• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • A fortiori
  • Capítulo 11 - Troca de famílias

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Círculo de Fogo
    Círculo de Fogo
    Por Ana Pizani
  • Segunda Chance
    Segunda Chance
    Por Luciana Araujo

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

A fortiori por Bastiat

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 3786
Acessos: 5364   |  Postado em: 14/07/2017

Capítulo 11 - Troca de famílias

 

Marina

 

    Camila engasgou-se com a água de cocô. Quando se recuperou, olhou-me assustada.

    - Por que você quer saber? Que pergunta, filha!

    - Ué, qual o problema? Eu nunca te vi com ninguém e me perguntei isso agora.

    - Eu queria ter essa conversa com você mais para frente. Quando você estivesse maiorzinha.

    - Não vai fazer diferença e eu já sou uma mocinha.

    Ela tirou os óculos de sol e olhou nos meus olhos.

    - Sim, eu gosto de meninas, minha mocinha.

    Então ela é igual a minha mãe! Seria muita coincidência, não é possível.

    - Você tem namorada?

    - Não, e vamos voltar para casa. VERO... VERÔNICA!  - Gritou chamando a irmã dela.

 

 

Camila

 

    - Aconteceu uma coisa na praia que esqueci de te falar. A Diana me perguntou se eu gostava de meninas como você.

    Já é noite e eu estou no meu quarto conversando com a minha irmã que se esparrama em minha cama como se fossemos as mesmas adolescentes de sempre.

    - E qual foi sua resposta?

    - Eu disse que sim! Não ia mentir para ela.

    - Eu não entendo até hoje o porquê de esconder.

    - Eu não escondia, só não achava necessário ela saber por agora. Na verdade, eu nunca me preocupei em contar isso para ela.

    - Eu sei bem o porquê - disse o óbvio. - Agora que ela já sabe, pode arrumar uma namorada - sorriu.

    - Não começa, Vero! Lá vem você com esses papos.

    - Começo sim! Desse jeito você vai virar freira. Aposto que teia de aranha aí deve estar enorme!

    Olhei indignada para a minha irmã, sem acreditar que ela realmente tinha dito o que eu escutei.

    - Verônica, cala a boca! Mais respeito comigo!

    - Quando você vai esquecer a Lau...

    - Já esqueci - a interrompi para não escutar aquele nome. - Você que insiste em dizer seu nome.

    - Se já tivesse esquecido mesmo, não ligaria de falar o nome dela.

    Bufei. Eu queria mesmo era ser capaz de esquecer que a Laura passou pela minha vida ou que ainda existe.

    - Eu tentei sair com aquela sua amiga modelo, lembra? Só não deu certo.

    - Sair correndo do quarto de um motel não é exatamente uma tentativa de "dar certo". Você não se deixou envolver.

    - Eu não gostava dela, Verônica! Você que insistiu nessa história de que eu deveria namorá-la. 

    - A mulher era a maior gata, quem saiu perdendo foi você. Uma idiota como sempre.

    - Está bem Verônica, eu sou idiota. Era isso que você queria ouvir? Que eu sou uma idiota? Então você já ouviu. Agora dei-me licença antes que isso vire uma briga.

    Ficamos nos encarando possessas. Minha irmã sabe muito bem que eu estou fechada para o amor e que ainda não me sinto pronta para me deixar envolver por alguém.

    - Desculpa, Cah. Desculpa de verdade. Eu só quero o seu bem.

    Balancei a minha cabeça positivamente e dei o assunto por encerrado.

    - Cah, você viu aquelas duas gêmeas brincando na praia?

    Sim, eu tinha visto. Óbvio que eu comecei a imaginar como seria ter as minhas duas filhas juntas na praia.

    - Será que um dia eu ainda terei a oportunidade de ver a Diana brincando com a Marina? - Perguntei esperançosa.

    - Eu tenho certeza que vai - ela respondeu sorrindo. - Nenhuma novidade do novo detetive?

