo e a colocou na cama.

 

Melissa sonhou a noite toda com sua Isadora.

 

-- “Amor você prefere carne ou peixe hoje à noite?” – perguntou distraidamente enquanto olhava para uma gôndola com variadas carnes em exposição.

 

-- “Prefiro você.” – respondeu baixinho próximo ao ouvido da loirinha que ergueu a cabeça em surpresa e olhou para morena.

 

-- “Mel?” – sorriu.

 

-- “A primeira vez que você me chama assim: amor” – constatou com um sorriso bobo.

 

-- “Você é meu amor e vou lhe chamar assim até ficarmos velhinhas”

 

-- “Eu vou lhe amar cada dia mais, mesmo velhinha” – aproximou-se da loirinha e disse baixinho – “Respondendo sua pergunta, deixa isso ai, eu quero você, e tem que ser agora” – passou a ponta da língua no ouvido da mulher mais baixa deixando-a completamente perdida.

 

-- “Vamos passar essas coisas no caixa, já temos comida para um possível lanche mais tarde” – sorriu franzindo o nariz, fazendo Melissa ficar mais excitada.

 

 

*******************************************

 

Isadora não conseguia dormir. Olhou o corpo deitado ao lado, moreno, com lindas curvas, mas nada se comparava ao corpo de Melissa. Nenhuma mulher agregava tantas formas, além dos traços de beleza exótica, lembrava mesmo uma deusa, nisso Francisco sempre teve razão. Sorriu, no entanto, o pensamento voltou a insistir nas suposições que teriam levado a morena a ligar.

 

“O que será que aconteceu? Será alguma coisa com ela, com os nossos amigos?” – achou melhor sair da cama, antes que a acordasse a namora, ela queria pensar, e isso só conseguiria sozinha. Levantou-se e foi até a cozinha, pegou uma lata de refrigerante, abriu e se deitou no sofá, não demorou muito e Francisco apareceu.

 

-- Acordada? – perguntou ao entrar.

 

-- A balada acabou cedo hoje, aceitou a velhice?

 

-- Sai daí que a velha aqui é você. – jogou-se por cima da amiga e pegou a lata de refrigerante, bebericou um pouco. – Por que não saiu hoje?

 

-- Michelle fez um jantarzinho, depois ficamos aqui, namorando um pouco.

 

-- Ela já foi? – esticou a cabeça procurando à morena.

 

-- Não. – pegou de volta o refrigerante, e tomou um gole. – Está dormindo em meu quarto. – Francisco percebeu a expressão de preocupação da amiga.

 

-- Essa expressão ai tem alguma coisa com Michelle, tipo arrependimento por tentar ser feliz com outra pessoa?

 

-- Melissa ligou para mim mais cedo, e Michelle atendeu.

 

-- “Pata que paraio”! – disse completamente surpreso.

 

-- O que é isso? – começou a rir – Novo método para ninguém perceber suas “boas” maneiras?

 

-- Entrei em um programa de desintoxicação verbal. – estava sério – São dez passos para a grande evolução dialética, e abolir palavrões.

 

-- Posso lhe ajudar com isso, sem precisar de programas. – fez uma expressão zombeteira.

 

-- Sempre carinhosa... – pensou um pouco – Porque não fala logo o que se passa nesta cabeça loira e louquinha. Melissa ligou e...

 

-- Michelle atendeu.

 

-- As duas saíram no falatório?

 

-- Quer deixar de tentar adivinhar? Não falo mais.

 

-- Tudo bem sua coisa quase que estranha. – concordou fazendo gestos e expressões de pânico.

 

-- Não conto mais! – ameaçou sorrindo. – Melissa falou que queria falar comigo e ela deve ter ouvido a forma como Michelle me chamou.

 

-- Carambola! Por isso desligou. – pensou um pouco – Mas essa tua morena é mesmo precipitada. Que saco!

 

-- Michelle não é minha morena, estamos nos conhecendo e...

 

-- Estou falando da Melissa... – interrompeu – Apesar de casada, eu vejo que vocês se amam. – olhou a amiga – Queria muito dizer que você e Michelle formam um lindo casal, mas seu coração é antagônico a isso, mesmo assim estou feliz de pelo menos você tentar, quem sabe assim aparece alguém que realmente a faça esquecer seu potinho de mel.