    - Não, ele ainda está se inteirando do caso e pegou o que descobrimos até agora. Ou seja, quase nada. Eu pedi para ele descartar aquela pista de que elas estariam morando em Paris. Expliquei que foi total perda de tempo do outro detetive. A Laura sempre detestou a França e o Sérgio estava morando em Paris, logo não tem como o Sérgio nunca ter esbarrado com ela por lá.

    - É, faz sentido. E como o Sérgio está? Ele está morando aqui no estado vizinho e ainda nem veio nos visitar.

    - A última vez que eu falei com ele foi há uns dois meses. A vida dele estava bem corrida e deve continuar assim.

    - Bom, vou te deixar dormir. Ao contrário de você, eu posso dormir até mais tarde.

    - Que vida fácil essa sua  Verônica Chagas Sullivan.

    - Moleza! Você não imagina o quanto é fácil viver sobre pressão de ser mais criativa a cada nova coleção.

    Demos risadas e terminamos de nos despedir com beijos de boa noite.

    Assim que a Verônica saiu, peguei uma pequena chave na caixinha de joias. Andei até o gavetão da penteadeira, com a chave o abri e retirei o meu passado de lá. Ou melhor, um baú com tudo o que eu queria esconder de todos.

    A primeira foto que alcancei com as minhas mãos foi do casamento, estávamos tão felizes. Algumas lágrimas começaram a rolar e a dor que eu sentia era inexplicável.

 

 

Laura

 

    - Você vai trabalhar amanhã, Laura?

    Patrícia perguntou no meu quarto mostrando todo o seu interesse malicioso na resposta.

    - Não exatamente. Eu vou passar na redação de manhã para ver como estão as coisas e você?

    - Folga total.

    Suspirei pelo seu sorriso lindo.

    - Então eu posso abusar de você a madrugada toda?

    - Não só pode como deve!

    Não nego, essa mulher me ama como há muito não sou amada. Tem alguma coisa que me puxa para o seu mar de bondade. Mesmo sabendo que eu não a merecia, não resistia a aquele corpo sob o meu.

 

 

Marina

 

    Acordei no susto, estranhando o quarto que estou e confuso demorei para me lembrar que estou no Rio de Janeiro. Longe da minha mãe e do meu tio Sérgio

    Receosa e ao mesmo tempo tomada por coragem de entender toda a história, procurei por roupas para trocar e ainda reprovei o estilo da Diana. É tudo muito rosa. Peguei também uma toalha e fui tomar banho.

    Depois de já arrumada, desci as escadas que leva para a sala e dei de cara com uma desconhecida. Resolvi cumprimentar com naturalidade, ela não estaria na casa da Diana se não fosse conhecida dela.

    - Oi.

    - Bom dia, dorminhoca.

    Sorri com os lábios, mas ainda me perguntava quem é essa mulher.

    - Estou com fome.

     É melhor falar alguma coisa para tentar parecer natural. Meu foco tem que ser a Camila.

    - Então vem, vou preparar o seu café.

    - Cadê todo mundo?

    - Todo mundo? - Deu risada .- Sua mãe foi trabalhar.

    - Ela vai chegar tarde?

    - O mesmo horário de sempre, Di.

    Definitivamente não gostei dessa moça. Custava me responder com detalhes?

    Enquanto tomava o meu café da manhã a tia da Diana apareceu na cozinha.

    - Cadê a sobrinha mais linda do mundo?

    Senti-me aliviada. É bom estar com alguém conhecido.

    - Aqui, tia!

    - Posso te abraçar ou você vai fugir?

    Abracei a Verônica com vontade, eu gostei dela. Se ela não gostasse de meninas eu poderia apresentá-la ao tio Sérgio.

    - Oi Bianca, nem te cumprimentei! Essa coisinha toma toda a minha atenção.

    Pronto, pelo menos sabia que seu nome é Bianca e pela roupa branca deve ser a tal da babá.

 

 

Laura

 

    Na manhã seguinte levantei-me perto das dez horas da manhã, tomei banho e fui para o quarto da minha filha que dormia como um anjinho. Isso me pareceu um bom sinal, não estava doente. Então só poderia estar aprontando alguma coisa. Devo ficar de olho naquela quietude.

    Desci para preparar o café e logo em seguida Patrícia entrou na cozinha me ajudando.

    - Você dá uma olhadinha na Marina ou prefere que eu a leve comigo?

    - Não, pode deixar ela aqui. Acho que ela não tem mais birra comigo.

    - Não sei não...

    - Acho que ela está baixando a guarda, amor. Além disso, será uma ótima oportunidade para tentar de entender com ela de vez. Você sabe que é importante para mim, para nós.

    Patrícia sempre tentou se aproximar da Marina, ela adora crianças e deixou isso bem claro quando nos conhecemos. Mas Marina sempre implicou com ela e com o namoro oficial só piorou.

    - Está bem, mas qualquer coisa me liga. Prometo que vou tentar voltar o mais rápido possível.

    Tomei meu café e saí. Mesmo com mais uma semana de férias, quero ver como andam as coisas no trabalho. Nisso não mudei quase nada. Quase porque sim, eu acredito que não trabalho mais tanto quanto antes. Marina é quem ganha a minha total dedicação.

 

 

Diana

 

    Acordei cedo, mas fiquei por muito tempo enrolando na cama. Na verdade, estou morrendo de medo de me encontrar com a Laura de novo. Eu sentia uma curiosidade muito grande por ela, isso não deve ser normal.

    Após enrolar o máximo que pensei ser o ideal, resolvi sair do quarto e encarar o dia que estava só começando. Até porque uma hora ou outra a Laura ou a Patrícia aparecerão no quarto da Marina.

    Encontrei a Patrícia nas escadas quando eu estava descendo.

    - Oi Marina, quer tomar café da manhã?

    - Olá. Uhum, quero.

    - Vem, eu te acompanho.

    Peguei na mão dela e descemos juntas. Patrícia é legal. Por que será que a Marina não gosta dela?

    - Sua mãe teve que ir à redação, mas já volta.

    - Redação?

    Como assim redação? Será que a Laura também é jornalista assim como minha mãe?

    - É a última semana de férias dela, mas você sabe como sua mãe é... Se ela pudesse se mudava para o jornal com você.

    Ouvi sua risada e acompanhei só pela cara engraçada que ela fez.

    - Está um dia lindo lá fora - estava um sol maravilhoso e queria curtir aquela piscina que tinha visto.

    - Está mesmo. Calor também. Segundo a previsão, só vai piorar. Digo, no caso melhorar, pois, amo esses dias quentes.

    - Posso ir à piscina? - Perguntei.

    - Você sabe que sua mãe não te deixa usar a piscina sozinha.

    - Vamos juntas então.

    - Você quer que eu te acompanhe?

    Patrícia me pareceu realmente surpresa e feliz.

    - Sim... você não quer? Vai trabalhar?

    - Claro que eu quero! Será um prazer.

    Tomamos o café dando altas risadas. Colocamos biquínis e a Patrícia começou a encher a piscina reclamando que vivia vazia.

    Sei que estou aqui para investigar, mas também estou de férias escolares. A diversão está só começando.

 

 

Marina

 

    Estou morrendo de tédio no quarto da Diana. A babá é uma completa idiota, ficava propondo brincadeirinhas de bebê e ainda me proibiu de usar a piscina porque eu não quis comer couve-flor. Quem ela pensa que é para mandar assim em mim?

    Tentei ligar em casa mais cedo, mas o telefone só chamava. Eu não sei por onde começar a minha investigação. Está tudo tão estranho. Uma garota é igual a mim, mas nossas mães são diferentes, isso não faz sentido.

    Vi a porta se abrindo e a Camila entrar com um sorriso.

    - Oi, filhota linda.