 

-- Ninguém me fará esquece-la, só eu posso realizar isso... – disse com pesar e olhar distante – Meu coração e minha mente trabalham em uma imensa sabotagem contra eu mesma.

 

-- Oh minha querida... – abraçou a amiga – como eu queria que as coisas saíssem bem para você.

 

 

****************************************************

 

No outro dia, logo cedo, Melissa chegou ao trabalho com um mau humor que nem mesmo ela se suportava. Enrico entrou em sua sala sorrindo e cumprimentando-a, porém, a receptividade da morena era de expulsar qualquer um que se aproximasse.

 

-- Bom dia, linda morena! – disse o homem todo sorridente, imaginando que a amiga teria assistido o noticiário.

 

-- Só está sendo para você. – respondeu sem levantar o olhar.

 

-- Alguém não teve a noite maravilhosa de sex* que recomendei e nem tomou o café mais cedo. – brincou – O café eu posso pedir, mas, o sex* será o mais difícil. – observou os olhos azuis que se pudessem matavam, e pediu à secretária que conseguisse café – Não assistiu o noticiário ontem?

 

-- Assisti. – olhou o céu azul que aparecia pela janela e desabafou - Ontem minha noite foi pior que o dia. – Melissa contou tudo o que havia acontecido.

 

-- Cristina, ele tocou em algum fio do seu cabelo? – pulou da cadeira ao ouvir que Joaquim tentou machuca-la. – Eu não vou admitir que esse cara bata em você. – dirigia-se a porta quando ouviu o assobio da amiga.

 

-- Não esquenta Rico, mostrei quem eu sou, e duvido que tente alguma coisa tão cedo. – sorriu.

 

-- Mesmo assim, está na hora de deitar na cama da família Alcântara Peixoto, já que a fama foi obtida com muito “trabalho”. – falou com ironia.

 

-- Pode ser depois? Preciso contar o resto da noite. – o homem sentou e ouviu a amiga desabafar, analisando-a atentamente.

 

-- Acha mesmo que ela iria lhe esperar a vida toda? Cristina você é linda, sexy, inteligente, no entanto, esqueceu que não é oxigênio. – viu a expressão de dúvida no rosto moreno – A fila andou e seu lugar foi ocupado.

 

-- Precisava ser tão rápido? Ela chamou de “amor”. – fez careta.

 

-- Rápido? Ela tenta refazer sua vida depois que a mulher que ama se arrumou com um idiota e ainda engravidou.

-- Não precisa jogar a culpa para cima de mim, ela quem provocou isso tudo, por mim, nós estaríamos juntas até hoje.

 

-- Sabemos que alguma coisa a levou a esta medida extrema e estúpida, mas não sabemos o que, então deixe de ser ridicularmente imatura. – usou de tom autoritário – Não tem o direito de ficar assim, parecendo uma criancinha mimada que perdeu o brinquedo favorito. – Melissa bufou e virou a cadeira, ficando de costas para o amigo e de frente para a janela.

 

******************************************************

 

Cinco meses depois...

 

-- Senhorita Marcondes estas são as gravações que a senhora me pediu. – entregou uma caixa.

 

-- Pedi? Não. Acho que você se enganou, paguei mais de mil dólares por elas. – respondeu com um tom de censura.

 

-- A senhorita quer as provas, eu as consegui e corro risco de ser descoberto, então, mereço essa recompensa. – disse com ar de cinismo.

 

-- Tudo bem. – olhou a caixa – Estes são os recibos?

 

-- Sim.

 

-- Falta o recibo de compra.

 

-- Aqui estão. – entregou-lhe sorrindo – A senhorita não deixou passar nada hein? – sorriu.

 

-- Onde estão os últimos relatórios do Brasil feitos por Timóteo Silva Gomes?

 

-- Aqui nesta pasta dentro da caixa. – apontou – Esse cara aí é muito inteligente senhorita, ele forjou todos os outros documentos, mas a mais perigosa e ardilosa é a chefona, a senhora Ana Lúcia. Agora vou dizer para senhora, esse Joaquim é um imbecil, ele é manipulado pela mulher em tudo.

 

-- Você quer dizer que a mulher de Joaquim é a verdadeira mandante? – a cabeça de Isadora deu voltas.

 

-- Sim. – respondeu com convicção – A chefona de tudo é a senhora Ana Lúcia, esposa desse tal Joaquim.

 

-- Eles são casados ou apenas um casal?