    Ela aproximou-se de mim e deu um beijo na minha bochecha direita.

    - Oi - respondi sem a mesma empolgação que a dela.

    Ela cruzou os braços e sentou perto de mim na cama.

    - Meu amor, a Bianca disse que você não teve um comportamento muito adequado hoje. O que aconteceu? 

    - A babá é uma chata!

    - O que é isso meu anjo? Você sempre gostou da Bia.

    - Eu quero ficar sozinha.

    Eu percebi que a Camila estava desconfiada de alguma coisa. Se a Diana tem uma babá é bem provável que gosta dela. Mas eu não preciso de uma.

    - Não senhora! Eu quero saber o que está acontecendo.

    - Essa babá pensa que manda em mim!

    - Você deve obediência a ela, Di. 

    - Ah claro! - Zombei

    - Que modos são esses, Diana?

    - Modos de quem quer ficar sozinha, modos de quem foi proibida de usar a piscina, modos de quem não é obrigada a comer couve-flor.

    - Está de castigo! Não vai sair deste quarto e quero você pensando nas suas atitudes.

    Que ótimo, estou de castigo agora!

    - Eu quero a minha mãe - murmurei baixo quando saiu do quarto.

 

 

Camila

 

    Não acredito que a minha filha está falando comigo desse jeito. Eu nunca a coloquei de castigo antes. Nunca foi preciso nem falar um pouco mais alto com ela. É claro que já houve birras comuns, todavia eu sempre a descrevi como obediente, doce e esperta

    - O que aconteceu mesmo, Bia? - Perguntei à babá novamente.

    - Foi como eu disse, Di recusou-se a almoçar por causa da couve-flor e foi mal-educada.

    - Ela está tão esquisita. Esse jeito autoritário lembra uma pessoa... - divaguei.

    É claro, essa ironia nas conversas e aquela cara de deboche são iguais da Laura quando era contrariada. Não é possível isso.

    - Que pessoa?

    - Oi? - fui pega de surpresa.

    - Que pessoa a Diana está parecendo?

    - Ah... uma tia minha.

    - Hum... a senhora parece tão cansada.

    - Estou mesmo.

    - Que tal uma massagem?

    - Nossa, seria ótimo, mas e a preguiça de ir até um massagista? Prefiro um bom banho de banheira, relaxa também.

    - É... pois é.

    Seu demonstração de desapontamento não passou despercebida da minha visão. Mesmo incomodada, preferi não render o assunto.

    - Pode ir, Bianca. Obrigada por tudo.

    - Tchau, dona Camila. Até amanhã... eu acho.

    As duas últimas palavras foram quase inaudíveis. Não tenho certeza do que ouvi, mas ignorei mais uma vez para não questioná-la. Bianca tem agido de maneira estranha nos últimos dois meses. Aliás, tudo está estranho nessa casa ultimamente.

 

 

Laura

 

    Estacionei o meu carro na garagem do prédio e andei até o elevador. Está quase no final da tarde. Pensei até em ficar mais tempo na redação pois apareceu trabalho para ser feito, mas além de ainda ser perigoso deixar a Marina e a Patrícia muito tempo sozinhas, minha filha está de férias e precisa mais da minha presença.

    Verifiquei o meu celular para ver se não tinha nenhuma chamada ou mensagem. Surpreendi-me mais uma vez por não ter.

    Entrei no meu apartamento, estranhei quando ouvi gargalhadas. Procurei algum sinal delas na cozinha e não estavam.

    Pelo som das risadas, elas estão na área de lazer. A cada passo na direção do local, conversas ficavam mais forte.

    A visão que tive quando cheguei foi da Marina abraçada nas costas da Patrícia dentro da piscina.

    - Você nadou muito rápido, Pati. Não vale!

    - Você ganhou de mim um monte de vezes e eu não chorei assim.

    - É... dessa vez eu deixei você ganhar. 

    - Sei, pequena. Vamos sair? Já está ficando tarde e ainda nem almoçamos.