 

-- Isso eu não sei responder, mas se apresentam como um casal.

 

-- Interessante... – pensou alto e dispensou o informante, mas antes agradeceu – Muito obrigado e qualquer coisa, sabe onde e como me encontrar. – olhou firme dentro dos olhos azuis – Você será bem recompensado caso descubra mais alguma coisa. – o homem sorriu, fez um aceno com a cabeça e saiu. Isadora o observou por um tempo, depois pegou seu telefone e ligou para seu apoio no Brasil. – As coisas saíram melhor do que encomenda, agora só falta à isca morder o anzol.

 

-- Isadora, eu não quero que você se coloque em perigo, nunca seria perdoado, por isso lhe peço, está na hora da sua volta.

 

-- Não posso. Quero antes pegar o nosso peixe com a isca que armamos. Isso poderá colocar em jogo nossa última dúvida e provar quem realmente matou Filipi Aquino, ou se foi um acidente.

 

-- Acredite, eu mais que ninguém quero descobrir se a morte de teve culpados, mas não posso lhe colocar em risco.

 

-- Eu preciso provar para Melissa com quem ela anda se relacionando.

 

-- Você já provou, mas não vou permitir que se coloque em perigo com a situação que armou. Melissa Cristina me matará.

 

-- Por mais que fale e pense isso, eu sei que ela nunca fez e não fará nada contra você, ela o ama.

 

-- Deus a ouça, não sabe como sinto falta da minha neta, eu peço a Ele todas as noites que ela me perdoe, assim como você me perdoou, e até me deu a oportunidade em ajudá-la. – silêncio – Isadora, eu poderia fazer isso apenas para limpar minha situação com Cristina, mas acredite, aprendi a ver você com outros olhos, e hoje eu a admiro.

-- Desculpe-me José... – disse a loirinha sem formalidades, o velho homem havia cortado as cerimônias entre os dois, buscando estreitar os laços de amizade – Ouvir isso soa estranho, e como diria o Júnior: qualquer coisa muito estranha – sorriu, despertando o bom humor no homem que lembrou as atrapalhadas do jovem rapaz.

 

-- Esse amigo de vocês é muito esquisito, mas tem ajudado muito a monitorar aquela louca.

 

-- Eu sempre confiei nele, é uma grande pessoa, daria a vida por mim ou pela Mel.

 

-- Muito bom saber que ainda existe gente assim. E aquele policial?

 

-- Ele tem tudo preparado, só chutar para o gol na hora certa.

 

Isadora se despediu e voltou para sua casa, pensando como seria seu retorno, agora que tinha a verdade e todas as provas em mãos, qual seria a reação de Melissa? Será que elas teriam outra chance? Por via das dúvidas, achou melhor ser sincera com seus sentimentos e com Michelle, acabaria sua relação antes de voltar ao Brasil.

 

***************************************************************

 

-- Como é voltar para casa?

 

-- Não sei. Ainda não voltei, estou só em São Paulo.

 

-- Mas você é daqui.

 

-- Minha casa é a Mel, e ainda não voltamos.

 

-- O que pretende fazer em relação a isso?

 

-- Vamos para o hotel.

 

-- Jura que ficaremos presos no hotel até a hora do reencontro? – Isadora parou e ponderou.

 

-- Não sei quando será isso, então você está livre para curtir.

 

-- Ei, estamos em São Paulo, vamos curtir juntos.

 

-- Não Fran, desculpe.

 

-- Por que está tão desanimada e amarga hoje?

 

 

-- Coincidência ou não, hoje é nosso aniversário. – sorriu com pesar – O dia que fizemos a aposta.

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Mreninas, desculpem a hora d publicação, mas, para completar meu dia, meu bebÇe de fuco esta com hemorragia e eu preocupada. Beijos e quero pedir ajuda de voces para valentina desencantar e continuar a história dela. beijos


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Comentários para 47 - Capítulo 47:
Deeh23
Deeh23

Em: 22/07/2017

Eu concordo com #Sam Sampaio, no início da história deu a entender que Isa havia passado anos fora do Brasil, só nisso que me perdi. Mas a história é muito boa. Estou super ansiosa para o próximo capítulo!