    Sem ainda perceberem a minha presença, Patrícia carinhosamente ajudou Marina a sair da piscina. Em seguida, ela própria saiu.

    Apareci com as toalhas que estavam em cima das cadeiras e disse:

    - Enquanto eu saio, vocês só na diversão, que bonito.

    - Oi, amor - aquele sorriso iluminado dirigiu-se a mim com naturalidade.

    - Oi - eu não conseguia chamá-la de amor - querida.

    Meus olhos procuraram pela Marina que seguia calada e enrolando-se na toalha.

    Nunca foi segredo a sua implicância com a Patrícia e agora, de repente, ela a chamava de Pati. Isso não me parece atitude que minha tomaria de um dia para outro. 

    A menina saiu de fininho para a saída. Será que ela está com raiva de mim? Eu sou o problema agora?

    - Olha a bagunça que vocês fizeram.

    Procurei iniciar uma conversa para não pensar sobre o assunto e meus olhos ficaram minha área de lazer toda molhada.

    - Laura, por favor! Eu estou tão feliz. Meu amor, a gente se divertiu tanto. Não estrague isso com sua implicância por estar tudo molhado. Foi uma bagunça boa, é só água e depois seca.

 

 

Marina

 

    Depois de refletir por um tempo sobre o que eu tinha feito, desci e encontrei Camila na sala concentrada em alguma coisa no celular. Pelo jeito eu sou bem diferente da Diana, ela tinha notado isso.

    - Oi - disse baixinho.

    - Você está de castigo, não pode sair do quarto.

    - Mas eu não fiz nada.

    - Diana... - ela me deu seu colo e me abraçou com carinho. - Meu anjo, você tem que reconhecer que errou. Eu te ensinei até hoje a assumir os seus erros, a ser uma garota educada. 

    - Eu não sou mal-educada!

    - Não é, mas foi com a Bia. 

    - Eu não preciso de uma babá. 

    - Meu bem, você sempre teve uma babá. Não estou te entendendo.

    - Eu sei, mas é que... - desisti - está bem, desculpe-me.

    - Te desculpo, mas amanhã você tem que pedir desculpa para a Bia.

    - Certo.

    A mãe da Diana é diferente. Além de ser muito carinhos, conversa de forma paciente. Não quer minha mãe não fizesse isso, mas nada seria tão fácil assim. No mínimo ela já teria tirado o tablet por uma semana e o sermão seria sem fim.

 

 

Laura

 

    - Vou preparar um macarrão ao molho branco para nós.

    Patrícia apareceu atrás de mim na varanda de surpresa e sem fazer barulho. Escondi a tela do meu celular com o susto.

    - Já almocei - não me virei para olhá-la.

    - Hm... Estava falando com quem? 

    - Falando? Com ninguém.

    - Estava conversando com uma mulher - afirmou. - Foi com ela que você almoçou?

    - Já disse que eu não suporto cena de ciúmes.

    - Não estou fazendo cena, estou apenas perguntando.

    Finalmente virei para encará-la. Sua expressão era séria e seus braços cruzados sobre os seios só afirmava o seu ciúme.

    - Não, não está - ironizei. - Quero falar com você outra coisa. Você tem que ficar de olho na Marina, ela vai aprontar alguma coisa.

    - Que bobagem, Laura. 

    Ela deu as costas e saiu da varanda.

    Peguei o meu celular, olhei para a foto da garota que estava dando em cima de mim desde antes de ir viajar para Londres e pensei no quanto a Patrícia era muito melhor do que ela. Um arrependimento bateu e eu bloqueei a garota.

    Entrei na sala, encontrei a Marina sentada no sofá. Sentei do seu lado e ela me olhou atentamente.

    - Você sabe o que vai acontecer se você aprontar, não é?

    - Aprontar o quê?

    - Marina, não brinca comigo. Até a viagem, você estava me pedindo para que eu terminasse com a Patrícia. Você engana ela, mas não a mim.