Resposta do autor:

Oi Deeh e Sam Sampaio, responderei as duas pois as dúvidas são as mesmas. A história não acabou, e nem elas se reconciliaram (ainda). Ana Lúcia... Místerios! Obrigada e bom final de semana. Beijos

Responder

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Lta
Lta

Em: 21/07/2017

No Review

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Sam Sampaio
Sam Sampaio

Em: 21/07/2017

Quem é "Ana Lúcia"? Ela já apareceu? No início da estória parecia que Isa tinha ficado anos longe do Brasil, tanto que ganhou até prêmios pela carreira, não entendi, foram só meses? Adorei o corte de cabelo da Isa!!! Melhoras!


Resposta do autor:

Oi Sam Sampaio e Deeh, responderei as duas pois as dúvidas são as mesmas. A história não acabou, e nem elas se reconciliaram (ainda). Ana Lúcia... Místerios! Obrigada e bom final de semana. Beijos

Responder

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josi08
josi08

Em: 21/07/2017

Nossa amando a história...se nao me engano vc deu uma mudada ai na hiatoria neh?

Ta chegando o dia delas  se reencontrarem ...sera que vao se reconciliar? 


Resposta do autor:

Oi Josi, mudei sim, e muito. O reencontro sim, voltarem a se entender... isso são outros quinhentos.  Beijos

Responder

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lay colombo
lay colombo

Em: 21/07/2017

Kkkkkkk vou até reservar um tempo pra ver o choque das leitoras ao descobrir q o avô da Mel não só é inocente na separação das duas como tá ajudando a Loirinha a pegar a "Ana Lúcia".


Resposta do autor:

As leitoras daqui a pouco fazem motim contra você entregando o jogo....kkkkkk.... Muitas ainda não leram a história. kkkkkkkkkkkk........ Beijos e bom final de semana.

Responder

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Mille
Mille

Em: 21/07/2017

Ola Rafa

Quem é a Ana Lúcia??? 

Acho que logo teremos a volta da Lourinha e espero que ela vá logo resolver a pendência com a Melissa. Fiquei de queixo caído o sr. José e Isa de amizades. 

Caraca bolei de rir quando a Mel disse que arrancava o negócio que ele tem no meio das pernas. 

Isa tem toda razão, a Melissa não deixaria essa quadrinha em antes conhecer a fúria dela, Timóteo que o diga mais acho que ele não aprendeu a lição. 

Bjus e até o próximo capítulo

Ah quanto a Valentina, adoro a história dela e sabe estou torcendo que ela apareça sempre deixo comentários na história dela.


Resposta do autor:

Oi Mille, essas duas são fogo, não sei se irão resolver tão fácil assim. A Mel ainda vai pegar ele de jeito, espera.  Não, ela conhece MUITOOOO a morena, e sabe como ela funciona, já o contrário... Valentina está com moleza, vocês devem fazer motim mesmo. Ela tá sem estímulo, poucos comentários. Beijos

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 21/07/2017

Palmas para Isadora, mostrando sua inteligência. A dor faz vc crescer e amadurecer. Mel vai ter uma baita surpresa. O pai da mel ainda vai morrer? Não me lembro quem é a Ana Lúcia. Joaquim e um idiota mesmo, joguete mas mãos de todos. Fik tudo bem pra vc querida Rafa. Amei o super capítulo. Bom fds. Bjs


Resposta do autor:

E neste sentido, ela precisava amadurecer mais que Melissa, não é mesmo? O capítulo em que Daniel morreria já passou. Beijos e boa semana

Responder

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FoxyLady
FoxyLady

Em: 21/07/2017

Estória maravilhosa, parabéns :)

 


Resposta do autor:

Obrigada, querida! Boa semana

Responder

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Em: 21/07/2017

Melhoras p seu bebçe vai dar td certo autora, e qto a demora ok motivo compreensível viu. Só continue postando estamos aqui p apoia-la????, ah ver se faz logo cm q acabe o sofrimento d Mel e Usa msm q tenha problemas mas q elas enfrentem aos mesmos juntas e éh até mas interessante assim é esse canalha d Joaquim já tá n hr e casinha dele começar a cair e parabéns p vó José está tentando se redimir e q fez a fizeram Malmo elas seja sexualmente punidos e q deixem as meninas viverem em paz chega d tanta amargura. Bjusss!!!


Resposta do autor:

Ele está melhor sim, obrigada!Elas irão mudar os rumos de suas vidas agora, esta segunda fase estarão mais libertas uma da outra. Ops! Não posso falar muito...kkkk

Responder

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