    - Eu gosto da Patrícia! Quero dizer, eu gosto agora. Vi que ela é maneira.

    - Filha, eu te conheço. Eu sei que quando você fica quieta assim é porque posso esperar alguma bomba.

    - Eu juro para você que não vou fazer nada.

    - A última vez que você disse isso, eu fui chamada na escola no dia seguinte. Me diz, qual é o plano? O que você está planejando para me separar da Patrícia?

 

 

Patrícia

 

    Conheci a Laura há um ano. Concidentemente ela contratou a minha empresa para decorar este apartamento que mora. No começo nos comunicávamos por e-mail ou telefone, mas assim que chegou de Paris, na primeira olhada, eu senti o meu coração bater diferente. Quanto mais eu conhecia a Laura, mais apaixonada eu ficava. Resolvi investir nessa paixão, no amor que estava brotando dentro de mim. No começo foi difícil, era nítida a sua falta de interesse em um relacionamento. Mas, eu insisti. A Laura parecia não querer um namoro sério por medo, seus olhos diziam o quanto era assustador a palavra amor. Resolvi que seria eu a pessoa que a amaria e tiraria essa má impressão do amor mesmo sem saber o porquê.

    Enquanto finalizava a incorporação do molho na massa, escutei uma pequena discussão vindo da sala. Desliguei o fogo assim que terminei e caminhei até o local para ver o que está acontecendo.

    - A senhora está sendo injusta. Eu não estou planejando nada! 

    - MARINA, CHEGA!

    - NÃO GRITA COMIGO! EU NÃO GOSTO QUE GRITEM COMIGO.

    - EU GRITO O QUANTO EU QUISER, SOU SUA MÃE!

    - Não, você  não... Eu não vou fazer nada, eu juro que gosto da Patrícia.

    Marina chorava e a Laura parecia estar perdendo a paciência. Resolvi interromper aquela discussão.

    - Ei, o que está acontecendo?

    - Patrícia!

    Marina aproveitando a distração da mãe correu para o meu lado e agarrou as minhas pernas.

    - Sobe agora para o seu quarto, você está de castigo por ter gritado comigo. - Laura apontava o dedo indicador para a escada.

    - Calma, Laura! Você não está vendo que a menina está nervosa? 

    - Anda Marina, eu não vou pedir novamente. - Fui ignorada.

    A menina subiu as escadas correndo.

    - Não, Marina! Fica, nós vamos almoçar agora.

    Implorei para a Laura encerrar aquele bate-boca com o olhar. Não estou entendo o seu desespero com a menina.

    - Está me desautorizando na frente da minha filha, Patrícia? 

    - Não é isso. Ela já disse que não está aprontando nada, você está nervosa à toa - Subi o tom da minha voz, mas não gritei. - Você está errada!

    - NÃO se intrometa na educação da MINHA filha! Não se intrometa nas nossas vidas.

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 11 - Capítulo 11 - Troca de famílias:
rhina
rhina

Em: 06/03/2019

 

As mães notam as mudanças em suas filhas.....Mas nem.de longe.cogitam a possibilidade de.não serem as mesmas. ...

Elas não se imaginam tendo contato. ....estão tão longe de si.....que nem.avaliam o quanto.estão perto.

Mas que a confusão está gostosa.....isso está. 

Rhina

Responder

[Faça o login para poder comentar]

cidinhamanu
cidinhamanu

Em: 15/04/2018

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

mtereza
mtereza

Em: 30/07/2017

Pelo jeito a Laura não mudou nada esse tempo todo e depois de tudo

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 14/07/2017

Olá autora

Sabe que meu palpite sobre as irmãs se encontrar primeiro foi que lembrei do filme da Lindsay Lohan em operação cupido. 

Esperar quando elas descobrirem que são irmãs.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Hahahaaha sim. Mas será apenas essa coincidência. Posso te adiantar que as coisas não serão tão simples.

 

Beijos, até.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web